Thomas narrando. °°′°°°°°° A ficha realmente caiu quando ouvi o barulho da moto se afastando. A noite havia sido bem mais emocionante do que eu havia planejado, mas eu estaria mentindo se dissesse que aceitaria terminar essa noite sem tê-la em minha cama. Há um mês venho desejando Emma de todas as formas possíveis, e ver como ela se entregou a mim em um lugar público, sem se preocupar com as pessoas ao nosso redor, fez com que esse desejo por ela só aumentasse. Entro em meu carro e dou partida em direção a sua casa, se eu fosse rápido o suficiente conseguiria chegar até lá antes que ela saísse novamente. Eu não faço ideia se ela de fato vai para casa, mas estou apostando que sim e espero realmente que minha intuição esteja certa. Dirijo em alta velocidade pelas movimentadas de Chicago, com o coração quase saindo pela boca quando as rodas do carro derrapa em uma ou outra curva. Já faz muito tempo desde que acelerei tanto a esse ponto, e sentir essa sensação novamente não é algo
Narradora.Thomas estacionou em frente à casa modesta de andar único. À primeira vista, o local parecia simples para quem o via de fora, mas, a partir do momento em que qualquer visitante entrava, a propriedade se revelava de outra forma.Fazia alguns meses que Thomas não vinha a esse lugar. Ele não gostava de estar aqui, mesmo tendo ele próprio comprado a casa. Comprara-a meses antes da morte de sua noiva; ambos pretendiam viver distantes do agito da cidade grande e a pequena cidade de Cairo, com cerca de mil habitantes, parecia perfeita para isso.Contudo, após a morte dela, o lugar tornou-se um sinônimo de mágoa e ressentimento pelos erros do passado. Thomas tocou a campainha, e não demorou para uma gentil senhora atender a porta. Ela abriu um grande sorriso ao vê-lo.Abigail, uma mulher na faixa dos sessenta e tantos anos, havia sido contratada por Thomas há alguns anos para ser a governanta da casa e para ajudar com uma situação em especial.— Senhor Mitchell, que surpresa — diss
Emma narrando. Era óbvio que sair com Thomas traria consequências. Mas eu nunca imaginei que elas chegariam tão rápido. Normalmente, multas por excesso de velocidade demoram semanas para aparecer. Que ironia: preferia mil vezes uma multa ao que vi na tela do meu notebook naquela manhã de segunda-feira.Meu domingo foi tranquilo. No fim da noite, Giulia e eu saímos para beber com Santiago e alguns amigos. Quando cheguei em casa, desmaiei na cama. Pelo menos não bebi tanto a ponto de acordar de ressaca, como às vezes acontece.Uma hora atrás, me levantei, abri as janelas e fiz meu ritual matinal. Dez minutos atrás, Giulia me ligou desesperada, mandando eu ver o link que me enviou. Meu celular não carregava o site, então abri no notebook. Quase caí para trás ao ver a manchete. Na capa, uma foto minha e de Thomas juntos, tirada por alguém enquanto nos despedíamos ontem à noite. E a legenda? Um desastre:"Herdeiro da Black Corporation, Thomas Mitchell, é flagrado trocando carícias com uma
Emma Narrando. Sim, eu admito, tenho alguns problemas com meu temperamento. Consigo ser uma pessoa calma até certo ponto, ao menos atualmente, depois de tantas sessões de terapia para aprender a controlar minha raiva. Sim, eu fui uma adolescente problemática. O único problema é que tenho uma leve tendência a não saber domar minha raiva quando alguém me tira do sério. O maior exemplo disso é que, quando estava no quarto ano, mandei um amigo para o hospital com o braço quebrado porque ele riu de mim. Então, bem, acho que não preciso dizer muita coisa, certo? Foco meus olhos na mulher ao meu lado, tentando controlar o que estava acontecendo dentro de mim. Não, eu não iria perder outro emprego por conta de algum babaca. — Pode repetir, Margot? Acho que não entendi muito bem o que você quis dizer — digo calmamente, mantendo minha atenção nela. — Então, além de sonsa, agora você também vai se fazer de desentendida? — Ela sorri sarcasticamente, me fazendo erguer as sobrancelhas em desc
