Thomas narrando.Cinco dias, cinco longos e tortuosos dias desde que decidi trazer Emma para ficar no meu apartamento. Dois dias em que ela tem me transformado no seu escravo pessoal e brincado com minha sanidade mental, me levando ao limite em vários momentos.Sua brilhante ideia de pular do segundo andar, não foi tão brilhante assim, resultando num belo gesso na perna por algumas semanas. E, na mente dela, isso lhe dá o direito de me fazer de seu serviçal.Não que ela não consiga andar, longe disso. Ela se locomove perfeitamente bem, mesmo com o gesso atrapalhando um pouco. O que quero dizer é que não tem sido nada fácil vê-la desfilando de calcinha e usando minhas camisas, sem eu poder fazer ou dizer nada.Emma encontrou uma maneira interessante de me punir por não deixá-la ficar no maldito hotel: me levar ao limite para, no fim das contas, me deixar na vontade.E como se não bastasse, ela decidiu fazer uma "limpeza" no meu apartamento. Não, não é o tipo de limpeza que envolve aspi
Emma Narrando.Se há algo de que posso ter certeza na vida, é que não existe nada tão ruim que não possa piorar. Descobri também que, se arrependimento matasse, eu já estaria em outro plano há tempos. Sinceramente, não sei onde estava com a cabeça ao convidar Thomas para vir comigo. Sim, eu precisava do carro dele — afinal, andar de moto com a perna engessada não é uma opção.Outra coisa que está me tirando do sério é esse maldito gesso. Não vejo a hora de tirá-lo e voltar à minha rotina. Não posso negar que Thomas tem sido um anfitrião dedicado nesses últimos dias em que estou na casa dele, mas, convenhamos, eu quero a minha casa de volta. Que Pietro tenha invadido e tentado me matar lá dentro? Continua sendo minha casa, e, sinceramente, ainda não fiquei milionária para me hospedar em hotéis. Além disso, passar mais tempo do que o necessário com Thomas está fora de cogitação.Thomas é, sem dúvidas, um homem atraente, mas tem um lado... complexo demais para ser entendido. E eu definit
Emma Narrando. Abri a porta do apartamento com cuidado. Passava das cinco e meia da manhã. Santiago havia me deixado há pouco em frente ao prédio onde Thomas mora. Depois da confusão da noite anterior, eu precisava repensar muitas coisas, e uma delas é que não dá para continuar desse jeito.Entrei na ponta dos pés e encontrei o apartamento completamente revirado. Bufo com a cena, reviro os olhos e vou direto para o quarto de hóspedes, onde tenho estado nos últimos dias. Eu não recomendo a ninguém surtar e quebrar a casa inteira cada vez que fica com raiva, mas, como Thomas tem dinheiro para comprar tudo novo e este é o apartamento dele, quem sou eu para julgar?Abro a porta do quarto e dou de cara com Thomas esparramado na cama. Sério? O apartamento tem três quartos, contando com o dele, e ele precisava justamente dormir no que estou ocupando? Eu sei, não tenho do que reclamar, afinal, a casa é dele.Caminho até ele, mesmo com o gesso incomodando. Não vejo a hora de tirar essa coisa.
