Paola nunca imaginou que os sentimentos de Henrique por Carolina fossem tão profundos a ponto de, mesmo bêbado, ele se preocupar com ela.O ciúme, como uma faísca, começou a queimar no seu coração, formando um pensamento malicioso.Ela acelerou o carro e dirigiu em direção ao hospital.Ao chegar e se preparar para descer do carro, o olhar de Paola caiu sobre a foto de casamento no banco traseiro.Ela olhou de soslaio para o homem que já estava meio adormecido, agiu com cuidado, pegou a foto do casamento e, discretamente, saiu do carro, jogando a foto na lixeira mais próxima.Carolina estava dormindo e a pessoa encarregada de vigiar ela montou uma cama improvisada na porta, sem sair de lá.Paola ajudou Henrique a entrar no hospital.Quando desceram do carro, a pessoa que vigiava na porta viu Henrique e se aproximou, confusa.- Sr. Henrique. - Cumprimentou o homem. - Henrique está bêbado, fale com a enfermeira, por favor, e me ajude a encontrar um quarto vago. - Pediu Paola. O seguranç
- Isso é bem merecido. Ter um marido tão bom e não o valorizar, não é à toa que os outros falam. - Comentou a outra. - Bem, é verdade. Mas aquela foto de casamento era tão bonita. Eles formavam um casal perfeito, tão elegantes. É uma pena, realmente. - Disse a enfermeira chefe.- Não sinta pena de pessoas que não têm princípios morais. - Disse a outra. - Deixemos isso de lado. De qualquer forma, o Sr. Henrique não está sem companhia feminina. Ontem à noite ele estava com uma nova. - Fofocou a enfermeira chefe. A voz da enfermeira foi se distanciando, e Carolina sentiu seu coração entorpecer, mas as lágrimas teimosamente caíam, umedecendo o travesseiro. O dia estava começando a clarear.Henrique tinha bebido demais na noite anterior e acordou com uma dor de cabeça terrível.- Beba um pouco de água com mel, ajuda a aliviar a ressaca. - Disse Paola. Paola estendeu o copo para ele, falando suavemente. Henrique não bebeu, franzindo a testa.- Como você está aqui? - Questionou Henrique,
- Como você ousa! Eu não fiz nada! - Exclamou Fernanda, assustada, mas, ao pensar no sofrimento da amiga, sua fúria se acendeu e ela retrucou com o pescoço esticado.Henrique, com indiferença, acusou ela casualmente de um crime. - Perturbação da ordem pública. - Afirmou Henrique. - Eu não fiz isso! Todos aqui são minhas testemunhas, você não pode simplesmente inventar coisas assim. - Disse Fernanda. Ele sorriu arrogantemente.- Veremos. - Disse Henrique. Dez minutos depois, alguns homens em uniformes policiais apareceram no hospital, e Carolina reconheceu imediatamente Bruno à frente.- Você tem que ir embora, a polícia aqui tem parentes dele! - Advertiu Fernanda, um pouco em preocupada, mas ela não queria fugir.Carolina estava passando por momentos difíceis, e Fernanda se sentiria ainda pior se não fizesse nada.Bruno olhou em volta, compreendendo imediatamente a situação.- Polícia, Henrique está detendo minha amiga ilegalmente. - Interveio Fernanda, rapidamente. Bruno, ciente
Antes que Henrique pudesse pronunciar uma palavra, Bruno, tomando a frente, o repreendeu em voz alta.- O que pensa que está fazendo? Solte ela agora mesmo! - Gritou Bruno. O policial mais experiente, atônito com o grito, soltou a mão e Fernanda aproveitou a chance para correr para fora.Com a mão sobre a boca, Fernanda cuspiu um dente ensanguentado.Ao presenciar a cena, Carolina foi tomada por um sentimento de culpa avassalador.Por sorte, estavam no hospital. - Abra a porta, preciso levar Fernanda para ser atendida. - Disse Carolina, com o olhar fixo em Henrique. Henrique se sentiu desconfortável sob seu olhar gélido e distante, como se ela o visse como um estranho.- Vou pedir que o Sr. Carlos a acompanhe, você fica. - Disse Henrique. Carolina sentiu como se uma lança transpassasse seu coração, incrédula.- Minha amiga está ferida, eu insisto em ficar com ela, e você, responsável por tudo isso, ainda quer me privar desse direito? - Questionou Carolina, impaciente. - De que adi
