Carolina franzia a testa e dava um passo para trás, tentando se afastar dele. No entanto, Henrique envolveu ela com seu longo braço, puxando ela para perto. Ele olhava para baixo, seus olhos nos dela, e perguntava: - Você vai sair por conta própria ou devo "te ajudar"?Carolina suspirava profundamente, com uma voz especialmente suave, repleta de um sentimento de impotência: - Não me obrigue a isso, podemos nos separar de forma amigável?As palavras "separar de forma amigável" provocaram Henrique. Sem dizer uma palavra, começou a arrastar a grávida para fora. Ela não teve permissão para levar nenhum item de uso pessoal ou bagagem. Carolina lutava ao longo do caminho. Por um lado, não queria voltar com Henrique; por outro, estava preocupada em machucar o bebê em seu ventre, por isso não ousava usar muita força. Sua resistência, naquelas condições, era inofensiva para Henrique. Assim, Carolina foi forçada a voltar para a Cidade S. - Fique aqui e reflita bem. Quero uma resposta satisfa
Sem alternativas, Carolina recorreu ao Facebook, onde podia se conectar diretamente usando sua senha. Embora as chances de Fernanda ver a mensagem fossem pequenas, essa era a única opção disponível. Carolina descreveu brevemente a situação e implorou para que sua amiga encontrasse uma maneira de ajudar ela a escapar. No entanto, Fernanda não acessava sua conta há meses e não viu a mensagem de Carolina. Além disso, como a grávida já havia alertado Fernanda de que poderia ficar alguns dias sem contato, esta não suspeitou de nada. Ela simplesmente presumiu que Carolina estava evitando o assédio de Henrique.Os dias se arrastavam, e Carolina passava o tempo dormindo e comendo em casa. Desde o dia da briga, Henrique não havia mais aparecido. Acariando sua barriga, Carolina pensava que era melhor ele não retornar mesmo. Se Henrique a visse de perto novamente, certamente perceberia sua gravidez. tornando sua fuga ainda mais complicada.Quando Carolina começava a perder a esperança de receber
- Só libero a Carolina se você me disser como descobriu isso.Henrique pensava que, após três dias de reflexão, ela teria mudado de ideia.- Foi o Simão da família Braga que me contou - Rodrigo continuou. - Se não fosse por ele, eu nem saberia que você estava sendo tão extremo. Da próxima vez, você vai prender ela?Não se podia tolerar esse tipo de comportamento de Henrique.Uma fúria surgiu nos olhos do homem:- O que ele te disse exatamente?Ele tinha confiscado o celular de Carolina. Como Simão conseguiu entrar em contato com ela e ainda assim informar o Sr. Rodrigo?- Não o incomode, foi só um comentário casual.- Ele disse mais alguma coisa?- A família Medeiros está interessada em um casamento com a família Braga. Os jovens se encontraram uma vez. Heloísa é como uma filha para mim, e Simão me perguntou sobre as preferências dela.Rodrigo admirava a paciência de Simão em cortejar uma garota seriamente. E então, olhou para o mau humor do próprio neto.Henrique logo entendeu o jogo
O fato de Carolina não estar fazendo alvoroço para sair era porque alguém a ajudou a pedir socorro. De que outra maneira ela poderia ficar tão tranquila?Henrique subiu as escadas e abriu a porta do quarto, que estava trancada por dentro.Carolina, ao ouvir o barulho, tentou esconder o laptop, mas Henrique foi mais rápido e a pegou em flagrante. Ela vestia um camisão largo, de corte conservador, cobrindo os joelhos, com suas pernas retas e brancas como leite expostas ao ar. Com sua expressão embaraçada, a mulher parecia um pouco fofa.Henrique, com as mãos nos bolsos da calça, olhou diretamente para ela: - Eu já sei de tudo, você procurou o Simão às escondidas.Carolina reagiu à acusação:- Como assim às escondidas? Se você não me tivesse trancado, eu teria feito isso?Como se ela tivesse feito algo vergonhoso.- Mesmo querendo sair, você não deveria ter pedido ajuda a ele. Já te disse várias vezes, não gosto dele.Entra por um ouvido, sai pelo outro. Sem perceber, ele a tolerou muita
