Após perceber que já estava bem longe do casal, ela colocou a mão em sua cabeça, não podia ser real. Primeiro a Alice lhe disse aquilo, que já havia lhe deixado toda confusa e agora esse casal, aparecendo do nada e dizendo aquelas coisas sem saber. Resolveu continuar seu trajeto, já que não queria retornar e encontrar aquelas pessoas novamente. Pegando a trilha para o rio, encontrou a caramboleira carregada de frutas, do jeito que imaginava que estaria. Aquele lugar lhe trazia nostalgia. Sentou-se em baixo da árvore e enquanto se deliciava da fruta, observava a água cristalina do rio que corria lentamente. Queria que seus problemas fossem levados com aquela água, talvez assim, conseguiria seguir em frente voltando a viver sua vida normalmente.Já estava quase na hora do almoço, quando ela olhou para o rio e percebeu que a água estava convidativa. Naquele horário, já estava bem quente, talvez um bom banho naquelas águas cristalinas lhe fizessem bem. Então, se lembrando do passado, tir
No relógio, se marcavam mais de três horas da tarde, quando o casal entrava no carro para voltarem para casa.— Estou com tanta fome. — Saulo disse feliz, acelerando o carro.— Eu também.Depois do que aconteceu ali naquele rio e vendo a noiva conversando de um jeito descontraído, ele estava empolgado.— Quer comer algo especial? — Perguntou, dando um beijo em sua mão.— Não, o que Tereza preparou já é o suficiente, não teria paciência para pedir alguma coisa e esperar até ficar pronta.Concordando com a mulher, dirigiu até sua casa. Após comerem e tomarem outro banho, o casal se sentou na varanda da casa, provando do Mousse de morango, que Tereza havia deixado para a sobremesa. O silêncio reinava ali, apenas o barulho do vento e dos pássaros cantando era escutado naquele lugar.— Hoje a noite, gostaria de ir à vila. — Denise falou, após terminar de comer sua sobremesa.— Claro, você quer ir em algum lugar específico? — Ele perguntou animado, era bom vê-la conversando normalmente.—
O casal de meia-idade foi embora, e naquela casa, Saulo e Denise ficaram refletindo sobre todos os acontecimentos, por mais que fosse dolorido o que passaram, não havia mais nada que pudessem fazer.Antes da noite chegar, Denise pegou todos os pertences de seu armário e levou para o quarto de Saulo, estava disposta a se mudar para lá e tentar seguir a vida.No outro dia, bem cedo, após Saulo ir para o trabalho, ela se arrumou para andar, mas dessa vez, iria até a casa de Aurora.Havia se passado bastante tempo que não a via, e sua última conversa com ela não havia sido nada amistosa.Chegando na mansão, logo avistou Aurora caminhando com Noah no jardim, que já andava sem nenhuma dificuldade, ao vê-la, Aurora a encarou surpresa por alguns segundos, mas logo um sorriso brotou de seus olhos.— Denise, que bom vê-la por aqui. — Dizia, enquanto Noah corria para abraçá-la.Seu coração se apertou, mesmo tendo tratado a amiga tão mal, Aurora ainda continuava doce. As lágrimas caíram de seu ro
Saulo dirigia seu carro em direção para casa, ainda pensando nas palavras do homem, ele sabia que cada pessoa carregava uma dor, mas não tinha noção de que aquele casal tão alegre e confiante, havia passado por um golpe tão grande da vida e ainda assim, eram tão positivos.Chegando em casa, encontrou Denise na cozinha, ela acompanhava e cantava uma música, que tocava no som da casa, que estava super alto. A Moça não havia notado a presença do noivo, que a observava cantarolando na beira do fogão. Alguma coisa estava assando no forno, enquanto ela colocava uma panela no fogão. Era nítido a sua mudança de humor, por mais que sofresse, Denise estava tentando lidar com o sentimento de alguma forma.— O que está fazendo? — A voz dele saiu mais alta do que imaginava, por conta da música que tocava.O que acabou assustando Denise, que bateu o braço na colher que estava perto do fogão, a deixando cair no chão.— Está tudo bem? — Se aproximou dela. — Você se machucou? — Não, está tudo bem. —
