Sentei-me próximo a Oliver na areia e comecei a observar as ondas que iam e voltavam. O mar era lindo e mágico. Enquanto o vento soprava o meu cabelo, queria que aquele momento fosse eternizado, pois não me sentia tão feliz assim há muito tempo. — Vejo que você não conhece nada do mundo. — Oliver começou a falar. — Por quê? — Você nunca veio a uma praia, um lugar tão simples. — Não é bem assim, não tinha opção, entende? Minha mãe não me levava para os lugares, não me deixava sair com ela. — Você é tão jovem, Aurora, ainda precisa conhecer o mundo, para saber o que quer da vida. — Sei o que quero da minha vida e não preciso ir tão longe para descobrir. A felicidade está no que sou e não onde estou. — Quando conhecer pessoas diferentes, seu ideal de vida mudará, você terá vontade de sair, explorar o mundo. Jamais desejará ficar presa num lugar só. — Claro que não. Eu queria paz, queria um lar, uma família, algo para chamar de meu e não me separar nunca. — Quando conseguir tudo i
Comi em silêncio, pois era constrangedor estar perto de Oliver, ainda mais porque ele era instável, às vezes agradável, às vezes impertinente, eu não sabia que personalidade encontraria nele cada vez que o via. — Esse mês, você não precisa se preocupar em relação ao Noah, Denise irá te ajudar, quero que você foque em você, para se recuperar logo. — Sinto muito por estar trazendo tanto inconveniente, senhor. — Me desculpei. Sentia muito por estar passando as piores coisas da minha vida tendo meu patrão como telespectador. Oliver me encarou, respirando fundo, não o compreendia e não sabia decifrar suas expressões. Às vezes ele fazia cara de que queria me matar, mas saíam doces palavras de sua boca e, outras vezes, tinha um olhar que iria baixar a guarda, entretanto, era só abrir a boca que estragava tudo. — Essas coisas acontecem mesmo, espero que logo você fique bem e pare de dar trabalho. Não falei? O cavalo estava pronto para dar o coice. Tudo bem por Oliver ser duro do jeito d
Acordei com um barulho na maçaneta da porta, esperei alguém entrar, mas não aconteceu, então me levantei e fui ver quem estava lá. Ao abrir a porta do quarto, encontrei uma sacola grande pendurada, peguei, abri e vi uma caixa dentro e um papel com algo escrito. “Aurora, já que vai ficar muito tempo sem receber um centavo, estou te doando meu MacBook, isso vai te servir para começar seus estudos, está todo reiniciado, pronto para uso. Ps: Não se sinta especial, eu comprei um modelo moderno e melhor para mim.” Aquilo me roubou um sorriso do rosto. Entrei no quarto e abri a caixa, o notebook estava em perfeito estado. Era branco com detalhe dourado na maçã, tinha até o plástico de proteção do teclado. Oliver era muito cuidadoso, pois parecia estar doando algo novo. Eu estava super eufórica e olha que nem eram 5 da manhã ainda. Liguei e criei meu login, passei minhas fotos do celular para ele, depois personalizei meu notebook e aí, sim, comecei a pesquisar faculdades à distância. Eu est
Dentro de seu quarto, o homem bêbado, percebe o que acabou de fazer. — Que droga, eu beijei a Aurora, não acredito que fiz isso. Mas ela também chegou conversando perto e estava tudo escuro, eu pensei por um instante que fosse ela. M*****a Liana, que ainda dominava seus pensamentos, por mais que tivesse feito mal, ainda era a dona do coração de Oliver. Bem! Talvez não seja mais. O beijo de Aurora fez algo adormecido em Oliver despertar como um vulcão, mas ela é tão nova, tão inocente, sem conhecimento do mundo. Oliver não seria egoísta de tentar algo com ela, nunca a faria parar sua vida, para tentar uma vida com ele, era errado e sua consciência o alertava. Aurora precisava conhecer o mundo, pessoas da mesma idade, ela precisava ter a ambição, porque se ele a tomasse para si, Aurora ficaria presa àquela fazenda e ele não queria na frente passar pelo que passou com Liana. Se Aurora conhecesse o que o mundo tem a oferecer, jamais se contentaria com uma vida comum naquela fazenda.
