Thomas de AlbuquerqueAssim que cheguei a São Paulo, vim direto para a empresa porque agora, mais do que nunca, o descanso não faz parte da minha vida. Consegui investidores em Nova Iorque, mas a confusão está longe de acabar. O prejuízo deixado nos cofres da empresa foi grande. O homem além de roubar grande parte do caixa destinado à mão de obra, sabotou a compra dos materiais, trocando os de boa qualidade para uma inferior, mas não era isso o que apareciam nas notas fiscais.Só de pensar na pilantragem daquele desgraçado, fico mais motivado ainda a destruí-lo. A dor de cabeça que estou tendo agora não vai ficar por isso mesmo.Estou trabalhando concentrado, relendo e-mails, revendo relatórios, quando escuto uma batidinha na porta.— Pode entrar.— Senhor… — Diana parece agitada. — Os seguranças entraram em contato dizendo que César está tentando falar com o senhor lá embaixo. Ele parece furioso, e como proibiu sua entrada… — Pode o deixar entrar, Diana.Ela acena, prestativa, e sai
Cecília MagalhãesImaginei que fosse ficar mais fácil depois do primeiro porre, mas não ficou. Minha cabeça parece a ponto de explodir e tudo dói. Parece que está tudo claro demais, barulhento demais. Demoro alguns segundos para reconhecer onde estou e percebo que estou na minha cama na casa da sororidade.Desde que o arrogante de marca maior do Thomas voltou para o Brasil e me deixou em paz, voltei a morar aqui. Mas agora tudo parece meio estranho. Diferente. Como se minha vida fosse outra. E é outra mesmo. Tudo que eu conhecia ruiu como se fosse feito de areia e agora estou tão perdida que não sei o que fazer comigo mesma. Perdi a motivação de ir para as aulas que tanto amo. Para quê? Não vou nunca poder trabalhar na empresa de papai, se bobear não vou poder trabalhar nunca. Não duvido que o idiota do Thomas me tranque em casa como se eu fosse um enfeite de mesa.Ainda vou me formar, porque não vou jogar fora todo o meu trabalho duro. Vou terminar o semestre e pegar meu diploma, mas
Não sei se foi o álcool que ainda não saiu do meu organismo, a noite mal dormida, a preocupação com o que vai acontecer daqui para frente ou a completa vergonha que estou sentindo, mas estou a ponto de desmaiar.O jantar foi uma tortura e a viagem da casa dos pais de Kelly até o hotel também. Estou tonta e preciso me segurar na parede do elevador para não cair. Thomas manteve uma distância gigantesca de mim desde o… incidente no quarto mais cedo e mal olhou na minha direção. Acho que a primeira vez que tira a cara do celular e olha na minha direção.— O que foi? — ele pergunta com um vinco entre as sobrancelhas. —Você está pálida.— Não é nada — digo baixinho, sem querer dar o braço a torcer. Ele me olha de cima a baixo como se tentasse decidir se acredita em mim e dá um passo na minha direção.— Cecília? — pergunta e me segura bem a tempo antes que eu desabe no chão. — Puta que pariu, garota teimosa do cacete. Por que não disse que estava passando mal? — pergunta e me pega no colo.
