Saindo da DEPOL, Obrien segue diretamente até seu carro enquanto b**e a pasta nas mãos, demonstrando indignação.
Em seguida abre a porta, entra e tira as chaves do carro do bolso e, antes de dar arrancada a porta do carona abre e B-23 entra batendo a porta com força.
- Ow, na sua casa não tem geladeira, portas, tipo coisas que podem quebrar não hem? Pergunta Obrien.
- Não! Responde B-23.
- há mas claro... Já devia saber disso, aliás, foi um prazer conhecer você, obrigado por salvar minha vida, agora... pode sai do meu carro, vai minha filha rapa o pé. Completa Obrien apontando para fora do carro.
- Desculpe, como já disse minha missão é solucionar o chamado 3/100 aberto em 16.06.2123, vinculado ao processo de cooperação... responde a androide.
- Maravilha... completa Obrien dando arrancada em seu carro em seguida.
- Para onde vamos? Pergunta B-23.
Obrien apenas dirigia, não fazia questão de esconder sua irritação naquele momento, seu desprezo às máquinas era evidente e, está trabalhando com uma soava uma ofensa.
Obrien simplesmente dirigiu até chegar em uma lanchonete em que ele tomava café a muito tempo.
Chovia muito naquele dia, então ele desliga o carro e sai, correndo direto para o café.
B-23 sai do carro e entra logo atrás de Obrien, todos no café param o que estão fazendo e a observam enquanto se senta na mesma mesa que ele.
Obrien levanta a mão e chama uma garçonete.
-Por favor.... um café expresso com açúcar.
Prontamente a garçonete anota o pedido e em seguida pergunta à B-23,
- E a senhora o que vai querer?
- Não vou querer nada, obrigada pela gentileza. Responde a IA.
Então a garçonete se retira para preparar o café.
Enquanto espera o café Obrien começa a ler o calhamaço de papéis sobre a investigação.
- O quê está fazendo? Pergunta B-23.
- Nada... responde Obrien sem sequer olhar para ela.
- Mas você está lendo e, isso é uma ação logo, está fazendo alguma coisa! Exclama a Androide.
- Droga... Não vejo nada nesses papéis e laudos não sei por onde começar! Responde Obrien para si mesmo.
Em seguida seu café chega e ele continua a ler atentamente enquanto toma seu café.
Após alguns minutos vasculhando as informações coletadas de seu acidente ele olha para B-23 que está ali parada olhando para ele, sem qualquer reação ou expressão em seu rosto.
- O quê tá olhando...? Indaga Obrien à IA.
- Posso olhar esses documentos?... acredito que posso ajudar. Completa B-23.
Em seguida Obrien balança a cabeça de forma negativa, suspira e entrega os papéis para ela.
Ao pegar os papéis, B-23 organiza-os sobre a mesa, um do lado do outro, em seguida começa a ler passando seus dedos rapidamente sobre cada folha de cima para baixo e passando de uma por uma, em menos de um minuto B-23 ler trinta folhas sobre a mesa.
Nesse momento Obrien para de tomar seu café, simplesmente impressionado com tamanha rapidez e eficiência, em seguida B-23 responde:
- Encontrei duas pistas em potencial, talvez possamos começar a investigar por elas.
- A primeira delas é..., que quem tentou matar você foi flagrado entrando em um galpão abandonado a cinco quadras do local de seu acidente, então podemos fazer uma inspeção no local.
- A segunda é que foram encontrados vestígios de graxa sintética polivalente em seu carro no dia do acidente. Completa B-23.
- Graxa sintética polivalente? nunca ouvi falar nessa substância, exclama Obrien.
- Certamente não ouviu... Essa graxa é tecnologia exclusiva IA, ou seja, não foi criada por humanos, ela serve para o Alto desempenho da válvula de rotação do reator que carregamos como fonte de energia. A questão é... A graxa é inflamável e pode ter sido jogada em seu carro para pegar fogo naquela noite. Finaliza B-23.
Obrien coloca a xícara de café sobre a mesa, e olha fixamente para os olhos azuis da androide e aponta o dedo para ela e diz,
- Gostei... Bom trabalho, Mas não se acostume em receber elogios. Disse Obrien com um sorriso discreto.
Em seguida Obrien se levanta, coloca o dinheiro do café sobre a mesa,
- Vamos embora, preciso de um banho, onde deixo você? pergunta para B-23.
- Não tenho onde ficar, posso ficar com você? Pergunta B-23 ainda sentada na mesa.
- O quê? ... sem chance, me desculpe mas não vai rolar nem hoje nem nunca, nada pessoal tá!? Responde Obrien.
- Tudo bem, Obrien nos vemos amanhã então, desejo um bom descanso pra você. Completa B-23.
Logo após, Obrien sai da lanchonete, a chuva cessara naquele momento, porém o frio se fazia presente. Obrien entrou em seu carro e enquanto se preparava para sair, percebeu que B-23 havia se sentado em um banco da praça que fica de frente a lanchonete.
Então, Obrien dá a partida saindo com seu carro e, deixando a IA para trás.
