Susan não pode falar nada a respeito dos negócios ilícitos do papai, muito menos do seu marido, pois ninguém pode descobrir. Ela não pode ser descuidada e abrir o bico, caso contrário, arruína tudo.E ainda existe a possibilidade de Dom Rafael mandar matar quem descobrir seus segredos, apenas pelo fato de garantir que o mesmo não abra o bico. Se eles soubessem quem é o marido de Susan, nem cogitariam essa ideia. Isso seria um atestado de morte para ambos, e o Matias até seria benevolente se lhes causasse uma morte rápida, porque seria bem capaz de torturar ambos os irmãos por tentarem colocar esse tipo de ideia na cabeça de Susan e por tentarem fazer ele de corno.Susan nem queria pensar no que Matias seria capaz de fazer com sua amiga e com o irmão dela. Ela também estava muito preocupada que os seguranças, de alguma forma, escutassem aquele tipo de conversa e informassem ao Matias.— Amiga, você está aí? Terra chamando Susan! Você escutou o que dissemos? — Bri chama a atenção de sua
Matias desce para almoçar mais uma vez sozinho, como sempre. Todos ao seu redor fogem dele como o diabo foge da cruz, e ele não entende o porquê disso, já que sempre tentou ser o mais gente boa possível com todos ao seu redor, a não ser quando tem que matar alguém. Ele olha para Melissa, que está em pé ao lado da mesa, e abre um sorriso para ela. A moça baixa rapidamente a cabeça, com medo do que possa acontecer. Olhando para suas mãos, ela continua de cabeça baixa enquanto escuta a voz grave e fria de Matias falar com ela.— Sente-se e coma comigo. Odeio comer sozinho. Até mesmo quando eu morava sozinho, preferia ir até o restaurante só para poder ter alguém ao meu redor e não ter a sensação de estar comendo sozinho. Então, por que aqui, na minha própria casa, eu tenho que ser obrigado a comer sozinho, já que a minha esposinha resolveu não se juntar a mim agora na hora do almoço? Quero que você faça essa honra. — Matias dá a ordem.— Mas senh… — Ela diz, tremendo perceptivelmente, co
📱— Tudo bem, Dom Rafael. Até logo. Olhe, a Susan ainda está por aí? Achei que ela vinha, que teria tempo de almoçarmos juntos, mas, pelo que vejo, ela preferiu ficar aí na sua casa do que vir fazer companhia a mim. Realmente, lá na ilha ela não tinha opção, tinha que ficar sempre perto de mim, mas aqui acho muito difícil convivermos juntos da forma que o senhor quer. E eu creio que terei que me acostumar com isso.📱— Não, meu rapaz. Ela saiu pouco depois que você. Pensei que ela estivesse aí com você. Não acredito que essa menina já está aprontando de novo. Isso é o cúmulo! Mas não tem problema, vou ligar para os seguranças para ver onde ela está. Não é possível que ela tenha sumido do mapa… — ele diz com tom de preocupação.📱— Não se preocupe, pois ela só sai com os seguranças que escolhi pessoalmente. Se acontecer qualquer coisa, eles me ligam. Se não me ligaram até agora, é porque, com certeza, ela deve estar bem. Deve estar por aí com alguma das amigas dela. Ela não parava de f
Matias adorou o jeito que Melissa falou com ele e ficou imaginando que, se soubesse que ter uma empregada era assim, já teria contratado uma muito antes. Achava maravilhoso todo aquele cuidado. Ele então saiu do escritório, deixando Melissa lá, e subiu para o seu quarto. Assim que entrou, foi direto para o banheiro, tomando uma ducha rápida.Quando já estava se enxugando, ouviu bater na porta. Então, gritou um pouco mais alto para que quem estava batendo pudesse escutar.— Pode entrar! — Ele falou um pouco mais alto.Melissa não esperava, de maneira alguma, encontrar Matias em uma situação constrangedora. Mas, assim que abriu a porta, ela o viu apenas enrolado em uma toalha. Quase derrubou a bandeja que estava em suas mãos, e Matias correu em sua direção para ajudá-la.— O que foi? Se assustou com alguma coisa, minha querida? Espero que não tenha sido por causa de mim. Sei que sou feio, mas creio que nem tanto assim, não é mesmo? — Ele disse, com tom irônico, já sabendo do que se trat
