Valentino sabia que não era apenas isso. Embora fosse um tanto lento em questões de relacionamento, ele entendia o suficiente para perceber que essa mulher não queria apenas “conhecê-lo”. Cada gesto e entonação dela lhe causavam desconforto, especialmente a voz forçada, o que o irritava muito. Cada sorriso forçado e olhar insinuante da mulher o deixavam cada vez mais inquieto, como se ela estivesse tentando invadir sua esfera pessoal a cada momento.A mulher exibia uma expressão que sugeria que Valentino a estava tratando mal, o que o deixava ainda mais furioso. Vendo que ela estava prestes a chorar, o rosto ficando vermelho de frustração, Valentino disse com uma voz fria: - Se não há mais nada, vou me retirar.Ele achava que tinha sido educado o suficiente e que a mulher não voltaria a incomodá-lo. Mas ele estava redondamente enganado. Subestimou a insistência dela e superestimou sua própria paciência. A insistência da mulher era como uma mosca incansável que se recusava a ser afasta
Lilian estava furiosa, mas ao olhar para as costas de Valentino se afastando, só pôde bater o pé de raiva no chão. Seus olhos faiscavam de indignação, e ela sentiu uma onda de frustração subir pelo corpo, fazendo seus dedos tremerem. Justo naquele momento, o celular dela tocou. Era Isabela, a mãe de Valentino, que estava ligando. O toque do celular parecia um alívio, mas ao mesmo tempo, uma corda que a puxava de volta para a realidade complicada.- Sra. Isabela... - A voz de Lilian estava cheia de tristeza, e até mesmo Isabela do outro lado da linha pôde perceber. - Lilian, o que aconteceu? Você não disse que ia encontrar o Valentino primeiro? - Perguntou Isabela, com preocupação.Lilian começou a chorar, sua voz transbordando angústia. Era impossível não sentir pena ao ouvi-la: - Sra. Isabela, não foi assim... O Tino, ele simplesmente foi embora... Nem sequer me ouviu...Ao ouvir isso, Isabela ficou furiosa.- O que aconteceu, Lilian? Fale claramente. Isso tem a ver com aquela mulhe
Isabela encontrou Lilian, que estava com uma expressão de profunda mágoa, o que partiu o coração de Isabela. Ela sempre viu Lilian como a parceira ideal para Valentino, e vê-la assim a deixava muito irritada e compadecida.- Lilian, o que aconteceu com você? - Perguntou Isabela, com preocupação e indignação. Felizmente, elas estavam em um local discreto, fora da vista das pessoas. Caso contrário, qualquer movimento delas poderia virar notícia de primeira página no dia seguinte. Lilian sabia disso e aproveitou a privacidade momentânea para expressar sua tristeza sem reservas.Os olhos de Lilian estavam avermelhados, como se ela tivesse chorado recentemente. Ela sabia exatamente como conquistar a simpatia de Isabela, e o truque era se fazer de vítima. - Sra. Isabela, a senhora chegou... - Lilian disse com um tremor na voz, fazendo um esforço visível para segurar as lágrimas. Sua voz carregava um peso de sofrimento que era impossível de ignorar.Não bastava apenas parecer coitada diante
Isabela e Lilian já estavam impacientes de tanto esperar. As duas trocavam olhares de descontentamento, observando a movimentação no salão. Jaqueline e Valentino ainda estavam no andar de cima, sem dar sinal de descer. Jaqueline, no entanto, estava em outro mundo. Ela havia dito que estava esperando Valentino, mas, na verdade, após mexer um pouco no celular, o cansaço do dia finalmente a venceu e ela acabou adormecendo. Seus olhos pesaram após deslizar pela tela, e ela quase se viu mergulhada em um sono.Quando ela abriu a porta e espiou lá embaixo, viu que o salão ainda estava cheio de convidados, com apenas alguns grupos dispersos saindo. Depois de um dia inteiro lidando com várias questões, Jaqueline mal teve tempo para descansar. Finalmente conseguiu encontrar Leonardo para conversar, mas ele logo foi chamado para atender os convidados, que ainda eram muitos e não podiam ser negligenciados.Jaqueline deixou o irmão ir e ficou no quarto sozinha. Ao fechar a porta, o barulho do and
