No salão onde decorre a cerimónia, todos esperam que o noivo faça a sua entrada principal, virando-se uns para os outros porque ele está a demorar a aparecer. Mas a espera acabou, o noivo entra pendurado no braço da sua mãe.Todos bateram palmas para o receber e não pararam de o fazer até ele chegar ao lado da sua futura esposa. Depois de ambos terem dito os seus votos, falsos, claro, da parte de Mário José, com o microfone numa mão e a Bíblia Sagrada na outra, o padre pergunta:- Alguém tem algum impedimento para que esta união se realize? -Se tem, que se levante e fale agora ou cale-se para sempre.- Aqui... queremos impedir este casamento, senhor. -disseram dois pequenos que tinham entrado no salão e que caminhavam lentamente pelo mesmo caminho que o pai também tinha percorrido há poucos minutos.- Oh, meu Deus! -Quem sois vós, lindos filhos de Deus! -O padre está consciente de que, se alguém se opõe, tem de ter provas de que o que diz é verdade.- Somos os filhos abandonados deste
Dentro do escritório, a rapariga está a tremer de nervos, tem a certeza de que Mário José vai ficar muito zangado com ela, porque vai pensar que foi ela que mandou as crianças, ou talvez fique muito contente. Além disso, Ângela está muito zangada e, quando Mário José aparecer no trabalho, vai pedir-lhe que despeça a rapariga que falou tão mal dela e dos seus filhos.- Porque é que te estás a rir, idiota, isto é um assunto sério, por favor tem um pouco de respeito, mesmo quando estás à minha frente? - Queixou-se a Juan Pablo, pois este não conseguia parar de rir ao vê-la tão preocupada, divertindo-se com o que os sobrinhos tinham feito.- Oh, filha, achas que o meu cunhado vai ficar aborrecido com o que os teus filhos fizeram? Garanto-lhe que, neste momento, ele está antes a agradecer-lhes por o terem ajudado.- Sabias que isso ia acontecer, não sabias?- Juro, minha linda, não fazia a mínima ideia disso. -O rapaz mentiu.- Já não se pode acreditar em vocês os três, nem sequer na sauda
A Ângela chegou a casa muito preocupada e contou à ama o que tinha acontecido. Mas a ama, com um sorriso, disse-lhe que o Sr. Mário não estava aborrecido e que estava agora no seu quarto a brincar com os filhos. O semblante da rapariga descontraiu-se e o seu corpo deixou de estar tenso, sabendo que o homem não estava aborrecido com elas.Entrou no quarto para os procurar e tirou uma fotografia deles, quando viu a bela imagem diante dos seus olhos, o amor da sua vida ao lado dos seus dois tesouros mais preciosos, - se não te incomodaste comigo, recompensar-te-ei dizendo aos nossos filhos que és o seu verdadeiro pai. -prometeu ela em voz baixa.- Vais mesmo contar-lhes? -perguntou o homem que tinha acabado de acordar e que tinha ouvido a parte mais importante para ele.- Não!", respondeu-lhe ela e saiu do quarto com as faces coradas porque pensava que o homem estava a dormir e não a ouviria. Despiu-se e entrou na casa de banho para refrescar o corpo e saciar o cansaço de todas as preocu
Mário José deixou o irmão mais novo na clínica a cuidar da mãe, vai aproveitar este momento para voltar à mansão e procurar o pai, agora que a senhora está a dormir e não dá por nada. Bem, quando chegaram à casa, nem sequer lhes ocorreu procurar o pai e, quando viram a mãe toda espancada, ficaram preocupados e esqueceram-se disso.Procurou o pai por toda a casa, mas não o encontrou, por isso desceu à cave e foi à garagem ver se o carro dele estava lá, mas não estava.- Maldito sejas, sacana! -Sabes muito bem o que te espera, não sabes, e é por isso que decidiste fugir de casa. -falou o rapaz, referindo-se ao pai com palavras de ódio misturadas com dor e impotência por não o ter à sua frente. -Mas eu juro pela minha linda mãe, que o que você fez com ela não vai ficar assim, você vai pagar por isso e muito caro, mesmo que isso custe a minha vida.∞∞∞Por outro lado, Dona Ângela está preocupada com Dona Estrella, não entende o que lhe aconteceu, só sabe que ela estava a chorar e a pedir
