Depois de percorrerem uma seção inteira do shopping, Lavínia finalmente se acalmou um pouco. Seus passos, antes determinados e frenéticos, agora eram mais lentos e pesados, como se o peso de todas aquelas compras estivesse finalmente começando a afetá-la.- Jaqueline, por que você não me impediu? - Lavínia estava à beira das lágrimas, sentindo-se prestes a desabar, o que parecia inevitável depois da tempestade de emoções e impulsos do dia.- Não me culpe agora, querida! Eu te acompanhei o tempo todo, mas você me deu alguma chance de te impedir? - Jaqueline ainda se lembrava claramente da cena de Lavínia enlouquecida nas compras. Cada tentativa de dissuadir Lavínia era prontamente reprimida, e qualquer um que tentasse se interpor era tratado com uma combinação de desespero e determinação inabalável.- Lavínia, não é por nada não, mas você foi um tanto impulsiva! Entrar em uma loja e pedir para embalar todas as roupas sem experimentar nenhuma delas, comprando todos os tamanhos possíveis,
- Deixa para lá, Jaque, eu não espero mais nada... Depois de tanto tempo de compras, estou com fome, vamos comer primeiro e deixamos o resto para depois. - A voz de Lavínia estava cheia de cansaço, mas também de uma determinação resignada. Antes de estar com Simão, Lavínia tinha um jeito despreocupado, não se importava com a opinião dos outros, desde que vivesse sua própria vida e fosse feliz. Por isso, comer e beber eram realmente prioridades para Lavínia. Ela era uma mulher vibrante, sempre em busca de alegria e satisfação em pequenas coisas como uma boa refeição ou uma bebida refrescante.Mas desde que começou a namorar Simão, Lavínia colocou ele em primeiro lugar, apenas para ser cruelmente confrontada pela realidade. Como isso não poderia deixar Lavínia desapontada e com o coração partido? Ela se dedicou tanto a ele, apenas para ser deixada de lado como um objeto descartável.- Lavínia, você está bem? - Jaqueline perguntou, com preocupação genuína. Ela observava atentamente cada
As palavras aparentemente ameaçadoras de Lavínia fizeram Jaqueline balançar a cabeça em resignação, soltando um suspiro. - Tá, tudo bem. - Murmurou para si mesma. Ela só tinha sugerido que o ambiente bonito do restaurante seria ótimo para tirar fotos, mas acabou se colocando em apuros. Jaqueline não era contra tirar fotos, mas muitos anos atrás, naquela casa da família Amorim, ela havia sido constantemente menosprezada e ridicularizada, o que deixou sua autoconfiança quase inexistente diante das câmeras. Ela não podia evitar a sensação de desconforto quando alguém apontava uma câmera em sua direção.Quando chegaram ao restaurante, já era hora do almoço e o lugar estava lotado, com uma fila que se estendia até a calçada. Jaqueline olhou ao redor, sentindo-se um pouco intimidada pela multidão, enquanto Lavínia observava a agitação com um misto de impaciência e determinação.Jaqueline pensou em esperar do lado de fora com Lavínia até que um garçom viesse chamá-las, mas depois que Lavíni
Hotel Império, na Suíte Presidencial.A sala estava impregnada com um odor nauseante, resultado da intimidade entre homem e mulher.Jaqueline Amorim olhava para o casal abraçado, um sorriso irônico brincava em seus lábios. Ela cerrava os punhos, pensando que se não fosse pelo fato de que amanhã iria se casar e estava ali para entregar o terno a Luís Pereira, ela ainda estaria no escuro.Ela realmente jogou fora os últimos cinco anos da juventude dela!- Mana... Eu e o Luís estamos realmente apaixonados... Por favor, nos dê sua bênção! Nos deixe ficar juntos! - Joana Amorim, com o rosto pálido e as lágrimas escorrendo, implorava, se agarrando desesperadamente ao pescoço do homem.O homem franzia levemente a testa, abraçando a mulher em seus braços como se temesse que ela fosse se machucar.Ele ergueu suas mãos grandes e esguias, batendo suavemente nas costas de Joana, suspirando:- Joana, quantas vezes eu te disse, a pessoa que eu amo é você. Por que está pedindo a ela?A voz gentil rev