- Quem é você? Quem deixou você entrar? - Jaqueline esfregou os olhos, tentando focar sua visão no vulto à sua frente. O quarto estava tão escuro que era impossível distinguir a pessoa claramente. Seu coração começou a bater mais rápido, a adrenalina correndo em suas veias, como se estivesse diante de um intruso.Valentino riu baixinho, achando a situação divertida e ao mesmo tempo frustrante. Com uma voz suave, ele disse: - Jaque, sou eu. Desculpe por te fazer esperar tanto.Jaqueline, parecendo uma coelhinha assustada, relaxou ao reconhecer a voz dele. - Você chegou... Eu pensei que fosse outra pessoa... - Ela murmurou, sua voz carregada de alívio e sonolência.Recém-desperta e ainda sonolenta, Jaqueline se agarrou ao pescoço de Valentino e se aninhou no ombro dele, fechando os olhos novamente. O calor do peito de Valentino a fez se sentir ainda mais segura e confortável. Ela se aconchegou mais, sentindo a batida constante do coração dele contra seu rosto.- Jaque... - Valentino mu
Isabela nunca imaginou que Valentino falaria com ela dessa maneira tão fria e distante. Mesmo quando ele anunciou que queria cortar relações, Isabela não ficou tão chocada, pois sempre pensou que ele estava apenas de birra, brincando como fazia na infância. Imaginava que, em breve, Valentino voltaria para casa, arrependido e carente do calor familiar.Mas ele permaneceu no País C, recusando-se a voltar ao trabalho e para casa. Não importava quantas vezes Isabela ligasse, Valentino sempre respondia friamente que estava ocupado e, antes que ela pudesse argumentar, desligava apressadamente. Cada chamada terminada abruptamente era uma punhalada no coração de Isabela, intensificando sua dor e frustração.Como mãe, Isabela se sentia impotente, incapaz de demonstrar seu amor e preocupação pelo filho que tanto amava. Mas quem era o responsável por esse distanciamento doloroso? Na mente de Isabela, nunca houve dúvida de que Jaqueline era a única culpada. Ela se recusava a acreditar que suas pró
Jaqueline queria dizer algo, mas antes que pudesse articular uma palavra, Lilian puxou Isabela de repente, e, a contragosto, elas saíram da sala. O olhar de Lilian era tão acusador que, para quem não soubesse do contexto, poderia parecer que Jaqueline era a agressora, uma figura fria e implacável.Um sentimento de sufoco tomou conta de Jaqueline, como se uma mão invisível apertasse seu coração. Ela não sabia o que dizer, sentindo-se paralisada pela injustiça. Afinal, era Isabela quem estava causando problemas, mas por que parecia que ela era que estava errada? A inversão de culpa a deixava perplexa e frustrada.Valentino, sempre atento às mudanças na expressão de Jaqueline, percebeu seu abatimento e apertou com carinho sua mão, tentando transmitir segurança e amor através daquele simples gesto. - Jaque, não se preocupe. Isso não é culpa sua. Foi minha mãe quem trouxe a Lilian aqui para criar confusão. - Disse ele com uma voz suave, tentando acalmar seu espírito perturbado.Valentino n
No coração de Jaqueline, Valentino era quase como um deus. Ele não apenas fundou o Grupo Lopes, mas a ergueu com suas próprias mãos, construindo um império tão grandioso que nem mesmo a realeza do País C podia igualar. Jaqueline admirava muito essa capacidade, e por isso, o considerava muito acima dos outros, quase inalcançável.Não era só ela, muitas pessoas viam Valentino como uma figura quase divina. Ele já havia sido entrevistado por diversos jornais e programas de TV de economia, e sua aura de calma e autoconfiança era algo inimitável, uma característica que parecia inata. Apesar de ter apenas vinte e poucos anos, muitos o descreviam como um jovem com a sabedoria e a serenidade de um ancião, uma qualidade rara para alguém que recém começava sua carreira. Seu olhar penetrante, sempre calculista, e a maneira firme como conduzia suas negociações, encantavam e intimidavam todos ao seu redor.Quando Jaqueline conheceu Valentino, ela também sentiu essa distância quase mítica. Parecia