Denise era uma pessoa que me transmitia muita verdade, ela parecia muito confiável, jamais contaria a alguém o que ela estava me confidenciando. — Eu e o Saulo, sabe? — Disse, demonstrando timidez. — Temos um caso já faz bastante tempo, para ser mais exata, há quase dois anos. Quando ele vem para a fazenda, a gente sempre fica junto, mas sou bem pé no chão nas minhas coisas. Uma hora ou outra ele pode ir embora, arrumar alguém da mesma classe social dele, ou simplesmente achar que eu seja um passatempo, não sei, sabe? Mas enquanto ele está aqui, a gente se aproveita ao máximo, eu gosto dele, não negarei, mas se ele dizer que não quer mais, eu sigo minha vida bem de boa. — Percebi uma intimidade entre vocês mesmo. — Disse, um pouco sem jeito. — Tudo bem, todos já sabem, porém, às vezes, Saulo me conta algumas coisas. — O que você quer dizer com isso? — Ele não falou diretamente, sabe? Mas acho que o senhor Oliver tentou contra a própria vida quando trouxe o menino para a casa, tant
Após sairmos do shopping, Joaquim nos buscou e fez uma mini tour em alguns pontos turísticos da capital. Passamos praticamente o dia fora. Quando chegamos à fazenda, já ia dar sete da noite, como era fim de semana, Denise não ficaria por lá. Então, quando cheguei na casa e encontrei tudo escuro, saí acendendo todas as luzes até chegar em meu quarto, posicionei Noah na cama e comecei a preparar seu banho. Após dar banho, mamadeira e o ninar para dormir, tomei meu banho. Já era quase meia-noite, estava com fome e fui para a cozinha preparar algo para comer. Levei a babá eletrônica comigo, assim fazia as coisas de olho no Noah. Preparava uma sopa na cozinha, pois estava com tanta fome que um lanchinho apenas não resolveria. Eu estava comendo muito mal ultimamente, devia já ter perdido uns cinco quilos. Enquanto cozinhava, pensei em tudo que Denise me falou. Toda a conversa visitava a minha mente, eu, que não tinha relação alguma com a história, estava tão chateada, imagina como estaria
O homem da ponte tinha a mesma estatura de Oliver e sua voz também se parecia a dele. Eu não posso acreditar, não mesmo, isso não seria verdade, não podia ser ele, de modo algum! Como não o reconheci no primeiro dia? Talvez por estar cheia de medo e enfrentando meus próprios problemas, não pude focar em sua verdadeira identidade, ainda mais depois da notícia da morte do outro homem. Acreditei fielmente que se tratava da mesma pessoa. Que coincidência estranha. Lembrei do que Denise disse. “Ele tentou tirar a própria vida, mas na hora algo aconteceu e o fez pensar melhor, voltando para casa” Seria possível serem a mesma pessoa? Mas será que ele também não havia me reconhecido no outro dia? A interrogação da minha cabeça durou a madrugada toda, eu não dormi nem um segundo. Pela manhã, me lembrei de algo. O homem daquela noite possuía um carro esportivo vermelho, com o símbolo de um cavalo. Lembrei também que, quando cheguei a primeira vez aqui, vi que na garagem havia um carro cobert
Estava em casa sozinha, já que Oliver havia saído e Saulo se mudou para a dependência dos fundos. Noah havia acordado, o trouxe para a cozinha e resolvi fazer o almoço, já que minha sopa foi devorada. Não sabia que horas Oliver chegaria, então faria comida que daria para duas pessoas. Preparei uma macarronada, com tudo dentro. Depois, descasquei algumas batatas e coloquei para fritar na fritadeira elétrica. Era quase meio-dia e estava nublado, por este motivo não fiz o passeio matinal com Noah, nem fui até a vila, já que tudo indicava que iria cair uma tremenda chuva. Não demorou muito, um raio caiu e ouvi um estrondo de um trovão. Noah começou a chorar, peguei-o no colo e o abracei, dando muitos beijinhos na sua cabeça, assim o acalentava e fazia com que se sentisse seguro. Ele já havia parado de chorar, mas continuava com o carinho, comecei a cantar uma música bem baixinho, mesmo estando sozinha na casa. 🎵 Se é tempestade, todo medo, se for arrependimento, por favor, tira daí,
