– O que acha desta? – Sebastian perguntou.
– Você não fica bem de rosa.
– Não perguntei a você, Luiza. Estou falando com a Amanda.
Estávamos fazendo compras no shopping e a vingança de Sebastian era me tratar como serva. Já estava fazendo um verdadeiro trabalho de malabarismo para segurar todas as sacolas das lojas anteriores em que fomos, e agora ele ainda me tratava desta maneira. Preferia conversar com as vendedoras do que comigo. Ele estava me ignorando.
E eu nem podia reclamar, né, porque diante do que eu fiz, até achei que ele estava sendo bem misericordioso. Estava até pagando pelas próprias roupas. Mas a loja de sapatos... ah, a loja de sapatos... ele me fez colocar no pé dele todos os sapatos da loja. Eu queria enfiar cada um daqueles calçados em sua garganta, só que eu estava errada, então acabava obedec
Bati a porta com força.Sebastian estava deitado no sofá falando ao telefone com alguém. Nem me viu chegar. Ele estava apenas com uma samba canção, distraído e olhando pela janela. Com uma mão segurava o telefone e com a outra mexia nos cabelos. Pude ver um sorriso se formar em seu rosto enquanto escutava o emissor. Joguei a bolsa em cima dele que rapidamente encerrou a ligação. Enquanto isso eu tirava os sapatos e jogava em qualquer canto.– Ah, Luly, que bom que você chegou! – sentou-se no sofá, dando tapinhas no estofado como uma forma de me convidar a sentar do seu lado. – E então, como foi seu dia?– Um cu. – me joguei ao seu lado tirando a blusa e deixando meu sutiã rendado azul à amostra.– Nossa, amor, vai com calma. Mal chegou e já quer meu corpo? Você pode comer alguma coisa antes, pro
– Ah, Carol. Oi. O que faz aqui?– Sou prima da primeira bailarina da companhia. E você?– Viemos assistir o espetáculo. – Sebastian me colocou ao seu lado.– Viemos? Está acompanhado? – que garota dissimulada!– Sim, está. – Passei a mão em seu braço e sorri pra ela. Impedindo que Sebastian respondesse.– Ah. – falou desanimada. - Onde você está sentado?– Primeiro camarote da direita, de frente para o palco. Segundo andar.– Sério? Eu sabia que te reconheceria em qualquer lugar! Estou no camarote da esquerda. De frente para você! – arregalou os dentes mais do que devia. – Deve ser o destino mesmo! – revirei os olhos.– Legal. – Sebastian sorriu sem graça. Ele já tinha sentido que o clima estava ficando pesado. Ia ficar mais pesad
Sebastian’s Pov – Você tá muito fodido, cara. Só isso que eu tenho pra te dizer. – Muito obrigado, Vincent. Realmente me sinto bem melhor agora. – Ué, o que você quer que eu diga? Que vai ficar tudo bem? Não vai, cara. Não vai mesmo. – Vincent, eu não sei se você sabe, mas eu liguei pra você pra me ajudar. Se eu quisesse me sentir um merda, ficava com a minha consciência mesmo. – Sebastian, nós amamos a mesma mulher, não sei se você lembra desse pequeno detalhe. Seria burrice minha te ajudar. – Vincent, nós dois sabemos que quando a Luiza fica chateada, ela dá um jeito de te deixar chateado também. E eu acho que você não precisa de mais estresse na sua vida, né? – Ainda não me convenceu. Talvez esta seja minha chance de mostrar à Luiza o idiota que você é. – Você não vai precisar de muito pra isso. – suspirei, passando a mão pelos cabelos. –
– Olha só, ninguém deve saber que eu te dei essa ideia ou que deixei você fazer isso. Pra todos os efeitos você é um maluco que invadiu a empresa e, meu Deus, não acredito que estou ajudando você! - Vincent e eu andávamos lado a lado no corredor da empresa dele. – Agora é com você! Luiza deve chegar daqui a pouco para almoçar.Estávamos parados em uma das entradas do restaurante da empresa de Vincent.– Haja naturalmente e boa sorte! – me deu dois tapinhas no ombro e saiu.Logo Luiza chegou e, nossa, ela estava muito gostosa. Que saudade daquele corpo! Que saudade daquela mulher! O lugar dela era comigo, não com qualquer outro cara! Ela estava com uma calça social bege de cintura alta e uma blusa preta de manga comprida por dentro da calça. Estava de salto e com os cabelos soltos.Andava acompanhada de umas velhotas
