Na manhã seguinte, os dois rapazes estavam nos braços um do outro e com as pernas entrelaçadas, cada um, segundo eles, era o seu filho que estavam a abraçar. A rapariga, sentindo o rosto do outro tão perto, deu-lhe um beijo de bom dia, como costumava dar aos seus dois filhos quando os três dormiam na mesma cama desde o nascimento.- Mmm, é assim que é bom ser acordado, com deliciosos beijos matinais.- O que é que ainda estás a fazer aqui e... e onde está o meu filho?- Bem, não sei, só acordei quando a princesa beijou o príncipe adormecido.- Não acredito em nada do que dizes, de certeza que o mandaste para o quarto para estar sozinho comigo.- Já te disse que não é assim. Sabes, adoro ver-te zangada, minha linda ruiva. -Estás tão bonita, toda despenteada assim, que me dá vontade de te foder até ficar com a cara azul, enquanto te seguro pelo teu cabelo ruivo.- Desaparece-me da vista, seu pervertido! -Não sei em que momento da minha adolescência reparei em ti. Amaldiçoo o dia em que
Quando Ângela chega a casa, só encontra o jovem Owen e as crianças. -De certeza que o Mário José foi à clínica ver o pai. -pensou ela.- Muito obrigada por tomares conta deles, podes ir ver como está o teu pai.- O meu pai? O que é que ele tem?- Ainda não te disseram?- Não, diz-me o que aconteceu.- Bem, disseram à tua mãe que o marido teve um ataque cardíaco e está muito mal, numa clínica privada.- Ah, esse velhote! -De certeza que faz parte do espetáculo dele pressionar o meu irmão a casar com a maluca da Amanda.- Não acho que ele esteja a fazer isso por pura maldade, não se brinca com doenças.- Ele até brinca com o coração da minha mãe, já para não falar de inventar as suas supostas doenças.- Já que estás a falar nisso, digo-te que à porta de um centro comercial encontrámos a noiva do teu irmão e reparei que ela trata muito mal a tua mãe.- E só agora é que te apercebeste disso? -Porque é que achas que te implorámos para parares este casamento? -Essa mulher é muito má, imagin
Por falar em Ángela, desde que acordou esta manhã que está a telefonar a Mario José porque uma das crianças está com dores de cabeça e febre alta, mas não consegue contactá-lo e o irmão dele, Owen, tem o telemóvel desligado.- Porque é que tenho de esperar que esse idiota venha ajudar-me com os meus filhos? -Se ele nunca esteve presente quando precisámos dele, que se lixe, a partir de agora vou continuar como antes e fingir que ele não existe.Ângela diz ao outro filho que se levante e se prepare, porque vão receber cuidados médicos num hospital e ela tem de o levar porque não o pode deixar sozinho em casa.Perto de casa, encontrou um centro de saúde, praticamente dentro da colónia residencial onde vivem. Trataram o filho e disseram-lhe que a febre e o mal-estar no corpo dele se deviam ao início da gripe que os espirros repetidos estão a anunciar. Deram-lhe medicamentos e depois, mais calmos, regressaram a casa.Mais tarde, chegou a mulher que toma conta dos filhos e os leva à escola
No salão onde decorre a cerimónia, todos esperam que o noivo faça a sua entrada principal, virando-se uns para os outros porque ele está a demorar a aparecer. Mas a espera acabou, o noivo entra pendurado no braço da sua mãe.Todos bateram palmas para o receber e não pararam de o fazer até ele chegar ao lado da sua futura esposa. Depois de ambos terem dito os seus votos, falsos, claro, da parte de Mário José, com o microfone numa mão e a Bíblia Sagrada na outra, o padre pergunta:- Alguém tem algum impedimento para que esta união se realize? -Se tem, que se levante e fale agora ou cale-se para sempre.- Aqui... queremos impedir este casamento, senhor. -disseram dois pequenos que tinham entrado no salão e que caminhavam lentamente pelo mesmo caminho que o pai também tinha percorrido há poucos minutos.- Oh, meu Deus! -Quem sois vós, lindos filhos de Deus! -O padre está consciente de que, se alguém se opõe, tem de ter provas de que o que diz é verdade.- Somos os filhos abandonados deste
