Vincent’s pov
– Vincent, o que achou desse? – Luiza parou ao meu lado enquanto eu assistia o jogo de vôlei.– Ta lindo! – falei indiferente. Eu amo Luiza, amo mesmo, mas ela estava insuportável. Era a vigésima vez que ela me fazia a mesma pergunta e a vigésima vez que saía com um modelo de roupa diferente. – Assim como os outros vinte estavam.
– Vincent, eu to falando sério! Daqui a pouco Sebastian vai chegar e eu ainda mal escolhi minha roupa! Ainda falta a maquiagem e o cabelo! O que achou dessa roupa? – perguntou novamente.
– Ta ótima!
– Não sei... não to gostando... to parecendo uma criança de cinco anos com esse vestido. – Ela voltou para o quarto, mas não tive um espaço significativo de descanso porque ela logo voltou. – E esse aqui? Tá melhor?
– Aham. – falei sem mal olhá-la nos olhos. Os dois times estavam a vários segundos sem deixar a bola cair no chão, quando isso acontecia era o mesmo
Luiza’s pov A primeira mudança que notei em Sebastian, além do seu físico, foi o carro. A gente estava num carro pica, indo para não sei aonde. Eu gostaria de perguntar e começar uma conversa normal e descontraída como fazíamos na Loreta, mas agora o clima era bem diferente. Isso me incomodava tanto... Aproveitei o tempo pelo menos para procurar sinais de mulher naquele lugar. Ou melhor, sinais daquela mulher. – O que olha tanto? – Hã? – encarei-o. – Está procurando alguma coisa? – Só desfrutando do interior de um carro como esses. – Ele sorriu, aquele sorriso de sempre que ele costumava dar quando estava pensando em algo. – Sabe, Luiza, o tempo passou, mas você ainda continua mentindo muito mal. – E quem disse que eu estou mentindo? Não é todo dia que eu ando em um carro como esses. – Vi a BMW que você estava dirigindo no dia do acidente do vovô. Não me pareceu nem um po
Por dentro eu estava dando pulinhos de felicidade, Sebastian estava finalmente reclamando seus direitos sobre mim! – Se precisarem... a porta está aberta e o quarto arrumado! - brincou Vincent. – Boa sorte e você, - apontou pra Sebastian. – Vai com calma que Luiza ainda é uma princesinha e merece ser tratada como tal. – Ei! Eu to aqui sabe? – falei. Vincent ria. – Tchau, Vincent! – Sebastian falou. Ele bateu continência e entrou. Saí do seu colo e voltei para o meu banco, tapando os seios com a blusa. Eu estava cansada e ofegante mesmo que não tivesse feito muito. Fiquei um tempo parada esperando minhas forças se recomporem. Sebastian ajeitou sua roupa e praticamente já ligava o carro. – Sebastian! – Que foi? – ele me olhou com cara de inocente. – Olha pra mim. – Não me diga que vai me agarrar de novo. – Não, idiota. Olha o meu estado! Como pode sair por aí dirigindo enquanto eu estou praticamen
Acordei assustada. Onde eu estava? O que eu tinha feito? Onde estava minha comida? Onde estava meu Sebastian? As lembranças foram voltando rapidamente para mim. Eu tinha dormido no colo dele. Olhei ao redor. Estava em seu quarto.Ele tinha uma foto nossa de quando éramos pequenos na cabeceira da cama. Eu lembrava daquele dia. A gente tava discutindo pra ver quem comeria o último pedaço da barra de chocolate. Minha mãe tinha tirado aquela foto.Ele também tinha colocado o quadro com nossa foto de casamento em seu quarto. Peguei o travesseiro ao meu lado e o abracei. Era ali que ele dormia e era ali que eu queria estar. Olhei a hora no relógio de parede. Eram 3h da manhã. Por que ele não estava na cama?Levantei e fui até a cozinha pegar algo para beber. Encontrei uma garrafa de vinho. Outro hábito que Vincent tinha criado em mim. Era a única bebida que eu co
