— Então quer dizer que Alice contou para vocês, isso é muito interessante.— Sim, ela nos disse que estava fugindo de um maluco que queria se casar com ela. Não acha indecente para um homem de sua idade querer casar-se com uma novinha? — Becca o questionou, em resposta, Sebastian acertou um tapa forte em seu rosto. Seu ato fez com que Luana gritasse de pavor e eu me aproximasse dele. Agarrei seu ombro e o puxei para minha frente, quando ia começar a defender Becca, ele me garrou e virou-me para frente delas, imobilizando meus braços. — Não tente dar uma de salvadora aqui, princesa. Lembre-se que o show ainda não começou. — Se as machucar...— Como pode ver eu não as machuquei, ainda, quem tem feito todo esse tempo foi você. Se lembra do que fez?— Do que ele está falando, Liana? — Becca perguntou. — Ela se chama Alice! — Sebastian corrigiu Becca com arrogância. Seus lábios voltaram a roçar próximo ao meu ouvido: — A Liana dócil, gentil e inocente não existe, é uma mentira que a a
— Não precisa mais machucá-los, eu vou obedecer, tem a minha palavra. — A palavra de uma traidora não me serve de nada, garota. — Então o que você quer? — Eu quero tudo de você! Eu quero tudo! — Falou entre dentes, segurando meu braço com força. — Me tira daqui. — Pedi, com a voz baixa. Segurei seu terno e fixei seus olhos em seus lábios, depois em seus olhos azuis. — Me leva para o quarto. Eu precisava tirá-lo daqui, só assim evitarei que um deles acabe morto, por agora é só o que posso fazer. Sebastian está me encarando com um olhar indecifrável, estava estudando minha reação e parecia encontrar alguma coisa. Seus olhos se desviaram dos meus e encararam Daniel, os azuis se suas órbitas que antes estavam celestes se tornaram escuros como um mar revolto. — Mas antes, tenho uma coisa a fazer. — O quê? Antes que processasse alguma coisa, Sebastian tirou a arma de sua cintura e virou para Daniel, sem demora ele disparou uma única vez em sua cabeça. Entrei em choque com a cena
Algo dentro de mim estava morrendo aos poucos e uma tristeza sem fim crescia a cada dia. Desde que Sebastian me encontrou e me trouxe de volta, eu vinha dizendo para mim mesma que não havia mais esperança de ir embora, que tudo estava perdido, e de fato era verdade, mas algo dentro de mim ainda me pedia para ter esperança, para confiar no universo e que possivelmente, só possivelmente, Sebastian pudesse desistir desse casamento e me libertar. Eu me senti uma completa idiota por manter uma esperança até hoje, mesmo tendo consciência de que isso não aconteceria, ainda mais conhecendo as pessoas que nasci e cresci em volta. Viver em um conto de fadas onde à esperança e pessoas boas não é o meu forte, nunca foi, mas só por essa semana eu me deixei levar por essa imaginação, esperando que aqueles pensamentos pudessem se realizar. Depois do que houve com minhas amigas e o Daniel eu não voltei a enfrentar o Sebastian, era obedecê-lo ou ver as pessoas que amo pagando por minha rebeldia, p
— Também não fazemos ideia. Um homem nos tirou daquela sala de horror e nos levou para um quarto, pediu que tomássemos banho e nos vestisse com as roupas que estavam em sacolas. — Explicou Luana. — Sebastian está por trás disso, ele está planejando alguma coisa. — Será que ele irá nos matar?— Eu duvido disso. Ele é esperto, usará vocês duas para me manter lembrada do que pode acontecer caso eu tente fugir. — Expliquei a elas, tentando tranquilizá-las.— E você pensa em fugir? — Luana perguntou.— Eu não posso, além de vocês a minha mãe também corre o risco de ser machucada, caso eu tente escapar. — Fico triste que tenha sido encontrada por nossa causa. — Vocês não foram responsáveis, lembrem-se que o meu noivo se passou por nosso professor substituto. — Eu ainda não entendi como não o reconheceu. — Muito simples. A tradição do casamento na Cosa Nostra permite que o casal se veja pela primeira vez antes do casamento, a primeira e única vez que o vi foi quando tinha dez anos.—