Sentindo a tensão aumentar, Susan se levantou rapidamente e correu para o chuveiro, tentando se limpar e tirar a sensação de desconforto. O banho foi rápido, e, ao voltar ao quarto, encontrou Eduardo ainda deitado na cama, arfando.— Desculpa, gata! Empolguei-me, foi mal. Na próxima, pego mais leve.Ela olhou para ele, revirando os olhos. Pelo olhar dele, ficou claro que estava bêbado. Com um suspiro, desceu as escadas e encontrou Bri na sala.— E aí, amiga, como foi? — perguntou Bri, empolgada, batendo palmas.— Foi bom... — Susan respondeu sem animação.— Oxê amiga, o que aconteceu? Você está com essa cara?— Foi bom, amiga, mas no final ele exagerou um pouco. Mas não seria o Edu se não exagerasse em tudo, né? — Susan falou, lembrando-se do passado.Eduardo sempre foi possessivo, e às vezes até agressivo quando não conseguia o que queria. Uma vez, ele quase bateu nela, porque ficou muito excitado e queria que ela se entregasse a ele, mas ela deixou claro que não faria isso antes de
Matias Toscano foi uma criança solitária desde cedo. Desde tenra idade, ele nunca se sentiu confortável em meio a grandes multidões, inclusive na escola. Ele preferia ter seu próprio espaço, onde pudesse desfrutar de solidão e paz. Até mesmo durante os intervalos, ele se afastava dos outros para evitar o contato. Apesar de ter um irmão mais novo chamado Lorenzo, Matias sempre buscava a solidão. Ele nunca gostou de estudar e detestava todas as regras impostas pela escola, considerando tudo aquilo repugnante e desnecessário.Sua mãe, Monalisa Toscano, era uma mulher tradicional e religiosa. Ela obrigava seus filhos a irem à igreja todos os domingos. No entanto, Matias zombava do pastor, o que deixava Monalisa furiosa. Ela sabia que um castigo o aguardava assim que todos voltassem da igreja. Mas Matias não se importava. Ele fazia isso por puro prazer, sentindo-se satisfeito ao ver as reações das pessoas diante de suas travessuras. Desde pequeno, ele já demonstrava sua natureza cruel e im
Quando Matias completou 15 anos, descobriu que seu pai havia saído de casa e nunca mais voltaria. Sua mãe encontrou um bilhete deixado por ele no escritório e, ao começar a ler, deixou cair o vaso de flores que segurava, levando Lorenzo a correr até ela para descobrir o que havia acontecido. Monalisa não esperava aquela traição de seu marido, pois ele sempre se mostrou um homem comprometido e responsável, embora distante. Matias aproximou-se da mãe, tentando entender o que estava acontecendo, e viu-a desabar no chão, soluçando. Ela repetia a palavra “não!” incessantemente. Lorenzo chorava ao lado dela, enquanto Matias observava tudo sem demonstrar qualquer reação. Ele se questionava por que não conseguia sentir nada, assim como sua mãe e seu irmão. Talvez fosse pela falta de proximidade com seu pai, que vivia praticamente ausente de casa, ou talvez fosse um choque, mas o problema era que Matias não tinha nenhum sentimento para expressar.Alguns dias depois, descobriram que Marco havia
Certo dia, Matias acorda desnorteado com alguém gritando seu nome. Ele abre os olhos assustado e vê Lorenzo à sua frente, segurando uma caixa embrulhada com papel de presente. Ele leva a mão ao peito, tentando controlar a respiração.— O que é isso, cara? Não precisava disso. Você quer me matar do coração? Pensei que estivesse acontecendo algo grave.— Eita! Nem gritei tanto assim. Você esqueceu, seu bobo? É o seu aniversário. Que inveja de você, mano. Me diz aí, como é a sensação de estar de maior? — Lorenzo pergunta, eufórico.Matias esfrega os olhos, tentando se situar. Ele se senta na cama devagar e olha para Lorenzo, que permanece parado à sua frente, sorrindo.— O que foi, Lorenzo? Vai passar o dia inteiro aí me encarando?— Abre! Quero ver se você gostou! — Lorenzo fala, apreensivo.Embora um pouco incomodado, Matias se vê obrigado a abrir a caixa diante de seu irmão. Ao fazê-lo, encontra uma luva de beisebol. Levanta a cabeça e olha para Lorenzo, percebendo o brilho nos seus o