— Obrigada.— Como está se sentindo com tudo isso? — Becca perguntou, com uma expressão de tristeza para mim. — Eu estou me sentindo sufocada, como se tivessem me tirado um par de asas das minhas costas. Me sinto enjaulada, manipulada, e eu não posso fazer nada a respeito. — E quanto aos seus pais? — Eu sou conhecida por causa da minha família de traidores, Becca, eles não podem fazer nada, pois se fizerem e quebrarem o acordo, todos nós morremos, inclusive vocês duas. — Você estava sendo caçada pelo seu marido, por isso ia deixar Califórnia? — Sim, de tempos em tempos eu preciso me mudar. Mas quando eu conheci vocês eu quis me estabelecer ali, mas isso foi meu pior erro. — Não diga isso, Liana. — Falou Luana. — Eu sei que nos contar acabou nos colocando em perigo, mas independente de tudo amamos você. — Luana, meu egoísmo de não ter ido embora da Califórnia matou duas pessoas, aquela criança e o Daniel. Encarei a janela a fim de encerrar aquele assunto, mas Becca me questio
— Mas te tirou do seu cargo, e agora outra pessoa está liderando em seu lugar, e isso já fez valer a pena. — Respondi, me agarrando naquelas palavras. — Assim que o Mortalla oficializar o casamento, eu voltarei a ser o Capo de Milão.— Estamos no meu casamento, não em uma cessão de comédia. O cargo não te pertence mais, e quando a ficha cair, eu vou estar presente. A pequenos passos ao curto degrau do altar eu o vejo parado ali, com um olhar sério e sombrio, parece que nunca muda. Meu pai entrega a minha mão a Sebastian e com seu toque pesado e áspero faz-me recuar por um instante, foi algo automático e não houve intenção, mas isso chamou atenção de quem notou. Sebastian não mudou de expressão, apenas agarrou o meu braço e me fez subir até pararmos em frente ao padre. A melodia parou e a cerimônia começou, e enquanto o padre começava a falar eu me desliguei da realidade e voltei com a cabeça a Califórnia, foi um ano de experiência, eu consegui viver como nunca antes, eu viaj
Agora é oficial, estou casada com Sebastian Mortalla. Após suas palavras ameaçadoras sobre supostamente minhas atitudes, ele voltou a me beijar na frente de todos os convidados. Os sinos da catedral ressoam por todo o lugar como um anúncio oficial da nossa união, viramos para os presentes do casamento e recebemos mais aplausos com sorrisos de comemoração e outros falsos, como era de minha mãe logo na primeira fila. O cenário estava perfeito, decorado com flores brancas e um lindo tapete vermelho por onde passamos, esse casamento poderia ter sido perfeito se não fosse uma obrigação e sim por amor. O que posso falar de amor? Eu jamais amei alguém. Passei toda a minha vida trancada em uma fortaleza, rodeada de seguranças e empregados que estavam ali para me servir e proteger. Jamais fui há uma escola como uma criança normal, não tive saída com amigas na adolescência, não tive festa do pijama, não fui chamada para um encontro, pois isso era proibido para uma garota que nascera dentro d
— Sebastian finalmente se casou com você, mas não esqueceu do dia em que o deixou plantado no altar. Tinha sido decidido que a cerimônia privativa, onde poucas pessoas seriam convidadas, mas depois que você fugiu, talvez tenha mudado um pouco. — Um pouco? Ele chamou até a imprensa!— É claro que ele chamaria, ele ficou longe da mídia social por sua causa, só assim para pegá-la de surpresa como fez. — Isso explica o porquê que ele se passou por nosso professor. — Falou Rebecca, enquanto estendia sua mão para tomar um copo de água que havia sobre a mesa. — Sebastian é bastante cauteloso, e esperto, talvez ele soubesse que você tentaria fugir. — Disse Luana. Não deixei que elas continuassem quando percebi a volta indevida de Sebastian no salão, ele sentou-se ao meu lado e acompanhado por seu amigo e agora braço direito, Lorenzo. — Por favor meninas, voltem a conversar, finjam que não estou aqui. — Ele pediu, como se soubesse que estávamos justamente dele. — Sebastian, sei que não
