CAPÍTULO 111

Eu não entendia o porquê, mas morder o lábio inferior por dentro era uma coisa que fazia eu me desligar do mundo e descontar um pouco da ansiedade.

Não me importava se ia machucar e se depois quando fosse tomar um suco de limão a ardência me causaria um arrependimento enorme, eu só precisava fazer alguma coisa que me mantivesse calma e sem entrar em surto.

Limpei a mão suada na calça e continuei mordiscando a boca.

Agora até as bochechas entravam na jogada enquanto eu observava a parede pintada em um tom forte de laranja à minha frente.

Bem brega, podia afirmar com certeza, e se o intuito era transmitir alegria, com aquelas flores pintadas todas tortas e quase abstratas, não trazia conforto algum.

— Os pacientes é quem desenharam. Faz parte do projeto de Arte — informou a recepcionista sorridente.

Continuei olhando para a parede por mais perturbador que fosse e agora minha perna balançava em um ritmo frenético.

— Hope Lisbon, ela está te esperando! — anunciou uma outra senhora que
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