- Connor?
Ele abaixou a cabeça meio envergonhado, como se tivesse motivo para isso. Notei seu olhar triste, o que também me deixou triste, não gostava de ver meus alunos desse jeito.
- Oh, meu Deus! O que fizeram com você?
- Foram os garotos. Eles me encontraram aqui e falaram que já que não podiam me bater na escola…
- Ai, garoto! Não se preocupa que isso não vai ficar assim. - Falei. - Hã, eu moro aqui perto, se quiser posso cuidar desses ferimentos e depois eu te levo pra casa, o que acha?
Ele pensou por um instante, mas logo aceitou. Caminhamos em direção da minha casa, e Connor me contou o fato dos garotos estar sempre pegando no pé dele, me sinto mal com isso.
O levei pra minha casa e passei a cuidar dele. Eu o conhecia há pouco tempo, mas tinha certeza de que ele era um garoto muito bom, que não merecia passar por isso, aliás
- Mamãe, aquele seu amigo é muito legal e divertido. - Falou Vale ao se referir ao Connor.- É mesmo? - Indaguei ao largar a cesta do piquenique em cima da mesa da cozinha.- Verdade. Ele até brincou de cavalinho com a gente. - Disse Mel.Sorri ao saber que as meninas haviam gostado do Connor, pois qualquer mãe gosta de saber que as outras pessoas tratam bem os seus filhos, e eles pareciam terem se dado tão bem, foi tão fofo vê-lo brincando com as crianças.Era por volta de 22h40 quando coloquei as meninas na cama e em seguida fui me deitar. Assim que me deitei em minha cama, eu recebi uma mensagem que dizia: Me diverti bastante hoje, obrigado por essa tarde show. Connor.Dei um leve sorriso e liguei a TV, porém enquanto buscava algo legal para ver, meu celular tocou. Era Mila.- Oi amiga. - Digo.- Oi. Vai, me conta, quero saber de tudo. - Ela disse.- Do que
- O que você está fazendo aqui? - Perguntei muito trêmula.- O que foi, querida? - Me perguntou. - Parece que não gostou de me ver.- Vá embora, por favor. - Peço. - Por que os porteiros não me comunicaram que você estava aqui? Pediria para não te deixar subir.- Ah Kim, meu amor, eu disse que sou seu marido e que queria te fazer uma surpresa. - Falou Lucas ao entrar na minha casa como se tivesse sido convidado. - Ah, isso é pra você.Olhei para ele com um ódio que eu nem imaginava que eu pudesse sentir. Peguei aquele buquê, olhei para ele e o joguei no chão e ainda pisei em cima das flores. Lucas me olhou surpreso como se não entendesse minha reação, pensei que ele fosse me bater, mas ele não fez.Notei um casal subindo as escadas, eles olharam pra gente meio desconfiados, os cumprimentei educadamente e após eles en
Na saída da escola, eu peguei as meninas na pracinha e logo Connor veio até a gente. Fiquei vendo o se aproximar e nisso reparei seu largo sorriso, era incrível como ele estava sempre sorridente, parecia estar sempre de bom humor.- Senti falta da sua aula hoje. - Ele disse. - A aula não é a mesma sem a sua matéria.- Obrigada, mas não é pra tanto. - Digo tentando esconder o sorriso que queria surgir em meus lábios.Ele me olhou e deu um leve sorriso. Eu sorri também. Eis que de repente um carro parou na nossa frente. Para a minha infelicidade era o Lucas.- Papai. - Disse Mel ao esbanjar um imenso sorriso.- Oi meu amor. - Ele fala para a minha filha. - Oi Kim, querida, vim buscar vocês.- Quem é? - Me pergunta Connor ao pé do meu ouvido.- Que feio amor, você não falou do seu marido para ele?- Marido? - Perguntou o meu alun
