POV: AVRIL— Você acha que estou aqui por vontade própria? — Rebati, minha voz finalmente ganhando um tom mais firme. — Acha que eu escolhi tudo isso? Escolhi ser arrastada para a vida de Archer, para os problemas dele? Acha que eu queria estar nesta casa, enfrentando a raiva e o desprezo de você e da sua mãe?Minha resposta a surpreendeu, e por um breve momento, pude ver a dúvida cintilar em seus olhos.— Eu nunca quis nada disso, Willow. — Continuei, minha voz saindo mais baixa, mas mais intensa. — Eu não estou roubando a sua vida, nunca quis Archer, nunca quis esse caos que se tornou a minha vida. Ele me trouxe porque você precisava de uma doadora compatível e por ironia de mal gosto do destino, eu era a única com o sangue dourado. As coisas aconteceram, e agora estamos aqui, presas em algo que está além do nosso controle.Ela hesitou, mas seu orgulho era forte demais para ceder.— A única coisa que sempre quis foi um pouco de paz. — Completei, dando um passo para trás. — Eu não s
POV: AVRILEle permaneceu em silêncio, seus olhos presos nos meus, como se procurasse respostas ou consolo. O peso de sua dor era visível, uma tristeza contida que preenchia o espaço entre nós, tão densa que parecia impossível ignorar. Aquele vazio em sua expressão me deixava inquieta, como se algo estivesse prestes a desmoronar, e ele soubesse disso.— Você está bem? — perguntei, minha voz suave, temendo invadir aquele espaço frágil que o envolvia. Me aproximei da borda, pronta para subir e me sentar ao seu lado, mas antes que eu pudesse alcançar o chão, Archer deslizou para dentro da água com um movimento fluido, ficando a centímetros de mim, nossos rostos tão próximos que eu podia sentir a tensão em sua respiração.— O que houve? — indaguei novamente, com mais preocupa&cce
POV: AVRIL— Não precisa carregar esse fardo sozinho. — Minha voz saiu mais suave do que pretendia.A verdade explodiu nele como uma represa que se rompe.— Ele se foi... — Archer sussurrou, suas lágrimas finalmente rompendo o controle rígido que ele mantinha. Fiquei paralisada por um segundo ao ver as gotas deslizando pelo canto de seus olhos. Minha mão tremia ao tocar seu rosto, acariciando sua pele quente e úmida enquanto ele continuava, a voz quebrada. — Eu o perdi...Meu coração afundou.— Quem, Archer? — Perguntei num fio de voz, com o cenho franzido, meus dedos secando as lágrimas com cuidado. — Quem você perdeu?Ele desviou o olhar, um soluço profundo escapando de sua garganta enquanto se deixava afundar em meu colo, como se todo o seu mundo tivesse desmoronado. A
POV: ARCHERAvril se afastou bruscamente, seu corpo molhado escorrendo água ao sair da piscina apressadamente. Pegou a toalha jogada no chão, envolvendo-a ao redor do corpo, a tensão evidente em cada um de seus movimentos. Seus olhos rapidamente alternavam entre mim e Willow, buscando uma saída para o confronto inevitável.— Willow... — Ela gaguejou, os olhos abaixados, sentindo o peso da culpa em suas palavras. — Eu sinto muito, me desculpe.Mas as desculpas só pareciam alimentar o fogo dentro de Willow. Seu rosto estava vermelho, os punhos cerrados ao lado do corpo como se ela estivesse se segurando para não explodir completamente. Eu sabia que aquilo não terminaria bem.— Ah, não me venha com suas desculpas falsas, suas palavras vazias! — Willow disparou, a voz carregada de mágoa e desprezo. — Eu confiei em você... Me abri, pensei que poderia te ver como uma amiga. — Ela balançou a cabeça em descrença, os olhos brilhando de lágrimas, mas também de uma raiva fervorosa que estava a p
POV: ARCHER— Posso ser mais do que isso... Mais do que ela jamais poderá ser para você... — Ela murmurou, passando os braços ao redor do meu pescoço, se aproximando na tentativa de me beijar. Seu desespero era palpável, mas eu me inclinei para trás, afastando-me. — Por favor, Archer... apenas me deixe provar!— Não, Will, para! — A segurei pelos braços com firmeza, interrompendo seu movimento. Nossos olhares se encontraram, e o desespero em seus olhos era quase sufocante. — Luka está morto, o corpo foi confirmado... — As palavras saíram pesadas, quase como se eu estivesse tentando convencê-la, ou talvez a mim mesmo. — Eu preciso da minha amiga, não de uma noiva forçada, não de uma obsessão doentia.Willow ficou imóvel, seus braços caindo ao lado do corpo como se a força tivesse sido drenada. As lágrimas que ela tentava segurar finalmente caíram, escorrendo silenciosamente pelas bochechas pálidas.— Eu... eu só queria que você me visse... — Disse, sua voz quebrando em meio às palavras
POV: AVRILSubi para o quarto rapidamente, meu coração batendo forte no peito. Eu estava me envolvendo demais com tudo isso... A revelação da morte de Luka, a forma como Archer estava devastado, e, acima de tudo, Willow. Apesar de sua obsessão, ela tinha razão: eu estava me envolvendo com o noivo dela.Contratual ou não, havia uma relação ali, e os sentimentos dela por Archer eram reais. Quem eu pensava que era para me meter nisso e machucá-la ainda mais?— Uma tola imatura que ainda tem sentimentos confusos pelo ex... — Murmurei, soltando um longo suspiro. A culpa começava a pesar, me afundando em pensamentos até que algo sobre a cama chamou minha atenção.Uma caixa de presente. Sobre a colcha pesada, repousava um envelope elegante. Sentei-me na ponta do colchão, pegando o papel com dedos ainda tr&
POV: AVRILSuspirei, sentindo as lágrimas se acumularem nos meus olhos até escorrerem silenciosas pelo meu rosto. Limpei o canto dos olhos com o dorso da mão, tentando conter a emoção que me invadia. Archer sempre conseguia mexer comigo, mas agora, depois de suas palavras, o peso da situação parecia maior. Com um suspiro profundo, peguei minha bolsa e as chaves do carro, perdida em pensamentos sobre o que ele faria a seguir.Ele realmente resolveria a questão com Willow hoje? E como ela reagiria? A incerteza me corroía por dentro, e a ideia de que algo grande estava prestes a acontecer me deixou inquieta.Mordi os lábios, nervosa, e me encaminhei até a farmácia mais próxima, que ainda estava aberta. Estacionei no pequeno espaço vazio e, com as mãos ainda firmes no volante, encostei a testa ali, batendo levemente de frustraç&
POV: ARCHERVoltei correndo pelo corredor, o coração disparado no peito enquanto adentrava o quarto de Avril. O ambiente parecia deserto, com a caixa de presente aberta sobre a cama e a carta que eu havia deixado jogada na mesa de cabeceira, suas palavras agora esquecidas no tumulto que se formava. Meu olhar se arrastou pelo quarto até a penteadeira, onde sua bolsa deveria estar, mas não havia sinal dela. O banheiro estava vazio.Fox havia fugido?Antes que pudesse processar mais do que estava acontecendo, meu celular vibrou em minha mão. Seu nome apareceu no identificador. Atendi rapidamente, esperando ouvir sua voz, talvez uma explicação. No entanto, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ouvi Avril começar a falar:— Olá, mamãe, sou eu...Sua voz soava arrastada, com uma suavidade cortante, quase embriagada, como alguém que já tivesse bebido demais para suportar a dor. O som do mar ecoava ao fundo, m