Carolina não queria ver Paola, pois a visão dela a despertava um impulso insultante.- Não é necessário, Luís, não estou com fome. - Recusou Carolina. - Devemos comer juntos, você ainda tem que vigiar na segunda metade da noite - Disse Henrique, com um tom gelado.- Henrique, eu também quero vigiar para demonstrar meu respeito - Disse Paola, com a voz suave, esperançosa, ansiando por sua aprovação.- Já te disse, você deve cuidar do bebê e não se preocupar com mais nada. Deixe essas coisas para Carolina. - Disse Henrique. Um sorriso de satisfação surgiu no rosto de Paola.- Então farei o que você diz. - Murmurou Paola, obediente. - Luís, leve ela para cima. - Ordenou Henrique, lançando um olhar indiferente para Paola. - Não vou comer, vendo essas suas ações repugnantes, como posso ter apetite? - Disse Carolina levantando a cabeça abruptamente, apertando os punhos, com os olhos cheios de repulsa ao olhar para Henrique.“Ações repugnantes?”Henrique riu sarcasticamente, se inclinando
- Você deve ir agora, o Sr. Carlos está esperando na porta. - Disse Henrique, friamente. - Eu queria ficar mais um pouco com você. - Murmurou Paola. - Não é necessário. - Desdenhou Henrique. Então, Paola mordeu o lábio e puxou a mão de Henrique em direção ao seu barrigão. Henrique, instintivamente resistiu e, retirou sua mão rapidamente.- Não me faça dizer novamente, o Sr. Carlos não é seu motorista particular, ele não tem tempo para ficar esperando. - Disse Henrique. Paola empalideceu, segurando a insatisfação.- Eu só queria que você passasse mais tempo com o bebê, não fique bravo, eu vou agora. - Disse Paola. Assim que ela saiu, Henrique não sabia o que fazer e simplesmente voltou ao quarto para dormir. Ele se revirava na cama, sem conseguir parar. Mesmo com as cortinas fechadas, a luz ainda conseguia penetrar do salão lá embaixo. Então, ele calçou seus chinelos e foi até a janela do chão ao teto, olhando para baixo, para a mulher no primeiro andar. Cansada de ajoelhar, el
- Eu não... - Hesitou Carolina. Carolina começou a falar, mas Henrique saiu pela porta sem dar um único olhar para trás. Ela sentiu um aperto no coração e as lágrimas ameaçaram cair novamente. No dia anterior, ela quase foi agredida por outra pessoa e quase perdeu o bebê. Ela era a vítima, precisando de cuidados especiais naquele período. No fim, era Henrique, a pessoa que ela mais amava, quem continuava a machucando. Carolina acariciou suavemente sua barriga.- Bebê, não precisamos mais do papai, está bem? - Murmurou Carolina. ...Fernanda seguiu as instruções da nota de Carolina e foi até a empresa Celestial Shine Jewelry encontrar Simão.- Você quer dizer que a Carolininha não quer abortar? - Questionou Simão. - Sim. Aquele idiota do Henrique prendeu a Carolininha no hospital, sem permitir que ela tivesse contato com o mundo exterior e sem cuidar dela. - Disse Fernanda, preocupada que ele não ajudasse, tentando parecer patética com lágrimas e ranho escorrendo, falando com dó
Paola nunca imaginou que os sentimentos de Henrique por Carolina fossem tão profundos a ponto de, mesmo bêbado, ele se preocupar com ela.O ciúme, como uma faísca, começou a queimar no seu coração, formando um pensamento malicioso.Ela acelerou o carro e dirigiu em direção ao hospital.Ao chegar e se preparar para descer do carro, o olhar de Paola caiu sobre a foto de casamento no banco traseiro.Ela olhou de soslaio para o homem que já estava meio adormecido, agiu com cuidado, pegou a foto do casamento e, discretamente, saiu do carro, jogando a foto na lixeira mais próxima.Carolina estava dormindo e a pessoa encarregada de vigiar ela montou uma cama improvisada na porta, sem sair de lá.Paola ajudou Henrique a entrar no hospital.Quando desceram do carro, a pessoa que vigiava na porta viu Henrique e se aproximou, confusa.- Sr. Henrique. - Cumprimentou o homem. - Henrique está bêbado, fale com a enfermeira, por favor, e me ajude a encontrar um quarto vago. - Pediu Paola. O seguranç
