Sebastian’s pov
A caneta fazia um barulho ritmado enquanto se chocava freneticamente contra a superfície da mesa. O que fazer agora? Toda vez que eu tentava me aproximar de Luiza acontecia algo que nos afastava mais. Talvez estivéssemos destinados a nunca ficar juntos.
(...)
– Sebastian? O que faz aqui? – aquela pergunta de Luiza era ótima, principalmente a resposta para ela. “Estava te seguindo”. Realmente, não é uma coisa que se costuma admitir quando se é pego no flagra.
– Eu é que pergunto! O que você faz aqui?
– Isso não é problema seu. – Virou a cara pra mim. – E vocês dois? – apontou para Ian e Ítalo. – Estão aqui por quê?
– Estamos aqui acompanhando Sebastian seja lá no que ele estiver fazendo. – Ian disse.
– Estavam me espionando?
– Mas é claro que não! – Ítalo tomou nossas dores. – Isso tudo não passa de uma coincidência.
– Realmente, foi por uma coincidên
Luiza's pov Como explicar a Vincent o que eu tinha feito? Sentia um embrulho no estômago só de pensar na reação dele. Vincent era uma pessoa boa, maravilhosa, na verdade, não merecia que eu o abandonasse. Mas a última coisa que eu queria era depender dele, a última coisa que eu queria era depender de alguém. Ao menos financeiramente, porque se fosse pensar no quesito sentimentos as coisas não estavam indo muito bem para o meu lado. Não queria envolver Vincent em mais essa confusão. Não queria pôr em risco qualquer coisa que não fosse minha. Vincent não era meu, seu dinheiro também não e seu tempo muito menos. Quando eu recebi aquele papel naquela manhã chuvosa, eu sabia que teria que apelar. Geralmente gosto do frio e da chuva, mas assim que levantei minha intuição já me dizia que algo mais escuro que o céu viria pra cima de mim. Não deu outra. Lá estava aquele maldito empregado, com aquele maldito papel, representando aquela maldita velha. S
Sebastian’s pov – Meu Deus... eu sou muito gato mesmo, como pode? – dei uma longa olhada no meu reflexo no espelho. Se eu fosse mulher eu me pegava, na boa. Naquela manhã eu tinha acordado mais feliz que o normal. Luiza estava de volta, tínhamos dormido na mesma cama e ela faria tudo o que eu quisesse durante um mês. E aquele beijo? O que foi aquele beijo? Rapaaaz! Ri sozinho igual um idiota. A noite havia sido perfeita! Mais perfeita ainda quando acordei e vi que Luiza estava deitada em meu peito. Tirei até uma foto pra registrar o momento. Não houve chutes ou xingamentos noturnos ou surpresas inesperadas como acordar no chão. Luly não demorou sequer duas horas para assinar o contrato após acordar. O que era bom por um lado, mas péssimo se levar em conta que eu teria que me encontrar logo com aquela velha tarada. Mesmo não sendo um fiel fervoroso, desde a noite passada já tinha pe
Luiza's pov– Escrava! - aquela voz já estava me irritando.– Que é? - falei igual uma barraqueira. Ele me olhou com ar de reprovação. Suspirei. - Sim, mestre.– Minha pipoca acabou, faça mais!– Sim, mestre. - Coloquei o saco no microondas e mal terminei de programar ouvi de novo a voz de Sebastian me chamar.– Escrava!– Sim, mestre. - Parei diante dele.– Me traga mais um refrigerante!– Mas você ainda nem abriu o seu!– Não discuta comigo, escrava! Traga meu refrigerante! - respirei fundo.– Sim, mestre. - Levei a pipoca, que já estava pronta, e o refrigerante. - Aqui está, mestre.– Não é esse saber que eu quero.– Quê?– Eu quero pipoca de bacon, você me trouxe pipoca