Mário José conduzia e, ao mesmo tempo, falava ao telemóvel com a sua ruiva. Tinha o vidro da janela baixado ao seu lado para apanhar ar natural, quando, de repente, um envelope que se encontrava no painel de instrumentos voou devido à brusquidão do ar que entrava.Vira-se para ver o papel branco com uma figura do mesmo logótipo que representa a medicina, não se tinha apercebido de que estava ali antes. Colocou o telemóvel no ombro e inclinou ligeiramente a cabeça para o parar, de modo a que a sua mão ficasse livre para apanhar o envelope que tinha sido deixado no banco do passageiro.- O quê! Meu amor, estás grávida! - exclamou o homem, dando um grito de excitação.- O que é que estás a dizer, seu idiota? -perguntou a rapariga, surpreendida pela forma como ele o disse tão alegremente, como se tivesse a certeza do que estava a dizer.Mário José já não lhe respondia, devido à sua distração causada por falar ao telemóvel e ler aquele jornal, deixou de ver a estrada por alguns segundos, j
A ruiva ficou chocada ao ouvir as palavras da mulher, com a frase "na minha barriga cresce um mini Mário José" a ecoar-lhe na cabeça. -Meu Deus, então este mentiroso teve mesmo sexo com a noiva?Oh não, e aqui estou eu, idiota, a acreditar que não houve mesmo nada entre os dois, tal como ele me garantiu várias vezes sem eu lhe perguntar. -Que se lixe esta clínica e os seus pacientes, não vou perder o meu tempo aqui a cuidar dele e a negligenciar os meus filhos, as únicas pessoas que nunca me falharão na vida, sei que mesmo que esteja a passar pelos piores momentos da minha vida, eles nunca me abandonarão.Ângela telefonou ao jovem Owen para o avisar que dentro de alguns minutos chegaria a mulher que aparentemente não quer a Sra. Estrella. Mas não lhe disse que lhe ia dar a boa notícia da sua gravidez.- Obrigada por te preocupares com a minha mãe, Ângela. Mas, por favor, tome também precauções e tome conta do meu irmão, é possível que esta mulher tenha algum conhecido por aqui e que l
Owen está pálido com o que acaba de ouvir, o sobrinho parece demasiado assustado, por isso não pode ser uma partida infantil da parte deles.- Como é que isso aconteceu? -perguntou o tio.- Estávamos a ver televisão com ela aqui no quarto e, de repente, um homem bateu à porta muito alto, exigindo que a abrissem.- Estás bem?- Sim, tio, a minha mãe fez-nos sinal para nos metermos debaixo da cama sem fazer barulho e deu-nos o telemóvel para lhe ligarmos, mas estávamos tão assustados que não nos lembrámos de lhe ligar, daqui vimos a porta cair no chão e dois homens levaram a nossa mãe à força.- E a senhora que toma conta de ti, está em casa?- Sim, ela estava aqui antes de os homens chegarem, estava a preparar uns biscoitos para nós, mas agora não sabemos onde ela está porque não veio à nossa procura e não ouvimos nenhum som de pratos na cozinha.- Não saiam do sítio onde estão, por favor, que eu vou para lá agora com a polícia.- Despache-se, tio Owen, estamos muito assustados. -pediu
Antes de partir para a clínica com os seus sobrinhos e sobrinhas, Owen informou-os de que a senhora que tomava conta das crianças estava possivelmente no perímetro da casa, porque lhe garantiram na chamada que ela estava lá.E sim, de facto. A senhora foi encontrada no quintal, mas está sem vida. Foi assassinada, com uma faca de cozinha afiada cortaram-lhe uma grande parte do pescoço, provocando-lhe a morte instantânea por exsanguinação interna e externa.As crianças foram levadas para a clínica mais próxima do local do incidente, não houve tempo suficiente para escolher a melhor clínica ou a que cobra mais por cuidados elevados. Neste momento, precisam de oxigénio, para que o ar limpo entre nos pulmões.- Porque é que eles não fugiram quando sentiram o fumo a entrar? -perguntou o tio, quando as duas crianças estavam finalmente estáveis e a respirar normalmente.- Porque nos disseste para não sairmos do sítio onde estávamos. -responderam ao mesmo tempo.- Desculpem, meus filhos, nunca