Carolina saiu do hospital, se sentou no carro e começou a procurar por piscinas próximas enquanto aguardava a resposta de Simão. A sete quilômetros de distância da sua empresa, havia uma piscina de alto padrão. Ela verificou o preço, e era dez vezes maior do que o de uma comum. Mesmo assim, decidiu reservar um horário para experimentar.Depois de esperar por cerca de meia hora no carro, Simão, que parecia ter desaparecido de repente, não respondeu.Ela enviou outra mensagem, confusa.“Se você está ocupado, podemos marcar para outra hora.”Cerca de dez minutos depois, o celular tocou.- Desculpe, surgiu um imprevisto. Podemos nos encontrar às cinco da tarde, tudo bem?Carolina aceitou sem hesitar:- Tudo bem.Ela encontrou um restaurante casual para almoçar e depois voltou para a empresa. Checando o desempenho da sua companhia, percebeu que havia melhorado bastante. Metade do sucesso se devia ao contrato assinado na França. A outra metade vinha dos clientes que Henrique havia apresentad
Paola sorriu levemente, retirando o elástico de cabelo do pulso e prendendo o cabelo de maneira preguiçosa: - Não precisa ficar tão tensa, eu não tenho más intenções.Carolina não conseguiu evitar revirar os olhos:- Sem más intenções? Admiro sua capacidade de falar mentiras de olhos abertos.Paola mantinha sempre uma postura calma, com uma atitude pacífica e bondosa, como se estivesse acima dos conflitos mundanos. Quem a não conhecesse poderia pensar que essa era sua verdadeira face.Percebendo que Carolina não estava caindo em sua conversa, Paola mudou de tática, intensificando seu tom. Ela olhou para a mulher com uma expressão gentil, mas seus olhos brilhavam com provocação.- Meu filho vai nascer em breve, e depois preciso que você cuide bem dele e do Henrique.Carolina ergueu as sobrancelhas, respondendo friamente:- Eu e Henrique acabamos, não precisa se preocupar comigo, você consegue se virar.Paola ficou surpresa, a felicidade veio tão repentinamente que ela repetiu, incrédul
Carolina murmurou um palavrão baixinho e mergulhou rapidamente para salvar Paola. Ela detestava aquela garota; tanto que chegou a pensar em ignorar a sigutação e deixar ela se afogar.Mas sua consciência não lhe permitia fazer isso.A maior diferença entre o bem e o mal reside no fato de que o primeiro consegue controlar o pequeno demônio interior, enquanto o segundo se entrega à ganância.Quem diria que, assim que Carolina segurou o braço de Paola, pensando em puxar ela para cima, foi arrastada violentamente para baixo no instante seguinte. Carolina engoliu uma grande quantidade de água e se esforçou para se estabilizar. Quando abriu os olhos, viu Paola agarrada a ela, os cabelos flutuando ao redor, com um sorriso sinistro no rosto pálido, encarando ela diretamente. Era uma cena assustadora e macabra, digna de um filme de terror.Carolina sentiu um calafrio. Ela havia sido enganada! Paola sabia nadar! E muito bem!Carolina se arrependeu de ter sido misericordiosa. Percebendo a armadi
Carolina se aproximou de Paola e parou a seu lado. Desafiadora, a vilã pediu desculpas de forma gentil:- Desculpe, eu não sei nadar. Talvez tenha me empolgado demais na água e, sem querer, puxei você. Você não vai se importar, não é?- Eu me importo.- E o que a Srta. Carolina gostaria de fazer?- Uma bofetada seria suficiente.Paola conteve a raiva, mas antes que pudesse dizer algo mais, Carolina já havia erguido a mão.Um som claro e forte ressoou. Carolina deu um tapa com toda a sua força, sem piedade. O lado esquerdo do rosto de Paola ficou visivelmente inchado e vermelho.- Carolina, o que você está fazendo!Henrique gritou enfurecido, avançando rapidamente. Ela já estava se envolvendo com estranhos em público e agora aprendeu a bater nas pessoas. Carolina encarou o homem que surgiu repentinamente, respondendo friamente ao seu olhar inquisitivo:- Estou batendo em alguém. Não viu? Quer que eu repita?Henrique franziu a testa:- Fale direito comigo.- Se quer que a Carolininha fal
