O fato de Carolina não estar fazendo alvoroço para sair era porque alguém a ajudou a pedir socorro. De que outra maneira ela poderia ficar tão tranquila?Henrique subiu as escadas e abriu a porta do quarto, que estava trancada por dentro.Carolina, ao ouvir o barulho, tentou esconder o laptop, mas Henrique foi mais rápido e a pegou em flagrante. Ela vestia um camisão largo, de corte conservador, cobrindo os joelhos, com suas pernas retas e brancas como leite expostas ao ar. Com sua expressão embaraçada, a mulher parecia um pouco fofa.Henrique, com as mãos nos bolsos da calça, olhou diretamente para ela: - Eu já sei de tudo, você procurou o Simão às escondidas.Carolina reagiu à acusação:- Como assim às escondidas? Se você não me tivesse trancado, eu teria feito isso?Como se ela tivesse feito algo vergonhoso.- Mesmo querendo sair, você não deveria ter pedido ajuda a ele. Já te disse várias vezes, não gosto dele.Entra por um ouvido, sai pelo outro. Sem perceber, ele a tolerou muita
Henrique comentou casualmente:- Pode ser. Estou curioso para ver que tipo de pessoa você consegue encontrar para a Carolina.Rodrigo resmungou, mas a maneira habitual de brincar um com o outro entre avô e neto não foi levada a sério por nenhum dos dois.- Falando sério, depois que a Paola der à luz, eu posso cuidar do bebê para você.Aquela situação não era nada importante para eles. Henrique ficou com uma expressão ligeiramente sombria:- Veremos.- Já estou velho demais para lidar com vocês jovens, faça o que quiser.- Como vai a sua saúde ultimamente?- Relaxa, não vou morrer ainda - Rodrigo pausou. - O Dr. Gilberto trouxe os remédios da próxima semana hoje. A família Ribeiro está ansiosa pela minha morte, então vamos acelerar o plano.Ele estava impaciente, sentindo que quanto mais demorasse, pior seria para o Grupo Mendonça. Tendo sido soldado por mais de trinta anos, não hesitaria em entrar em uma luta real, se necessário:- Acha mesmo que vou me esconder e atirar flechas? O que
Carolina saiu do hospital, se sentou no carro e começou a procurar por piscinas próximas enquanto aguardava a resposta de Simão. A sete quilômetros de distância da sua empresa, havia uma piscina de alto padrão. Ela verificou o preço, e era dez vezes maior do que o de uma comum. Mesmo assim, decidiu reservar um horário para experimentar.Depois de esperar por cerca de meia hora no carro, Simão, que parecia ter desaparecido de repente, não respondeu.Ela enviou outra mensagem, confusa.“Se você está ocupado, podemos marcar para outra hora.”Cerca de dez minutos depois, o celular tocou.- Desculpe, surgiu um imprevisto. Podemos nos encontrar às cinco da tarde, tudo bem?Carolina aceitou sem hesitar:- Tudo bem.Ela encontrou um restaurante casual para almoçar e depois voltou para a empresa. Checando o desempenho da sua companhia, percebeu que havia melhorado bastante. Metade do sucesso se devia ao contrato assinado na França. A outra metade vinha dos clientes que Henrique havia apresentad
Paola sorriu levemente, retirando o elástico de cabelo do pulso e prendendo o cabelo de maneira preguiçosa: - Não precisa ficar tão tensa, eu não tenho más intenções.Carolina não conseguiu evitar revirar os olhos:- Sem más intenções? Admiro sua capacidade de falar mentiras de olhos abertos.Paola mantinha sempre uma postura calma, com uma atitude pacífica e bondosa, como se estivesse acima dos conflitos mundanos. Quem a não conhecesse poderia pensar que essa era sua verdadeira face.Percebendo que Carolina não estava caindo em sua conversa, Paola mudou de tática, intensificando seu tom. Ela olhou para a mulher com uma expressão gentil, mas seus olhos brilhavam com provocação.- Meu filho vai nascer em breve, e depois preciso que você cuide bem dele e do Henrique.Carolina ergueu as sobrancelhas, respondendo friamente:- Eu e Henrique acabamos, não precisa se preocupar comigo, você consegue se virar.Paola ficou surpresa, a felicidade veio tão repentinamente que ela repetiu, incrédul