Fernanda havia perdido um dente da frente. - Sugiro que você faça um implante dentário, mas recomendo que vá ao hospital que fica localizado nesta rua, além do portão sul, onde há um prédio dedicado à odontologia com equipamentos superiores aos nossos. - Orientou o chefe dos dentistas. - Entendi, doutor. - Assentiu Fernanda.Henrique franziu ligeiramente a testa.- Sr. Carlos, por favor, a leve até a outra clínica, nós cobriremos as despesas. - Disse Henrique. Sr. Carlos assentiu, sentindo pena de Fernanda.Ela devia estar sentindo muita dor por ter perdido o dente.- Eu não quero o seu dinheiro, pare de fingir que se importa. - Retrucou Fernanda bruscamente, rejeitando a oferta.Ela estava errada.Deveria ter mantido Carolina longe desse homem desde que descobriu a aventura de uma noite entre Henrique e Paola.Se não tivesse o perdoado, Carolina não teria sofrido danos.Ela realmente estava cega, sendo enganada por alguém e prejudicando sua boa amiga.- Não tente levar Carolina, vo
Sr. Carlos não hesitou e adivinhou a resposta em um instante.- A Srta. Carolina deseja que eu a ajude a fugir? - Questionou Carlos. Carolina se mostrou um pouco surpresa.- Não é isso, mas está relacionado. - Respondeu Carolina. Ela estava sozinha e não podia simplesmente esperar pela ajuda de Simão.Amanhã seria o dia do aborto, e ela sentia o medo correr entre suas veias. - Desculpe, não posso te ajudar. - Recusou Carlos.Ele era leal ao Sr. Henrique, trabalhando com ele desde sua formatura.Durante esses anos, apesar de estar sempre ocupado e cansado, tudo o que aprendeu e os recursos sociais que desfrutou foram providenciados pelo Sr. Henrique.Não poderia ser ingrato e trair a confiança dele.O semblante de Carolina escureceu, o resultado era o esperado.- Então, você poderia me dizer onde está Lucas agora, como ele está? - Perguntou Carolina. Se for como Henrique disse, então não haveria testemunha da verdade.- Naquele dia, eu estava esperando do lado de fora, não vi a cena
Carolina e Henrique voltaram ao hospital e esperaram ansiosamente. …No dia seguinte, às dez horas da manhã. - Por favor, venha comigo. - Disse a enfermeira, ao entrar no quarto. Carolina estremeceu, segurando firme a faca de frutas escondida atrás das costas.- Vão prosseguir com a cirurgia? - Perguntou Carolina, nervosa. - Não, é só um exame, para a alta. - Respondeu a enfermeira. Carolina ficou atônita e só quando seguiu o Sr. Carlos para fora do hospital, sentindo o sol em sua pele, quente e confortável, é que ela finalmente sentiu um sopro de vida, como se tivesse renascido.- Srta. Carolina, por favor, entre no carro. - Disse Carlos, ao abrir a porta.- E o Henrique? - Perguntou Carolina.- O Sr. Henrique está ocupado, eu a levarei de volta para a Cidade S para descansar. - Respondeu Carlos. Carolina ficou surpresa.- Eu não vou mais fazer a cirurgia? - Perguntou Carolina. - O Sr. Henrique não me disse especificamente, mas parece que, por enquanto, não será necessário. - R
O Estrela da Noite, na Cidade T, é um KTV muito famoso, onde pessoas de todas as classes sociais se misturam.Henrique, guiado por um garçom, chegou à porta de uma cabine VIP.- O senhor chegou! - Ecoou uma voz masculina. Dois homens guardavam a porta, um deles com um chapéu branco nas mãos.- Sr. Henrique, isto é um presente do Sr. Dedé. - Disse o homem. Antes que terminasse, foi interrompido por um tapa de um dos acompanhantes de Henrique.- Que porcaria é esta? Quer morrer? - Disse um dos acompanhantes de Henrique.O homem atingido caiu contra a parede e seu chapéu caiu na cabeça do companheiro ao lado.Sr. Carlos levantou o polegar para Flávio:.- Irmão, você faz jus ao nome, é bravo. - Disse Carlos. Não era à toa que Sr. Henrique sempre levava este irmão em situações como essa. Com sua altura de um metro e noventa e seu peso de 190 quilos, ele dominava o ambiente.Henrique lançou um olhar ao outro homem na porta, que, tremendo, se apressou em abrir. - Por favor, entre. - Gagu