Emma Emma.~~~°~~~— E por um acaso eu tenho outra opção? — pergunto, me esforçando para não revirar os olhos. Thomas me encara com aquele semblante sério que já conheço bem. Definitivamente, ele não está disposto a brincadeiras.— É claro que sim. — Sua voz é firme, quase fria. — Assim que sair desta sala, pode pegar suas coisas, passar no RH e nunca mais colocar os pés nesta empresa.A ideia não parece tão ruim. Não ter que olhar para o brutamontes à minha frente, que parece prestes a explodir, seria um alívio. O problema é que Thomas ainda não digeriu o fato de eu ter saído da casa dele há um mês, depois do desastre na casa de Santiago. Faz duas semanas que voltei ao trabalho, e desde então estamos nesse embate constante. Ele, claro, tem vantagem: é o chefe.Mas se acham que isso vai me intimidar, estão muito enganados. A situação, no entanto, ficou mais complicada quando alguém enviou à mídia fotos de nós dois entrando no carro dele, na época em que ainda morava na casa dele. Se
Chicago, Illinois, EUAQuatro anos antesNarrado por EmmaAlguns meses se passaram desde minha chegada à cidade. Ainda era estranho deixar todos para trás: Ava, Ethan, Luke, Tia Lucy, Simon e tantos outros. Eu poderia ter continuado lá, sem dúvida, poderia ter continuado meus estudos em uma das muitas universidades da Inglaterra.Poderia me formar e ter um bom emprego, ou quem sabe fazer aquele tão sonhado curso para me tornar uma das melhores tatuadoras do Reino Unido. Sempre gostei de desenhar, então por que não unir o útil ao agradável? Contudo, as coisas costumam mudar de repente, e eu admito que não deveria ter me acostumado com a estabilidade de um lar fixo.Meus pais têm trabalhos exaustivos e consequentemente vivem mudando de estado em estado. Havíamos passado os últimos seis a oito anos morando na Inglaterra, nunca em um lugar fixo por muito tempo. Sempre em movimento, sempre conhecendo novos lugares.Meus pais são pesquisadores, então estão sempre em busca de novas descobert
Emma. ~~▪︎~~▪︎~Os primeiros raios de sol rompem a cortina do meu quarto, forçando meus olhos a se ajustarem à luz da manhã. Com um bocejo cansado, verifico a hora no celular: 06h30 A.M. Levantar-se parece uma tarefa árdua demais para um dia que mal começou.Sinto meu corpo pesado, a cabeça latejando em um ritmo descompassado. Definitivamente, este não é o meu dia. Arrasto-me até a imensa janela do quarto e encosto-me nela, observando a rua além.O sol esgueira-se timidamente entre as nuvens, enquanto uma brisa fresca da manhã brinca suavemente com a minha pele, arrepiando-a. "Inverno é a melhor estação", murmuro para mim mesma, apreciando a tranquila movimentação lá fora. Alguns poucos transeuntes desfilam pela calçada, envoltos em seus casacos sóbrios, conferindo um certo charme à época. Ah, como eu amo o frio.Desvio-me da janela e encaminho-me para o banheiro. Despindo-me das roupas, entro no chuveiro e deixo a água morna acariciar cada centímetro do meu corpo, dissolvendo as ten
Emma~~▪︎~~▪︎~Acabei chegando bastante adiantada na empresa, respirando fundo enquanto adentrava o imponente edifício. Cumprimentei a recepcionista com um sorriso e me encaminhei para o elevador que me levaria ao andar da entrevista.— Você está bem adiantada. — comentou a secretária ao me ver.— Gosto de ser pontual. — respondi, devolvendo o sorriso.— Já que está aqui, vou ver se o Sr. Mitchell pode recebê-la agora. Peço que aguarde um momento. — ela indicou um sofá na sala de espera.Não demorou muito para ela me chamar, dizendo que eu podia entrar e que o chefe já estava me aguardando. Caminhei até a porta da sala, batendo levemente antes de ouvir um "Entre." claro e distintamente.Adentrei na sala e fiz o protocolo habitual. O Sr. Mitchell estava lá, parecido com o dia anterior, exceto pelo fato de que ele não estava usando terno, optando por uma camisa polo e calça jeans. Ele segurava alguns papéis e contemplava a vista da cidade através das janelas de vidro.— Senhorita Collin
Emma.. A brisa fria da manhã toca minha pele, como uma breve saudação matinal. Estico-me ainda na cama, alongando meus braços e coluna, tentando evitar problemas na coluna aos vinte e poucos anos.Dirijo-me à grande janela que se abre para a rua, abrindo as cortinas grossas e deixando o ar fresco entrar livremente no quarto. Concluo o download que traz minha alma de volta ao meu corpo e vou para o banheiro, seguindo minha rotina matinal que consiste em me preparar para o trabalho tão rápido quanto o personagem Flecha de Zootopia.Depois de terminar, volto para o quarto e me visto com algo formal, porém confortável, adequado para o meu primeiro dia de trabalho como a nova secretária do CEO de uma das maiores multinacionais do país.Pego minha bolsa e celular, saio do quarto, tranco a porta e guardo a chave na bolsa. Descendo as escadas, percebo que estou sozinha em casa. Sirvo-me de suco e alguns sanduíches, sentando-me no pequeno banco próximo à ilha da cozinha para saborear meu ca