Flávia chegou meia hora depois e ficou sentada comigo numa sombra embaixo de um coqueiro, enquanto ela ia até um quiosque pegar uma água, vi o Caio sentado em uma pedra e olhava pro mar. Levantei, limpei meu short sujo de areia e fui andando até ele.- Caio? Oi. -falei, sorrindo.Ele olhou pra mim e deu um sorriso. Seus olhos estavam vermelhos, o que estranhei.- E aí mulher casada. - Falou com deboche.- Sem graça. Você tá bem?- Sim, só estou curtindo a brisa aqui.- Ah sim, bom né?- Pois é, e aí como está sendo a vida de casada?- Normal, só estresse mesmo.- Se ficasse comigo não estaria passando por isso.- Você sabe que eu queria ficar com você. - Sussurrei.- Sei, mas sua vontade deu e passou. Mas vamos ficar juntos vai? Eu gosto de você. - Falou, chegando perto de mim e tentando me beijar.- Não é assim, Caio para. - Tentei empurrá-lo pra longe, mas ele era mais forte.- Você também gosta de mim. - Falou perto do meu rosto, e senti um cheiro de maconha.- Você está se drogand
Coloquei um vestido preto, coladinho no corpo com um salto preto, estava gata demais assim. Fiz uma maquiagem marcando bem meus olhos e um batom vinho na boca. Me olhei no espelho e Gabriel entrou na mesma hora no quarto.- Minha mãe vai ficar com ele, só temos que passar lá primeiro e deixá-lo.- Ok então.Ele ficou uns minutos parado olhando pro meu corpo e deu um sorriso malicioso. Revirei os olhos e peguei minha bolsa saindo do quarto.- Tudo isso é pro meu amigo Caio? – perguntou me perturbando, aparecendo na sala com Arthur.- Vou apenas ignorar esse comentário tosco. - Falei, indo até a porta.Ele me puxou pelo o braço e aproximou seu corpo do meu, e deu uma cheirada no meu pescoço, que fiquei arrepiada até o último fio de cabelo.- Adoro ver você assim arrepiadinha. - Sussurrou.- Idiota. - Falei, revirando os olhos.Quando chegamos ao elevador, não tinha ninguém, até parar no andar de baixo e entrar uma loira. Ela entrou nos cumprimentando, e olhou logo pro Gabriel com o Arth
Carla Narrando.O sonho de toda mãe é ver seu filho ou filha se casar. Ter filhos. Ter uma família. Vê que todo esforço que fez pra sua filha crescer bem, foi certo. E aquele dia, aquele grande dia chegou pra sua filha. Mas a minha já não foi tão boa. Sophie não queria aquele casamento, não era o sonho dela, mas era o meu. Mas o que eu podia fazer? Eu já estava à beira da morte, a qualquer momento eu já não estaria mais aqui pra ver a hora dela chegar, de ver o grande dia dela, ela se casando com o amor da sua vida, o homem que ela escolheu pra ser feliz.Quando conheci José, foi amor à primeira vista. Ele estava começando a ter uma condição de vida melhor, tinha perdido há pouco tempo seu avô, quem deixou tudo pra ele. E eu nunca fiquei com ele por interesse, e nem nada a relacionado a dinheiro. Foi por amor, amor verdadeiro. Aquele que você fica boba olhando pra ele, que fica com medo só de imaginar ficar sem a pessoa, aquele que você vai dormir e acordar pensando nele. E eu era ass
Sophie Narrando.Peguei minhas coisas correndo, e gritei pelo o Gabriel. Ele me encontrou no corredor chorando, ficou confuso, mas aos poucos conseguir explicar tudo. Chegamos ao hospital, sai correndo e encontrei meu pai na entrada. Ele me abraçou e falou que minha mãe tinha poucas horas para viver. Chorei ainda mais em seu ombro. Gabriel pegou um copo com água para mim, e fui bebendo, tentando me acalmar aos poucos.Quando entrei no quarto e vi minha mãe daquele jeito, meu coração parecia que estava sendo esmagado. Como eu viveria sem minha mãe? Sem ela, eu não era nada. Peguei em sua mão e apertei devagar, não quero acorda - lá. Não querendo ela ver partindo daqui algumas horas. Sentei ao seu lado e peguei em sua mão, apoiei minha testa na mesma e fiquei rezando baixinho, pedindo a Deus que não a levasse. Não agora, quando eu estava mais precisando dela. Mas sei que Deus sabe de tudo, e que seja feita a vontade dele. Escutei minha mãe me chamar, ela estava muito mal, não conseguia
