Cheguei atrasada no primeiro dia de aula de Cálculo I e só tinha uma cadeira vaga no fundo da sala. Devido ao atraso, fiquei perdida na matéria, então era válido que eu pedisse algumas informações ao colega da frente. Enquanto copiava o pouco conteúdo que tinha sido passado pelo professor, olhei para o meu lado direito e avistei, um pouco distante, um homem alto, de pele morena, cabelo preto curto e olhos castanhos, cujo nome era Gabriel, que tinha por volta de seus vinte e sete anos.
Gabriel estava sentado ao lado de uma menina de pele morena, cujo nome eu não sabia. Percebi que ele estava me olhando, mas a princípio não dei muita importância. Alguns minutos depois, ele percebeu que eu precisava de algumas informações sobre a aula e fez sinais me chamando para me sentar ao seu lado. Fui. Sentei atrás dele e próxima da menina.
Fizemos amizade e conversamos bastante coisa sobre a matéria de Cálculo I. Percebendo seu sotaque diferente, pois ele acabara de elogiar uma colega nossa, chamando-a de rocheda, indaguei: – Você não deve ser daqui do Rio, né?
– Não sou do Rio, sou do interior de Pernambuco.
– E está aqui há bastante tempo? Está gostando daqui?
– Gosto do Rio, mas vim por meio de transferência do meu emprego. Mas tenho muita vontade de retornar à minha terra natal. Estou aqui há mais ou menos seis anos.
Naqueles dias, estavam acontecendo as rodadas do campeonato brasileiro e eu desejava muito assistir ao jogo do meu time favorito. Eram 21:30 h e a aula estava terminando. Enquanto estávamos descendo a rampa da faculdade para irmos embora para casa, perguntei, puxando assunto: – Imagino que você goste de futebol, acertei?
– Sim, gosto. Até acompanho, mas não sou daqueles fanáticos não. E você, gosta?
– Assisto, mas não com frequência. Na verdade, se você me perguntar, certas coisas sobre meu time, não vou saber responder. – Respondi, dando risadas. Fiz uma pausa. – Como este será um jogo importante, podemos assistir juntos em um barzinho, o que acha?
– Hum... Em um bar? Não... não curto muito esse tipo de coisa.
– Não gosta de cerveja?
– Não. Sou evangélico. Nunca coloquei uma gota de álcool na boca. – Respondeu ele. Podemos passar numa lanchonete agora, o que acha?
– Evangélico?! – Perguntei, não conseguindo esconder minha cara de decepção. – Você também vai dizer que eu vou para o inferno? – Perguntei, dando risadas.
– Claro que não! Quem sou eu para julgar alguém, para dizer se vai ou não para o inferno... Mas você ainda não respondeu meu convite: se podemos ir a uma lanchonete agora.
– Vamos sim. – Respondi, desanimada.
Enquanto caminhávamos em direção à lanchonete, eu insistia no assunto: – Nossa! Você não bebe... Isso é bem raro. Ainda mais para um homem. – Você nunca quis beber? Nunca teve curiosidade? Nada?
– Não. Eu venho de uma cultura bem diferente da sua. Nunca tive vontade de frequentar bares. Acho um ambiente pesado, que não é para mim, entende? Em cidade grande, geralmente as coisas são muito liberais. De onde eu venho, as pessoas são mais conservadoras. – Respondeu ele, pegando nosso lanche e se dirigindo a uma mesa.
– Entendi. – Respondi, desanimada. Mas como é sua religião? Você fica proibido de fazer certas coisas?
– Minha religião não me proíbe nada. Mas eu leio e procuro seguir a Bíblia. E acredite, agradar a Deus é sempre o melhor a fazermos.
– Você já leu a Bíblia toda? – Perguntei interessada, mas no fundo esperando um “não” como resposta.
– Sim, duas vezes. E estou lendo a terceira. – Respondeu ele, orgulhoso.
– Sério? Nunca conheci alguém que já tivesse lido a Bíblia toda, ainda mais duas vezes. – Respondi chocada com o que eu acabara de ouvir.
– Nós, evangélicos, temos o costume de ler. Conhecer a vontade de Deus. – Depois de uma pausa, continuou. – Imagine que quando queremos agradar a alguém, precisamos conhecer melhor esta pessoa, certo?
– Sim.
– Então, com Deus é a mesma coisa. Para O agradarmos, precisamos conhecê-Lo. Conhecer Sua vontade. Saber o que Lhe agrada e o que não.