Denise havia saído na sexta à noite com Saulo, eles iriam passar o fim de semana na praia, confesso também que morria de vontade de conhecer o mar. Mamãe já havia viajado três vezes com o Sandro e a Alice, mas nunca me levaram. Minha mãe já sentia ciúmes mesmo me vendo vestida com roupas compostas, tenho certeza de que ela me mataria se me visse de biquíni na praia. Seu ciúme era doentio e, por culpa disso, eu era privada de tudo. Após o bolo ter assado e esfriado, cobri com a cobertura que havia feito, coloquei a velinha e o topo do bolo, guardei na geladeira e subi para dar a mamadeira e arrumar meu chefinho. Deixei meu celular carregando para tirar várias fotos, separei algumas roupinhas que ele tinha, que achava muito lindas também, faria outras fotos dele. Noah já estava arrumadinho, o coloquei no carrinho e desci para a sala. Montei um pequeno cenário no sofá e o coloquei lá. Ao lado, posicionei o bolo e comecei minha sessão de fotos. Confesso que havia arrumado meu cabelo e v
Eram dez da noite quando Noah dormiu, não estava mais me aguentando de fome, desci para a cozinha, pois provavelmente Oliver não estaria mais por lá. A pia estava limpa e não tinha nada no fogão, nem parecia que ele havia cozinhado ali. — Um homem asseado, que raro. — Ciciei. Pensei em sua falta de empatia ao não deixar nada para mim, já da outra vez, ele comeu a sopa que eu havia guardado e também, porque o que estava fazendo estava cheirando tão bem. Peguei uma pequena panela e fiz uma sopa para mim, era algo rápido e nutritivo, já que colocava várias verduras dentro. Enquanto a sopa cozinhava, me sentei no banco da bancada que dividia a cozinha da sala, olhava Noah pela babá eletrônica e mexia no celular. Comecei a olhar as fotos que tirei mais cedo, todas ficaram lindas. Peguei uma das fotos que tirei com Noah e coloquei no meu protetor de tela do celular, depois olhei as fotos que Oliver tirou com ele e dei zoom em seu rosto. Oliver estava realmente bonito e aquele terno
Às seis da manhã, Noah e eu estávamos prontos. Coloquei minha bolsa com minhas coisas em baixo do carrinho dele e desci para a cozinha. Preparei meu café e tomei, fiz um lanche para a viagem também, decidi cuidar mais da minha alimentação. Peguei a estrada que ia para a vila e, enquanto caminhava, observava como o céu estava lindo. Tirei algumas fotos do lugar, tirei fotos de Noah e minhas também, amava fotos, pena que não poderia postar em nenhuma rede social. Aquele sem caráter do Sandro poderia me encontrar. Às sete da manhã, eu entrava na Vila São Caetano e, mesmo que ontem eu a tivesse visto de longe, não se comparava em estar nela. Na entrada, já havia um pequeno posto de gasolina, mais adiante uma padaria. Passeei pela praça enorme, havia flores e plantas e um pequeno palco já montado, com certeza era aqui que Oliver realizava as festas. Havia uma quadra de futebol coberta, um banco, borracharia, a escola e a farmácia que ficava perto do pronto-socorro. Quando estive aqui à n
Em seu quarto, Oliver estava com os nervos à flor da pele, após ter uma conversa com Aurora na cozinha. Deitou-se na cama e começou a pensar na frase que a garota acabara de falar. “Um filho nunca será um empecilho e sim um combustível para buscar coisas melhores. Um filho é uma bênção” Oliver rolava incomodado na cama de um lado para o outro. De repente, pega-se chorando. — Por que Liana? Por que você não pensou como a Aurora? Oliver olhava a foto da ex-mulher no celular e chorava como criança, estava tão desapontado. Fez o que podia para a amada ficar e continuar com ele. Havia até perdoado o imperdoável. Não ligava se as pessoas iriam zombar dele, só queria construir sua família. Por amor à Liana, mesmo se o resultado do exame de DNA dissesse que o filho não era dele, cuidaria e amaria o menino como se fosse seu filho. — Fui um idiota, em entregar meu coração para você, você não se importou nem um pouco comigo, nem com seu filho. Abriu uma garrafa de Whisky e começou a beber,