Ele saltou a última lombada no final da rua, antes de fazer a curva e ir em direção ao Montville, um conjunto residencial próximo às montanhas de Daiana e Alto das Pedras. O lugar era agradável e às vezes fazia as pessoas esquecerem, só por um momento, que moravam na pequena e barulhenta Monteiro.
— Acho que você irá adorá-las. — Fogueira disse, retirando o buquê de trás das suas costas, no momento em que Esther acabara de abrir a porta principal da sua casa.
— Ai, meu Deus. São lindas. — Ela disse, enquanto cheirava o perfume que exalava das rosas.
— Você não vai acreditar... São rosas negras. — Ele comentou, se adentrando a casa.
— Jura? Que bom, eu...
— Você e eu estamos em vantagem. O mesmo cheiro, a mesma cor. Deste modo evito sair em vantagem, usufruindo do seu presente. — Ele a interrompe.
Ela hesitou um segundo antes de falar:
— Muito gentil de sua parte. Que bom! Compartilhamos o mesmo tom. — Ela foi em direção a uma e
Há uma regra imutável e inadaptável que diz: "um fato leva a outro." E um fato válido leva às centenas mais, e um fato vil, cria, mas retira o que deveria ser mantido. A vida deve ser seguida como ela é. Sente-se ao lado de um cachorro e perceba que ele observa as coisas de um modo, e você de outro, pois é você e o cão que escolhem como enxergam e interagem com o mundo e as coisas ao seu redor. — O que é a vida, senão aquilo que interpretamos do mundo ao nosso redor!? — Esther pensou ao saltar da cama ao acordar. Ela acordou inspirada e recordando de uma velha história de motivação que sua avó costumava contar sobre um cãozinho: Recebi sem querer sabedoria canina verdadeiramente tocante e babada de um animalzinho de dois anos. Quando ele nascera, não enxe
Esther jogou a mochila em cima do sofá assim que chegou em casa, fechando as cortinas da janela da sala e sentando-se no chão, com as costas contra o sofá. Ela fechou seus olhos e puxou o oxigênio com a boca, aliviando uma tensão que se acumulava em seu diafragma. Ela respirou profundamente mais uma vez. — Se recuperando do cansativo dia. O Chuva se aproximou dela e encostou seu nariz gelado na perna dela, fazendo-a abrir os olhos. — Oi! Chuva. — Ela mexeu nas orelhinhas dele. — Me diz o que faço. Eu estou gostando de alguém. E você sabe de quem é, mas tenho medo de estragar tudo. O cãozinho balançou o rabo, como se estivesse prestando atenção no que ela falava. Passos vindo em direção a sala, podiam ser ouvidos.<
Esther saiu do colégio tranquilamente, enquanto ia em direção ao estacionamento. Sua bicicleta estava estacionada próximo ao carro do Estevão, e o garoto estava ali, encostado no automóvel e digitando algo freneticamente no celular. Sua expressão séria e centrada fez com que ele quase não enxergasse Esther. Seu reflexo biológico estava apurado e ele percebeu a aproximação dela. — Ei. Tudo bem? Cadê Elis? — Estevão perguntou no momento em que Esther se aproximou dele. — Tudo certo, Estevão. E você? Eu não a vi nos últimos horários. — Ela respondeu, olhando para os lados e se recordando do último momento que a viu no colégio. — Tudo certo. Eu briguei com ela por bobagens, mas você poderia entregar isto a ela? — Ele disse, entregando um envelope fec
SEM DISCUSSÕES Elis aproximou-se do café, e Esther já a esperava há um bom tempo. Elis tinha a mania de se produzir todinha quando saía de sua casa, para qualquer lugar. — Que bom que você veio, não é mesmo? Julgava me deixar com uma bomba. — Esther disse, terminando de tomar o suco de maçã verde que pediu, enquanto esperava Elis chegar. — Me conta a fofoca, que eu já estou toda agoniada. — Elis disse, puxando uma cadeira e sentando-se à mesa. — Primeiro você lê isso aqui. — Esther entregou o envelope a ela. — Quê isso? — Abre. — Não é droga não, né? TEMPO DE MUDANÇA Fogueira foi até o guichê de passagens e comprou duas vagas no ônibus que levaria Esther e ele até a capital. Ele pagou o atendente, assim que ele terminou de processar o pedido. — Obrigado. Assim que ele se virou, seus olhos se bateram em Esther, que estava logo à sua frente, no meio da multidão. Ele ficou parado por alguns segundos, observando-a. Ela usava um belo vestido azul-ciano e um elegante chapéu de Sol, que combinava com o look. Seus belos cabelos estavam soltos, e voavam livres. Assim que ela encontrou os olhos dele, o lançou um modesto sorriso, como de costume. O local era tão tranquilo, diferente do que havia lá fora, que lhes assustou. Haviam cerca de meia dúzia de pessoas ali dentro, e estas, pareciam também que iriam participar do evento. Eles foram em direção a uma mesa redonda que havia próximo a uma janela, onde era possível ter uma visão panorâmica da Central de Artes. — Cadê o cardápio? — Fogueira se perguntou, no mesmo momento em que um garçom chegou e o entregou o que ele estava procurando. — Aqui está o cardápio, senhor. — Muito obrigado. — Fogueira falou, olhando para o rosto do homem, que parecia não muito animado. — Vamos nos tradicionais pratos de almoço. — Ele completou, enquanto passava a mão na barriga, e jogou o cardápio na mesa. Eles finalizaram seus pedidos e aguardaram um pouco até a comida chegar, enquanto isso, trocaram ideias sobre como é a vida de um e de outro além do colégio. — Ei. Depois daqui vamos conseguir essa grana para você. — Fogueira falou, se senPARTE 31
PARTE 32
Nós escolhemos como nossa vida deve ser, e certamente ela será conforme o que de fato você acredita de verdade. O mundo que você cria, e o universo, são perfeitamente adaptáveis a você. Você se torna o deus do próximo passo. Não seria loucura afirmar que as vidas em outros planetas são como são, com base no que sabem e de como interpretam seus próprios e singulares mundos? Querer voar e fazer naves espaciais é um desejo humano. Seria um desejo de outra raça planetária também? Talvez sim. Mas o que quero dizer é que: nem sempre queremos as mesmas coisas. Vivemos o mundo como ele é, moldado sob nosso antigo-atual-futuro modo de pensar. A chave para a aquisição no mundo volta-se então ao: pensar acerca de... Você é o piloto de uma nave viajando por lugares particulares
Mais tarde. Fogueira se arrumou de forma rápida, assim que saiu do banho. Frequentemente ele olhava para o celular, em busca da resposta de sua amiga, Esther. Mas esta, não se manifestou até dado momento. Já eram por volta das 18h quando Fogueira recebeu uma ligação de um número estranho. — Alô? — Fogueira? — Uma voz apreensiva indagou do outro lado da linha. Ele a conhecia, mas processou a informação por dois segundos antes de dizer novamente algo. — Jéssica? O que houve? — Ele perguntou ao reconhecer a voz da mãe de sua amiga, Esther. — A Esther está aí com você? — Ela perguntou, demonstrando agora, uma preocupação evidente, que deixou Fogueira inquieto. — Não, não... Ela não chegou em casa ainda? — Ele já não estava mais com aquela expressão de felicidade estampada no rosto. Ela havia se dissolvido e deixado no lugar, uma expressão de angústia. — Ela veio em casa. Falou que foi uma viagem incrível e que