Depois de andar por alguns metros Obrien olha pelo retrovisor e, percebe que B-23 continua no banco com uma mão sobre a outra e observando as pessoas passarem.
Nesse momento Obrien para o carro, e coloca sua cabeça sobre o volante por alguns segundos,
- Mas que droga.... diz enquanto b**e com as mãos no volante.
Então, ele olha para trás e engata a ré até chegar na praça onde B-23 está sentada.
- Vamos... convida Obrien à B-23 para entrar no carro.
Nesse momento ela se levanta, passa de frete ao carro e entra logo em seguida,
- Obrigada pela carona, responde a IA.
- Ok... só não se acostume, você precisa de um lugar para ficar... completa Obrien.
Logo em seguida Obrien arranca com seu carro e vai para seu apartamento, ao estacionar na garagem ele desliga o carro e, antes de sair diz,
- então... voce pode ficar aqui no meu carro, quando for dormir você pode enclinar o banco e.... sabe... descansar.
Nesse momento, B-23 observa de forma atenta as instruções de Obrien e agradece a gentileza.
Então Obrien abre a porta do carro, e antes de ir para seu apartamento entrega um de seus celulares para ela ligar para ele caso precise.
Já é início da noite, Obrien sai da garagem, sobe as escadas do prédio até em fim chegar em seu apartamento, momento em que ele simplesmente desaba no sofá sem nem.mesmo tirar as botas.
AS horas se passam e a noite apresenta seu silêncio sobre a envelhecida Los Angeles. Na garagem, um ponto de luz se destaca em meio a escuridão, enquanto as horas passam B-23 continua dentro do carro com uma ponta de dedo ligada.
Nesse momento, ela abre o porta luvas e começa bisbilhotar, lá de dentro ela tira um óculos escuro e, o coloca sobre o rosto, em seguida tira uma carteira de cigarro, tira a credencial de detetive de Obrien, em seguida retira um rolo de papel higiênico, mas logo o coloca de volta no porta luvas, pegando um pedaço de papel dobrado logo após.
Ao desdobrar aquele pedaço de papel, B-23 ilumina sobre a face dele e, percebe que é uma foto meio danificada de Obrien e Helena.
Obrien sorridente vestindo um casaco azul e usando uma touca preta abraçado com Helena que vestia um casaco berge e touca preta, em um local com muito gelo.
B-23 Observa atentamente por alguns segundos enquanto desliza seus dedos sobre a foto, como se buscasse sentir a textura ou o próprio sentimento ali expressado.
Após isso, ela retira os óculos e juntamente com a foto ela guarda no porta luvas. Então, o ponto de luz que iluminava a garagem se apaga, deixando a noite seguir seu curso.
CONTINUA...
- Que droga de noite..., comenta Obrien às 07h00 da manhã enquanto entra no carro e comendo um pedaço de pizza.Enquanto come seu pedaço de pizza e coloca a chave na ignição, ele olha pelo retrovisor e percebe a IA sentada no banco traseiro observando-o atentamente.- Nossa, você está aqui?! Desculpa não lembrei de você vai uma pizza aí?... completa Obrien, se referindo a B-23 que estava no banco de trás do carro.- você sempre come tão mal assim? Devo lembrar que em média 30 % da população desenvolve algum tipo de doença crônica devido maus hábitos alimentares sendo que pelo menos 10 % morrem por complicações! Exclama B-23.Obrien, se vira e a encara - você tem certeza que não quer um pedaço? Não sabe o que está perdendo.Nesse momento, seu telefone toca, do outro lado da linha, Donald - Obrien preciso de você na rua 23 com a Lincon, está havendo uma verdadeira caça às bruxas lá, enviei nossos melhores homens para lá.- afirmativo, estamos indo agora mesmo, responde Obrien, jogando o
Após a saída de B-23 do edifício de créditos, uma multidão de curiosos e reposteres se juntaram para ver o ato de bravura daqueles policiais e, principalmente da policial que impediu o pior.Vendo todos aqueles flashs sobre eles, Obrien decide deixar o local com sua parceira sem dar qualquer entrevista ou sem fornecer qualquer detalhe sobre ela.- Por favor, senhorita, quem é você?- Você poderia falar algumas palavras sobre o que aconteceu lá dentro?- De onde você é? De qual departamento você veio?Perguntam vários repórteres todos ao mesmo tempo, tentando extrair qu
O dia amanhece, e Obrien acorda por cima da garrafa de vodka que consequentemente sujou sua roupa e seu carpete.- Mas que droga, reclama Obrien da sujeira que fez enquanto se levanta ainda sonolento.Ao olhar para o sofá ainda atordoado, percebe B23 sentada olhando para ele.- O quê foi? Pergunta Obrien enquanto se levanta sem saber exatamente o que fazer primeiro. - Você bebeu demais Obrien, dessa forma você não passará dos 40 anos sem ter um colapso hepático. Responde B23.- Não F@d€, vai me regular agora? A propósito, de nada pela noite anterior... preciso de um banho. Completa Obrien dirigindo -se ao seu quarto para se aprontar para mais um dia. Enquanto Obrien se arruma, B23 anda até a janela e abre a cortina, fazendo com que o sol brilhe em seu rosto de aspecto macio e aveludado, ficando ali por um tempo.- Ela gostava dessa janela.... quase todos os dias ela ficava aí parada olhando o nascer do sol, ela dizia que era o mais próximo da natureza que podíamos chegar e, você pare
