Assim que o sinal para o segundo período tocou, eu chamei Kevin para conversar e nos dirigimos até a sala de reforço, que estava vazia. Me sentei de frente para ele e o olhei, o garoto estava cabisbaixo, nem conseguia me olhar nos olhos, estava visivelmente triste e envergonhado. Por um momento cheguei a me ver nele, eu sabia exatamente o que aquele pobre menino estava sentindo, e eu sabia o quão difícil era contar isso para alguém, se eu tivesse coragem de contar que comigo acontecia o mesmo, talvez ele tivesse coragem de se abrir comigo, mas e se não fosse isso? E se ele estivesse se envolvido em alguma briga de adolescentes? Sem falar no fato que eu não conseguia me abrir sobre isso para qualquer pessoa.
- Quer me contar o que está acontecendo? - Peguei em suas mãos lhe passando segurança. Ele me olhou e fez menção em falar. - Ah, e não me dê desculpas bobas, porque eu n
- Professora, me ajuda, por favor, eu não quero mais isso. - Falou Kevin.Pensei por um instante, não sabia o que fazer, eu não podia levá-lo para minha casa por conta do maluco que morava comigo, e o pobre garoto me contou que não tinha nenhum lugar que ele pudesse ir, foi aí que eu tive uma brilhante ideia.- Acho que eu sei como te ajudar.- Como? - Seu olhar refletia curiosidade.- Me encontra na frente da sala 301 assim que o sinal tocar. Já sei o que faremos.Kevin não havia entendido nada, mas estava curioso para saber no que eu havia pensado, eu estava torcendo para dar tudo certo, pois eu queria muito ajudá-lo, não conseguiria saber que um aluno meu está passando por isso e que eu não fiz nada para ajudar, eu não permitiria e nem seria conivente com um absurdo desses.Trabalhei super malnesse dia, mal conseguia me concentrar
Kevin e Connor estavam cada dia mais amigos, não se desgrudavam, e a tia do meu menino estava tratando o meu aluno do mesmo jeito que ela tratava o sobrinho, ou seja, como um filho. E havia ficado decidido, que Kevin ficaria morando lá pelo tempo que ele precisasse.Connor e eu estávamos em uma sala de aula, recém havia tocado o sinal para irmos embora, mas havíamos decidido ficar um pouquinho mais, de vez em sempre fazíamos isso.- Obrigada por estarem cuidando dele. - Falei.- Kim, ele foi tão machucado, eu não consigo nem imaginar o que esse garoto sofreu, eu jamais o trataria de outra forma, tudo o que ele merece é ser cuidado, amado e protegido. E quer saber? Tô adorando ter um irmão.Lhe dei um selinho calando-o e lhe pegando de surpresa. Como eu já disse antes, seria impossível eu não me apaixonar por ele, e seria impossível se meu coraç&a
ConnorKevin e eu chegamos em minha casa, largamos nossas mochilas em cima do sofá e fomos direto para nosso quarto. Sim, o meu quarto havia virado nosso, minha tia até tinha comprado uma cama de solteiro para ele, ah, confesso que eu curtia ter com quem conversar durante a noite.Não vou negar o fato que eu sentia um pouco de ciúmes com essa aproximação dele com a Kim, mas aos poucos, eu estava começando a adorar esse moleque, o mino é mó da hora, acho que o dia que ele não morasse mais em minha casa, eu sentiria falta.- Então, quer dizer que você tá pegando a professora de espanhol? - Kevin se jogou em sua cama e me encarou aguardando por minha resposta.-Aconteceu tudo tão naturalmente. Em um dia, ela era apenas uma professora como as outras, mas no outro dia eu já estava completamente apaixonado. Sabe, eu nunca namorei antes e nunca tinha me