Henrique comentou casualmente:- Pode ser. Estou curioso para ver que tipo de pessoa você consegue encontrar para a Carolina.Rodrigo resmungou, mas a maneira habitual de brincar um com o outro entre avô e neto não foi levada a sério por nenhum dos dois.- Falando sério, depois que a Paola der à luz, eu posso cuidar do bebê para você.Aquela situação não era nada importante para eles. Henrique ficou com uma expressão ligeiramente sombria:- Veremos.- Já estou velho demais para lidar com vocês jovens, faça o que quiser.- Como vai a sua saúde ultimamente?- Relaxa, não vou morrer ainda - Rodrigo pausou. - O Dr. Gilberto trouxe os remédios da próxima semana hoje. A família Ribeiro está ansiosa pela minha morte, então vamos acelerar o plano.Ele estava impaciente, sentindo que quanto mais demorasse, pior seria para o Grupo Mendonça. Tendo sido soldado por mais de trinta anos, não hesitaria em entrar em uma luta real, se necessário:- Acha mesmo que vou me esconder e atirar flechas? O que
Carolina saiu do hospital, se sentou no carro e começou a procurar por piscinas próximas enquanto aguardava a resposta de Simão. A sete quilômetros de distância da sua empresa, havia uma piscina de alto padrão. Ela verificou o preço, e era dez vezes maior do que o de uma comum. Mesmo assim, decidiu reservar um horário para experimentar.Depois de esperar por cerca de meia hora no carro, Simão, que parecia ter desaparecido de repente, não respondeu.Ela enviou outra mensagem, confusa.“Se você está ocupado, podemos marcar para outra hora.”Cerca de dez minutos depois, o celular tocou.- Desculpe, surgiu um imprevisto. Podemos nos encontrar às cinco da tarde, tudo bem?Carolina aceitou sem hesitar:- Tudo bem.Ela encontrou um restaurante casual para almoçar e depois voltou para a empresa. Checando o desempenho da sua companhia, percebeu que havia melhorado bastante. Metade do sucesso se devia ao contrato assinado na França. A outra metade vinha dos clientes que Henrique havia apresentad
Paola sorriu levemente, retirando o elástico de cabelo do pulso e prendendo o cabelo de maneira preguiçosa: - Não precisa ficar tão tensa, eu não tenho más intenções.Carolina não conseguiu evitar revirar os olhos:- Sem más intenções? Admiro sua capacidade de falar mentiras de olhos abertos.Paola mantinha sempre uma postura calma, com uma atitude pacífica e bondosa, como se estivesse acima dos conflitos mundanos. Quem a não conhecesse poderia pensar que essa era sua verdadeira face.Percebendo que Carolina não estava caindo em sua conversa, Paola mudou de tática, intensificando seu tom. Ela olhou para a mulher com uma expressão gentil, mas seus olhos brilhavam com provocação.- Meu filho vai nascer em breve, e depois preciso que você cuide bem dele e do Henrique.Carolina ergueu as sobrancelhas, respondendo friamente:- Eu e Henrique acabamos, não precisa se preocupar comigo, você consegue se virar.Paola ficou surpresa, a felicidade veio tão repentinamente que ela repetiu, incrédul
Carolina murmurou um palavrão baixinho e mergulhou rapidamente para salvar Paola. Ela detestava aquela garota; tanto que chegou a pensar em ignorar a sigutação e deixar ela se afogar.Mas sua consciência não lhe permitia fazer isso.A maior diferença entre o bem e o mal reside no fato de que o primeiro consegue controlar o pequeno demônio interior, enquanto o segundo se entrega à ganância.Quem diria que, assim que Carolina segurou o braço de Paola, pensando em puxar ela para cima, foi arrastada violentamente para baixo no instante seguinte. Carolina engoliu uma grande quantidade de água e se esforçou para se estabilizar. Quando abriu os olhos, viu Paola agarrada a ela, os cabelos flutuando ao redor, com um sorriso sinistro no rosto pálido, encarando ela diretamente. Era uma cena assustadora e macabra, digna de um filme de terror.Carolina sentiu um calafrio. Ela havia sido enganada! Paola sabia nadar! E muito bem!Carolina se arrependeu de ter sido misericordiosa. Percebendo a armadi