CYBERAIN
CYBERAIN
Por: TjCosta
Prólogo

No ano de 2123, século em que o mundo esfriou 3° C, homens e máquinas vivem em paz sobre a mesma terra. Com a vigência global do Pacto Vitri, humanos e inteligências artificiais se reagruparam em grandes espaços de terras popularmente conhecidas por zonas, redefinindo a geografia terrestre.

Devido o longínquo passado de guerras e revoluções, ficou acordado entre os lideres humanos e I.As, que cada civilização existiria sem a interferências de uma na outra, cada uma com seus povos, costumes e leis, em cumprimento ao Pacto, cessando a matança e destruição, e assim permanece até os dias atuais.

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- Nossa que horrível..., essas coisas estão vindo cada vez pior! Reclama Obrien sobre o café frio que fizera a dois dias.

Deixando a xícara sobre a pia, ele pega a caixa de cereal na prateleira que fica logo acima.

Senta-se à mesa e faz sua mistura matinal de leite e sucrilhos.

Enquanto come vagarosamente, Obrien liga a TV antiga que fica na sala próximo ao canto da parede com pintura desgastada.

- sim, você ouviu certo, o preço do gás subiu mais uma vez, essa já é a 7a vez em menos de 4 meses, esse aumento com certeza se refletirá na temporada de frio que chegará logo, a pergunta que fica é... o que nossos lideres farão? Indaga o repórter no noticiário da manhã.

Obrien balança a cabeça - isso está uma loucura. Exclama enquanto se levanta, pegando sua jaqueta, arma e chaves do carro.

Descendo as escadas do seu apartamento, ele tenta não bater os pés em algumas pessoas sem moradia e outros bêbados que dormem ali mesmo.

Chegando em seu mustang 64 preto, logo liga o rádio e coloca em sua música favorita ANIMALS - ARCHITECTS, enquanto sai cantando pneus.

O solitário..., adjetivo atribuído a ele por seus colegas de trabalho, pelo fato de ele não cumprimentar ninguém e trabalhar sozinho em seus casos. Obrien se guardou para si, após a morte de sua esposa em um trágico acidente de pesquisa envolvendo um Robotic uma inteligência artificial na divisa da zona H.

- Segura Orbien... Diz Donald, diretor geral do departamento de Polícia de L.A.C, jogando um copo de café fechado para ele.

- pela sua cara com certeza não dormiu direito e, tomou um café horrível de quatro dias estou certo? Pergunta Donald encostado na porta da sala de Obrien, enquanto ele abre o café com um sorriso meio forçado.

- poxa meu amigo, gosto muito de você, seu trabalho como agente é excelente, mas você não está bem a muito tempo, pegue umas férias! Completa o diretor.

- Hum... está exagerando senhor, estou muito bem, haaa... obrigado pelo café Responde Obrien enquanto bebe seu café.

Obrien - O que temos pra hoje?

Diretor Donald - Em resumo nada de novo, alguns furtos e roubos, mas a maioria eram por alimentos, as pessoas estão passando fome lá fora.

Obrien- é... que coisa hem!

Enquanto conversavam chegou apressadamente até eles uma policial com um papel e uma foto na mão, o entregando ao Diretor Donald, que começou a ler o que estava escrito.

Ao terminar de ler e ver a foto ele olha nos olhos de Obrien sem palavras.

- O que aconteceu senhor? Pergunta Obrien se levantando com sua arma na mão.

Tenho um trabalho para você filho! Responde Donald entregando a folha para Obrien.

Obrien - Um assassinato? Nossa, a coisa foi feia, poucas coisas fariam isso, um atropelamento talvez ou então...

Nesse momento, ele se olham surpresos.

Diretor Donald - investigue e descubra que raios aconteceu aqui, e mantenha a descrição.

Então Obrien botou sua Jaqueta e partiu.

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Debaixo de muita chuva Obrien chega no local do crime, então se aproxima do perito que está tirando fotos da vítima.

Perito - filho da mãe, puxou o pino...

Obrien - O quê?

Perito - O pino... com certeza ele tinha uma granada!

Pode apostar que sim! Responde Obrien nem um pouco convencido da teoria do Perito.

Chegando próximo a vítima, Obrien começa a investigar o que poderia ter acontecido verdadeiramente, mas, não consegue nenhuma pista.

