Ficamos apenas nos olhando, absorvendo a ideia. Ethan estava vivo, tive que piscar centenas de vezes para constatar que não era apenas mais uma das peças que minha cabeça costumava me pregar.Engoli a seco quando ele começou a se aproximar de mim em passos curtos, temendo que eu fosse fugir a qualquer momento. Permaneci estática, sentindo as lágrimas se formarem nos meus olhos e o local ao redor de repente parecer tão quente quanto um dia de verão.— C-como? — Pergunto sussurrando, olhando para o colete em seu peito mostrando claramente que ele não era um simples faxineiro.— Eu...Antes que ele pudesse tocar meu pulso, a mesma porta cujo Sebastian entrou se abre e ele sai logo em seguida acompanhado dos investigadores. Olhando eles lado a lado só me fez ficar ainda mais atordoada, ambos eram completos opostos, pelo menos o que eu conhecia do Ethan.Sebastian olhou para mim e depois para Ethan, com as sobrancelhas juntas. Eles de repente se entre-olharam como dois lobos líderes de uma
Coloquei uma roupa quente, pois ainda estava congelando do lado de fora. Marília e eu saímos com a desculpa de ir ao shopping comprar roupas, mesmo que os empregados não pedissem satisfações era melhor evitar qualquer conflito com o Sebastian, e para isso eles precisavam de uma resposta para minha saída. Não mandei mensagem, porque ele daria um jeito de sair da empresa feito louco para vir atrás de mim, dizer que foi uma péssima ideia sair sem sua companhia.Meu coração estava a mil por hora, pedindo internamente que aquele homem fosse apenas parecido com ele, pois o Ethan está morto. Pela primeira vez me peguei desejando sua morte, porque eu já havia aceitado isso, mas não o fato dele ter mentido.O motorista estacionou na garagem do shopping, arranquei Marília para o andar de cima, mesmo com ela me puxando para baixo.Assim que subimos pela escada rolante, olhei ao redor com a falsa esperança de encontrá-lo facilmente.— Me espere em frente a essa loja, daqui há alguns minutos eu vo
Os lábios do Ethan junto aos meus me traziam uma sensação de nostalgia.Deixei sua mão descer das minhas costas até a extremidade das minhas nádegas, permiti que ele beijasse meu pescoço enquanto eu jogava a cabeça para trás.Eu arfei, com meu peito ardendo.Sua língua era fria, me causando arrepios por toda parte do meu corpo.Caminhamos em passos lentos até a mesa onde ele me sentou em cima e voltou a me beijar, com as mãos firmes nas minhas coxas.Ethan tinha gosto de familiaridade, agora também tinha gosto de algo doce e cheiro de perfume. Isso me deixou com mais vontade de desfrutar dele e saber o que mais mudara além de seu corpo mais robusto.Ele me ajuda a tirar minha jaqueta jogando-a para um canto qualquer da sala, mal me importei com o frio.Senti seu membro rígido em contato com minha intimidade, então me puxou para mais próximo de seu corpo a fim de sentir ainda mais meu contato.Ele me puxa para mais perto pela cintura. Pelos céus, podia senti-lo tanto que doía, matar a
Voltamos para casa pela parte da tarde, meu coração estava quase para sair pela boca, Sebastian faria um interrogatório quando chegássemos em casa e Marília parecia mais apreensiva que eu. O motorista dirigia pelo trajeto o mais rápido que podia, mas com a neve, era obrigado a acelerar o mínimo possível.Pedi aos céus que seu carro não estivesse na garagem, para eu pelo menos ter tempo de inventar uma mentira mais elaborada do motivo porquê meu rosto estava inchado. Além disso, tinha o fato da minha consciência pesar mais do que uma bigorna no oceano, eu o trai de maneira fria e consciente, nunca iria me perdoar por isso.Minhas orações pareciam não ter sido ouvidas, pois, assim que ultrapassamos o portão da propriedade o carro dele já estava em frente, estacionado mal, demonstrando que ele chegou às pressas. Desci do carro antes que o motorista abrisse a porta para mim, Marília saiu em seguida indo direto para dentro.Respirei fundo.Antes que eu pudesse entrar Sebastian apareceu na