Sophie Narrando.Os dias não estavam fáceis para mim. Eu não tinha ânimo para nada e para ninguém. Eu só queria ficar deitada, dormi e esquecer o que tinha acontecido e o que tinha que enfrentar, não queria acordar pra realidade e perceber que não tinha mais ela aqui comigo. Flávia sempre ficava comigo e quando não estava, me enchia de mensagens e ligações, tentava de todas as maneiras me ajudar, mas não adiantava. Meu pai me ligava, mas pra ele, eu fingia estar bem e sempre prometia uma visita. Mas eu não iria. Ele ainda sentia muito, mas se distraia com o serviço dele. Meu cachorro estava sendo cuidado por ele, então era outra distração para sua cabeça.Gabriel vivia para a empresa, Arthur e cuidar de mim. Mas eu não queria, mas também não ia falar nada. Ele fazia minha comida, me chamava, me ajudava em tudo. O jeito que ele vinha me tratando acabava mexendo comigo, meu coração sempre ficava acelerado quando via pequenos gestos dele. Era bom, mas eu não poderia me sentir assim. Ele
Estranhei aquilo, como assim ele não morava mais aqui? Algo estava acontecendo.- Não mora? Mas ele me falou que estava aqui.- Isso faz tempo? Porque já tem quase um mês que ele saiu daqui.- E o senhor sabe pra onde ele foi? E o porquê de ter saído?- Bom, senhor Caio apareceu aqui na última vez muito alterado parecia até estar doidão e então arrumou confusão com todos aqui. Um amigo dele chegou na hora para ajudar e mais tarde a mãe o levou.- E você sabe onde os pais moram? Pode me dar o endereço?- Só um minuto, por favor. - Falou, e entrou. Logo apareceu com um papel na mão e me deu. - Aí está o endereço, mas qualquer coisa, não fui eu que dei ok?- Ok, sem problema, obrigada.Andei até o carro, olhei o endereço e fui até lá. Não era muito longe, então logo cheguei e avistei uma mulher saindo da casa. Sai do carro correndo e fui andando até ela.- Oi, eu sou Sophie, amiga do Caio. Queria saber se ele está em casa? - Falei, ela me olhou um pouco assustada.- Oi, sou a mãe dele. E
Era segunda-feira, início de uma nova semana quando acordei com o Gabriel falando no corredor com alguém, já era cedo e ele deveria estar indo pro escritório dele. Nosso final de semana até que foi bom, não brigamos, não nos matamos. Só curtimos. Aprendi algumas coisas com ele cuidando de Arthur e fui aprendendo. Arthur estava crescendo rápido demais e no fundo me sentir triste de ter feito tudo o que fiz com ele. Mas toda vez que eu estava com ele e Gabriel era uma alegria, eu me sentia boba em estar ao seu lado. E eu tinha medo que me apegar a eles e ele não retribuir. Mas vou deixar acontecer, o que tiver que ser, aconteceria.Levantei, fui até o banheiro, penteei o cabelo e escovei os dentes. Lembrei que tinha que falar com dona Fátima, me desculpar pelo o que eu fiz. E assim que sai do quarto, fui até o Arthur e ele não estava ali. Fui até a cozinha e vi dona Fátima com ele no colo, sorri de lado.- Bom dia. - Falei, chegando à cozinha.- Bom dia Dona Sophie.- Dona Fátima, podem
- Temos que contratar uma empregada. - Gabriel falou, vindo da cozinha com uma garrafa de vinho, e depois voltou com a comida.- Pois é. Sua mãe não tem nenhuma lá não? Que cozinhe e faça tudo?- Acho que sim, vou falar com ela. E vem cá, seu pai? Tem falado com ele?- Não, faz semanas já.- Meu pai disse que ele viajou a trabalho, tá entrando de cabeça no trabalho.- Eu sei, mas se isso o distrai... - Falei, dando de ombro. Sentia falta do meu pai nesse momento, mas era escolha dele e esperaria o seu tempo.- É... - Falou, me olhando. - Que cara é essa?- Eu estava pensando em trabalhar. - Olhei-o.- É? E no que você quer trabalhar? - Arqueou a sobrancelha.- Uma loja do shopping está contratando, mas minha amiga disse que consegue uma entrevista pra mim em uma empresa.- Se for assim, você vem trabalhar pra mim, nem precisa de entrevista.- Não. Eu quero conquistar o trabalho sozinha. E você me daria o trabalho sem esforço nenhum porque sou sua esposa. - Revirei os olhos.- E o que