Um nariz alto e reto, lábios finos, sobrancelhas afiadas como espadas que se inclinaram elegantemente em direção às têmporas e algumas mechas de cabelo negro caíam desordenadamente sobre o rosto perfeito. Naquele momento, as sobrancelhas se arquearam com desprezo pelo mundo, revelando um orgulho supremo. Os olhos profundos emanaram um brilho frio e penetrante, criando uma opressão incessante.Um homem observou a garota à sua frente, que exibiu uma expressão surpresa. Seu olhar se aprofundou gradualmente, com um lampejo quase imperceptível de intensidade.Naquele momento, o coração dele bateu incrivelmente rápido. Pela primeira vez em seus 28 anos, ele sentiu uma reação em relação a uma mulher. Seu corpo imponente se inclinou para frente, o rosto bonito e esculpido se aproximou da garota. Um sorriso irônico surgiu em seus lábios. - Você está se fazendo de vítima?- Quem estava se fazendo de vítima você! Sua família inteira uma farsa! - Jaqueline recuperou a compostura e soltou uma
O homem com uma expressão serena e lábios finos entreabertos disse: - Vou guardar a certidão de casamento primeiro. Enquanto falava, ele tirou a certidão das mãos de Jaqueline. Jaqueline, um tanto distraída, observou enquanto o homem pegava a certidão de casamento. Engolindo a seco com dificuldade, ela perguntou levemente: - Seu nome é Valentino Lopes?Quando ela olhou para a certidão de casamento, viu o nome do homem.O homem lançou um olhar suave para ela, fez um som de aprovação, como resposta. Em seguida ele ordenou a Ian: - Ian, vai levar a senhora para casa primeiro. Um brilho de sorriso piscava nos olhos do homem.O rosto de Jaqueline corou ligeiramente ao ouvir a referência a "senhora". Ela acenou com a mão, reprimindo a sensação estranha no coração. - Você pode me acompanhar em um casamento amanhã? - Ela perguntou.- Pode ser. - Valentino levantou levemente o canto dos lábios, concordando com a cabeça, e entrou no carro com suas pernas longas.Jaqueline ficou surpresa p
De pequena até crescer, as bonecas dela eram sempre para a irmã mais nova porque ela gostava. Os pais pediam a ela para ceder à sua irmã, diziam que a saúde dela não estava boa, então, como irmã mais velha, e ser mais compreensiva e cuidar mais.O vestido novo que ela comprou, porque a sua irmãzinha gostava, nem teve a chance de usar, e já virou a roupa da irmã mais nova.Até as fotos autografadas do seu ídolo, tudo por causa do interesse da sua irmã, foram roubadas por ela.Até mesmo o homem por quem ela esteve apaixonada durante cinco anos foi tirado dela porque a sua irmãzinha gostava dele. Ao pensar nisso, Jaqueline ficou completamente desolada.Lágrimas giravam nos seus olhos, mas ela segurou firme.Ela levantou levemente o canto dos lábios, um sorriso amargo no rosto. - Pai, mãe, quando Joana e Luís começaram a namorar?- Naquele ano em que você foi estudar no exterior. - Marina respondeu, com uma expressão facial um tanto desconfortável, desviando o olhar. Jaqueline sentiu uma
Marina olhou para a filha descendo as escadas e não resistiu a perguntar: - Jaqueline, tão tarde, para onde você vai?Jaqueline, com uma expressão fria, olhou para ela e disse indiferente: - Eu vou aonde quiser, não é da sua conta.Sem se importar com a expressão feia de Marina, simplesmente saiu.Marina ficou tão irritada que seu rosto ficou branco, não conseguindo se conter, começou a xingar: - Realmente, quanto mais cresce, menos obedece!Joana ouviu, mas apenas virou a cabeça, notando Lamborghini estacionado na entrada, se dirigiu até lá.Ao ver se aproximando, ele sorriu levemente, estendeu seus dedos longos e abriu a porta do carro. viu a pessoa que abriu a porta e, surpreendentemente, era ele. Mesmo estando surpresa, ela decidiu se sentar.Fechando a porta, o carro disparou como uma flecha. No banco do passageiro, Jaqueline virou a cabeça para olhar o homem concentrado dirigindo. Não podia deixar de admitir que o cara era realmente gato, daquele tipo que fez as pessoas n