Ao ouvir o pedido da mulher, ele se levantou rapidamente, andando para perto dela.— Isso não! — Respondeu firme.— Você disse que faria qualquer coisa. — Ela indagou.— Jamais imaginaria que você me pediria algo tão absurdo assim!— Por favor, eu preciso olhar nos olhos dela, Saulo. — Tocou a mão do noivo.— Por que quer fazer isso? Ainda mais agora que você já está se sentindo melhor, por que eu iria te levar no lugar que tanto te fez mal, e deixar você ver aquela mulher que só nos causou tanta dor e sofrimento?— É por isso, entende? Eu quero que ela veja que independente do que nos fez, quero que saiba que fracassou, eu tenho certeza que ela se lembra de mim com uma feição desesperada e abatida, não posso deixar que ela se sinta vitoriosa, mesmo estando naquele lugar.— Dê, você não ouviu o Francisco e a Dalva? Eles nos disseram para deixarmos o passado para trás e olharmos para a frente. — Não há como deixar o passado para trás, tendo algo ainda que precisa ser concluído.— More
George percebeu que o filho havia ficado novamente sério.— Acha que é uma boa ideia? — Perguntou com uma expressão preocupada.— Não, não acho. Acho que voltar lá é um absurdo, mas devo apoiar minha futura esposa, quero que ela fique bem, e se ficar bem, significa ir até lá, irei apoiá-la, independente do que penso ou não.— Tem razão. Mas não se preocupe tanto, Betty não pode fazer mais nada contra ela.— O senhor acha mesmo isso? Tem gente que pelo simples fato de existir, faz mal às pessoas pai. — O corrigiu.— Eu sei, mas sei que com você ao lado dela, nada de mal poderá acontecer. Me sinto culpado às vezes filho, se não fosse por meu problema, você não teria precisado ficar longe dela. — O homem lamentou.— Vamos parar com isso. Os únicos culpados nesta história estão todos presos. Estou aliviado que o Adam e o Harry também foram pegos e estão pagando pelo que fizeram.— Mas… — O homem tentava falar.— Deixa de pensar isso. — O interrompeu. — Nós não podemos nos responsabilizar
Era manhã de sexta-feira, quando o casal saía do hotel rumo a penitenciaria feminina de Londres. Saulo não estava nada animado com a visita à mãe, de certa forma, estava magoado, não tinha intenção nenhuma de rever àquela mulher novamente, queria seguir a vida no Brasil e riscar Londres do mapa. Mesmo que esta fosse a sua cidade natal e tivesse lindas memórias de infância. Sentia que nunca mais teria o mesmo sentimento por aquele lugar, não importava quanto tempo passasse.Após preencher toda a papelada, Denise foi a primeira a entrar para visitar Betty, ela pediu cinco minutos a sós com a mulher, antes de Saulo entrar também.Ela sentou-se numa cadeira, onde do outro lado, esperava Betty chegar e se sentar também, o que as separava era apenas uma bancada de vidro, onde se comunicariam por meio de um interfone, não teriam nenhum contato físico.Não demorou muito, Betty apareceu acompanhada de uma policial feminina, ela estava algemada.— Você? — Ao ver quem a visitava, a mulher se sur
Após a visita à prisão, o casal havia marcado um almoço na casa dos amigos Mark e Angelina, que ficaram muito felizes em ver como Denise estava se recuperando bem dos traumas, e seguindo a sua vida com seu companheiro.O almoço na casa dos amigos estava delicioso, todos resolveram conversar apenas de coisas agradáveis, deixando de lado todas as memórias tristes para atrás. Denise e Saulo deixaram bem claro que os queria como padrinhos em seu casamento, que iria acontecer em breve no Brasil. Seria algo simples, apenas com as pessoas mais próximas que o casal gostava e que fizeram parte da história dos dois. Eles passaram um bom tempo na casa dos amigos conversando.Quando dirigia para o hotel, Saulo teve uma ideia.— Se não estiver muito cansada, podemos ir à noite ao museu britânico. — Disse animado.— Amei a ideia. Quero conhecer todos os lugares possíveis com você. — Ela respondeu com a mesma empolgação. — Mas antes, queria ir comprar algo para o estômago, comi demais na casa da A