Luiza's pov
Como explicar a Vincent o que eu tinha feito? Sentia um embrulho no estômago só de pensar na reação dele. Vincent era uma pessoa boa, maravilhosa, na verdade, não merecia que eu o abandonasse. Mas a última coisa que eu queria era depender dele, a última coisa que eu queria era depender de alguém. Ao menos financeiramente, porque se fosse pensar no quesito sentimentos as coisas não estavam indo muito bem para o meu lado.
Não queria envolver Vincent em mais essa confusão. Não queria pôr em risco qualquer coisa que não fosse minha. Vincent não era meu, seu dinheiro também não e seu tempo muito menos. Quando eu recebi aquele papel naquela manhã chuvosa, eu sabia que teria que apelar.
Geralmente gosto do frio e da chuva, mas assim que levantei minha intuição já me dizia que algo mais escuro que o céu viria pra cima de mim. Não deu outra. Lá estava aquele maldito empregado, com aquele maldito papel, representando aquela maldita velha. S
Sebastian’s pov – Meu Deus... eu sou muito gato mesmo, como pode? – dei uma longa olhada no meu reflexo no espelho. Se eu fosse mulher eu me pegava, na boa. Naquela manhã eu tinha acordado mais feliz que o normal. Luiza estava de volta, tínhamos dormido na mesma cama e ela faria tudo o que eu quisesse durante um mês. E aquele beijo? O que foi aquele beijo? Rapaaaz! Ri sozinho igual um idiota. A noite havia sido perfeita! Mais perfeita ainda quando acordei e vi que Luiza estava deitada em meu peito. Tirei até uma foto pra registrar o momento. Não houve chutes ou xingamentos noturnos ou surpresas inesperadas como acordar no chão. Luly não demorou sequer duas horas para assinar o contrato após acordar. O que era bom por um lado, mas péssimo se levar em conta que eu teria que me encontrar logo com aquela velha tarada. Mesmo não sendo um fiel fervoroso, desde a noite passada já tinha pe
Luiza's pov– Escrava! - aquela voz já estava me irritando.– Que é? - falei igual uma barraqueira. Ele me olhou com ar de reprovação. Suspirei. - Sim, mestre.– Minha pipoca acabou, faça mais!– Sim, mestre. - Coloquei o saco no microondas e mal terminei de programar ouvi de novo a voz de Sebastian me chamar.– Escrava!– Sim, mestre. - Parei diante dele.– Me traga mais um refrigerante!– Mas você ainda nem abriu o seu!– Não discuta comigo, escrava! Traga meu refrigerante! - respirei fundo.– Sim, mestre. - Levei a pipoca, que já estava pronta, e o refrigerante. - Aqui está, mestre.– Não é esse saber que eu quero.– Quê?– Eu quero pipoca de bacon, você me trouxe pipoca
– Isso mesmo, Loreta, você está indo muito bem! - estávamos a 30 km numa pista de 60 km. Agora eu entendia porque Sebastian estava de óculos escuros. Todos os carros que passavam buzinavam pra nós.Como eu tinha entrado naquela ervilha? Simples: à força. E quando eu tentei sair descobri que a porta do carona só abria por fora e a janela não descia. Grande Loreta. Parecia que tinha vida e trabalhava a favor de Sebastian.Ele fazia isso de propósito, só podia ser! Loreta por dentro era pior do que por fora. Bancos rasgados, fedendo a coisa velha, barulhos estranhos saindo do motor, rádio que só pegava uma estação, marcha que demorava a pegar... Sim, Loreta era o sonho de todo homem.Eu estava muito puta com Sebastian, tanto que não trocamos uma palavra durante todo o caminho. Fiquei lendo o relatório pra conseguir mais detalh