— Obrigada.— Como está se sentindo com tudo isso? — Becca perguntou, com uma expressão de tristeza para mim. — Eu estou me sentindo sufocada, como se tivessem me tirado um par de asas das minhas costas. Me sinto enjaulada, manipulada, e eu não posso fazer nada a respeito. — E quanto aos seus pais? — Eu sou conhecida por causa da minha família de traidores, Becca, eles não podem fazer nada, pois se fizerem e quebrarem o acordo, todos nós morremos, inclusive vocês duas. — Você estava sendo caçada pelo seu marido, por isso ia deixar Califórnia? — Sim, de tempos em tempos eu preciso me mudar. Mas quando eu conheci vocês eu quis me estabelecer ali, mas isso foi meu pior erro. — Não diga isso, Liana. — Falou Luana. — Eu sei que nos contar acabou nos colocando em perigo, mas independente de tudo amamos você. — Luana, meu egoísmo de não ter ido embora da Califórnia matou duas pessoas, aquela criança e o Daniel. Encarei a janela a fim de encerrar aquele assunto, mas Becca me questio
— Mas te tirou do seu cargo, e agora outra pessoa está liderando em seu lugar, e isso já fez valer a pena. — Respondi, me agarrando naquelas palavras. — Assim que o Mortalla oficializar o casamento, eu voltarei a ser o Capo de Milão.— Estamos no meu casamento, não em uma cessão de comédia. O cargo não te pertence mais, e quando a ficha cair, eu vou estar presente. A pequenos passos ao curto degrau do altar eu o vejo parado ali, com um olhar sério e sombrio, parece que nunca muda. Meu pai entrega a minha mão a Sebastian e com seu toque pesado e áspero faz-me recuar por um instante, foi algo automático e não houve intenção, mas isso chamou atenção de quem notou. Sebastian não mudou de expressão, apenas agarrou o meu braço e me fez subir até pararmos em frente ao padre. A melodia parou e a cerimônia começou, e enquanto o padre começava a falar eu me desliguei da realidade e voltei com a cabeça a Califórnia, foi um ano de experiência, eu consegui viver como nunca antes, eu viaj
Agora é oficial, estou casada com Sebastian Mortalla. Após suas palavras ameaçadoras sobre supostamente minhas atitudes, ele voltou a me beijar na frente de todos os convidados. Os sinos da catedral ressoam por todo o lugar como um anúncio oficial da nossa união, viramos para os presentes do casamento e recebemos mais aplausos com sorrisos de comemoração e outros falsos, como era de minha mãe logo na primeira fila. O cenário estava perfeito, decorado com flores brancas e um lindo tapete vermelho por onde passamos, esse casamento poderia ter sido perfeito se não fosse uma obrigação e sim por amor. O que posso falar de amor? Eu jamais amei alguém. Passei toda a minha vida trancada em uma fortaleza, rodeada de seguranças e empregados que estavam ali para me servir e proteger. Jamais fui há uma escola como uma criança normal, não tive saída com amigas na adolescência, não tive festa do pijama, não fui chamada para um encontro, pois isso era proibido para uma garota que nascera dentro d
— Sebastian finalmente se casou com você, mas não esqueceu do dia em que o deixou plantado no altar. Tinha sido decidido que a cerimônia privativa, onde poucas pessoas seriam convidadas, mas depois que você fugiu, talvez tenha mudado um pouco. — Um pouco? Ele chamou até a imprensa!— É claro que ele chamaria, ele ficou longe da mídia social por sua causa, só assim para pegá-la de surpresa como fez. — Isso explica o porquê que ele se passou por nosso professor. — Falou Rebecca, enquanto estendia sua mão para tomar um copo de água que havia sobre a mesa. — Sebastian é bastante cauteloso, e esperto, talvez ele soubesse que você tentaria fugir. — Disse Luana. Não deixei que elas continuassem quando percebi a volta indevida de Sebastian no salão, ele sentou-se ao meu lado e acompanhado por seu amigo e agora braço direito, Lorenzo. — Por favor meninas, voltem a conversar, finjam que não estou aqui. — Ele pediu, como se soubesse que estávamos justamente dele. — Sebastian, sei que não