– Certo. – Respondi, em choque, ainda sem acreditar no que ouvira. – Lembro que já tentei ler algumas vezes quando ainda era criança, mas tinha dificuldades de entender o que dizia. Por isso, não prossegui com a leitura.
– Então, uma opinião minha, para se entender corretamente o que está lendo, é aconselhável ler com calma, muita atenção e de preferência, mais de uma vez. Se ainda tiver dúvidas, existem algumas Bíblias que possuem uma explicação no rodapé que, geralmente, auxilia no entendimento.
– Na época, dei uma olhada nessa parte também, mas às vezes não estava explicando o que eu queria entender para sanar minha dúvida, mesmo com a explicação não ficava claro. Isso já aconteceu contigo?
– Já sim.
– E o que você fez para compreender?
– Procurei o pastor da minha igreja. Ele me esclareceu bastante coisa. – Depois de uma pausa ele prosseguiu: – Eu sempre frequentei a Escola Bíblica da minha igreja. As aulas sempre me ajudaram bastante a compreender certos assuntos que para mim, exigiam mais raciocínio.
– Você deve saber bastante mesmo. – Concluí, admirada.
– Você acredita na Bíblia? – Perguntou ele, com um tom intrigado.
– Sim. Foi o que eu disse... Eu acredito, mas não consigo compreender, por isso não leio.
– Se quiser, eu posso te ajudar a entender algumas coisas que tiveres dúvida. Posso te levar em algum culto para você conhecer. Ou na Escola Bíblica Dominical para facilitar ainda mais o entendimento.
– Hum... Não sei... É que... Sei lá... Igreja evangélica... Eu cresci com uma visão meio estranha sobre ela...
– Estranha como? – Perguntou ele, surpreso.
– Hum...
– Pode falar! O que você pensa da igreja evangélica?
– Eu me sinto mal em te falar. – Respondi, envergonhada.
– Talvez você me falando, eu posso te apresentar a igreja, e você poderá mudar sua opinião sobre ela. Você já visitou alguma igreja evangélica?
– Fui com minha amiguinha pouquíssimas vezes quando éramos crianças. Mas mesmo assim eu fui, porque disseram que dariam brindes para as crianças que fossem. – Respondi, dando risadas.
– Entendi. Funcionou, né? – Respondeu, dando risadas.
– Funcionou sim. Pelo menos eu fui à igreja naquele dia. – Rimos juntos.
– Mas voltando ao assunto, qual o seu problema com a igreja evangélica? – Perguntou ele, insistindo em seu questionamento.
– Então, eu cresci com o pensamento de que a igreja só pensa no dinheiro. Que o pastor exige dízimos, dinheiro alto. Sei lá, não gosto muito desta idéia. – Respondi, envergonhada.
– Entendi. Este é o pensamento de algumas pessoas que não são evangélicas. Mas com o tempo, você vai ver que não é bem assim. – Disse ele.
Ficamos por um momento em silêncio, e logo após, disse: – Bem, já está ficando tarde. Tenho que ir para casa.
– Eu também, pois amanhã acordarei cedo para trabalhar.
– Até amanhã na aula, e obrigada pelo lanche. Boa noite.
– Boa noite.
Despedimo-nos e fomos embora. Fiquei refletindo no que ele havia me falado a respeito do meu pensamento sobre a igreja, mas não era muito convincente. Talvez eu fosse muito preconceituosa, ou ele um fanático, pois ele defenderia sua igreja a qualquer custo. Mas na hora em que ele me convidou, não sei explicar... Mas senti que deveria pelo menos conhecê-la. Então, ainda que eu fosse preconceituosa ou ele um fanático, aceitei continuar me encontrando com ele, pois talvez ele pudesse ir me mostrando um lado que eu não conhecia.
Ao longo da semana nos encontramos brevemente algumas vezes, pois as aulas nos exigiam bastante atenção. Quando as aulas terminavam, íamos embora juntos. Na sexta feira, ele me convidou para irmos, no domingo, assistir a uma partida de futebol de nossos times no estádio, eu aceitei. Vesti a blusa do meu time, um short, calcei um tênis, alisei meu cabelo e fui.
Chegando no estádio, enquanto nos acomodávamos em nossas cadeiras, percebi que os vendedores ambulantes estavam com seus isopores lotados de cerveja, fazendo eu me sentir uma vilã, pois a minha vontade era de comprar várias latas e me divertir, mas beber sozinha seria muito desanimador.
