Era hora do almoço e o refeitório estava lotado, Denise servia uma grande fila de homens que estavam famintos.Embora estivesse aparentemente calma, por dentro, xingava Saulo em vários nomes, estava se sentindo traída e enganada, suas mãos tremiam.Ela odiava ter sido feita de idiota, ainda mais por falar que não gostava de mentiras. Nunca havia exigido que namorassem sério, mas queria que não houvesse esse tipo de desentendimento.Após terminar de lavar a louça, viu Saulo entrar pela porta principal, uma raiva seguida de uma adrenalina, lhe subiu à cabeça, ela carregava uma panela enorme na mão para guardar no armário e pensou seriamente em jogar na cabeça do homem, que se encostou na bancada da grande cozinha, chamando-a.— Denise, posso falar com você? — Falava baixo, parecendo que não queria chamar a atenção das outras funcionárias.— Estou trabalhando, não está vendo? — Disse sem olhar na cara do homem.— Eu já conversei com a sua superior. — Não obteve resposta. — Ela me disse q
Chegando em casa, Saulo encontrou Lúcia, que terminava de tirar uma forma de bolo do forno. Ele fingiu ir até a geladeira, pegar uma garrafa de água e aproveitou para sentar à mesa.— Podemos conversar por um minuto, Lúcia? — Perguntou educado.— Pois não, senhor. — Ela não gostava da ideia do rapaz enganar sua sobrinha, mas gostava de Saulo, ele sempre foi educado e respeitoso com ela.Por mais que estivesse sem jeito, Saulo queria resolver aquela situação.— Bem, acho que já sabe que está acontecendo algo entre mim e Denise.Lúcia ouvia com atenção, queria saber até onde iria aquela conversa.— Desde que vi sua sobrinha pela primeira vez, me encantei por ela, e quero muito que saiba que tenho as melhores intenções.— O inferno está cheio de gente com boas intenções, além do mais, o senhor já tem namorada no seu país, não pode querer arrumar mulher em todo lugar que chega, isso é errado.— Eu não tenho namorada, essa moça que chegou hoje pela manhã é minha ex, nós não temos nada mais
A noite em casa, Denise havia vestido uma roupa mais arrumada e feito uma torta de maçã. Lúcia havia contado a ela, sobre a conversa que teve mais cedo com Saulo, o que a deixou mais esperançosa, em esperar por Saulo. Joaquim estava sentado na calçada da porta de casa, vendo o movimento das poucas pessoas que passavam pela rua. Até que um carro conhecido, estacionou de frente à sua casa, dele, desceu Saulo, bem-vestido com uma camisa branca e calça social preta, combinando com a mesma cor dos seus sapatos. Seus cabelos loiros estavam penteados para trás, e seu delicioso perfume exalava por todos os lados.Joaquim se espantou com a visita repentina do homem.— Senhor Saulo, boa noite, aconteceu alguma coisa? — Já se levantou assustado.— Boa noite Joaquim, não aconteceu nada, não se preocupe, vim até aqui hoje para conversar um pouco com você.Joaquim estava todo preocupado, tinha medo de acabar sendo demitido após a morte do senhor Caetano, já que não estava com muito serviço nos últ
O coração de Denise quase saía pela boca, ela sabia que aquilo iria acontecer em algum momento, mas não esperava que seria na velocidade da luz. Havia até se arrependido de ter ido tão longe e falado aquelas coisas com Liana, mas ela apenas teve o que mereceu, não conseguiria escutar tanto desaforo sem dizer nada.— Hoje o nosso refeitório, está bem movimentado. — Suzane, uma das ajudantes de cozinha, sussurrou para a outra colega que estava ao lado dela.— Bom dia a todas. Oliver saudou a todas as funcionárias que estavam na cozinha.— Bom dia, senhor. — Responderam em uníssono.— Gostaria de conversar a sós com uma de suas funcionárias. — Oliver pediu a encarregada.Sua voz era séria e parecia estar com cara de poucos amigos. Desde que o pai morreu, não havia saído de casa, mas aquela era uma situação que não poderia deixar para depois.Todas ali olharam para Denise, que coitada, só não caiu dura no chão, porque já estava paralisada no canto da parede.Denise acompanhou os dois hom