- Isso é bem merecido. Ter um marido tão bom e não o valorizar, não é à toa que os outros falam. - Comentou a outra. - Bem, é verdade. Mas aquela foto de casamento era tão bonita. Eles formavam um casal perfeito, tão elegantes. É uma pena, realmente. - Disse a enfermeira chefe.- Não sinta pena de pessoas que não têm princípios morais. - Disse a outra. - Deixemos isso de lado. De qualquer forma, o Sr. Henrique não está sem companhia feminina. Ontem à noite ele estava com uma nova. - Fofocou a enfermeira chefe. A voz da enfermeira foi se distanciando, e Carolina sentiu seu coração entorpecer, mas as lágrimas teimosamente caíam, umedecendo o travesseiro. O dia estava começando a clarear.Henrique tinha bebido demais na noite anterior e acordou com uma dor de cabeça terrível.- Beba um pouco de água com mel, ajuda a aliviar a ressaca. - Disse Paola. Paola estendeu o copo para ele, falando suavemente. Henrique não bebeu, franzindo a testa.- Como você está aqui? - Questionou Henrique,
- Como você ousa! Eu não fiz nada! - Exclamou Fernanda, assustada, mas, ao pensar no sofrimento da amiga, sua fúria se acendeu e ela retrucou com o pescoço esticado.Henrique, com indiferença, acusou ela casualmente de um crime. - Perturbação da ordem pública. - Afirmou Henrique. - Eu não fiz isso! Todos aqui são minhas testemunhas, você não pode simplesmente inventar coisas assim. - Disse Fernanda. Ele sorriu arrogantemente.- Veremos. - Disse Henrique. Dez minutos depois, alguns homens em uniformes policiais apareceram no hospital, e Carolina reconheceu imediatamente Bruno à frente.- Você tem que ir embora, a polícia aqui tem parentes dele! - Advertiu Fernanda, um pouco em preocupada, mas ela não queria fugir.Carolina estava passando por momentos difíceis, e Fernanda se sentiria ainda pior se não fizesse nada.Bruno olhou em volta, compreendendo imediatamente a situação.- Polícia, Henrique está detendo minha amiga ilegalmente. - Interveio Fernanda, rapidamente. Bruno, ciente
Antes que Henrique pudesse pronunciar uma palavra, Bruno, tomando a frente, o repreendeu em voz alta.- O que pensa que está fazendo? Solte ela agora mesmo! - Gritou Bruno. O policial mais experiente, atônito com o grito, soltou a mão e Fernanda aproveitou a chance para correr para fora.Com a mão sobre a boca, Fernanda cuspiu um dente ensanguentado.Ao presenciar a cena, Carolina foi tomada por um sentimento de culpa avassalador.Por sorte, estavam no hospital. - Abra a porta, preciso levar Fernanda para ser atendida. - Disse Carolina, com o olhar fixo em Henrique. Henrique se sentiu desconfortável sob seu olhar gélido e distante, como se ela o visse como um estranho.- Vou pedir que o Sr. Carlos a acompanhe, você fica. - Disse Henrique. Carolina sentiu como se uma lança transpassasse seu coração, incrédula.- Minha amiga está ferida, eu insisto em ficar com ela, e você, responsável por tudo isso, ainda quer me privar desse direito? - Questionou Carolina, impaciente. - De que adi
Fernanda havia perdido um dente da frente. - Sugiro que você faça um implante dentário, mas recomendo que vá ao hospital que fica localizado nesta rua, além do portão sul, onde há um prédio dedicado à odontologia com equipamentos superiores aos nossos. - Orientou o chefe dos dentistas. - Entendi, doutor. - Assentiu Fernanda.Henrique franziu ligeiramente a testa.- Sr. Carlos, por favor, a leve até a outra clínica, nós cobriremos as despesas. - Disse Henrique. Sr. Carlos assentiu, sentindo pena de Fernanda.Ela devia estar sentindo muita dor por ter perdido o dente.- Eu não quero o seu dinheiro, pare de fingir que se importa. - Retrucou Fernanda bruscamente, rejeitando a oferta.Ela estava errada.Deveria ter mantido Carolina longe desse homem desde que descobriu a aventura de uma noite entre Henrique e Paola.Se não tivesse o perdoado, Carolina não teria sofrido danos.Ela realmente estava cega, sendo enganada por alguém e prejudicando sua boa amiga.- Não tente levar Carolina, vo