- Desculpa deixe-me vê se entendi... você está me dizendo que temos um psicopata de metal solto por aí e, que ele é tipo um chefe da márfia cibernética? pergunta O'Brien à B23 enquanto vão para o apartamento.chegando lá, O'Brien coloca suas chaves e sua arma no cinzeiro e, em seguida prepara um drink. A noite toma seu lugar e B23 se põe à janela olhando fixamente para fora.- Você está bem? não sei não hem... acho que deve ter algum parafuso frouxo em você e digo mais, olhando bem até parece uma humana se não fosse essa pele tão pálida enfim. Completa O'Brien balançando negativamente a cabeça.- Você medita diariamente para ser tão negativo, ou é por esporte? retruca B23 olhando fixamente para fora. O'Brien para de tomar sua bebida expressando um olhar surpreso quanto a resposta da parceira de investigação. Em seguida ele se aproxima da janela ao lado dela, nesse momento a maçaneta da porta vai ao chão.Sem pensar B23 com uma mão empurra O'Brien, fazendo com que ele caia no sofá ca
Tudo o que se via era uma pilha de escombros e fumaça saindo das entranhas de concreto. O'Brien continuava a procurar por B23, ignorando o comando de retirada dos bombeiros e oficiais ali presentes.A chuva castigava aquele solo marcado por destruição, mas ele não desistia de procurar por sua parceira.Nesse momento, chega até o local Donald e rapidamente caminha em meio aos escombros até O'Brien.- Não tem nada aqui pra você O'Brien, sinto muito por tudo isso, vem comigo você precisa de um médico. aconselha Donald.- Pro inferno o Pacto, Donald dane-se o acordo, essas malditas máquinas explodiram meu apartamento, e tudo o que tinha, já coleciono a segunda tentativade de morte, para mim o tempo de paz acabou. responde O'Brien totalmente transtornado.Pela primeira vez, Donald temeu o equilíbrio da paz entre homens e máquinas, pois o movimento violento das máquinas em território humano havia se tornando perceptível em vários pontos das zonas humanas. Um movimento diferente das últimas
Nos sombrios becos que cortavam a cidade, O'Brien se esgueirava, acompanhado pelo ciborg mercenário, cujos olhos brilhavam com a determinação de quem conhece bem o mundo das sombras. Eles tinham uma missão: resgatar B-23, uma androide de importância vital para O'Brien, que estava aprisionada em um galpão abandonado, remanescente de uma era anterior ao Pacto Vitri.Chegando ao galpão, uma aura de desolação pairava sobre o lugar. As paredes de tijolos desgastados guardavam segredos antigos, e o silêncio era perturbado apenas pelo vento sussurrando através das rachaduras. Com cautela, eles adentraram o local, suas passadas ecoando como murmúrios nervosos.Ao alcançarem o coração do galpão, seus olhos encontraram o que procuravam: B-23, pendurada pela cintura por correntes, sua estrutura metálica brilhando fracamente na penumbra. O coração de O'Brien apertou-se ao ver sua companheira de tantas batalhas naquela situação precária.Determinados a libertá-la, eles traçaram um plano rápido e ef
No ano de 2123, século em que o mundo esfriou 3° C, homens e máquinas vivem em paz sobre a mesma terra. Com a vigência global do Pacto Vitri, humanos e inteligências artificiais se reagruparam em grandes espaços de terras popularmente conhecidas por zonas, redefinindo a geografia terrestre. Devido o longínquo passado de guerras e revoluções, ficou acordado entre os lideres humanos e I.As, que cada civilização existiria sem a interferências de uma na outra, cada uma com seus povos, costumes e leis, em cumprimento ao Pacto, cessando a matança e destruição, e assim permanece até os dias atuais. _________________________________- Nossa que horrível..., essas coisas estão vindo cada vez pior! Reclama Obrien sobre o café frio que fizera a dois dias. Deixando a xícara sobre a pia, ele pega a caixa de cereal na prateleira que fica logo acima. Senta-se à mesa e faz sua mistura matinal de leite e sucrilhos. Enquanto come vagarosamente, Obrien liga a TV antiga que fica na sala próximo ao c
A tristeza de Obrien se mistura com o sentimento de impotência por viver em uma sociedade decadente, falida em inúmeros aspectos.Às Zonas humanas se tornaram um autêntico retrato da miséria anunciada, pelo fato de o poder se encontrar nas mãos de poucos e, devido a isso a maioria da população precisar lutar pela sobrevivência.Tal desequilíbrio torna escassa a oferta de emprego, o que consequentemente levou ao drástico aumento da quantidade de pessoas vivendo nas ruas, quando comparado ao século passado.Muitas pessoas tentam manter pequenos cultivos para não passarem fome. Nesses tempos, a sociedade vive em uma fina camada de civilização, obrigando todos a regrar