Henrique não falou imediatamente; ele ponderou por um momento, com seus olhos escuros fixos em Carolina:- Você quer ouvir a verdade?Naquele momento, Carolina adivinhou a resposta dele, mas não desistiu.- Sim, quero ouvir a verdade. Diga o que realmente pensa.- Paola tem problemas de saúde e, além disso, está grávida de seis meses. Agora, não pode fazer um aborto. Se a criança for minha, não posso abandonar. Não tive pais para me proteger na infância, e minha vida foi muito difícil. Não quero que meu filho passe por isso, sozinho e sem cuidados. - Henrique fez uma pausa e disse. - Eu quero ser um pai responsável. Carolininha, consegue entender meus sentimentos?Carolina, frustrada, respondeu: - Você está sendo responsável, e o que vai acontecer com o nosso filho?- Enquanto não contarmos, ele nunca saberá.- Henrique! - Carolina, furiosa, exclamou. - Nosso filho ainda nem nasceu, e você já planeja mentir para ele?Que perspicácia, usada até mesmo contra a própria família!Henrique
O olhar de Simão se desviou lentamente do notebook para o rosto dela.Ela possuía traços delicados, pele branca com um leve rubor e longos cílios curvos que caíam sobre as pálpebras, lhe conferindo uma aparência dócil.Neste dia, ela se vestia de maneira mais madura, mas devido ao tamanho grande das roupas, que escondiam intencionalmente sua barriga de grávida, o conjunto parecia um tanto desproporcional.- Vamos começar - Disse Simão, se recostando na cadeira e falando de repente.Médicos vestidos com jalecos brancos saíram de uma sala ao lado e levaram Carolina para a sala adjacente.Na sala, se encontravam um ultrassom e muitos outros equipamentos, todos preparados antecipadamente. Os médicos examinaram Carolina habilmente.- Agora podemos coletar o líquido amniótico - Afirmou um deles.- Certo - Respondeu Simão, pausando por um momento. - Ela não perceberá a picada depois de acordar, certo?- Não, ela não perceberá. Em nossa Cidade A, adotamos uma nova técnica para exames invasivo
Vasco ficou atônito: - O avô estava bem até um mês atrás, como pode ser que...- Insuficiência de órgãos grave.- Você me impediu de ver o avô há um mês, e agora, bem, terei poucas oportunidades de falar com ele! Deve ser porque você não cuidou bem dele, certo? Henrique, você é realmente egoísta!Nos olhos de Vasco, ira e frustração transbordavam, como se quisesse furar Henrique com o olhar.Henrique permaneceu inexpressivo, com uma voz serena: - Não me force a te bater.Vasco sentiu um arrepio percorrer seu braço; ele temia aquela expressão indiferente de Henrique.Henrique sempre cumpria o que dizia, sem medo de nada.Parecia tão forte que nada poderia o derrubar.Um verdadeiro ar de imperador.Em comparação, Vasco se sentia como uma formiga, insignificante e pequena.Eternamente pisoteado.Desesperado, Vasco foi embora.Ele precisava salvar seu pai com suas próprias habilidades!O avô sempre favoreceu Henrique, talvez depois que ele partisse, as coisas se tornassem mais fáceis par
O homem sabia que não podia deixar o diretor escapar. Ao perceber que o diretor estava prestes a correr, agarrou pela roupa, tapou a boca e o arrastou para dentro da escada de incêndio.O diretor, já idoso, não possuía forças para resistir e foi brutalmente arrastado até o último andar.Após gritos aterrorizantes, foi jogado do último andar, perdendo todos os sinais de vida ao bater violentamente no chão.À noite, um comunicado foi emitido.“Sob imensa pressão, o diretor escolheu pular do prédio e se suicidar.”Dr. Gilberto, ao olhar o comunicado, se sentia tomado pelo medo, pela culpa e pela inquietação.Será que ele seria a próxima vítima?Deveria confessar tudo a Henrique, na esperança de redimir seus crimes e encontrar uma saída para aquela situação desesperadora?Não, não, não!Não poderia ser ele, que sempre fora tão obediente.Sua esposa e filho ainda estavam nas mãos deles; precisava persistir...Três dias depois, Carolina retornou ao país.Quando o avião aterrizou, enviou uma