E assim o amor dos dois foi cada vez mais aumentando, às vezes Saulo precisava viajar a trabalho e ficava um tempo fora, já que ele tinha sua própria empresa para tomar conta. Por mais que pedisse para Denise sair do emprego e acompanhá-lo nas viagens, ela batia o pé firme no chão, dizendo que nunca na vida, iria ser sustentada por homem. Sempre deixava claro que estava com ele por amor e não havia nenhum interesse na condição financeira ou nos benefícios que aquele namoro poderia lhe proporcionar.Com todos esses contratempos, nunca deixaram de confiar um no outro, Denise era segura de si, e Saulo era um completo apaixonado.Com quase dois anos de namoro, Saulo pediu para a amada começar fazer aulas de inglês, para que pudessem viajar para o exterior e conhecer a sua família. E mesmo que não quisesse falar mal dos pais, sempre a deixou a par de como era o temperamento dos dois.— Minha mãe é um pouco problemática, cresceu numa família com ideias e pensamentos retrógrados, então não
De volta aos tempos atuais...Denise se sentia cada dia mais só, já fazia duas semanas que estava sem o noivo, sozinha na casa da sogra.Saulo ligava sempre no mesmo horário e falava por pouco tempo. Nas conversas que tinha com ele, não havia tempo de falar sobre sua situação, já que Saulo sempre se mostrava cansado e abatido e ela não queria preocupá-lo mais, além disso, depois que escolheu ficar apenas trancada naquela quarto, sua sogra não a perturbava mais, o que de fato era bom.Cora sempre trazia suas refeições no quarto e às vezes, ficava conversando um pouco com ela, a fazendo se distrair do tédio que era aquele lugar.De fato, Cora havia começado a respeitá-la, e se Denise não fosse tão desconfiada, podia até achar que a mulher começara a lhe ter apreço, já que sempre se preocupava como se sentia, ou se precisava de alguma coisa.Eram dez da noite quando Saulo ligou para Denise.— Oi, morena, está fazendo o quê? — A voz do homem estava cansada, sabia o quanto ele devia estar
Após sair pela porta da mansão, Denise encontrou com Angelina em seu carro, desta vez ela quem estava dirigindo.— Que milagre é esse que não veio com seu motorista? — Perguntou entrando no carro.— Bem, hoje iremos fazer coisas de meninas, não quero que ninguém nos atrapalhe, além do mais, se meu motorista me ver entrando na clínica obstétrica, ligará imediatamente para meu marido, que pensará que está acontecendo alguma coisa comigo.— Seu marido parece ser bem protetor.— Na verdade, ele quer é outro filho, se souber que estamos indo lá, pensará que eu que estou grávida, e aí já sabe né? Irá contar para a família toda, antes mesmo de confirmar se é verdade ou não.— Nossa. — Riu. — Angelina, você não quer outro filho?— Eu quero, mas bem mais para frente, meu filho ainda é muito novinho.— Tem razão. Eu mesma quero desse jeito também, mas se depender do Saulo, faremos um todo ano. — Brincou. — Ele deve pensar que carregar uma criança na barriga deve ser fácil, nem imagina o quão en
Aviso: Isso é uma história fictícia, os assuntos retratados aqui podem causar gatilhos em algumas pessoas, lembrando, não estou de acordo com nenhuma atitude aqui. Betty Taylor entrou pela porta da cozinha com uma cara de poucos amigos.Cora disfarçou, fingindo não ter visto a mulher no quintal agora a pouco, sabia que Betty estava aprontando alguma coisa, já que ela nunca conversava com os funcionários pessoalmente, sempre mandava recado por Cora caso tivesse alguma reclamação ou ordem para dar.— A selvagem já chegou Cora? — Perguntou ríspida.— A senhorita Denise já chegou, sim, senhora.— Já disse que não quero que a chame de senhorita, não me ouviu? Está querendo me desafiar por acaso, Cora? Não me faça ficar contrariada com você, se não te mando para o olho da rua, estamos entendidas? Imagina aí como ficaria sua situação, ninguém em sã consciência, contrataria uma velha que já está com o pé na cova.— Trabalho nesta casa há tantos anos senhora, e nunca lhe faltei com o respeito