Ao ouvir aquelas palavras, Carolina se sentiu culpada. Ela fingiu não ter ouvido e continuou a escovar os dentes. ...Zeca recebeu uma ligação do Dr. Gilberto. Após ouvir o que ele tinha a dizer, ficou abalado.- Você tem certeza de que não cometeu algum engano? - Perguntou Zeca.- A criança da Sra. Paola tem uma deficiência. O bebê que ela vai dar à luz provavelmente terá problemas de inteligência.Zeca ficou sem palavras, não esperava que Paola fosse tão decepcionante. Problemas de inteligência; isso não significa que a criança terá uma deficiência mental?- E a criança de Carolina, está bem?- Está bem, um pouco fraca, mas saudável em todos os aspectos.- Você sabe o que fazer, certo? - Zeca ameaçou.- Sei... - Dr. Gilberto tremia, com medo entorpecido. - Guardarei esse segredo e não o contarei a mais ninguém.- Você está sendo sensato.- Posso ver minha esposa e filho agora?- Não venha com condições. Assim que Rodrigo morrer, eu os libertarei.Dr. Gilberto mordeu o lábio, sem o
Sr. Carlos ficou sem palavras... Parecia fazer sentido.- Pronto, não se preocupe mais com nosso assunto. - Desinteressada, ela pegou a pasta e adentrou o escritório.Henrique, de pé diante da janela panorâmica, ouviu um barulho e se virou ao ver Carolina: - Na hora exata.Carolina lhe entregou a pasta, fingindo relaxamento: - Abra e veja.Os lábios finos de Henrique se comprimiram em uma linha, ele retirou o relatório dos resultados.Um olhar foi suficiente para entender a resposta.Ele franzia a testa intensamente, relaxando em seguida.Deixa pra lá, o que tiver de ser será.Carolina, ao seu lado, na ponta dos pés, espiou o conteúdo do relatório."Compatibilidade de DNA de 99,9%, relação de parentesco confirmada."Um fio se rompeu subitamente dentro de sua mente, Carolina sentiu uma dor aguda no coração, perdendo a clareza de pensamento.Ela estava preparada para este resultado, mas, mesmo assim, era difícil aceitar quando a verdade estava diante dos seus olhos.Ela tropeçou, seu c
Um traço de dor passou pelos olhos de Paola. Ela não disse muito. Apenas acenou com a cabeça, se virou com o semblante triste e foi embora. Quando estava quase chegando à porta, seu corpo acidentalmente bateu na quina da mesa. A pontada de dor fez com que a mulher se curvasse, segurando a barriga com desconforto. Vendo isso, Henrique rapidamente se aproximou de Paola para perguntar:- Está tudo bem? Devo te levar ao hospital?- Não é nada. - Respondeu Paola, olhando para Carolina com um tom carinhoso. - Você e a Srta. Carolina conversem bastante, vou voltar outra hora para te ver.Henrique concordou, pedindo ao Sr. Carlos para levar ela de volta. O rapaz fez uma careta, relutante, mas não se atreveu a dizer nada, lançando um olhar furtivo para a mulher ao lado. Carolina, com os olhos vermelhos, mordeu firmemente o lábio, não querendo parecer uma perdedora na frente de Paola. Ela se manteve ereta, se esforçando para controlar suas emoções. Sr. Carlos, que olhava para ela, de repen
Carolina olhava para a tela do celular, onde se lia “enviado com sucesso”. Uma sensação de alívio invadia seu coração. A partir de agora, ela não precisaria mais aceitar aquela criança nem ver Paola novamente. Ela ansiava por abandonar aquele relacionamento tóxico e viver uma vida normal.Encolhida no sofá, Carolina observava os gansos voando alto no céu através da janela, desejando ser tão livre quanto eles. Quando Antônio a oprimia, seu maior sonho era acumular riquezas e viajar pelo país.Agora, ela tinha dinheiro, mas estava grávida... A vida nunca é perfeita.Carolina, no entanto, estava confusa. Ao mesmo tempo, também se sentia incrivelmente lúcida. Era um paradoxo. Se sentou em silêncio por um instante e ligou para Fernanda para avisar a amiga.- O quê? Você terminou??? - Fernanda exclamou, fazendo Carolina sentir um zumbido no ouvido.- Fale mais baixo, quase fiquei surda.- Desculpe, estou muito empolgada. - Fernanda reconfirmou. - Foi você quem terminou?- Sim. Paola confirmo