Os dias foram se passando e cada dia que passava, eu odiava mais e mais o Lucas. Ah, acabei contando para meu pai e para Mila sobre a volta desse infeliz, obviamente os dois ficaram indignados, queriam me ajudar de alguma forma, mas ninguém poderia me ajudar.Lucas continuava sendo um bom pai para Melanie e também tratava muito bem a Vale, como se também fosse a sua filha, acho que pelo fato de saber que aquilo me deixaria feliz. Ele não havia me batido desde que voltara, mas em compensação me obrigava a ter relações com ele, sinceramente, eu não sei o que era pior, odiava ambas as coisas.- Mamãe, eu estou muito feliz. - Falou Mel assim que eu a coloquei para dormir.- E por que, meu amor?- Porque o papai voltou e ele não te machuca mais.- Ele te machucava que nem o meu vovô machucou a gente? - Me perguntou Vale com os olhos tristonhos.- Não,
Eu estava chorando em minha cama, todo meu corpo doía, eu estava cheia de hematomas, que ardiam e ardiam sem parar. Eu só sabia sentir ódio, muito ódio, eu odiava o Lucas e tudo o que ele fazia eu sentir, por que ele não pôde ir no lugar do Matteo? Por que ele teve que voltar e estragar com tudo de novo? Por que eu não podia ser feliz? Por que, meu Deus? Por quê?De repente dois pingos de gente entraram no meu quarto e me viram chorando, tentei limpar as lágrimas, mas era tarde demais.- Eu achei que o papai não te batesse mais. - Disse Mel.- Por que ele te bate? - Me perguntou Vale.- Não sei, querida, não sei. - Respondi.As duas me abraçaram, me deram um beijo no rosto e ficam deitadas comigo, sinceramente, eu não sei o que faria se não tivesse elas na minha vida para me dar força nos momentos mais difíceis.Aos poucos, Lu
Eu queria poder parar o tempo só para ficar mais tempo com Connor e também para não ter que voltar pra casa, quer dizer, eu queria voltar só por causa das meninas, mas não estava com a mínima vontade de olhar para a cara do idiota do Lucas. Sabem, ele tem filha, será que ele gostaria que um dia um homem tratasse a Mel do jeito que ele me trata? Conhecendo-o bem aposto que arrebentaria com o cara, sendo assim, não entendo o porquê dele me tratar dessa forma, o que será que eu fiz para merecer?Ao lado de Connor eu nem vi o tempo passar, queria que as horas não parassem, era tão impressionante como um garoto de 17 anos conseguia me fazer tão bem, com ele eu voltava a ser uma adolescente querendo descobrir a vida, ele me causava isso, me causava sensações indescritíveis, que eu não entendia, ou não queria entender.- Nossa, como caiu a tempera
- Misericórdia! O que aconteceu com você, garoto? - Perguntei incrédula ao vê-lo.Connor estava completamente machucado, seus braços tinham diversos arranhões, machucados e alguns cortes, suas pernas estavam do mesmo jeito e seus joelhos estavam um pouco inchados, ele caminhava com muita dificuldade, sentia muita dor, e seu rosto... Ai, meu Deus! Estava quase deformado, possuía um imenso corte na bochecha direita, tinha muitos ferimentos por todo o rosto, e seu olho esquerdo estava tão roxo e tão inchado que ele não conseguia nem abri-lo direito.- O… O Lucas. - Falou com muita dificuldade.- Ele fez isso com você? - Perguntei ao começar a chorar.Com muita dor, ele afirmou com a cabeça, e nisso as minhas lágrimas desceram feito água em cachoeira. Eu não conseguia acreditar nisso, quer dizer, vindo do Lucas eu não duvidava nada, mas p
Olhei para os olhos de Connor (bom, para o único olho que ele conseguia abrir), depois olhei novamente para os lábios dele, que mesmo machucados não deixavam de me tentar a beijá-los. E quando nossas bocas estavam a 1 milímetro de distância, a tia dele entrou bruscamente fazendo eu me afastar rapidamente do garoto. Ela nos olhou meio confusa, e logo perguntou:- Atrapalho algo?- Não, de forma alguma. - Falei. - O Connor foi conversar comigo na escola e eu fiquei apavorada ao vê-lo, então resolvi vir aqui um pouco para lhe fazer companhia, espero não ter incomodado.- De forma nenhuma, meu bem, eu agradeço pela preocupação. - Ela disse docemente. E então se sentou do lado de Connor. - Querido, eu pedi para você não sair de casa, era para ficar descansando e não pra ter ido para a escola, você nunca me obedece, né?- Desculpa, ti