Valentino e Simão estavam em apuros, tentando desesperadamente encontrar uma desculpa plausível para a repentina recusa em permitir que Lavínia e Jaqueline se mudassem juntas. Simão, com o rosto tenso e a mente trabalhando a mil, finalmente teve uma ideia.- Minha empresa está enfrentando problemas. - Ele disse, de repente. - Sim, é isso. Eu queria te contar, Lavínia, mas não queria te preocupar. Minha ausência causou alguns problemas, e preciso voltar para resolver isso. Simão começou a improvisar uma pequena mentira, planejando dizer que sua empresa estava enfrentando dificuldades e que era impossível mover a sede para o País C, como Valentino havia feito. Ele precisava voltar imediatamente para resolver a situação, o que resolveria a questão de Lavínia querer ficar.Para sua surpresa, Valentino aproveitou a deixa e, em um tom de lamento, acrescentou: - É verdade, a situação é bem séria. A empresa do Simão está à beira da falência. Ele não queria que você soubesse para não te preoc
Em menos de meia hora, Lavínia e Simão já estavam com as malas prontas. Jaqueline e Valentino fizeram questão de acompanhar eles até o avião.- Jaque, se cuide bem. Assim que resolvermos os problemas da empresa do Simão, voltarei para te ver. - Disse Lavínia, com um olhar de profunda tristeza, abraçando Jaqueline com força. Jaqueline, rindo e ao mesmo tempo emocionada, respondeu: - Claro, estarei esperando por você. Se demorar muito, eu mesma vou te buscar. As duas se despediram com carinho, enquanto Valentino aproveitou para falar com Simão, trocando olhares cúmplices e um tanto aliviados: - Não se preocupe, se a sua empresa precisar de qualquer ajuda, não hesite em me procurar. Afinal de contas, minha esposa e a Srta. Lavínia são tão amigas.Ele disse isso com um sorriso malicioso, que fez Simão quase ter um acesso de raiva. Mesmo assim, teve que agradecer: - Obrigado, Valentino, mas acredito que conseguirei resolver tudo. Com um sorriso forçado, Simão entrou no avião, lançando
Talvez sair para dar uma volta ajudasse a encontrar inspiração, pensou Jaqueline enquanto olhava para fora da janela de seu quarto. Depois de um momento de contemplação, ela decidiu que era a melhor coisa a fazer. Pegou o celular, com mãos ligeiramente trêmulas, e informou Valentino sobre sua decisão. Em seguida, vestiu um casaco leve, ajustou o cabelo rapidamente no espelho e se preparou para sair com seus guarda-costas.Apesar de ainda não gostar da sensação de ser seguida, a guarda real estava investigando o paradeiro daqueles assassinos. Para não causar problemas a ninguém e, principalmente, para garantir sua própria segurança, Jaqueline sabia que era melhor sair acompanhada de guarda-costas. Respirou fundo, tentando ignorar o desconforto, e saiu pela porta.Enquanto se acomodava no carro, Jaqueline se lembrou da pequena cidade onde havia ficado quando chegou ao País C. Havia alugado uma casa por um ano, mas desde que se mudou para o palácio, não tinha voltado lá. Ela se perguntava
Jaqueline se sentia um pouco perdida, incapaz de acreditar que sequer havia tido a oportunidade de agradecer ao Samuel por tudo. Ela olhou para o horizonte, tentando reprimir o sentimento de culpa que invadia ela.- Senhora, meu quarto ainda está disponível? - Jaqueline perguntou, esperando que o espaço ainda estivesse reservado para ela, já que havia alugado por um ano e só tinham se passado dois meses.A dona de pousada, visivelmente constrangida, hesitou antes de responder. - Guardei com cuidado suas coisas, Srta. Jaqueline. Imagino que você não vai mais morar aqui, certo? Posso devolver os onze meses restantes de aluguel. A explicação fez Jaqueline sentir um pouco de tristeza, embora compreendesse. Ela tinha ficado ausente por muito tempo, e o Samuel provavelmente havia dito à senhora que ela não retornaria. Era natural que o quarto tivesse sido alugado para outra pessoa. Pelo menos, suas coisas estavam bem guardadas.- Muito obrigada, senhora. Agradeço pelo cuidado. - Jaqueline
