Após acordar e dar um banho bem gostoso no Noah, desci para a cozinha, para comer algo, pois estava morrendo de fome, encontrei Denise e dona Lúcia na cozinha. — Bom dia. Ué, vocês não estavam de folga? — Bom dia, mudanças de planos, amiga, o senhor Oliver vai receber visitas. — Ah! Após tomar meu café e passear com Noah, que dormia no carrinho, fui para a lavanderia lavar suas roupinhas. Havia algumas roupas de cama fora do cesto, então resolvi arrumar. Encontrei uma camisa de Oliver caída ao chão e a coloquei no cesto, mas antes, notei haver uma mancha na camisa. Percebi a marca de batom. Algumas borboletas voaram no meu estômago, não sei o que era aquilo, mas me senti mal. Joguei a roupa no cesto e voltei a meus afazeres. Após passar as roupinhas de Noah, decidi ir para o quarto e notei haver algumas pessoas na sala. Tentei passar o mais discreta possível, mas ouvi a voz de Oliver me chamando. — Aurora, por favor, traga o Noah até aqui. Entrei na sala com o carrinho, Noah ain
Acordei com uma pequena dor de cabeça. Noah havia ficado a madrugada inteira acordado, acho que foi pela mudança de rotina da noite passada. O que fazia o príncipe estar dormindo naquele momento. Eram dez e pouco da manhã, deixei-o no berço e saí para a cozinha. Estava morrendo de fome, e também queria fazer um chá para me manter acordada de dia. A casa estava em total silêncio, não havia sinal de ninguém. Oliver com certeza ainda estaria dormindo, depois da festa de ontem e aquela mulher, onde será que estava? Afastei do meu pensamento coisas idiotas, não queria pensar mais na vida do meu patrão, não me interessava o que ele fazia ou deixava de fazer. Coloquei a água do chá no fogo e fiquei esperando ferver, me encostei na pia e resolvi olhar o celular, entrei na página da feira e vi as fotos do evento de ontem. Oliver apareceu ao lado de três homens e da moça metida. — Vejo que Oliver dá muita folga aos funcionários, hein? Saí dos meus devaneios ao ouvir a voz da própria. Jade Pa
— Meu Deus! Denise, isso não está escuro demais? — Claro que não! Esse batom te caiu perfeitamente, olha no espelho e vê como você está linda. Estávamos na dependência onde Denise e Saulo moravam. Noah estava na cama brincando e Denise me maquiava, já que eu não tinha sequer um hidratante labial para passar na boca. Saulo havia dito que me levaria até a vila São Caetano, eu neguei sua carona, mas Denise insistiu. Já estava vestida e calçado aquele salto enorme. Me olhei no espelho e realmente gostei do que vi, nunca na minha vida, tinha me arrumado e me sentido bonita daquele jeito. — Não acha que minha barriga está um tanto à mostra? — Claro que não, mesmo se estivesse, olha esta cintura linda de dar inveja em qualquer um, você está linda! Logo após, ouvi batidas na porta, Saulo entrou no quarto, me olhando dos pés a cabeça. — Minha nossa! — Fiquei morrendo de vergonha, ele não parava de olhar. — Aurora, com todo respeito, você está linda. — Está vendo, eu te disse! — Denise c
Odeio que as pessoas forcem as coisas. Essa Jade Parker estava me dando nos nervos, eu tentava ser o mais educado possível, em respeito ao pai, é claro, mas a mulher era oferecida ao nível máximo. Mesmo explicando que havia dado folga aos trabalhadores e que não haveria funcionários na casa, ela insistiu em ficar. No dia em que o pai estava, levei-os para conhecerem toda a fazenda, mas após o pai ir embora, ela ficou só. Como a feira estava indo muito bem, não tinha muito tempo para ficar em casa, acabei pedindo à Denise que ficasse pelo menos responsável pelo almoço, para que a filha do patrocinador não ficasse totalmente à míngua. Estava levando algumas roupas sujas para a lavanderia e acabei encontrando Denise. — O que é isso? — Denise olhava para a camisa que Jade Parker esbarrou e manchou. — Ah, senhor, vim lavar algumas roupas, aproveitando que as coisas estão no forno. Tomei a camisa de sua mão. — Não precisa, apenas cuide do almoço e pode ir descansar. — Tudo bem. Ela
Meu celular havia descarregado enquanto falava com Oliver, nem deu tempo de avisar que estava na casa da Lúcia, mas tudo bem, eu não acordaria ninguém nesse horário, para pedir um carregador emprestado. Amanhã eu falaria, além disso, não preciso dar nenhuma explicação. Ele não havia me dado folga? Então, o que tinha a ver com a minha vida? Me ignorou esse tempo todo, me fazendo de besta. O resto da madrugada passou voando, logo pela manhã acordei bem cedo para pegar carona com Joaquim, ele me deixou na casa grande e foi para a capital. Tirei meus saltos e carreguei nas mãos, meus pés doíam um pouco e também não queria fazer nenhum barulho àquele horário. Ainda estava com a roupa da festa e havia dormido maquiada, entrei em meu quarto, que ainda estava escuro, acendi a luz, me assustando com o homem sentado na cama. — Espero que tenha se divertido muito. Oliver estava sentado na minha cama, ainda vestia a roupa de ontem. Sua cara estava terrivelmente assustadora, tentei disfarçar.
