Um traço de dor passou pelos olhos de Paola. Ela não disse muito. Apenas acenou com a cabeça, se virou com o semblante triste e foi embora. Quando estava quase chegando à porta, seu corpo acidentalmente bateu na quina da mesa. A pontada de dor fez com que a mulher se curvasse, segurando a barriga com desconforto. Vendo isso, Henrique rapidamente se aproximou de Paola para perguntar:- Está tudo bem? Devo te levar ao hospital?- Não é nada. - Respondeu Paola, olhando para Carolina com um tom carinhoso. - Você e a Srta. Carolina conversem bastante, vou voltar outra hora para te ver.Henrique concordou, pedindo ao Sr. Carlos para levar ela de volta. O rapaz fez uma careta, relutante, mas não se atreveu a dizer nada, lançando um olhar furtivo para a mulher ao lado. Carolina, com os olhos vermelhos, mordeu firmemente o lábio, não querendo parecer uma perdedora na frente de Paola. Ela se manteve ereta, se esforçando para controlar suas emoções. Sr. Carlos, que olhava para ela, de repen
Carolina olhava para a tela do celular, onde se lia “enviado com sucesso”. Uma sensação de alívio invadia seu coração. A partir de agora, ela não precisaria mais aceitar aquela criança nem ver Paola novamente. Ela ansiava por abandonar aquele relacionamento tóxico e viver uma vida normal.Encolhida no sofá, Carolina observava os gansos voando alto no céu através da janela, desejando ser tão livre quanto eles. Quando Antônio a oprimia, seu maior sonho era acumular riquezas e viajar pelo país.Agora, ela tinha dinheiro, mas estava grávida... A vida nunca é perfeita.Carolina, no entanto, estava confusa. Ao mesmo tempo, também se sentia incrivelmente lúcida. Era um paradoxo. Se sentou em silêncio por um instante e ligou para Fernanda para avisar a amiga.- O quê? Você terminou??? - Fernanda exclamou, fazendo Carolina sentir um zumbido no ouvido.- Fale mais baixo, quase fiquei surda.- Desculpe, estou muito empolgada. - Fernanda reconfirmou. - Foi você quem terminou?- Sim. Paola confirmo
Henrique exibia uma expressão sombria e aterrorizante, apertando a caneta em sua mão com tal força que parecia prestes a partir o objeto ao meio.Ele estava completamente abalado.Ao se lembrar do silêncio de Carolina algumas horas antes, Henrique compreendeu subitamente que ela já planejava terminar o relacionamento naquele momento. Essa ideia fez seus olhos adquirirem uma expressão ainda mais assustadora, e uma dor aguda invadiu seu peito, como se uma faca estivesse sendo girada ali.Sr. Carlos, observando à distância, percebeu a turbulência emocional de Henrique e se aproximou com cautela:- Sr. Henrique, talvez seja melhor discutir isso mais detalhadamente com os senhores aqui?- Sr. Henrique, por favor, dê uma chance para a gente. Mais um amigo, mais um apoio.- Se não fosse pelo excesso do Grupo JH, não estaríamos aqui incomodando o senhor.- Exatamente, se o Sr. Henrique nos ajudar a superar esta dificuldade, seremos leais a você no futuro.Os parceiros, pensando ter uma oportun
Carolina planejou cuidadosamente sua fuga. Sua única amiga era Fernanda, e ela se certificara de que esta não se preocupasse por não conseguir contato. Além disso, a reação de Fernanda fora demasiadamente tranquila; ela nem sequer perguntou o motivo.- Então, continuo perguntando a Fernanda?- Não, não precisa mais.- Certo.Henrique e Carlos encerraram a ligação, e ele se dirigiu à Mansão dos Santos.O portão estava trancado e não havia sinais de que alguém estava ali; era evidente que Carolina não tinha passado por lá. Henrique sentiu as pálpebras tremerem violentamente e bateu com força no volante."Brincando de esconde-esconde comigo?Acha mesmo que não posso te encontrar?"Ele dirigiu de volta para a Cidade S e pediu à administração do prédio que verificasse as câmeras de segurança. Nas imagens, viu Carolina pegando um táxi, mas a placa estava um pouco borrada, dificultando a identificação. O gerente do condomínio, querendo ser útil, se ofereceu:- Senhor, conheço alguém na compa