Mansão dos BragaHeloísa, vestida com um vestido de princesa e maquiagem delicada, se sentava corretamente diante de Hélio, falando ocasionalmente algumas palavras e mantendo sempre a postura.Hélio se mostrava bastante satisfeito com ela.Se as famílias Medeiros e Braga pudessem se unir por meio de um casamento, ele aceitaria de bom grado.Os dois jovens, da mesma idade, pareciam combinar perfeitamente.Até então, ele não encontrara ninguém mais adequada do que Heloísa.- Senhor, o jovem mestre retornou - Disse o mordomo ao ouvido de Hélio.- O traga aqui.Simão, sempre com um sorriso cordial, olhou para os presentes: - Desculpem, acabei de desembarcar e me atrasei um pouco. Obrigado por esperarem.- Não há problema - Disse o Sr. Benjamin, sorrindo ao fazer as honras. - Esta é nossa filha Heloísa.- Prazer. - Heloísa cumprimentou Simão educadamente, o observando com ousadia.Ele era atraente e tinha uma aparência limpa, distinta daqueles homens teimosos.Simão acenou levemente com a
Carolina amoleceu seu coração.- Vai lá e desliga a luz.Henrique respondeu e se levantou para apagar a luz.A escuridão envolveu o quarto, e Carolina, sentindo a invasão dele, soltou um gemido involuntário: - Mais devagar...O suor na testa de Henrique escorreu e caiu na clavícula de Carolina. Com voz rouca, ele disse:- Tudo bem.Homens na cama são seres guiados pelo instinto, ainda mais sob o efeito do álcool, ele não percebeu nada de diferente.Mas, de fato, foi mais suave.Ainda assim, durou muito tempo.Até que, finalmente, os lençóis estavam encharcados e eles adormeceram lentamente.No dia seguinte, Carolina acordou sem energia, exausta.Henrique a olhou com carinho e insistiu para que ela não fosse à empresa nos próximos dias para descansar.Carolina concordou, já que não havia nada urgente no Grupo Santos, ela decidiu tirar alguns dias de folga.Henrique pretendia sair mais cedo do trabalho para ir ao cinema com Carolina, já que um bom filme de terror havia sido lançado rece
Ao ouvir aquelas palavras, Carolina se sentiu culpada. Ela fingiu não ter ouvido e continuou a escovar os dentes. ...Zeca recebeu uma ligação do Dr. Gilberto. Após ouvir o que ele tinha a dizer, ficou abalado.- Você tem certeza de que não cometeu algum engano? - Perguntou Zeca.- A criança da Sra. Paola tem uma deficiência. O bebê que ela vai dar à luz provavelmente terá problemas de inteligência.Zeca ficou sem palavras, não esperava que Paola fosse tão decepcionante. Problemas de inteligência; isso não significa que a criança terá uma deficiência mental?- E a criança de Carolina, está bem?- Está bem, um pouco fraca, mas saudável em todos os aspectos.- Você sabe o que fazer, certo? - Zeca ameaçou.- Sei... - Dr. Gilberto tremia, com medo entorpecido. - Guardarei esse segredo e não o contarei a mais ninguém.- Você está sendo sensato.- Posso ver minha esposa e filho agora?- Não venha com condições. Assim que Rodrigo morrer, eu os libertarei.Dr. Gilberto mordeu o lábio, sem o
Sr. Carlos ficou sem palavras... Parecia fazer sentido.- Pronto, não se preocupe mais com nosso assunto. - Desinteressada, ela pegou a pasta e adentrou o escritório.Henrique, de pé diante da janela panorâmica, ouviu um barulho e se virou ao ver Carolina: - Na hora exata.Carolina lhe entregou a pasta, fingindo relaxamento: - Abra e veja.Os lábios finos de Henrique se comprimiram em uma linha, ele retirou o relatório dos resultados.Um olhar foi suficiente para entender a resposta.Ele franzia a testa intensamente, relaxando em seguida.Deixa pra lá, o que tiver de ser será.Carolina, ao seu lado, na ponta dos pés, espiou o conteúdo do relatório."Compatibilidade de DNA de 99,9%, relação de parentesco confirmada."Um fio se rompeu subitamente dentro de sua mente, Carolina sentiu uma dor aguda no coração, perdendo a clareza de pensamento.Ela estava preparada para este resultado, mas, mesmo assim, era difícil aceitar quando a verdade estava diante dos seus olhos.Ela tropeçou, seu c