Oliver ouviu o que Denise havia falado e sua feição mudou. Ele ajeitou sua camisa e me olhou. Esperei-o dizer algo, mas apenas saiu do quarto. Vesti uma blusa e olhei para Denise, que ainda estava em choque. — Como ela chegou aqui, Denise? — Ai, Aurora, parece um pesadelo. Eu havia levantado e fui até a cozinha esquentar o leite do Noah e ouvi a campainha. Quando abri a porta, meu coração teve um mini infarto. Ela estava toda descabelada e apenas com a roupa do corpo que estavam sujas. — Como assim, Denise? — Eu não sei, parecia está chorando, simplesmente pediu que eu chamasse o Oliver! — Chorando? — Sim, lógico que não a deixei entrar, mas ela me empurrou e disse que só iria embora daqui se o senhor Oliver a mandasse, então entrou na sala. Ela vinha em direção aos quartos, mas o Saulo ouviu tudo e a segurou, mandando chamar o Oliver. Eu o procurei em seu quarto, no escritório, em todo lugar, e não o achei, só restava aqui. — Denise, eu quero ver a cara dessa mulher, eu vou lá
Não acreditava no que Denise acabou de falar, fui para a sala com tanta raiva, que minha vontade era escorraçá-la daqui. Como ousou voltar depois do que fez. — Oliver! Liana correu em minha direção tentando me abraçar, eu a empurrei de imediato. — O que faz aqui? Liana estava com o rosto vermelho de tanto chorar, vestia roupas largas, nunca havia visto-a desse jeito. — Oliver, eu fugi. — Para de contar lorotas, saí daqui agora, sua vagabunda, você não tem ideia do que quase causou! — Saulo falava. Sinceramente, eu não sabia o que fazer, estava muito bem há alguns minutos com a Aurora, parecia que tudo ia entrar nos eixos. Não acreditava que as coisas pudessem estragar de uma hora para outra. Liana pedia ajoelhada aos meus pés, para que eu a escutasse, Saulo gritava para tirá-la dali e, para completar, vi a Aurora, que olhava do corredor, com um olhar assustado, sem entender o que se passava. Eu precisava resolver isso logo, o momento de passar tudo a limpo havia chegado, mandar
— Como assim? — Levantei da cama sem acreditar no que acabei de ouvir. — Quero que leve o Noah junto, eu não posso te explicar agora, mas mandei prepararem uma casa na vila para vocês. — O que está acontecendo? — Olha! Só faz o que estou te pedindo agora, mais tarde irei até você e a gente conversa, tudo bem? — Sim. — Deixe as coisas arrumadas que mandarei alguém vir pegar, ao terminar, desça que a levarei para a vila. Eu não sabia bem o que dizer, eu queria pedir muitas explicações, mas naquele momento não podia esquecer que trabalhava para ele. Arrumei minhas coisas e as de Noah, saí do quarto e, quando passei pela cozinha, vi Liana, sentada próxima ao balcão. Ela comia distraída, tentei passar despercebida, mas ela me viu, não contive e a olhei nos olhos. Ela franziu o cenho e me encarou também, me seguindo com os olhos até onde pôde. — Não acredito que essa bruxa fique aqui, como pode estar andando livremente pela casa? — Meus pensamentos gritavam de revolta, minha vontade