Faltam cinco minutos para as oito horas. Estou parado, encostado no carro em frente ao hotel esperando por Cecília. Só espero que a garota não seja irresponsável além de inconsequente. São muitos defeitos de uma vez para aguentar.Estou prestes a ir buscá-la no quarto quando a vejo saindo do hotel. Eu a encaro porque quase não a reconheço olhando rápido demais. Se não fossem pelos cabelos ruivos naturais e exóticos teria passado batido por mim. Ela se aproxima devagar, usando um vestido preto colado, marcando todas suas curvas, e um salto alto da mesma cor. Usa uma maquiagem forte que tira um pouco dos traços de garota.— Não me atrasei, nem precisa me olhar com essa cara — fala quando chega perto e eu olho para o relógio. — E aí? Do seu agrado?Arqueio uma sobrancelha pelo tom de zombaria e passo a língua pelos lábios.— Você está bonita, Cecília — elogio sincero e ela parece surpresa com o elogio. — O que eu falei? Sei ser um doce com quem me obedece. Vamos?O manobrista abre a port
Thomas de AlbuquerqueA semana voa como sempre quando tem mil compromissos. As coisas estão ficando mais promissoras nos negócios e sinto que tudo vai dar certo. Consegui recuperar parte do prejuízo que César me deu com alguns investimentos.Me sinto até bem-humorado para variar. É sábado, mas acordo no mesmo horário de sempre. Vejo Cecília na outra cama, com a bunda arrebitada no pijama velho que insiste em usar. Visto um conjunto de moletom e saio para correr. O vento frio quase queima meu rosto, mas não paro. Perco a noção de quantos quilômetros corri e decido voltar. Gasto cerca de duas horas entre a ida e a volta. Sinto meu corpo quente e os músculos protestando pelo desgaste em excesso, mas nem isso abala meu humor.Eu sou bom pra caralho no que faço, isso já é motivo suficiente para que o sábado fique alegre.Funcionários do hotel me cumprimentam enquanto subo até o quarto onde estou morando. Cecília se acostumou a estar aqui, pelo que pude ver.Apesar de ter me evitado como di
Cecília MagalhãesEu nem sei mais o que está acontecendo com a minha vida. Que as coisas mudaram e nunca mais vão ser as mesmas eu já entendi. Não sou burra. Meio idiota às vezes, mas não sou burra. O problema é que não consigo mais entender como as coisas mudaram dessa vez. Já tinha me acostumado com Thomas grosso, sem me dar atenção.Eu não tenho a menor ideia do que está acontecendo com o Thomas agora. Ele está até parecendo um ser humano nos últimos tempos e eu não gosto disso, porque faz coisas estranhas comigo.Ele acabou indo assistir uma peça comigo ontem, e depois me levou para jantar. Até me deixou escolher o restaurante. E eu não sei o que estava pensando quando a gente voltou para o hotel, mas acabei dormindo na mesma cama que ele. E Thomas nem encostou em mim. Só dormiu do meu lado. Me deu boa noite e dormiu.Acho que algum espírito ocupou o corpo dele, é a única explicação.Acordo sozinha na cama, porque para variar o maníaco que ele é acordou cedo mesmo que seja domingo
Cecília MagalhãesNão consigo pensar direito com ele assim tão perto, mas até eu sei que é uma ideia muito ruim me entregar para Thomas. Não vai ter volta, sei que não vai. Eu já não o odeio como devia odiar, gosto de ficar perto dele. Se eu deixar Thomas ser meu primeiro, nunca vou conseguir escapar desse CEO arrogante. E o problema é que não quero escapar.Thomas me beija e meu cérebro termina de derreter. Que nem da última vez, é um beijo bruto e violento, que me toma inteira. Thomas me agarra pela bunda e me puxa para cima. Sem pensar muito, eu prendo as pernas em volta da sua cintura para não cair e quando faço isso o beijo fica ainda mais forte.Thomas me joga no colchão e deita por cima de mim no mesmo segundo. Sua boca sai da minha e vai para o meu pescoço com a mesma intensidade, beijando e chupando a minha pele. Ele puxa as alças do meu vestido para baixo e abocanha meus seios.— Thomas… — gemo e arqueio o peito. Ele segura minha cintura com força enquanto alterna entre um s
Thomas de AlbuquerqueNão fui trabalhar hoje. Preferi resolver as burocracias daqui do hotel mesmo, para ficar de olho em Cecília. A garota ainda dorme, largada na cama do mesmo jeito que pegou no sono, enquanto tomo uma xícara de café e confiro a contabilidade. Depois do golpe de César, estou atento a tudo o que o novo diretor financeiro faz, mesmo que de longe. Não entendo muito da parte de contabilidade, mas sei investigar muito bem se nada está sendo desviado.— Ah, Thomas… — Ergo o olhar para a cama e vejo Cecília se contorcendo. Ela continua gemendo meu nome e eu abro um sorriso. — Não sei fazer isso.Parece que alguém gostou mesmo da trepada. Eu a observo por mais alguns segundos e volto a trabalhar. Olha a hora no relógio e me lembro de que ela tem aula. Se não acordar agora, vai perder o horário. Suspiro com a irresponsabilidade da garota e me levanto. Vou até ela e a sacudo de leve.— Thomas… — resmunga e se vira para o outro lado. Ela deixa à mostra a bunda mal coberta pelo