KimFiquei muito surpresa com o que Connor havia me dito, o meu menino tão doce e sensível estava falando em matar uma pessoa, eu não sabia se ele seria capaz de um ato tão cruel assim, mas não queria pagar pra ver, e por pior que Lucas pudesse ser, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, só quem tem esse poder é Deus, bem que Ele poderia me ajudar nessa, mas Ele é tão bom que não quer mandar esse encosto nem pro Diabo.- Amor… Eu não quero que você machuque ele e nem ninguém. - Falei. - Pensa só, você o mata, mas daí não podemos ficar juntos porque você vai preso. Claro que eu não te denunciaria, mas não existe crime perfeito, né?- Eu não ligo se eu passar a minha vida inteira atrás das grades, eu só não quero mais te ver assim, toda machucada.Dei
No dia seguinte, acordamos bem cedinho para metermos o pé na estrada. Eu estava com tanto medo do que pudesse acontecer dali em diante, mas mesmo assim eu quis correr o risco, vai que dessa vez ele não me encontrasse, era tudo o que eu mais queria.Ao acordarmos, tomamos banho bem rápido, primeiro eu tomei com as meninas e depois Connor também tomou, tomamos um café rapidamente no quarto mesmo, pagamos a conta e então colocamos os pés na estrada.Mais horas e horas de viagem e sem termos para onde ir, Connor e eu só pensávamos em ir para o mais longe possível, ele queria que a gente saísse do país, mas eu não queria isso, pois assim eu ficaria mais longe também do meu pai.Após um pouco mais de 12 horas de viagem (contando as pausas para as refeições), a gente parou para acampar em um camping, no meio do caminho, havíamos comprado u
Connor estava sendo extraordinário para mim, ele fazia questão de preparar a comida, de lavar a louça, lavar e passar as roupas, confesso que ficava meio chateada por não poder ajudá-lo, não gostava que ele fizesse tudo sozinho, mas Connor dizia que queria que eu tivesse uma vida de rainha e que tudo seria por conta dele, ah, eu gostava de ser mimada assim, mas acho que as vezes ele exagerava, pois ficava me sentindo uma inútil sem ajudá-lo, sem falar que eu ficava super entediada sem ter o que fazer enquanto ele fazia tudo.- Amor, eu não sou inválida, eu posso te ajudar. - Falei.- Eu sei. - Me deu um selinho. - Mas você já trabalhou demais nessa vida e para alguém que nem merecia, então agora é a minha vez de trabalhar e cuidar de você.- Você não existe, sabia? - Dei um leve sorriso e o abracei.- Se eu não existisse
Assim que eu acordei, vi Connor me olhando e assim que o garoto percebeu que eu havia acordado, me abriu um imenso sorriso.- Bom dia, minha princesa. - Me deu um selinho me fazendo sorrir.- Bom dia, meu príncipe.Ele deu um sorrisinho meio sem graça e eu fiquei observando seu sorriso tão perfeito, queria ter conhecido ele muito antes, tipo há 4 anos, se bem que dai eu teria 18 e ele 13, não teria como ficarmos juntos, porque eu já seria maior de idade e isso seria considerado pedofilia. Bom, não importa, pois agora eu tinha ele todinho pra mim.- Você foi minha primeira e com certeza será minha última.- Como assim? - Perguntei sem entender direito do que ele estava falando.- Porque eu ficarei com você até ficarmos beeeeem velhinhos, vou passar o resto da minha vida ao teu lado. Claro, se você quiser.- É claro que eu quero. - Abri
Meu pai demorou cerca de 1h30 para chegar em minha casa, e logo que eu abri a porta, pude notar sua reação de surpresa ao ver Connor, certamente por não imaginar que ele estaria comigo, não tinha ideia do que meu pai poderia estar pensando, acho que não estava entendendo nada do que estava havendo.- Oh, meu amor. Como você está? - Papai me deu um forte abraço.- Agora estou bem. - Lhe dei um pequeno sorriso.Papai cumprimentou Connor educadamente e ao escutarem a voz do meu pai, as meninas vieram correndo pelo apartamento como se não tivesse ninguém no andar de baixo.- Vovô. - Mel pulou no colo do meu pai, que a encheu de beijos.- Oi vovô Rugge. - Disse Vale timidamente.- Oi minha princesa. Eu não ganho beijo, não?Vale abriu um grande sorriso, beijou e abraçou meu pai. Sorri ao ver a cena, era tão lindo ver o amor entre el