Simão, sem esperar a resposta de Henrique, se virou para seguir Carolina. Antes de ir, ele lançou um olhar carregado de advertência para Paola, que com o olhar vacilante, desviou o rosto, evitando sua mira. Henrique assistiu impotente enquanto o jovem e a mulher saíam lado a lado. Ele, incapaz de conter sua raiva, bateu repetidamente no apoio ao seu lado, até a palma da mão ficar ferida. Paola se aproximou alguns passos, fingindo preocupação:- Você deveria ir atrás da Srta. Carolina, eu fico bem sozinha.- Você está bem? - Henrique viu através de suas intenções, com um olhar profundo e penetrante. - Não foi você quem me chamou aqui para assistir a essa cena?- Como você pode pensar assim de mim... Eu nem sabia que o Simão viria. - Paola parecia extremamente abalada, com os olhos úmidos brilhando. Essa afirmação era verdadeira; o encontro foi realmente uma surpresa.- Chega, não quero ouvir isso.- Henrique, eu queria ir ao hospital verificar, mas não trouxe meu carro. Você poderia
Mansão dos Santos.Carolina retirou as roupas lavadas da máquina e as pendurou no varal do terraço, peça por peça.A luz morna envolvia seu corpo, lembrando uma esposa dedicada em suas tarefas domésticas, aguardando o retorno do marido, numa cena acolhedora e encantadora.Henrique, ao ver aquela cena, sentiu o coração acelerar, uma imagem que era distante há tempos.Ele estacionou o carro e caminhou para até o quintal.Carolina, após lavar uma maçã para comer, ergueu os olhos e se deparou com a figura do homem, logo, sentiu seu coração apertado. Sem pensar, rapidamente jogou a maçã fora e correu para o segundo andar para trocar de roupa.A camisola que ela estava usando era justa demais.- Espere. - Chamou Henrique com a voz grave.Carolina não hesitou, subindo as escadas apressadamente.Com passos largos, Henrique rapidamente a alcançou, segurando delicadamente seu pulso, enquanto sua mão repousava suavemente sobre a barriga dela. Seu olhar se intensificou, revelando uma mistura de
- Vamos deixar isso de lado por enquanto. - Disse Henrique. Henrique, naturalmente, também não queria seguir esse caminho, mas sentia ser difícil esclarecer a situação no momento. Assim, decidiu adiar a conversa.- Você estava falando sério agora há pouco? - Perguntou Henrique, segurando a mão de Carolina e se sentando no sofá. - O quê? - Indagou Carolina.- Sobre escolher entre o filho da Paola e você. - Respondeu Henrique. Carolina olhou nos olhos escuros dele, resoluta. - Sim. - Respondeu Carolina. - Por quê? - Indagou Henrique, confuso. - Não posso tolerar o menor defeito. - Explicou Carolina. Ela ao menos tentou, mas realmente era impossível.Se a criança fosse de antes de Henrique estar com ela, não se sentiria enojada.Mas o problema é que essa criança foi concebida durante o casamento deles.Aquela noite foi um acidente então, por que deveriam assumir responsabilidade por uma criança concebida acidentalmente?Ela não entendia, tampouco compreendia o comportamento dele.A
Após ter lidado com Heloísa ao meio-dia e ido à piscina à tarde, Henrique estava realmente exausto.Carolina pegou as chaves do carro e desceu, percebendo que Henrique a encarava com um olhar especialmente gelado.- O que está acontecendo? - Perguntou Carolina, confusa. - De quem é o açúcar que está sobre a mesa? - Questionou Henrique.- É do Simão. - Respondeu Carolina. - Não pegue as coisas dele. Ele não tem boas intenções. - Ordenou Henrique.- Certo, então presumo que você também não queira o filho da Paola. - Disse Carolina. Diante das circunstâncias, Carolina decidiu não se conter mais e falar o que viesse à mente, contanto que isso a fizesse feliz.- Vamos, dirija. - Disse Henrique, reconhecendo seu erro e encerrando a conversa imediatamente.- Maldito cafajeste. - Murmurou Carolina. Henrique ficou sem palavras.Enquanto dirigia, Carolina mostrava total concentração, demonstrando habilidade até quando era ultrapassada, sem se perturbar.Henrique sentia um alívio, sua pequena