– Luiza! – gritei ao fechar a porta com toda a força. – Luiza! – segui em direção ao quarto dela. Eu tinha 99% de certeza de que ela não estaria mais no meu quarto. Principalmente depois do que aconteceu. Já cheguei abrindo a porta e sem bater. Por sorte estava destrancada. – Luiza! – Vai embora! – jogou o abajur do criado mudo em minha direção, mas não chegou nem perto de me acertar. Agora eu entendi porque a porta não estava trancada. – Acho que você precisa melhorar sua pontaria. – Cruzei os braços. – Continue parado aí que uma hora te garanto que eu acerto! – jogou um livro que passou um pouco mais perto que o abajur. – Você vai voltar pra faculdade. – Fui direto ao ponto. – O quê? Virou meu pai agora pra dizer o que eu devo ou não devo fazer? – Não, virei seu marido. – Ela fez um muxoxo. – Pior ainda! Você não pode me obrigar a fazer nada! – Não estou te obrigando a nada. Seu sonho não é se tornar
– Sejam bem-vindos ao nosso retiro do amor. Muitos de vocês estão aqui hoje porque seus casamentos estão passando por crises, ou porque procuram fortalecer a relação, ou porque suas esposas os obrigaram a vir. – Alguns riram daquela piada sem graça. – De todo jeito, espero que vocês possam aproveitar ao máximo essa oportunidade de melhorar o relacionamento entre vocês. Estamos tendo o prazer de receber um casal que há algum tempo já foi transformado pelo nosso retiro. Luiza, Sebastian, por favor, venham aqui e falem um pouco sobre vocês.Sebastian me deu a mão e paramos no meio da sala. Devia ter uns quinze casais.– Olá, meu nome é Sebastian e essa aqui é minha esposa Luiza, ela não gosta de falar muito, é meio tímida, mas também quando começa... – todos riram. – Por isso vou
– Bom dia! – Sebastian se sentou ao meu lado na mesa de café da manhã.– Bom dia por quê? – respondi-o de forma arrogante. Eu estava estressada e com raiva.Passei a noite em claro naquele quarto, sentindo frio e sozinha. Estava com olheiras profundas e os olhos vermelhos, tanto que precisei colocar óculos escuros pra disfarçar, apesar de não haver sinal de Sol. Estava com um dos moletons de Sebastian e de calça jeans. Não penteei os cabelos nem nada. Estava prestes a esganar alguém por ter tirado minha noite de felicidade de mim.– Eita! O que foi? – Sebastian ajeitou o coque frouxo que eu tinha feito pra disfarçar os nós no meu cabelo. – Não dormiu bem?– Nem um pouco. – Tomei um gole do meu café.– Eu também não. – Sorriu pra mim. Um sorriso tão lindo e e
Dormimos demais. Quando chegamos metade dos casais já tinha almoçado e faltava apenas vinte minutos pra terminar a hora do almoço. Sebastian não havia colocado o celular pra despertar. Saímos correndo para o chalé principal onde serviam a comida. Pegamos as sobras.– Pelo menos a comida é boa. – Sebastian comentou.– Você acha? – cutuquei algo meio mole e estranho no meu prato. – Preferia que você cozinhasse pra mim.– Quando voltarmos eu cozinho pra você, pode ser? Exatamente como naquela fantasia erótica que você tem comigo. – Fiquei vermelha.– Não faço ideia do que você ta falando. – Virei a cara.– Luly, todo mundo tem uma fantasia erótica que envolva uma cozinha. Imagino que a sua seja me ver cozinhar sem camisa enquanto tomamos vinho e você me observa, n&
A manhã seguinte pode ser caracterizada como silenciosa. Mandei um caô de que estava de TPM e por isso minha cabeça estava doendo e evitei falar o máximo que pude, respondendo só o essencial. Aproveitei o momento antes do café da manhã para arrumar as malas e tirar algumas conclusões.Sebastian não tinha culpa e eu não tinha razão de estar chateada com ele. Mas eu estava. Eu sabia que não tinha motivo pra isso, não existia nenhuma lei ou acordo que dissesse que ele não podia transar com outras garotinhas. Mas acho que o que mais me incomodava era o fato da primeira vez dele ter sido com a minha melhor amiga, e o pior, nunca ter me contado isso!Eu queria me vingar, queria fazê-lo sentir a mesma coisa que eu estava sentindo. Não era justo ele pegar Deus e o mundo, sarrar e roçar com quem quisesse, inclusive minhas amigas, e eu ser a garot