Depois da partida de futebol ter terminado, caminhamos em direção ao metrô. Enquanto entrávamos na composição e aguardávamos nossa estação para descermos, ele me perguntou: – você não se sente mal usando short curto sem estar em casa? Opa! Que direto! Já vi que vai ficar criticando minhas roupas.
– Não. Por que me sentiria mal? É uma roupa tão comum. Tantas mulheres usam. – Respondi, justificando.
– Se um dia você se converter, não vai mais querer usar este tipo de roupa.
– Acho muito difícil eu não usar. Não quero usar aquelas saias longas até o pé. Blusas tampadas. Sem decotes. Não sou assim, e acho que não serei. Coisa cafona. – Respondi, dando risadas.
– Você diz isso agora que ainda não se converteu. Ainda não conhece a Palavra. Mas quando conhecer, verá que tudo o que está dizendo é bobagem. Estes tipos de roupas não farão mais parte da sua vida. Não se sentirá confortável vestindo-as. – Respondeu ele, demonstrando a maior calma do mundo.
– Não sei. Acho que são mudanças demais para uma pessoa como eu. Não sei se conseguiria. Nunca fui acostumada a usar estes tipos de roupas. Respondi, desanimada.
– Ôxen! É claro que consegue. E não serei eu que te convencerei de nada, mas sim o Espírito Santo. Só Ele pode convencer as pessoas a se converterem. – Fez uma pausa e prosseguiu: – Mas e você, pensou em visitar a igreja evangélica?
– Pensei nisso, mas acho que não seria uma boa idéia.
– Por que não? – Respondeu ele, surpreso.
– Por que eu sou muito diferente de todas aquelas pessoas. Não tenho nada a ver com ninguém de lá.
– Mas ninguém começa santo na caminhada. E também você vai apenas conhecer. Não está assumindo nenhum compromisso.
– Eu sei, mas sei lá... É tudo muito diferente. – Fiz uma pausa. – Pode parecer ridículo, mas... Os evangélicos gritam muito. Isso incomoda. Não te incomoda, não? – Perguntei, envergonhada.
– Não me incomoda, cresci ouvindo pregações dessa maneira. Para mim é normal. Não vejo nenhum problema. É questão de costume. – Respondeu ele, dando risadas.
– Hum.
– Bem, chegou sua estação. Nos vemos na faculdade amanhã.
– Obrigada pelo passeio. Foi muito bom. Até lá.
Enquanto caminhava pela noite de domingo solitária, refletia sobre tudo que conversamos. Pensava sobre o porquê de não conhecer a igreja... Cheguei em casa e este pensamento ainda me acompanhava. Enquanto deitava e me preparava para dormir, ficava pensando, tentando achar uma resposta se eu aceitaria conhecer a igreja ou não. Não tem nenhum motivo que me impeça. Conhecer melhor o Deus que criou o mundo. Entender melhor o que Ele realmente queria de nós. Acho que isso poderia me fazer bem, afinal, eu não tinha uma religião, mas eu sempre O amei. Sempre acreditei e tive fé nEle desde criança. Nessa hora, me fiz a seguinte pergunta: – Diante de tantas dúvidas apenas em conhecer, será que não estou amando mais a minha vida do que Quem a criou? – Pensei por um longo momento. – Bem, vamos com calma. Se eu realmente amo Deus, eu deveria parar com essas paranóias e preconceitos bobos e aceitar conhecê-Lo melhor, independente de qualquer coisa. Se eu não aceitar, pode ser que eu esteja amando mais a minha vida e minhas práticas do que Quem realmente importa.
Com esses questionamentos, me veio à mente um sonho que tive quando ainda era pré-adolescente. Um sonho lindo, muito real. Eu estava em um lugar bastante movimentado, havia muitas pessoas, e uma dessas me avisou que Jesus estava me esperando para falar comigo, mas que eu deveria chegar rápido, pois Ele em breve iria embora. E, sem hesitar, fui correndo ao Seu encontro. Chegando lá, estava Ele de pé e de braços abertos, com uma túnica branca, aos pés de uma cachoeira linda e vistosa, cercado de pessoas ajoelhadas; próximo de um arco-íris. Lembro-me como se fosse ontem, Ele me disse “Eu sabia que você viria. Nunca vou te abandonar”. Este sonho foi a certeza de que se Ele, não me abandona, por que eu O abandonaria? Por que não, pelo menos, conhecer a Bíblia, através da igreja?