Algumas horas haviam se passado. Aparentemente, o remédio que ofereci a Thomas tinha feito efeito, pois ele estava sentado no sofá, me observando trabalhar em silêncio por quase meia hora.— Emma? — ele chamou minha atenção após todo esse tempo calado. — Os documentos que trouxe algumas horas atrás, de qual setor vieram e do que se tratam?— São as transferências dos novos funcionários que estão indo para a filial de NY e dos que estão sendo transferidos de lá para cá — respondi, mantendo os olhos no computador à minha frente.— Emma.— Sim.— São quase 14h40. Deixe tudo o que está fazendo e vamos almoçar. Tenho uma reunião em uma hora e meia e você estará presente comigo.— Estou ocupada, mas Margot ficará feliz em lhe acompanhar.— Isso não é um pedido.— O que falei pela manhã também não foi um pedido, mas você não deu muita importância.— Ainda sou seu chefe e ainda dou as ordens dentro desta empresa.— Tudo bem, passarei no RH assim que terminar esse relatório.— Para que exatame
Emma Narrando. Chegar em casa não havia sido a parte mais difícil do dia. Na verdade, foi bastante reconfortante. Saí do carro e tranquei a porta da garagem. Entrei em casa pela pequena porta lateral que dava para a cozinha, e algo chamou minha atenção.As luzes da cozinha estavam acesas, havia panelas no fogão e o cheiro de comida bem-feita exalava pelo ambiente. Não tinha como Thomas ter feito isso. Em primeiro lugar, estivemos o dia inteiro envolvidos em papéis e, agora à tarde, tivemos aquela maldita reunião, que por sinal durou bem mais do que o necessário.Caminhei com sutileza pela casa silenciosa, enquanto meus saltos se chocavam contra o assoalho de madeira. Dirigi-me até a sala, onde quase caí para trás ao ver meu ex sentado no meu sofá, como costumava fazer antigamente, totalmente acomodado enquanto assistia algo na TV.— Você finalmente chegou, amor. — Sua voz ecoou, tirando-me do transe.— Você me assustou. Não sabia que viria, você nunca gostou de datas comemorativas. —
Emma Narrando. Coloquei o celular no bolso e respirei fundo, tentando pensar rapidamente em um plano. O som do chuveiro continuava a mascarar qualquer movimento que eu fizesse. Peguei a arma e verifiquei o carregador. Estava carregada, pelo menos uma coisa estava a meu favor. A tensão no ar era palpável. Sabia que não podia ficar ali para sempre. Tentei pensar em uma maneira de sair do quarto sem ser vista. Olhei ao redor do banheiro, procurando qualquer coisa que pudesse usar a meu favor. Nada, não havia nada ali que pudesse me ajudar de alguma forma. Ouvi batidas vindas da porta do quarto e a voz de Pietro ecoando do lado de fora. — Emma querida, está tudo bem? — ele perguntou. Não respondi, deixando que a água do chuveiro ecoasse, fazendo-o pensar que eu não o estava ouvindo. Abri a porta do banheiro devagar e observei o quarto ao meu redor. Meus olhos se voltaram para a janela. Caminhei até ela, destravando as trancas e abrindo-a. Eu conseguiria facilmente sair por ali. Contu
Thomas narrando.Cinco dias, cinco longos e tortuosos dias desde que decidi trazer Emma para ficar no meu apartamento. Dois dias em que ela tem me transformado no seu escravo pessoal e brincado com minha sanidade mental, me levando ao limite em vários momentos.Sua brilhante ideia de pular do segundo andar, não foi tão brilhante assim, resultando num belo gesso na perna por algumas semanas. E, na mente dela, isso lhe dá o direito de me fazer de seu serviçal.Não que ela não consiga andar, longe disso. Ela se locomove perfeitamente bem, mesmo com o gesso atrapalhando um pouco. O que quero dizer é que não tem sido nada fácil vê-la desfilando de calcinha e usando minhas camisas, sem eu poder fazer ou dizer nada.Emma encontrou uma maneira interessante de me punir por não deixá-la ficar no maldito hotel: me levar ao limite para, no fim das contas, me deixar na vontade.E como se não bastasse, ela decidiu fazer uma "limpeza" no meu apartamento. Não, não é o tipo de limpeza que envolve aspi