Carolina murmurou um palavrão baixinho e mergulhou rapidamente para salvar Paola. Ela detestava aquela garota; tanto que chegou a pensar em ignorar a sigutação e deixar ela se afogar.Mas sua consciência não lhe permitia fazer isso.A maior diferença entre o bem e o mal reside no fato de que o primeiro consegue controlar o pequeno demônio interior, enquanto o segundo se entrega à ganância.Quem diria que, assim que Carolina segurou o braço de Paola, pensando em puxar ela para cima, foi arrastada violentamente para baixo no instante seguinte. Carolina engoliu uma grande quantidade de água e se esforçou para se estabilizar. Quando abriu os olhos, viu Paola agarrada a ela, os cabelos flutuando ao redor, com um sorriso sinistro no rosto pálido, encarando ela diretamente. Era uma cena assustadora e macabra, digna de um filme de terror.Carolina sentiu um calafrio. Ela havia sido enganada! Paola sabia nadar! E muito bem!Carolina se arrependeu de ter sido misericordiosa. Percebendo a armadi
Carolina se aproximou de Paola e parou a seu lado. Desafiadora, a vilã pediu desculpas de forma gentil:- Desculpe, eu não sei nadar. Talvez tenha me empolgado demais na água e, sem querer, puxei você. Você não vai se importar, não é?- Eu me importo.- E o que a Srta. Carolina gostaria de fazer?- Uma bofetada seria suficiente.Paola conteve a raiva, mas antes que pudesse dizer algo mais, Carolina já havia erguido a mão.Um som claro e forte ressoou. Carolina deu um tapa com toda a sua força, sem piedade. O lado esquerdo do rosto de Paola ficou visivelmente inchado e vermelho.- Carolina, o que você está fazendo!Henrique gritou enfurecido, avançando rapidamente. Ela já estava se envolvendo com estranhos em público e agora aprendeu a bater nas pessoas. Carolina encarou o homem que surgiu repentinamente, respondendo friamente ao seu olhar inquisitivo:- Estou batendo em alguém. Não viu? Quer que eu repita?Henrique franziu a testa:- Fale direito comigo.- Se quer que a Carolininha fal
Simão, sem esperar a resposta de Henrique, se virou para seguir Carolina. Antes de ir, ele lançou um olhar carregado de advertência para Paola, que com o olhar vacilante, desviou o rosto, evitando sua mira. Henrique assistiu impotente enquanto o jovem e a mulher saíam lado a lado. Ele, incapaz de conter sua raiva, bateu repetidamente no apoio ao seu lado, até a palma da mão ficar ferida. Paola se aproximou alguns passos, fingindo preocupação:- Você deveria ir atrás da Srta. Carolina, eu fico bem sozinha.- Você está bem? - Henrique viu através de suas intenções, com um olhar profundo e penetrante. - Não foi você quem me chamou aqui para assistir a essa cena?- Como você pode pensar assim de mim... Eu nem sabia que o Simão viria. - Paola parecia extremamente abalada, com os olhos úmidos brilhando. Essa afirmação era verdadeira; o encontro foi realmente uma surpresa.- Chega, não quero ouvir isso.- Henrique, eu queria ir ao hospital verificar, mas não trouxe meu carro. Você poderia
Mansão dos Santos.Carolina retirou as roupas lavadas da máquina e as pendurou no varal do terraço, peça por peça.A luz morna envolvia seu corpo, lembrando uma esposa dedicada em suas tarefas domésticas, aguardando o retorno do marido, numa cena acolhedora e encantadora.Henrique, ao ver aquela cena, sentiu o coração acelerar, uma imagem que era distante há tempos.Ele estacionou o carro e caminhou para até o quintal.Carolina, após lavar uma maçã para comer, ergueu os olhos e se deparou com a figura do homem, logo, sentiu seu coração apertado. Sem pensar, rapidamente jogou a maçã fora e correu para o segundo andar para trocar de roupa.A camisola que ela estava usando era justa demais.- Espere. - Chamou Henrique com a voz grave.Carolina não hesitou, subindo as escadas apressadamente.Com passos largos, Henrique rapidamente a alcançou, segurando delicadamente seu pulso, enquanto sua mão repousava suavemente sobre a barriga dela. Seu olhar se intensificou, revelando uma mistura de