Então, com base nesse pensamento, despertou em mim a vontade de conhecê-Lo um pouco melhor. O máximo que poderia acontecer seria eu não gostar da igreja e não querer frequentar. Mas valeria a pena tentar. Depois que decidi conhecer, tive a seguinte dúvida, e perguntei para mim mesma: – será que vão me receber bem? Pois eu não vou conseguir mudar, e na verdade eu nem sei se estou interessada nisso... É tão bom viver assim desse jeito... Não estou fazendo nada demais... Que mal há em sair com os amigos e beber em alguma festa? Ou fazer uma tatuagem... Não vejo nada demais. Mas ao mesmo tempo, me vinha um pensamento dizendo que Deus merece o nosso melhor, que Ele nos ama, e quer que nós O busquemos do jeito que estamos. Então decidi aceitar o convite do Gabriel e conhecer a igreja.
No dia seguinte, na faculdade, encontrei com Gabriel, e dessa vez não esperei ele me perguntar. Eu mesma toquei no assunto.
– Oi Gabriel, boa noite!
– Boa noite! Tudo bem?
– Tudo bem, e você? Então, eu pensei nas nossas conversas e eu aceito conhecer a igreja com você. O dia que você for, me avisa que irei contigo.
– Que maravilha, Emilly! Você não poderia ter me dado uma notícia melhor! Com certeza te avisarei quando eu for. Provavelmente neste domingo terá um culto mais cedo, e poderemos ir nesse, se você quiser. – Respondeu ele, com uma alegria imensa.
– Por mim está ótimo, vamos sim. – Respondi, empolgada.
Marcamos de nos encontrar próximo à minha casa por volta de 16:30 h, pois o culto começaria às 17 horas. A igreja que estávamos visitando não era a que ele realmente frequentava, pois a mesma ficava bem longe dali. Porém, estávamos visitando uma igreja de mesma denominação, pois o importante era a Palavra que eu receberia naquela tão adiada noite. Comecei a me arrumar cedo, pois não queria me atrasar. Prendi meu cabelo, fazendo um rabo-de-cavalo; ao contrário de todas as minhas outras maquiagens para saídas noturnas, na de hoje passei apenas um batom gloss. Vesti uma calça jeans e uma blusa de manga rosa – Estava uma noite quente para blusa de manga, mas como roupas compostas não eram muito o meu forte, o jeito era sentir calor mesmo.Chegando na igreja, as pessoas vieram nos receber e nos dar as boas vindas. No começo, me senti um peixe fora d
Chegando em casa, tomei um banho, jantei e peguei o meu presente para começar a ler. Não seguindo os conselhos de Gabriel, comecei pelo primeiro livro, Gênesis, no Antigo Testamento, para matar minha curiosidade a respeito da criação do mundo. Naquele dia, estava cansada, então li apenas os quatro primeiros capítulos. E conforme os dias passavam, eu ficava ainda mais curiosa para saber mais profundamente sobre Caim e Abel, pois sempre escutei as histórias, logo, as conhecia superficialmente, mas nunca tinha lido.Naquela final de semana, não fui à igreja, pois Gabriel estava trabalhando e eu gostaria que ele estivesse indo comigo. Por isso deixei para o domingo seguinte. Mas na faculdade, quando nos encontramos, ele me perguntou: – E aí, foi na igreja no domingo?– Não. – Respondi, envergonhada.– Por quê? – Perguntou ele, desanimado.&nd
No sábado, conforme combinamos, Gabriel chegou à minha casa às 14 horas. Ele sentou-se à mesa, e dessa vez, já disparei: – Antes que eu me esqueça, aceita um copo d’água? – Perguntei, dando risadas.– Aceito sim. – Respondeu, dando risadas. – Fez uma pausa e prosseguiu: – Você andou lendo a Bíblia durante a semana?– Li sim. A cada dia um pouquinho. – Respondi, enquanto pegava a garrafa d’água na geladeira, enchia seu copo e o entregava.– E tem dúvidas, ou está tudo muito claro? – Perguntou ele, enquanto bebia sua água.– Tenho dúvidas, sim. Não do que está escrito, mas o por quê de certas coisas acontecerem. – Respondi, sentando-me à mesa em frente a ele.– O que, por exemplo?– Eu li sobre as dez pragas do Egito.&n