Dentro do escritório, a rapariga está a tremer de nervos, tem a certeza de que Mário José vai ficar muito zangado com ela, porque vai pensar que foi ela que mandou as crianças, ou talvez fique muito contente. Além disso, Ângela está muito zangada e, quando Mário José aparecer no trabalho, vai pedir-lhe que despeça a rapariga que falou tão mal dela e dos seus filhos.- Porque é que te estás a rir, idiota, isto é um assunto sério, por favor tem um pouco de respeito, mesmo quando estás à minha frente? - Queixou-se a Juan Pablo, pois este não conseguia parar de rir ao vê-la tão preocupada, divertindo-se com o que os sobrinhos tinham feito.- Oh, filha, achas que o meu cunhado vai ficar aborrecido com o que os teus filhos fizeram? Garanto-lhe que, neste momento, ele está antes a agradecer-lhes por o terem ajudado.- Sabias que isso ia acontecer, não sabias?- Juro, minha linda, não fazia a mínima ideia disso. -O rapaz mentiu.- Já não se pode acreditar em vocês os três, nem sequer na sauda
A Ângela chegou a casa muito preocupada e contou à ama o que tinha acontecido. Mas a ama, com um sorriso, disse-lhe que o Sr. Mário não estava aborrecido e que estava agora no seu quarto a brincar com os filhos. O semblante da rapariga descontraiu-se e o seu corpo deixou de estar tenso, sabendo que o homem não estava aborrecido com elas.Entrou no quarto para os procurar e tirou uma fotografia deles, quando viu a bela imagem diante dos seus olhos, o amor da sua vida ao lado dos seus dois tesouros mais preciosos, - se não te incomodaste comigo, recompensar-te-ei dizendo aos nossos filhos que és o seu verdadeiro pai. -prometeu ela em voz baixa.- Vais mesmo contar-lhes? -perguntou o homem que tinha acabado de acordar e que tinha ouvido a parte mais importante para ele.- Não!", respondeu-lhe ela e saiu do quarto com as faces coradas porque pensava que o homem estava a dormir e não a ouviria. Despiu-se e entrou na casa de banho para refrescar o corpo e saciar o cansaço de todas as preocu
Mário José deixou o irmão mais novo na clínica a cuidar da mãe, vai aproveitar este momento para voltar à mansão e procurar o pai, agora que a senhora está a dormir e não dá por nada. Bem, quando chegaram à casa, nem sequer lhes ocorreu procurar o pai e, quando viram a mãe toda espancada, ficaram preocupados e esqueceram-se disso.Procurou o pai por toda a casa, mas não o encontrou, por isso desceu à cave e foi à garagem ver se o carro dele estava lá, mas não estava.- Maldito sejas, sacana! -Sabes muito bem o que te espera, não sabes, e é por isso que decidiste fugir de casa. -falou o rapaz, referindo-se ao pai com palavras de ódio misturadas com dor e impotência por não o ter à sua frente. -Mas eu juro pela minha linda mãe, que o que você fez com ela não vai ficar assim, você vai pagar por isso e muito caro, mesmo que isso custe a minha vida.∞∞∞Por outro lado, Dona Ângela está preocupada com Dona Estrella, não entende o que lhe aconteceu, só sabe que ela estava a chorar e a pedir
Mário José conduzia e, ao mesmo tempo, falava ao telemóvel com a sua ruiva. Tinha o vidro da janela baixado ao seu lado para apanhar ar natural, quando, de repente, um envelope que se encontrava no painel de instrumentos voou devido à brusquidão do ar que entrava.Vira-se para ver o papel branco com uma figura do mesmo logótipo que representa a medicina, não se tinha apercebido de que estava ali antes. Colocou o telemóvel no ombro e inclinou ligeiramente a cabeça para o parar, de modo a que a sua mão ficasse livre para apanhar o envelope que tinha sido deixado no banco do passageiro.- O quê! Meu amor, estás grávida! - exclamou o homem, dando um grito de excitação.- O que é que estás a dizer, seu idiota? -perguntou a rapariga, surpreendida pela forma como ele o disse tão alegremente, como se tivesse a certeza do que estava a dizer.Mário José já não lhe respondia, devido à sua distração causada por falar ao telemóvel e ler aquele jornal, deixou de ver a estrada por alguns segundos, j