O homem da ponte tinha a mesma estatura de Oliver e sua voz também se parecia a dele. Eu não posso acreditar, não mesmo, isso não seria verdade, não podia ser ele, de modo algum! Como não o reconheci no primeiro dia? Talvez por estar cheia de medo e enfrentando meus próprios problemas, não pude focar em sua verdadeira identidade, ainda mais depois da notícia da morte do outro homem. Acreditei fielmente que se tratava da mesma pessoa. Que coincidência estranha. Lembrei do que Denise disse. “Ele tentou tirar a própria vida, mas na hora algo aconteceu e o fez pensar melhor, voltando para casa” Seria possível serem a mesma pessoa? Mas será que ele também não havia me reconhecido no outro dia? A interrogação da minha cabeça durou a madrugada toda, eu não dormi nem um segundo. Pela manhã, me lembrei de algo. O homem daquela noite possuía um carro esportivo vermelho, com o símbolo de um cavalo. Lembrei também que, quando cheguei a primeira vez aqui, vi que na garagem havia um carro cobert
Estava em casa sozinha, já que Oliver havia saído e Saulo se mudou para a dependência dos fundos. Noah havia acordado, o trouxe para a cozinha e resolvi fazer o almoço, já que minha sopa foi devorada. Não sabia que horas Oliver chegaria, então faria comida que daria para duas pessoas. Preparei uma macarronada, com tudo dentro. Depois, descasquei algumas batatas e coloquei para fritar na fritadeira elétrica. Era quase meio-dia e estava nublado, por este motivo não fiz o passeio matinal com Noah, nem fui até a vila, já que tudo indicava que iria cair uma tremenda chuva. Não demorou muito, um raio caiu e ouvi um estrondo de um trovão. Noah começou a chorar, peguei-o no colo e o abracei, dando muitos beijinhos na sua cabeça, assim o acalentava e fazia com que se sentisse seguro. Ele já havia parado de chorar, mas continuava com o carinho, comecei a cantar uma música bem baixinho, mesmo estando sozinha na casa. 🎵 Se é tempestade, todo medo, se for arrependimento, por favor, tira daí,
Denise havia saído na sexta à noite com Saulo, eles iriam passar o fim de semana na praia, confesso também que morria de vontade de conhecer o mar. Mamãe já havia viajado três vezes com o Sandro e a Alice, mas nunca me levaram. Minha mãe já sentia ciúmes mesmo me vendo vestida com roupas compostas, tenho certeza de que ela me mataria se me visse de biquíni na praia. Seu ciúme era doentio e, por culpa disso, eu era privada de tudo. Após o bolo ter assado e esfriado, cobri com a cobertura que havia feito, coloquei a velinha e o topo do bolo, guardei na geladeira e subi para dar a mamadeira e arrumar meu chefinho. Deixei meu celular carregando para tirar várias fotos, separei algumas roupinhas que ele tinha, que achava muito lindas também, faria outras fotos dele. Noah já estava arrumadinho, o coloquei no carrinho e desci para a sala. Montei um pequeno cenário no sofá e o coloquei lá. Ao lado, posicionei o bolo e comecei minha sessão de fotos. Confesso que havia arrumado meu cabelo e v
Eram dez da noite quando Noah dormiu, não estava mais me aguentando de fome, desci para a cozinha, pois provavelmente Oliver não estaria mais por lá. A pia estava limpa e não tinha nada no fogão, nem parecia que ele havia cozinhado ali. — Um homem asseado, que raro. — Ciciei. Pensei em sua falta de empatia ao não deixar nada para mim, já da outra vez, ele comeu a sopa que eu havia guardado e também, porque o que estava fazendo estava cheirando tão bem. Peguei uma pequena panela e fiz uma sopa para mim, era algo rápido e nutritivo, já que colocava várias verduras dentro. Enquanto a sopa cozinhava, me sentei no banco da bancada que dividia a cozinha da sala, olhava Noah pela babá eletrônica e mexia no celular. Comecei a olhar as fotos que tirei mais cedo, todas ficaram lindas. Peguei uma das fotos que tirei com Noah e coloquei no meu protetor de tela do celular, depois olhei as fotos que Oliver tirou com ele e dei zoom em seu rosto. Oliver estava realmente bonito e aquele terno
