– Bom dia! – Sebastian se sentou ao meu lado na mesa de café da manhã.
– Bom dia por quê? – respondi-o de forma arrogante. Eu estava estressada e com raiva.
Passei a noite em claro naquele quarto, sentindo frio e sozinha. Estava com olheiras profundas e os olhos vermelhos, tanto que precisei colocar óculos escuros pra disfarçar, apesar de não haver sinal de Sol. Estava com um dos moletons de Sebastian e de calça jeans. Não penteei os cabelos nem nada. Estava prestes a esganar alguém por ter tirado minha noite de felicidade de mim.
– Eita! O que foi? – Sebastian ajeitou o coque frouxo que eu tinha feito pra disfarçar os nós no meu cabelo. – Não dormiu bem?
– Nem um pouco. – Tomei um gole do meu café.
– Eu também não. – Sorriu pra mim. Um sorriso tão lindo e e
Dormimos demais. Quando chegamos metade dos casais já tinha almoçado e faltava apenas vinte minutos pra terminar a hora do almoço. Sebastian não havia colocado o celular pra despertar. Saímos correndo para o chalé principal onde serviam a comida. Pegamos as sobras.– Pelo menos a comida é boa. – Sebastian comentou.– Você acha? – cutuquei algo meio mole e estranho no meu prato. – Preferia que você cozinhasse pra mim.– Quando voltarmos eu cozinho pra você, pode ser? Exatamente como naquela fantasia erótica que você tem comigo. – Fiquei vermelha.– Não faço ideia do que você ta falando. – Virei a cara.– Luly, todo mundo tem uma fantasia erótica que envolva uma cozinha. Imagino que a sua seja me ver cozinhar sem camisa enquanto tomamos vinho e você me observa, n&
A manhã seguinte pode ser caracterizada como silenciosa. Mandei um caô de que estava de TPM e por isso minha cabeça estava doendo e evitei falar o máximo que pude, respondendo só o essencial. Aproveitei o momento antes do café da manhã para arrumar as malas e tirar algumas conclusões.Sebastian não tinha culpa e eu não tinha razão de estar chateada com ele. Mas eu estava. Eu sabia que não tinha motivo pra isso, não existia nenhuma lei ou acordo que dissesse que ele não podia transar com outras garotinhas. Mas acho que o que mais me incomodava era o fato da primeira vez dele ter sido com a minha melhor amiga, e o pior, nunca ter me contado isso!Eu queria me vingar, queria fazê-lo sentir a mesma coisa que eu estava sentindo. Não era justo ele pegar Deus e o mundo, sarrar e roçar com quem quisesse, inclusive minhas amigas, e eu ser a garot
Luiza’s pov– Obrigado pela presença de todos aqui! – Sebastian falou. Ele estava de terno preto e óculos escuros. Eu, Ian, Ítalo e Estela estávamos sentados, nessa ordem, no sofá de casa.– O que foi, Sebastian? Fala logo! – Ian pediu. – Tempo é dinheiro, querido!– Recentemente, algo que eu prezava muito foi tirado de mim. Algo pelo qual eu venho zelando durante todos esses anos e que levaram, sem que eu pudesse fazer nada sobre isso. Doeu? Claro que doeu. E doeu muito! Por isso, eu precisava compartilhar com vocês o meu luto.– Luto pelo que exatamente? – Ian perguntou.– Pelo cabaço da Luiza que foi perdido ontem! – fez uma pausa dramática. Todos me olharam e eu fui afundando levemente no sofá enquanto ficava vermelha como tomate. – Espero que
Essa história de que o tempo cura todas as coisas, aviso logo que é o maior caô de todos os tempos, porque dias e dias se passaram e Sebastian e eu ainda não nos olhávamos na cara. Eu sentia muita falta dele e sempre que lembrava do acontecido me sentia mais mal ainda.Era noite, eu estava sentada no balanço de um daqueles parquinhos de madeira improvisados para crianças na orla da praia. Não havia ninguém por perto, só eu olhando para o mar e chorando tudo o que tinha pra chorar.– Olá, menina vida louca. – Ian estava parado ao meu lado.– Quanto tempo, Ian! – ele se sentou no balanço ao lado do meu.– A empresa não é a mesma desde que você parou de aparecer por lá, se é que me entende. – Piscou.– Desculpa, Ian, ultimamente não estou muito boa com indiretas. –