Abri os olhos com dificuldade, minha cabeça estava girando e com meu corpo dolorido por estar deitada no chão. Quando finalmente consegui focar minha visão em algo percebi que não estava em casa, estava dentro de um quarto escuro iluminado por apenas um basculante meio aberto.Levantei do chão rapidamente, me sentando encostada na parede.Tentando lembrar do que aconteceu na noite anterior, embora minha memória estivesse apenas com alguns feixes. Alguém havia me apagado com um pano quando fui fechar a janela.Levanto do chão em pânico, caminho lentamente até a única porta na sala, com as mãos protegendo os braços e os dentes rangendo de frio. A porta estava trancada, foi então que comecei a me desesperar mais ainda. Bati com os punhos na porta, dando socos e chutes, mas foi completamente em vão.Comecei a chorar sentindo as lágrimas congelando em meus olhos, com as pálpebras rígidas igual a pedra.Que tipo de brincadeira de mau gosto era essa? Sebastian não podia ter ficado tão chatea
Arrastei a mesa até próximo do basculante, era pesada, mas com esforço consegui. Subi na mesa com dificuldade e aproximei meu rosto do basculante, do lado de fora só conseguia ver a floresta de pinheiros coberta de neve e atrás o sol se pondo. Passei meu braço pelo buraco da janela, o espaço era apertado demais para meu corpo. Sacudi o basculante numa tentativa de quebrá-lo, mas a solda nem sequer se moveu. Apoiei minha testa na parede, exausta e com frio.Todos os dias eu costumava fazer isso, quando os meus pensamentos me levavam a acreditar que nunca sairia daqui. Talvez eu nunca saísse.Alguns dias passaram, sabia quando era noite por conta do basculante e comia apenas uma vez por dia, geralmente era pão ou uma sopa com ingredientes duvidosos.Ouvi a porta sendo destrancada, desci da mesa em uma velocidade que me fez cair no chão.Anna apareceu com dois capangas, ela usava um batom vermelho vinho e o mesmo casaco de peles, porém desta vez era marrom chocolate.Saber que Anna estav
Não movi um músculo sequer, apenas absolvi o impacto do corpo do Sebastian junto ao meu.Apertei meus olhos sentindo seu perfume, seu toque e todas as sensações que ele me proporcionou. Pensei que nunca mais sentiria o calor de seu toque e o cheiro maravilhoso de perfume e menta que sua camisa social tem.A todo momento, na minha cabeça, eu pedia para não estar delirando, que Sebastian estivesse mesmo aqui.Não era um sonho, era real.Passei meus braços em volta de seu pescoço, o apertando mais firme contra mim, como se ainda houvesse espaço para ser preenchido entre nós.Meus olhos encheram-se de lágrimas, mas desta vez, era de felicidade.Eu queria dizer-lhe todas as coisas ruins que passei, mas minha garganta secou e eu só sabia chorar baixinho sentindo um alívio inexplicável.Ele me solta e encosta nossas testas, enxugando minhas lágrimas, pude ver seus olhos lacrimejando.— Me perdoe, por favor, me perdoe. — Pediu ele com a voz embargada. Eram tantos sentimentos que ficava difíci
— Você é o responsável por isso? — Sebastian não respondeu. — Claro que não, afinal durante todos esses anos não o fez. Você é fraco. Precisou do FBI para fazer isto. — Mas estou aqui, não estou? — Sua voz estava diferente, como nunca ouvi antes. Martíni solta um sorriso nasal, em seguida traga seu charuto soltando fumaça pelo nariz. — Pensei que estivesse aqui pela sua mulher, não por algo que aconteceu há muito tempo. — Ele se acomoda na poltrona. — Não seria idiota o suficiente para mover rios por uma mulherzinha sem sal como esta. — Você sabe todos os motivos para eu estar aqui. — Sim, sei e acho uma perda de tempo. Ainda guarda mágoas de mim pelo que fiz com sua mãe? — Sebastian suspira mais uma vez. — Qual era mesmo o nome dela? Sebastian saca sua arma apontando na direção do Martíni.Seu corpo inteiro tremia de puro ódio, eu podia sentir o calor emanando dele. Ele caminha em passos lentos até Martíni que continuava com uma expressão sarcástica. — Sai daí. — Martíni não o