— Eu sinto muito por ter falhado com você. — Ela disse, me abraçando de volta.— Você deu o seu melhor, acredite. — Respirei fundo antes que chorasse. — Eu espero que fique bem enquanto eu estiver longe.— Não se preocupe, eu vou ficar bem. — Desfizemos o abraço. Antes que me afastasse ela informou: — Tive uma conversa com Juliano, suas amigas ficarão comigo. Senti um grande alívio por elas, só assim saberei que não estarão naquele ambiente de tortura em que elas estavam. Me aproximei delas e também as abracei, logo depois deixei o andar. Voltei para o salão de festa, agora havia menos pessoas, mas uma boa quantidade para se despedir de nós. Avistei Sebastian e me aproximei dele, sem titubear eu enlacei a sua mão na minha. Ele apenas observou meus movimentos.— Está pronta?— Estou, Sebastian.— Que bom, vamos então. De mãos dadas, fomos direto a limusine e em seguida entramos. O motor foi ligado e logo começamos a sair daquele local, ainda olhei para trás, e a visão das pessoas q
Sebastian começou a avançar para minha direção, seus passos eram ágeis e precisos, seu semblante sério e decidido voltaram a me apavorar.— Espera, Sebastian. Vamos conversar! Ele parou, seu rosto antes sério suavizou por um instante, então, deduzi que ele estava me dando um tempo para começar.— Eu te falei que poderíamos chegar a um acordo, se lembra? Eu sei que fui prometida a você, mas só isso, não precisamos consumar o casamento ou dividir a mesma cama. Assim como eu, você foi obrigado aceitar ordens de outras pessoas tentando dominar nossas vidas, mas agora casamos e não precisamos fazer nada em diante. Eu falava com euforia, sabia que a possibilidade dele aceitar era nula, até porque me deixou claro a vontade imensa de estar dentro de mim.— Eu ainda não ouvi o acordo. — Falou, ao enfiar suas mãos dentro dos bolsos de sua calça.— Eu sei que se casar comigo não foi para salvar a minha família da morte, o único interesse eram nas terras que estão em meu nome, aqui mesmo, na
Eu não sabia bem o que estava sentindo naquele momento, mas dentro de mim, um frio cortante dilacerava meu interior por partes, lenta e dolorosamente ao escutar as palavras ameaçadoras de Sebastian. No fim das contas ele conseguiu o que tanto queria, se casar comigo e consumar a nossa união em lua de Mel. Achei que isso seria suficiente para entretê-lo por horas e esquecer de suas tramas contra mim, de me subjugar e punir por cada ousadia e desobediência. Enquanto ele conseguia o que tanto queria, me tratava como uma égua que acaba de conquistar após uma luta árdua e cansativa. Me xingava e me humilhava em palavras enquanto me fodia, então como esperado eu o enfrentei como se fosse um incapaz, e talvez, só talvez tenha o feito lembrar do que precisa fazer comigo. Estou nua na cama, no meio do mar da Sicília, longe da terra e de qualquer coisa que me pudesse ajudar contra ele. Sebastian está na minha frente, nu e virial como que acabara de acabara de sair de um longo e prazeroso
Sou despertada ouvindo a sua voz bem próxima de mim. Aos poucos vou acordando e abrindo os olhos que imploram para permanecer fechados, recém-abertos eu percebo que o ambiente está iluminado, mas não com uma luz costumeira, era vermelho. Em minha frente estava Sebastian, com suas partes de baixo coberta por uma calça moletom que passava do seu tornozelo, quanto ao seu peitoral, estava completamente exposto aos meus olhos. Olhei para os lados e notei que era um quarto grande e quase vazio, deduzi que fosse, pois assim que fui forçada a entrar neste quarto e quando trocamos algumas palavras, ouvia-se apenas o eco. Pelo pouco que pude virar a cabeça, vi que continha uma cama coberta com um simples lençol de cetim vermelho, algumas cômodas ao lado decorando o leito, um armário de vidros transparente e dentro dela havia várias cintas de couro, da fina a mais grossa, com tiras e resquícios de vidro, um verdadeiro terror. — Que horas são? — Foi a única coisa que eu perguntei. — É hora de