Luiza’s pov Dois anos se passaram desde a última vez que eu vi Sebastian. Dois anos em que a minha vida estava tão animada quanto um dia chuvoso. Eu sentia falta dele, muita falta. Sentia falta das ideias malucas que ele tinha, das discussões idiotas que nós tínhamos, das provocações dele, do sorriso de sabichão que ele me mostrava na maioria das vezes. Sentia falta dele me abraçando e tentando cuidar de mim quando quem mais precisava de cuidados era ele. Sebastian se tornou um assunto proibido pra qualquer pessoa que convivesse comigo, porque eles sabiam que assim que tocavam no nome dele eu ficava mal. Decidi que começaria uma vida nova. Cortei qualquer tipo de laços com Sebastian e a empresa, me afastei inclusive dos nossos amigos em comum, aceitei o convite de Vincent para voltar a morar com ele e passei a trabalhar na empresa dele como sua secretária. Apesar do que muitos achavam, em todos aqueles dois anos Vincent nunca havia tentado nada comig
Vincent’s pov – Vincent, o que achou desse? – Luiza parou ao meu lado enquanto eu assistia o jogo de vôlei. – Ta lindo! – falei indiferente. Eu amo Luiza, amo mesmo, mas ela estava insuportável. Era a vigésima vez que ela me fazia a mesma pergunta e a vigésima vez que saía com um modelo de roupa diferente. – Assim como os outros vinte estavam. – Vincent, eu to falando sério! Daqui a pouco Sebastian vai chegar e eu ainda mal escolhi minha roupa! Ainda falta a maquiagem e o cabelo! O que achou dessa roupa? – perguntou novamente. – Ta ótima! – Não sei... não to gostando... to parecendo uma criança de cinco anos com esse vestido. – Ela voltou para o quarto, mas não tive um espaço significativo de descanso porque ela logo voltou. – E esse aqui? Tá melhor? – Aham. – falei sem mal olhá-la nos olhos. Os dois times estavam a vários segundos sem deixar a bola cair no chão, quando isso acontecia era o mesmo
Luiza’s pov A primeira mudança que notei em Sebastian, além do seu físico, foi o carro. A gente estava num carro pica, indo para não sei aonde. Eu gostaria de perguntar e começar uma conversa normal e descontraída como fazíamos na Loreta, mas agora o clima era bem diferente. Isso me incomodava tanto... Aproveitei o tempo pelo menos para procurar sinais de mulher naquele lugar. Ou melhor, sinais daquela mulher. – O que olha tanto? – Hã? – encarei-o. – Está procurando alguma coisa? – Só desfrutando do interior de um carro como esses. – Ele sorriu, aquele sorriso de sempre que ele costumava dar quando estava pensando em algo. – Sabe, Luiza, o tempo passou, mas você ainda continua mentindo muito mal. – E quem disse que eu estou mentindo? Não é todo dia que eu ando em um carro como esses. – Vi a BMW que você estava dirigindo no dia do acidente do vovô. Não me pareceu nem um po
Por dentro eu estava dando pulinhos de felicidade, Sebastian estava finalmente reclamando seus direitos sobre mim! – Se precisarem... a porta está aberta e o quarto arrumado! - brincou Vincent. – Boa sorte e você, - apontou pra Sebastian. – Vai com calma que Luiza ainda é uma princesinha e merece ser tratada como tal. – Ei! Eu to aqui sabe? – falei. Vincent ria. – Tchau, Vincent! – Sebastian falou. Ele bateu continência e entrou. Saí do seu colo e voltei para o meu banco, tapando os seios com a blusa. Eu estava cansada e ofegante mesmo que não tivesse feito muito. Fiquei um tempo parada esperando minhas forças se recomporem. Sebastian ajeitou sua roupa e praticamente já ligava o carro. – Sebastian! – Que foi? – ele me olhou com cara de inocente. – Olha pra mim. – Não me diga que vai me agarrar de novo. – Não, idiota. Olha o meu estado! Como pode sair por aí dirigindo enquanto eu estou praticamen