Henrique exibia uma expressão sombria e aterrorizante, apertando a caneta em sua mão com tal força que parecia prestes a partir o objeto ao meio.Ele estava completamente abalado.Ao se lembrar do silêncio de Carolina algumas horas antes, Henrique compreendeu subitamente que ela já planejava terminar o relacionamento naquele momento. Essa ideia fez seus olhos adquirirem uma expressão ainda mais assustadora, e uma dor aguda invadiu seu peito, como se uma faca estivesse sendo girada ali.Sr. Carlos, observando à distância, percebeu a turbulência emocional de Henrique e se aproximou com cautela:- Sr. Henrique, talvez seja melhor discutir isso mais detalhadamente com os senhores aqui?- Sr. Henrique, por favor, dê uma chance para a gente. Mais um amigo, mais um apoio.- Se não fosse pelo excesso do Grupo JH, não estaríamos aqui incomodando o senhor.- Exatamente, se o Sr. Henrique nos ajudar a superar esta dificuldade, seremos leais a você no futuro.Os parceiros, pensando ter uma oportun
Carolina planejou cuidadosamente sua fuga. Sua única amiga era Fernanda, e ela se certificara de que esta não se preocupasse por não conseguir contato. Além disso, a reação de Fernanda fora demasiadamente tranquila; ela nem sequer perguntou o motivo.- Então, continuo perguntando a Fernanda?- Não, não precisa mais.- Certo.Henrique e Carlos encerraram a ligação, e ele se dirigiu à Mansão dos Santos.O portão estava trancado e não havia sinais de que alguém estava ali; era evidente que Carolina não tinha passado por lá. Henrique sentiu as pálpebras tremerem violentamente e bateu com força no volante."Brincando de esconde-esconde comigo?Acha mesmo que não posso te encontrar?"Ele dirigiu de volta para a Cidade S e pediu à administração do prédio que verificasse as câmeras de segurança. Nas imagens, viu Carolina pegando um táxi, mas a placa estava um pouco borrada, dificultando a identificação. O gerente do condomínio, querendo ser útil, se ofereceu:- Senhor, conheço alguém na compa
Henrique, com um olhar contido, falou com um tom frio: - Em qual quarto ela está?O dono da pousada olhou para o computador e respondeu: - Um momento, vou verificar.Bruno recolheu o distintivo, lançando um olhar para o homem ao seu lado, mas permaneceu calado.- No segundo andar, quarto número três - Informou o dono da pousada.Henrique, ao ouvir isso, retirou um cigarro do bolso, o acendeu e subiu para o segundo andar. Bruno o seguiu, perguntando: - Você e a Carolina brigaram?Henrique não respondeu, demonstrando nenhuma intenção de conversar.- Vocês reataram o casamento? Já se casaram novamente no civil? Como está a saúde dela recentemente?Henrique se virou para Bruno e questionou: - O que você quer dizer?Bruno tocou o nariz, respondendo: - Nada.Ele estava curioso para saber se Carolina tinha abortado o bebê. Pela reação de Henrique, parecia provável que ela tivesse abortado, mas talvez não tivesse contado a ele. “Como Henrique pode estar tão tranquilo? Afinal, Carolina j
Carolina franzia a testa e dava um passo para trás, tentando se afastar dele. No entanto, Henrique envolveu ela com seu longo braço, puxando ela para perto. Ele olhava para baixo, seus olhos nos dela, e perguntava: - Você vai sair por conta própria ou devo "te ajudar"?Carolina suspirava profundamente, com uma voz especialmente suave, repleta de um sentimento de impotência: - Não me obrigue a isso, podemos nos separar de forma amigável?As palavras "separar de forma amigável" provocaram Henrique. Sem dizer uma palavra, começou a arrastar a grávida para fora. Ela não teve permissão para levar nenhum item de uso pessoal ou bagagem. Carolina lutava ao longo do caminho. Por um lado, não queria voltar com Henrique; por outro, estava preocupada em machucar o bebê em seu ventre, por isso não ousava usar muita força. Sua resistência, naquelas condições, era inofensiva para Henrique. Assim, Carolina foi forçada a voltar para a Cidade S. - Fique aqui e reflita bem. Quero uma resposta satisfa