Às seis da manhã, Noah e eu estávamos prontos. Coloquei minha bolsa com minhas coisas em baixo do carrinho dele e desci para a cozinha. Preparei meu café e tomei, fiz um lanche para a viagem também, decidi cuidar mais da minha alimentação. Peguei a estrada que ia para a vila e, enquanto caminhava, observava como o céu estava lindo. Tirei algumas fotos do lugar, tirei fotos de Noah e minhas também, amava fotos, pena que não poderia postar em nenhuma rede social. Aquele sem caráter do Sandro poderia me encontrar. Às sete da manhã, eu entrava na Vila São Caetano e, mesmo que ontem eu a tivesse visto de longe, não se comparava em estar nela. Na entrada, já havia um pequeno posto de gasolina, mais adiante uma padaria. Passeei pela praça enorme, havia flores e plantas e um pequeno palco já montado, com certeza era aqui que Oliver realizava as festas. Havia uma quadra de futebol coberta, um banco, borracharia, a escola e a farmácia que ficava perto do pronto-socorro. Quando estive aqui à n
Em seu quarto, Oliver estava com os nervos à flor da pele, após ter uma conversa com Aurora na cozinha. Deitou-se na cama e começou a pensar na frase que a garota acabara de falar. “Um filho nunca será um empecilho e sim um combustível para buscar coisas melhores. Um filho é uma bênção” Oliver rolava incomodado na cama de um lado para o outro. De repente, pega-se chorando. — Por que Liana? Por que você não pensou como a Aurora? Oliver olhava a foto da ex-mulher no celular e chorava como criança, estava tão desapontado. Fez o que podia para a amada ficar e continuar com ele. Havia até perdoado o imperdoável. Não ligava se as pessoas iriam zombar dele, só queria construir sua família. Por amor à Liana, mesmo se o resultado do exame de DNA dissesse que o filho não era dele, cuidaria e amaria o menino como se fosse seu filho. — Fui um idiota, em entregar meu coração para você, você não se importou nem um pouco comigo, nem com seu filho. Abriu uma garrafa de Whisky e começou a beber,
Mais uma manhã de segunda-feira, já havia passeado com o Noah e queria ir à capital comprar algumas coisinhas, lembrando que meu aniversário já estava chegando, seria alguns dias após o Dia dos Pais. Falando em dia dos pais, me senti triste, será mais um ano que passaria sem o meu herói, isso me rasgava a alma, era uma dor inconsolável, mas tentei focar no hoje e esquecer o passado para não sofrer duas vezes. Me lembrei de revelar as fotos do mêsversário de Noah. Colocaria algumas, no porta-retrato do quarto. Lembrei que Denise havia dito sobre Liana ter feito um quarto para Noah, mas não havia nada dentro. Minha curiosidade aumentou outra vez, em saber que cômodo era aquele. Talvez até pudesse decorá-lo futuramente, já que Noah merecia ter um quarto com uma cara mais infantil. Quando encontrasse Oliver de bom humor, o que seria muito difícil, tentaria tocar nesse assunto. Dúvidas pairavam no meu pensamento, era tanta coisa que vinha na minha cabeça, mas não podia parar para pensar
— O quê? Não acreditava que Oliver estava tão bêbado a ponto de alucinar e pensar que eu era a Liana. Eu não acredito. Que idiota! Aproveitei seu momento de descuido e o empurrei para longe de mim, saí do quarto correndo e entrei no meu. Tranquei a porta e corri para o banheiro, não acreditava no que havia acabado de acontecer. Que idiota! — Idiota, idiota, Aurora, você é uma idiota! — Repetia diversas vezes na frente do espelho, batendo nas minhas bochechas, tentando assimilar a mancada de agora. — Como pude ser tão fácil assim? Entrei no chuveiro e me lavei, passava o sabonete e esfregava o corpo com força, na tentativa de tirar seu cheiro infiltrado no meu corpo. — Idiota, idiota. — Andava de um lado para o outro no interior do banheiro. Minha mente estava agora com uma vergonha alheia tão grande. Como pude deixar que ele me beijasse? Por que retribuí o beijo? Por que não o chutei no meio das pernas e saí correndo? — Burra, burra, burra! Ainda mais porque estava gostando