– Isso mesmo, Loreta, você está indo muito bem! - estávamos a 30 km numa pista de 60 km. Agora eu entendia porque Sebastian estava de óculos escuros. Todos os carros que passavam buzinavam pra nós.Como eu tinha entrado naquela ervilha? Simples: à força. E quando eu tentei sair descobri que a porta do carona só abria por fora e a janela não descia. Grande Loreta. Parecia que tinha vida e trabalhava a favor de Sebastian.Ele fazia isso de propósito, só podia ser! Loreta por dentro era pior do que por fora. Bancos rasgados, fedendo a coisa velha, barulhos estranhos saindo do motor, rádio que só pegava uma estação, marcha que demorava a pegar... Sim, Loreta era o sonho de todo homem.Eu estava muito puta com Sebastian, tanto que não trocamos uma palavra durante todo o caminho. Fiquei lendo o relatório pra conseguir mais detalh
– Luiza! – gritei ao fechar a porta com toda a força. – Luiza! – segui em direção ao quarto dela. Eu tinha 99% de certeza de que ela não estaria mais no meu quarto. Principalmente depois do que aconteceu. Já cheguei abrindo a porta e sem bater. Por sorte estava destrancada. – Luiza! – Vai embora! – jogou o abajur do criado mudo em minha direção, mas não chegou nem perto de me acertar. Agora eu entendi porque a porta não estava trancada. – Acho que você precisa melhorar sua pontaria. – Cruzei os braços. – Continue parado aí que uma hora te garanto que eu acerto! – jogou um livro que passou um pouco mais perto que o abajur. – Você vai voltar pra faculdade. – Fui direto ao ponto. – O quê? Virou meu pai agora pra dizer o que eu devo ou não devo fazer? – Não, virei seu marido. – Ela fez um muxoxo. – Pior ainda! Você não pode me obrigar a fazer nada! – Não estou te obrigando a nada. Seu sonho não é se tornar
– Sejam bem-vindos ao nosso retiro do amor. Muitos de vocês estão aqui hoje porque seus casamentos estão passando por crises, ou porque procuram fortalecer a relação, ou porque suas esposas os obrigaram a vir. – Alguns riram daquela piada sem graça. – De todo jeito, espero que vocês possam aproveitar ao máximo essa oportunidade de melhorar o relacionamento entre vocês. Estamos tendo o prazer de receber um casal que há algum tempo já foi transformado pelo nosso retiro. Luiza, Sebastian, por favor, venham aqui e falem um pouco sobre vocês.Sebastian me deu a mão e paramos no meio da sala. Devia ter uns quinze casais.– Olá, meu nome é Sebastian e essa aqui é minha esposa Luiza, ela não gosta de falar muito, é meio tímida, mas também quando começa... – todos riram. – Por isso vou
– Bom dia! – Sebastian se sentou ao meu lado na mesa de café da manhã.– Bom dia por quê? – respondi-o de forma arrogante. Eu estava estressada e com raiva.Passei a noite em claro naquele quarto, sentindo frio e sozinha. Estava com olheiras profundas e os olhos vermelhos, tanto que precisei colocar óculos escuros pra disfarçar, apesar de não haver sinal de Sol. Estava com um dos moletons de Sebastian e de calça jeans. Não penteei os cabelos nem nada. Estava prestes a esganar alguém por ter tirado minha noite de felicidade de mim.– Eita! O que foi? – Sebastian ajeitou o coque frouxo que eu tinha feito pra disfarçar os nós no meu cabelo. – Não dormiu bem?– Nem um pouco. – Tomei um gole do meu café.– Eu também não. – Sorriu pra mim. Um sorriso tão lindo e e
Dormimos demais. Quando chegamos metade dos casais já tinha almoçado e faltava apenas vinte minutos pra terminar a hora do almoço. Sebastian não havia colocado o celular pra despertar. Saímos correndo para o chalé principal onde serviam a comida. Pegamos as sobras.– Pelo menos a comida é boa. – Sebastian comentou.– Você acha? – cutuquei algo meio mole e estranho no meu prato. – Preferia que você cozinhasse pra mim.– Quando voltarmos eu cozinho pra você, pode ser? Exatamente como naquela fantasia erótica que você tem comigo. – Fiquei vermelha.– Não faço ideia do que você ta falando. – Virei a cara.– Luly, todo mundo tem uma fantasia erótica que envolva uma cozinha. Imagino que a sua seja me ver cozinhar sem camisa enquanto tomamos vinho e você me observa, n&