Não se sabia quanto tempo tinha passado, mas quando Jaqueline abriu os olhos novamente, o céu já começava a clarear. Ainda meio sonolenta, ela lembrou do que Valentino havia dito a ela na noite anterior: que ela deveria se levantar para comer algo assim que acordasse. Contudo, parecia que Valentino também havia adormecido no sofá ao lado dela.Ele havia cedido toda a manta para ela, ficando apenas com uma fina camada de roupa, sem qualquer outra proteção contra o frio. Dormir assim não era nada saudável, especialmente com a queda de temperatura e o clima chuvoso dos últimos dias. Era essencial se manter aquecido.- Tino... - Jaqueline sussurrou enquanto empurrava ele levemente, mas ele não reagiu. Mesmo chamando seu nome baixinho ao pé do ouvido, só obteve um leve resmungo em resposta.Desconfiada, Jaqueline levantou a mão e tocou a testa de Valentino. Não foi surpresa descobrir que ele estava com febre. Pobre do Valentino, um presidente de uma grande empresa, encolhido no sofá sem con
Valentino, que até pouco tempo atrás descansava com os olhos fechados como se tivesse esgotado toda sua energia, de repente agarrou o pulso de Jaqueline com a força de um leopardo. Essa força, inesperada como um leão despertando de seu sono, era impressionante.Mesmo com o médico da família tendo chegado, Valentino ainda estava com os olhos fechados, encolhido sob um grosso cobertor, parecendo um pequeno esquilo peludo, isolado do mundo. Seu rosto estava pálido, sua respiração ligeiramente acelerada, mas havia uma teimosia resiliente em sua expressão.Jaqueline raramente via Valentino assim. Sua voz estava muito suave, como uma brisa de primavera sobre a superfície de um lago, tocando as cordas de seu coração e despertando uma ternura inesperada. Ela segurou firmemente a mão de Valentino em resposta. Aquela mão, que antes comandava exércitos, agora estava fria ao toque. Com uma voz gentil, ela confortou ele. - Tino, eu não vou embora. - Ela colocou sua mão de volta debaixo das coberta
A luz da manhã atravessava as cortinas semiabertas, lançando sombras irregulares sobre o rosto de Valentino. Seu corpo parecia ter uma resistência natural contra pequenos resfriados e dores, e ele sempre desprezava essas pequenas enfermidades. Depois de tomar o remédio na noite anterior, ele dormiu fundo e, ao acordar, a febre havia desaparecido, e ele se sentia um pouco mais recuperado.No entanto, a verdadeira “tempestade” não havia terminado com o fim da pequena doença. Jaqueline estava sentada à beira da cama, seu olhar era severo e questionador. Normalmente, ela falava com Valentino com doçura, nunca adotando um ar tão rigoroso.Valentino mal abriu os olhos e se deparou com a expressão austera de Jaqueline. Seu coração afundou num instante Ele nunca imaginou que acordaria para enfrentar uma situação assim. Engolindo em seco, perguntou com cuidado: - Jaque, o que... Aconteceu? Jaqueline não respondeu, apenas continuou a encarar ele, seu olhar penetrante parecia querer desvendar s
Devido ao recente resfriado de Valentino, uma quantidade significativa de documentos pendentes se acumulou, aguardando sua aprovação na empresa.- Sr. Valentino, é o seguinte. - Começou o assistente, enquanto relatava a situação da empresa nos últimos dias. - No segundo semestre, a empresa precisa competir por um terreno, então precisamos da sua aprovação. A alta administração já aprovou esta decisão, mas precisamos que o senhor revise de novo.O assistente continuou apresentando os próximos projetos e as empresas com as quais o Grupo Lopes precisaria colaborar. Embora as tarefas fossem numerosas e variadas, para Valentino isso era um trabalho trivial.Desde que ele assumiu a presidência do Grupo Lopes, a empresa, que antes enfrentava dificuldades em seu desenvolvimento, experimentou um crescimento meteórico sob sua liderança. Valentino não apenas superou os concorrentes que ameaçavam ultrapassar o Grupo Lopes, mas também deixou esses rivais tão distantes que mal conseguiam ver suas lu