Denise andava eufórica pelo quarto, pois Saulo havia comprado várias roupas e sapatos novos para ela. Agora contava que teria roupa nova para cada dia de festa, também ganhou uma gargantilha de ouro com esmeraldas, o que a deixou de boca aberta. Quando ela me mostrou a peça, eu só consegui pensar no quanto o Saulo gostava dela e ela, por mais que diga ser pé no chão, estava caidinha por ele. […] Já fazia duas semanas que voltei do hospital e já estava com alguns quilos a mais. Segui à risca a dieta passada pelo nutricionista e Denise não me deixava passar da hora de comer. Estava amando a companhia dela, por mais que já estivesse boa, Oliver continuava a mandar Denise ficar com Noah para mim. Falando no Oliver, eu não tive oportunidade pessoalmente ainda para o agradecer pelo notebook. Nas duas vezes que o vi nesta semana, ele passou por mim direto, me ignorando totalmente. Eu não entendo por que ele é assim, às vezes é a melhor pessoa do mundo e do nada se transforma na pior. Odei
Me sentei à mesa com Oliver, mesmo não querendo, confesso que no final não me arrependi, quando ele abriu a caixa da pizza e vi aquela maravilha, minha barriga roncou super alto, que fiquei super constrangida. — Está vendo? Sua boca recusa, mas seu corpo pede. — Falou fitando meus olhos. A frase de Oliver saiu de um modo um tanto erótico, e pareceu que ele não estava falando da pizza e aquilo ficou mais constrangedor do que o ronco da minha barriga. Me servi bem quietinha, nem o olhei. Comi aquela delícia, sem falar nada, fazia muito tempo que não comia pizza, a última eu havia comido com Denise. — Vou levar Noah amanhã para conhecer a praia. — Nossa, que legal! — Imaginei Noah daquele tamanhinho de sunguinha e chapéu, claro que ele não entenderia nada, mas isso seria muito fofo. — Com certeza, você não tem roupa de banho nas suas coisas, então, enquanto eu estiver em reunião amanhã pela manhã, providencie uma. — Sou a babá, não preciso ir vestida assim. — Ficaremos o fim de se
Estávamos no carro, indo em direção a uma casa de praia, que ficava a uma hora de distância da capital. Chegamos lá, havia um casal que nos recebeu muito bem, pelo que vi, era o caseiro e a esposa. — Boa tarde, senhor Oliver, é um prazer vê-lo por aqui. — Boa tarde, para vocês dois. Entramos na casa e Oliver me apresentou o casal que se chamava Danilo e Selma e mostrou o Noah a eles. Selma se apaixonou pelo Noah, que logo foi para seus braços, então ela mostrou meu quarto, que ficava ao lado do de Oliver. Selma era uma mulher muito simpática. — Amo crianças, Aurora, não vejo a hora do meu Miguel nascer. — Você está grávida? — Perguntei, porque não se notava. — Sim, estou de 10 semanas, não vejo a hora da barriga aparecer. — Riu — Quando descobri, já fui fazer aquele exame para saber o sexo antes, não aguentava de curiosidade, esse bebê é muito desejado. — Fico feliz por você, Selma, crianças são a herança que Deus dá! Após conversar bastante, Oliver mandou arrumar as coisas de
Eu poderia acordar amanhã, com mais um problema em minhas costas, mas queria correr esse risco. Estava sentindo algo tão forte em relação a Oliver que não conseguia explicar, eu simplesmente olhei para ele e assenti, pedindo que ele continuasse. Seus olhos brilharam de um jeito que eu jamais havia visto, era algo totalmente novo para mim. Voltamos a nos beijar, desta vez com mais intensidade. Sua mão passeava pelo meu cabelo, segurando forte minha nuca, sua outra mão me puxava forte para mais perto o possível de si. Tudo aquilo era novo para mim, pois sentia borboletas voando pelo meu estômago, estava naquele momento no melhor lugar do mundo, nos braços de quem eu me sentia protegida. — Juro que tentei ficar longe de você, mas parece que você tem um ímã. — Oliver falava entre beijos e carinhos. — Toda vez que esperava uma má atitude sua, diante de minha estupidez, você me surpreendia com seu jeito doce e senso de justiça. Eu não sabia o que falar, tinha medo de dizer algo e estraga