– Fodeu. Sim, isso mesmo. Eu estava fodida. Não há palavra que melhor traduza meu desespero do que esta. Fo-di-da. Sebastian dormia todo largado na cama apenas de boxer preta. Enquanto isso, eu estava trancada dentro do banheiro, em posição fetal, encarando aquele palitinho do destino. Positivo. Milhares de coisas começaram a passar pela minha cabeça, como: “tinha um ser dentro de mim”, “eu seria mãe”, “Sebastian seria pai”, “como Sebastian reagiria diante da notícia?”, “sou nova demais para ter filhos”. Eu estava apavorada! E a faculdade, como ficaria? Eu teria que contar pra família, mas eles ainda mal sabiam que nós tínhamos nos casado! Eles mal sabiam que a gente sentia algo que não fosse ódio, na verdade. Como eu os enfrentaria? Deus, será que eu podia ficar escondida ali até que essa criança nascesse? Eu estava morrendo de medo e sentindo um embrulho gigante no estômago. Eu... eu não entendia. Nós não éramos muito adepto
Luiza’s pov A partir deste ponto eu contarei a história, porque de conteúdo idiota já bastam as atitudes e frases de Sebastian. Descobrir os pensamentos seria demais. Sebastian encarava o teste de gravidez que tinha parado no chão. Estava estático, parecia uma porta, sem reação alguma. – Sebastian, você ouviu o que eu disse? - passaram-se alguns minutos até que eu fizesse aquela pergunta. Tinha esperança de que ele voltaria a si. – Grávida... Como assim grávida? - me encarou. Parecia não entender o que estava acontecendo. – Como assim "como assim grávida"? – Tem certeza que tem um... Hã... Ser vivo aí dentro? Tem certeza que não é uma lombriga, sei lá. - Arqueei uma sobrancelha. – Ta brincando comigo, né, Sebastian? – perguntei. – Ta falando sério? – me rebateu. – O que você acha? – cruzei os braços. – E quem me garante que é meu? – Quê? - eu estava escutan
Sebastian’s povEu tava muito mal, péssimo. Estava sem Luiza e sem meu filho. Meu filho. Eu não pensava que isso fosse acontecer tão cedo. Luiza usava DIU. Tinha dias que eu não dormia direito, não comia direito, não fazia nada. Deus, eu seria pai! E se o bebê não gostasse de mim? E se eu não soubesse criá-lo? Como eu pagaria a escola, compraria fraldas, dormiria de noite? Eu me sentia seguro de arriscar porque sabia que Luiza e eu poderíamos dar um jeito juntos, mas com um bebê eu já começava a pensar em passar num concurso público, comprar uma casa e um cachorro.Eu me sentia o pior homem do mundo por fazer a mulher que eu amava sofrer daquela forma, mas eu estava desesperado, o que poderia fazer? Luiza tinha aquele espírito materno defensor dos oprimidos, mas e eu? Eu era o canalha sem futuro aos olhos d
– Você está linda! – Estela disse ao entrar na sala da noiva. – Obrigada. – Sorri. – Confesso que sendo vestida pela minha vó eu esperava algo com mais volume e babados do que pudesse aguentar. – Está nervosa? – Estela sentou-se em uma poltrona enquanto eu me encarava no espelho dando os retoques finais no cabelo e na maquiagem. – Para me casar pela terceira vez com o mesmo cara? – olhei de relance para ela, que sorriu. – Mais ou menos isso. – Um pouco, devo admitir. – falei enquanto observava Estela mexer no pote de amendoim ao lado da poltrona em que estava sentada. - Mas só pelo fato de que eu não sei o que esperar desse casamento. Deixei tudo nas mãos da mãe de Sebastian e do vovô e da vovó. Bem, na verdade, só fiz uma exigência. – E qual seria? – perguntou com a boca cheia de amendoins. – Escolher os padrinhos. – Acho que você poderia ter estendido essa decisão para as roupas das madrinhas. Estou s