A questão levantada por Valentino não era, de fato, difícil de resolver. Os relatórios financeiros do Grupo Lopes, em sua transparência e integridade, estavam disponíveis publicamente em seu site oficial. Com uma breve consulta, qualquer um poderia discernir qual departamento tinha sido mais lucrativo no ano ou mesmo no mês. A resposta era evidente que os projetos imobiliários lideravam, seguidos de perto pelos segmentos de cosméticos e vestuário, ambos igualmente brilhantes.Para Lilian, contudo, essas informações eram irrelevantes. Sua mente estava inteiramente ocupada por Valentino. Diariamente, ela se preocupava apenas em como se embelezar mais, como se maquiar de maneira mais atraente, tudo para captar a atenção de Valentino. Mas o coração de Valentino já pertencia a Jaqueline, e ele apenas sorria ironicamente diante dos esforços de Lilian.Observando Valentino, Lilian se sentia cheia de dúvidas e confusão. Ela não conseguia entender por que, apesar de todos os seus esforços, não
Como Valentino já tinha ido para o seu escritório temporário, Jaqueline teve que ficar em casa, planejando preparar um almoço para ele mais tarde. Antes disso, porém, ela tinha um tempo para retocar algumas das pinturas que tinha feito nos últimos dias e que não tinham ficado tão boas. Ela suspirou suavemente, seus olhos brilhando com expectativa e determinação, como se o mundo sob sua pincelada estivesse repleto de possibilidades infinitas.Sua inspiração sempre vinha de um lampejo de insight. Mas desde que começou a desenhar o perfil de Valentino, parecia que uma parte especial de sua inspiração vinha dele. Seus dedos acariciavam levemente o grande papel branco, seus olhos transbordando de ternura enquanto a vivacidade de sua arte ganhava vida no rosto de Valentino.Jaqueline começou a escrever e desenhar, às vezes fazendo alguns rabiscos aleatórios quando não tinha nada para fazer. Os empregados transitavam pela sala de estar, mas ela parecia estar em outro mundo, imersa em seu mund
Lilian estava ao lado de Isabela, lágrimas enchendo seus olhos como pérolas soltas, caindo em silêncio ao chão. Com a voz quase sufocada, ela desabafava suas aflições para Isabela, descrevendo como Valentino havia sido indiferente com ela, deixando ela desesperada como nunca antes.- Sra. Isabela, realmente não entendo por que o Tino agiu assim hoje... Eu só queria ajudar ele no trabalho, mas ele me tratou como se eu fosse uma incompetente. - Choramingou ela. Embora Lilian exagerasse um pouco em suas palavras, algumas delas eram realmente o que Valentino havia dito e o que ele queria dizer, mas não disse.Ao ouvir isso, Isabela ficou furiosa, batendo com força na mesa, quase quebrando suas unhas cuidadosamente decoradas. Ela perguntou indignada: - Ele realmente disse isso? Vendo Isabela irritada de verdade, Lilian ficou nervosa... Mas talvez a raiva dela fosse útil, então ela decidiu exagerar um pouco mais. Ela respirou fundo e continuou: - O Tino ainda disse que nunca serei como a
Lilian estava concentrada, aplicando pó em seu rosto, seus dedos dançando levemente sobre a esponja. De repente, um brilho de inspiração passou por seus olhos, como se tivesse pensado em algo genial. Enquanto isso, Isabela já estava pronta na porta, vestindo um elegante conjunto, ansiosa para ir com Lilian ao escritório de Valentino.Lilian largou a esponja, se virou com um sorriso cheio de malícia e disse para Isabela: - Sra. Isabela, que tal comermos algo antes de ir?Isabela, surpresa com a proposta inesperada, franziu a testa e olhou com perplexidade para Lilian.- Lilian, agora não é hora de comer. Se a Jaqueline realmente for ao escritório, o que faremos? Lilian, sem perder a calma, se levantou e guiou Isabela até o sofá. Com um sorriso confiante, respondeu em tom suave: - Sra. Isabela, não se preocupe. Ouvi o Tino mencionar que Jaqueline viria almoçar com ele hoje. Parecia muito feliz, provavelmente porque ela preparou algo especial para ele. Que tal se nós também preparássem