Henrique, com um olhar contido, falou com um tom frio: - Em qual quarto ela está?O dono da pousada olhou para o computador e respondeu: - Um momento, vou verificar.Bruno recolheu o distintivo, lançando um olhar para o homem ao seu lado, mas permaneceu calado.- No segundo andar, quarto número três - Informou o dono da pousada.Henrique, ao ouvir isso, retirou um cigarro do bolso, o acendeu e subiu para o segundo andar. Bruno o seguiu, perguntando: - Você e a Carolina brigaram?Henrique não respondeu, demonstrando nenhuma intenção de conversar.- Vocês reataram o casamento? Já se casaram novamente no civil? Como está a saúde dela recentemente?Henrique se virou para Bruno e questionou: - O que você quer dizer?Bruno tocou o nariz, respondendo: - Nada.Ele estava curioso para saber se Carolina tinha abortado o bebê. Pela reação de Henrique, parecia provável que ela tivesse abortado, mas talvez não tivesse contado a ele. “Como Henrique pode estar tão tranquilo? Afinal, Carolina j
Carolina franzia a testa e dava um passo para trás, tentando se afastar dele. No entanto, Henrique envolveu ela com seu longo braço, puxando ela para perto. Ele olhava para baixo, seus olhos nos dela, e perguntava: - Você vai sair por conta própria ou devo "te ajudar"?Carolina suspirava profundamente, com uma voz especialmente suave, repleta de um sentimento de impotência: - Não me obrigue a isso, podemos nos separar de forma amigável?As palavras "separar de forma amigável" provocaram Henrique. Sem dizer uma palavra, começou a arrastar a grávida para fora. Ela não teve permissão para levar nenhum item de uso pessoal ou bagagem. Carolina lutava ao longo do caminho. Por um lado, não queria voltar com Henrique; por outro, estava preocupada em machucar o bebê em seu ventre, por isso não ousava usar muita força. Sua resistência, naquelas condições, era inofensiva para Henrique. Assim, Carolina foi forçada a voltar para a Cidade S. - Fique aqui e reflita bem. Quero uma resposta satisfa
Sem alternativas, Carolina recorreu ao Facebook, onde podia se conectar diretamente usando sua senha. Embora as chances de Fernanda ver a mensagem fossem pequenas, essa era a única opção disponível. Carolina descreveu brevemente a situação e implorou para que sua amiga encontrasse uma maneira de ajudar ela a escapar. No entanto, Fernanda não acessava sua conta há meses e não viu a mensagem de Carolina. Além disso, como a grávida já havia alertado Fernanda de que poderia ficar alguns dias sem contato, esta não suspeitou de nada. Ela simplesmente presumiu que Carolina estava evitando o assédio de Henrique.Os dias se arrastavam, e Carolina passava o tempo dormindo e comendo em casa. Desde o dia da briga, Henrique não havia mais aparecido. Acariando sua barriga, Carolina pensava que era melhor ele não retornar mesmo. Se Henrique a visse de perto novamente, certamente perceberia sua gravidez. tornando sua fuga ainda mais complicada.Quando Carolina começava a perder a esperança de receber
- Só libero a Carolina se você me disser como descobriu isso.Henrique pensava que, após três dias de reflexão, ela teria mudado de ideia.- Foi o Simão da família Braga que me contou - Rodrigo continuou. - Se não fosse por ele, eu nem saberia que você estava sendo tão extremo. Da próxima vez, você vai prender ela?Não se podia tolerar esse tipo de comportamento de Henrique.Uma fúria surgiu nos olhos do homem:- O que ele te disse exatamente?Ele tinha confiscado o celular de Carolina. Como Simão conseguiu entrar em contato com ela e ainda assim informar o Sr. Rodrigo?- Não o incomode, foi só um comentário casual.- Ele disse mais alguma coisa?- A família Medeiros está interessada em um casamento com a família Braga. Os jovens se encontraram uma vez. Heloísa é como uma filha para mim, e Simão me perguntou sobre as preferências dela.Rodrigo admirava a paciência de Simão em cortejar uma garota seriamente. E então, olhou para o mau humor do próprio neto.Henrique logo entendeu o jogo