Valentino havia sido claro ao guarda-costas, qualquer um que ameaçasse a senhora ou cobiçasse algo dela seria imediatamente eliminado. Evan, percebendo o perigo iminente, recuou rapidamente, tentando disfarçar seu medo com um sorriso forçado.- Gata, faça seus seguranças se acalmarem! Se me machucarem, vou processar vocês. - Disse ele, tentando soar corajoso, mas sua voz tremia levemente.Jaqueline revirou os olhos, exasperada, e rapidamente ordenou ao líder dos seguranças: - Está tudo bem, podem se afastar. Ele não vai fazer nada contra mim. - Sim, senhora. - Respondeu o líder dos seguranças, recuando imediatamente com uma reverência respeitosa.Evan, percebendo que o perigo imediato havia passado, se endireitou e soltou um suspiro de alívio, recuperando seu ar despreocupado.- O que você realmente quer? - Jaqueline perguntou, sua voz carregada de indignação e curiosidade.Evan levantou as mãos em um gesto de inocência. - Eu não quero nada. O Leonardo, aquele cabeça-dura, me pediu
Jaqueline estava muito frustrada. Embora as cenas já tivessem tomado forma em sua mente, cada vez que tentava transferi-las para o papel, surgiam problemas. As composições pareciam desarmônicas, e os detalhes ficavam confusos, com linhas desordenadas que prejudicavam a harmonia da obra.Com um suspiro pesado, ela largou o pincel sobre a mesa, sentindo-se impotente. Do lado de fora, uma pequena ave pousou no telhado, emitindo um canto agudo e repetitivo. Jaqueline levantou o olhar, atraída pelo som, e viu o céu tingido de um laranja profundo, com as nuvens se acumulando à medida no horizonte enquanto a luz do dia se dissipava.Ela sentiu uma onda de cansaço invadir seu corpo. Seus longos cílios tremeram e suas pálpebras começaram a se fechar lentamente. Nos últimos dias, ela havia se sobrecarregado com tantas tarefas que agora estava exausta. Tentando se concentrar de novo, percebeu que seu esforço era inútil, a falta de energia e foco impediam ela de criar algo que satisfizesse ela.De
Valentino apertou suavemente o nariz de Jaqueline, e não pôde deixar de chamar ela pelo apelido carinhoso: - Acorde, Jaque. Vamos jantar primeiro, depois você pode voltar a dormir. Pular o jantar não vai fazer bem para sua saúde.Jaqueline, ainda mergulhada em um sono profundo, não estava consciente, seu corpo se inclinando cada vez mais para fora do sofá. Valentino logo envolveu sua cintura, notando como ela estava mais magra, suas mãos envolvendo ela completamente sem dificuldade.Ele não podia deixar de se preocupar com a obsessão dela em perder peso. Ela estava ficando magra demais.- Jaque, seja boazinha e desça para jantar. Hoje temos seus pratos favoritos, não deixe a comida ser desperdiçada. - Disse Valentino, sua voz carregando um tom de leve frustração.Jaqueline, ainda sonolenta, foi despertada de repente pelo tom firme de Valentino. Ao abrir os olhos, percebeu que estava aninhada no peito dele, se recusando a se mover. Não era de se admirar que ela não quisesse acordar. O
Não se sabia quanto tempo tinha passado, mas quando Jaqueline abriu os olhos novamente, o céu já começava a clarear. Ainda meio sonolenta, ela lembrou do que Valentino havia dito a ela na noite anterior: que ela deveria se levantar para comer algo assim que acordasse. Contudo, parecia que Valentino também havia adormecido no sofá ao lado dela.Ele havia cedido toda a manta para ela, ficando apenas com uma fina camada de roupa, sem qualquer outra proteção contra o frio. Dormir assim não era nada saudável, especialmente com a queda de temperatura e o clima chuvoso dos últimos dias. Era essencial se manter aquecido.- Tino... - Jaqueline sussurrou enquanto empurrava ele levemente, mas ele não reagiu. Mesmo chamando seu nome baixinho ao pé do ouvido, só obteve um leve resmungo em resposta.Desconfiada, Jaqueline levantou a mão e tocou a testa de Valentino. Não foi surpresa descobrir que ele estava com febre. Pobre do Valentino, um presidente de uma grande empresa, encolhido no sofá sem con