Então se ajoelha próximo o corpo e o remove um pouco para frente, ao fazer esse movimento Obrien percebe que na poça de lama que estava debaixo do corpo tinha algo parecido com óleo ou querosene.

Então, coletou uma amostra para analisar posteriormente.

Saindo da cena do crime, Obrien dirige-se até o laboratório de criminalística de Los Angeles, para tentar descobrir a origem daquele material.

Chegando no laboratório todo ensopado Obrien é atendido.

Keven - Olha só... quem é vivo sempre aparece, mas não custava nada aparecer com roupas secas, por favor não toque em nada, você está encharcado (risos).

Obrien - Também estava com saudade de você, outro dia te trago flores!

Keven - Não enche. No que posso te ajudar Obrien?

Obrien - Preciso saber que substância é essa e de onde vem!

Keven - Certo, deixa comigo!

Então, o jovem cientista pega a amostra e coloca sobre um microscópio - mas... onde você achou isso Obrien? Pergunta Keven enquanto analisa a amostra.

- Tirei de um corpo despedaçado. Responde Obrien encostado na porta de braços cruzados.

Keven - Rarararara... é Sério ? Meu Deus que horror!

Obrien - pois é! Eai o que você acha que é?

Keven - Olha... com certeza é sintético, é possível ver as polifibras de carbono!

Obrien - Ha sim entendi, agora traduz... tipo.... linguagem policial!

Keven: Tecnologia utilizada para lubrificação de pecas e engrenagens, esse material foi desenvolvido na metade do século passado para aumentar a resistência dos motores dos carros V8 daquela época, provavelmente já tenha sido utilizado na sua lata velha e, para as peças dos andróides que naquele tempo estavam na casa de cada cidadão desse país.

Obrien - Maravilha isso não quer dizer nada, calma aí... lata velha??? Garoto... você não sabe o que está dizendo. (risos).

Após a análise Obrien pegou a amostra, agradeceu pela ajuda e saiu.

Chegando em casa Obrien fecha a porta, tranca, tira as chaves da fechadura e coloca uma garrafa de cerveja vazia sobre a maçaneta, como uma espécie de alarme improvisado.

Logo após se dirige ao banheiro para se livrar da roupa suja e tomar um banho quente.

Enquanto a água aquecida escorre por seu rosto, ele se lembra de sua esposa sorridente correndo pela casa vestindo sua camisa.

Conforme Obrien movimenta a cabeça para baixo e para cima, os flashes de memórias se alternam entre boas lembranças e o dia do acidente que ceifou a vida dela e isso o desestabiliza, então ele permanece ali por um tempo.

Depois do banho, Obrien veste uma calça estilo exército e uma camisa preta, pega uma cerveja, senta-se no sofá da sala, coloca sua arma do lado e liga a TV procurando algum canal que chamasse sua atenção.

Após um tempo procurando, resolve deixar em qualquer lugar e continua bebendo olhando fixamente para a TV até pegar no sono.

___⚜O conto de um moribundo ⚜___

- 06h00 da manhã o alarme mais uma vez desperta, e eu também!

Todos os dias olho a claridade nas frestas da nossa cortina e isso me embrulha o estômago, pois sei que é mais um dia sem você, minha alma se esforça em levantar, mas meu corpo sempre fica ali, inerte sem querer se erguer.

Mas agora são 06h00 da manhã e, estou aqui exatamente na hora e lugar em que te olhei pela última vez.

Me lembro de suas manias, como aquela de trocar nossos talheres na hora do jantar para dizer que o seu era melhor, até as mais sutis como enrolar a mecha do cabelo e colocá-lo por trás da orelha quando estava feliz.

Você trazia luz para este mundo desgastado onde nada muda.

Não sei se você ouve meus pensamentos, nem mesmo sei se alguém os ouve em algum lugar desconhecido, mas esse espaço em minha vida nunca mais será preenchido.

Minha culpa, minha tão sofrida culpa de não ter te segurando com força e te salvado naquele dia, de saber que hoje você repousa nas profundezas gélidas dessas águas. Mais uma vez jogo flores para a mulher que abraçou e esquentou meu coração.

Feliz aniversário doce Helena 🌹.

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