Ao longo da semana, fomos conversando como de costume, e no sábado, como já havíamos combinado, estava esperando por ele na minha casa.Estava ansiosa, pois ia aprender mais com meu amigo. Às 14 horas, pontualmente, ele chegou. Sentou-se à mesa e já foi pegando a Bíblia.– Aceita alguma coisa? Água? Suco?– Aceito um copo d’água, por favor.– Ok. – Respondi, enquanto trazia o copo com a garrafa de água gelada.– Obrigado. – Agradeceu, e logo depois perguntou: – Você chegou a ler algo sobre o livro de 1ª Samuel durante a semana?– Não. – Respondi, envergonhada.– Tudo bem, – Respondeu ele, dando risadas. – É bom que nós aprenderemos juntos hoje.– Aprendermos juntos? – Respondi, assustada. – Eu que tenho que aprender, você sabe
No dia seguinte, pela manhã, minha amiga Clara me enviou uma mensagem, através do aplicativo de mensagem instantânea, dizendo:– “Amiga, como você está? Você sumiu! Estou com saudades! Mande notícias, beijos.” – Disse ela, na mensagem.No momento em que ouvi o som de mensagem, peguei o celular, esticando meu braço em direção ao criado-mudo, pois ainda estava deitada acabando de acordar, então vi que era a Clara, e na mesma hora me levantei com um misto de sentimentos que nunca havia sentido. Estava envergonhada por, sem querer, ter sumido, e com saudades dela, enquanto estava decepcionada comigo mesma por ter me distraído tanto com os ensinamentos de Gabriel, que me esqueci de enviar mensagens para ela, para saber ao menos como ela estava.Então, me ajeitei no travesseiro e imediatamente respondi, digitando:– “Oi amiga,
Três meses se passaram – voando –, e faltava pouco para o meu batismo. Apenas alguns dias para oficializar meu novo modo de viver. Então aproveitei esta semana para convidar as pessoas evangélicas mais próximas a mim para que eu pudesse compartilhar de um dos momentos mais especiais da minha vida, onde eu tomava a decisão crucial de seguir o caminho do Senhor, através da sua vontade, explicitada na Bíblia.Durante aquela semana, fiquei super ansiosa com o batismo, e por isso, no domingo anterior, já estava convidando as pessoas que não poderiam faltar de jeito nenhum. Tinham as minhas amigas de infância: Helena, uma garota doce, com vinte e dois anos de idade, alta e de presença marcante, de pele clara, olhos verdes, cabelo longo levemente ondulado, em um tom de ruivo escuro, bem disfarçado, e lábios carnudos, o que chamava bastante atenção na sua fisionomia. Gos
Finalmente o discipulado acabou, dando início ao tão esperado dia do batismo.No domingo de manhã, meus pais e eu acordamos bem cedo para nos arrumarmos e estarmos prontos no local e hora marcados para encontrar com minha amiga Geovanna, pois ela nos levaria de carro para a igreja matriz que fica no bairro vizinho. Vesti uma blusa de manga com uma calça jeans e calcei uma rasteirinha, peguei minha Bíblia e minha bolsa que estava super pesada com tantas coisas que eu estava carregando dentro dela. Não demorou muito e Geovanna chegou. Entramos no carro e seguimos em direção à igreja.Enquanto descia do carro, encontrei com Gabriel, que estava estacionando sua moto na calçada à frente. Cumprimentei com um forte abraço e agradeci pela presença. Ele me respondeu me dando um sorriso de volta. Era perceptível sua alegria de estar fazendo parte desse momento tão importante
AgradecimentosAgradeço, primeiramente, ao Senhor Jesus: meu único e suficiente Salvador, que me proporcionou uma história de vida transformada pelo Seu amor.Aos meus pais Dirlene e Fernando, e demais familiares, que sempre me incentivaram na caminhada com Cristo.A minha tia Meri, que sempre conversou comigo a respeito do amor de Jesus. (in memorian)Aos meus amigos, em especial, Fábio Moura (in memorian) que foi um instrumento de Deus muito importante na minha vida, e que, junto aos meus amigos, me ensinou a Palavra e sempre me apoiou em todos os momentos, principalmente na escrita deste livro.PrefácioFoi com muita alegria que recebi o pedido da minha amiga Vanessa para ler, em primeira mão, o seu livro. Na verdade, uma grande honra, num misto de ansiedade com uma pitada de nervosismo, afinal, nunca antes tinha feito algo parecido e sonhava com o mom