Acordei com o Sol batendo na minha cara. Me revirei na cama achando que iria esbarrar em um corpo másculo e forte ao meu lado, mas na verdade fui direto ao chão. Levantei assustada. Onde estava Sebastian?Me enrolei no lençol, já que não fazia a mínima ideia de onde estariam minhas roupas, e fui caçá-lo pela casa. Talvez ele estivesse preparando o café da manhã pra mim. Dei uma risadinha ao pensar nisso. A cozinha estava vazia. Ele poderia estar trabalhando sem camisa no escritório. Comecei a ter várias ideias de como surpreendê-lo. O escritório estava vazio.A casa estava vazia.Com exceção da minha presença, aquele lugar nadava no meio do nada. Voltei pra cozinha pra comer algo, eu estava com uma super larica. Foi quando me deparei com um bilhete totalmente comovente de Sebastian.Saí cedo. Tive uns problemas
– O que acha desta? – Sebastian perguntou.– Você não fica bem de rosa.– Não perguntei a você, Luiza. Estou falando com a Amanda.Estávamos fazendo compras no shopping e a vingança de Sebastian era me tratar como serva. Já estava fazendo um verdadeiro trabalho de malabarismo para segurar todas as sacolas das lojas anteriores em que fomos, e agora ele ainda me tratava desta maneira. Preferia conversar com as vendedoras do que comigo. Ele estava me ignorando.E eu nem podia reclamar, né, porque diante do que eu fiz, até achei que ele estava sendo bem misericordioso. Estava até pagando pelas próprias roupas. Mas a loja de sapatos... ah, a loja de sapatos... ele me fez colocar no pé dele todos os sapatos da loja. Eu queria enfiar cada um daqueles calçados em sua garganta, só que eu estava errada, então acabava obedec
Bati a porta com força.Sebastian estava deitado no sofá falando ao telefone com alguém. Nem me viu chegar. Ele estava apenas com uma samba canção, distraído e olhando pela janela. Com uma mão segurava o telefone e com a outra mexia nos cabelos. Pude ver um sorriso se formar em seu rosto enquanto escutava o emissor. Joguei a bolsa em cima dele que rapidamente encerrou a ligação. Enquanto isso eu tirava os sapatos e jogava em qualquer canto.– Ah, Luly, que bom que você chegou! – sentou-se no sofá, dando tapinhas no estofado como uma forma de me convidar a sentar do seu lado. – E então, como foi seu dia?– Um cu. – me joguei ao seu lado tirando a blusa e deixando meu sutiã rendado azul à amostra.– Nossa, amor, vai com calma. Mal chegou e já quer meu corpo? Você pode comer alguma coisa antes, pro
– Ah, Carol. Oi. O que faz aqui?– Sou prima da primeira bailarina da companhia. E você?– Viemos assistir o espetáculo. – Sebastian me colocou ao seu lado.– Viemos? Está acompanhado? – que garota dissimulada!– Sim, está. – Passei a mão em seu braço e sorri pra ela. Impedindo que Sebastian respondesse.– Ah. – falou desanimada. - Onde você está sentado?– Primeiro camarote da direita, de frente para o palco. Segundo andar.– Sério? Eu sabia que te reconheceria em qualquer lugar! Estou no camarote da esquerda. De frente para você! – arregalou os dentes mais do que devia. – Deve ser o destino mesmo! – revirei os olhos.– Legal. – Sebastian sorriu sem graça. Ele já tinha sentido que o clima estava ficando pesado. Ia ficar mais pesad
Sebastian’s Pov – Você tá muito fodido, cara. Só isso que eu tenho pra te dizer. – Muito obrigado, Vincent. Realmente me sinto bem melhor agora. – Ué, o que você quer que eu diga? Que vai ficar tudo bem? Não vai, cara. Não vai mesmo. – Vincent, eu não sei se você sabe, mas eu liguei pra você pra me ajudar. Se eu quisesse me sentir um merda, ficava com a minha consciência mesmo. – Sebastian, nós amamos a mesma mulher, não sei se você lembra desse pequeno detalhe. Seria burrice minha te ajudar. – Vincent, nós dois sabemos que quando a Luiza fica chateada, ela dá um jeito de te deixar chateado também. E eu acho que você não precisa de mais estresse na sua vida, né? – Ainda não me convenceu. Talvez esta seja minha chance de mostrar à Luiza o idiota que você é. – Você não vai precisar de muito pra isso. – suspirei, passando a mão pelos cabelos. –