KESIA MESSINA — A mamãe te leva está bem? — sussurrei para anima-lo e lhe fiz cócegas. — Nós vamos viajar. Parei de comer voltando-me para ele com um enorme sinal de interrogação na testa. — Para onde? — foi Angelo quem perguntou. — Rio de Janeiro. — Tentei conter um sorriso largo, mas foi impossível. — Uma semana apenas. Não posso me afastar tanto tempo da máfia e nem da empresa. — Completou tomando goles pequenos do café sem açúcar. Lamentei com pesar sobre eu ser a Dama de uma máfia. Nunca vou me envolver nessa merda. — Angelo precisa estudar. — Lembrei. — Ah não mãe! Não quero estudar. Quero ficar em casa brincando. — Emburrado cruzou os braços. — Para comprar um carro bem bonito, lembra? — seu rostinho se iluminou. — Ele está matriculado na melhor escola da cidade. Não se preocupe. — Contou. Ao menos meu filho terá uma educação melhor que a minha. O resto do café da manhã foi animado, o Angelo dizendo o tempo que queria ver o avô, o tio e claro, o cachorr
KESIA MESSINA — Tati? — chamei intrigada. Passei a vita pelo seu corpo sem me preocupar em disfarçar, logo notei sua barriga saliente marcada no vestido branco pouco apertado. Ela fitou nós três e sorriu abertamente. Por impulso, pulou em mim e abraçou. — Que saudade! — murmurou com a voz embargada. Olhei para seu rosto e ela estava prestes a chorar. Porém eu não disse nada, ainda estava confusa com a presença dela ali. Percebendo meu olhar, Tati se afastou. — Entrem. — Disse nervosa nos dando as costas e voltando a subir as escadas novamente. Que merda é essa? O que eu perdi? Segui ela, Angelo e o Fellipo vieram logo atrás. Conforme a porta se aproximava, mais o nervosismo me consumia, a agonia não me deixava respirar. No último degrau, podia ouvir as vozes vindas da casa. Meu pai e Hugo pareciam assistir a uma luta de boxe, pois gritavam coisas como: “da uma chave de braço nele, mete a porrada. Soco na orelha.” Sorri agitada. Senti falta disso. Tati entrou
KESIA MESSINA Ao longo do jantar, Hugo vez ou outra encarava Fellipo com um olhar mortal. Fora isso, tudo transcorreu muito bem, como eu lembrava que era. Soube notícias do Valentim, o filho pródigo, querendo voltar para casa. O jovem descobriu que o mundo não é como ele imaginava. — Ai meu Deus! — um grito fino ecoou pela cozinha nos fazendo calar e olhar na direção da porta. Fran estava com a boca aberta fitando o Fellipo e eu. Fez uma pequena corrida e me abraçou. — Não acredito que você agarrou o ricaço. — Cochichou no meu ouvido. — Que saudade menina! — me abraçou de novo e ao Angelo, puxou outra cadeira, sentou-se para comer conosco. Depois de muito comer, conversamos, e Fellipo permanecia calado com a cara enfiada no celular, respondendo algumas poucas perguntas. Me assustei quando senti uma mão quente apertar minha coxa por debaixo da mesa. Olhei para ele que encarava de volta. — Nós vamos embora. —Anunciou, sua voz grossa e penetrante se sobrepôs sobre as outras.
KESIA MESSINA — Fica aqui com eles. — Ele prontamente concordou com a cabeça. Os outros seguranças desceram dos carros. — Diz pra eles virem pra cá. — Meu pai chamou. Dei de ombros indicando que ele poderia fazer o que quisesse. Meu pai caminhou na direção deles e eu sai de perto para subir as escadas. Entrei em casa, e fui recebida pelo Huck, uma grande bola de pelo, ele ainda latiu balançando o rabo. — Huck fica quieto. — Fran gritou da cozinha. Caminhei até elas, ignorando o cachorro atrás de mim. Uma estava na pia cortando legumes e outra mexendo panelas no fogão. — Bom dia senhoras. As duas se viraram percebendo minha presença e sorriram. — Ah você voltou. Achei que tinha ido embora. — Tati disse vindo me abraçar, afastei ela com a mão. — Eu ainda não gosto de abraços. Ontem foi uma coisa a parte. — Esclareço e ela fez uma careta. Fran parou de mexer na panela e se aproximou. — Agora me conta como foi isso. — Ficou bem perto, olhando fixo para o meu rost
FELLIPO MESSINA ”Cuidado, o inimigo fingi ser seu amigo” palavras do meu pai com sentido real. Acordei com meu celular tocando no criado mudo. Estiquei-me um pouco, com cuidado para não acordar minha mulher. Eram sete da manhã. — Alô? — Senhor Messina? — Não, é o papa seu idiota. — Resmunguei. Segurei o celular com uma mão e a outra deixei passear pela costa nua da Kesia que dormia profundamente com a cabeça em meu peito, e as pernas enroscadas nas minhas. — Senhor, ontem a noite descobri algo importante sobre a sede no Brasil. — Era Igor, hacker que me ajudou a rastrear minha garota. Mesmo depois de matar o Carlos, o homem que foi apontado como o ladrão, os roubos ainda aconteciam. — Tem provas? — perguntei calmo. — Sim. Irei enviar tudo para seu e-mail. Desliguei o aparelho.Acho que matei a pessoa errada. Permaneci mais um tempo deitado, e resolvi levantar. Fiz isso com cuidado, mas ainda a acordou. — Onde você vai? — quis saber com a voz sonolenta. Peg
FELLIPO MESSINA — Está insinuando que foi suicídio? — perguntei entrando no jogo. — Estou afirmando. O cara estava insatisfeito com a própria vida. Então, — continuou traçando um cénario próprio, e eu deslizei o dinheiro pelo tampo da mesa. — Resolveu dar um fim. — Finalizei deixando o maço parado. Vislumbrou por um tempo o dinheiro, seus olhos brilharam. — Claro senhor. — Concordou pegando sem hesitar. Li seu nome na farda. — Foi um prazer esclarecer suas dúvidas, Cabo Freitas. Qualquer coisa, lhe faço uma visita. Ele engoliu em seco e sorriu amarelo. — Passar bem. — Levantou e saiu apressado. Olhei no relógio e se passava das sete da noite. Meu computador estava cheio de e-mails para responder. Responder todos, levou mais tempo do que esperava. Na empresa não havia muitas pessoas, até Hugo não estava mais ali. Apenas os seguranças do turno da noite. Peguei meu carro na garagem e dirigi para a mansão. Dentro, estava tudo escuro. Todos devem está dormindo.
KESIA MESSINA — Não. — Não? — ele perguntou erguendo uma sobrancelha. — Não Fellipo. Não. — Dei bastante ênfase as palavras, para que soubesse que falo sério. — Então eu tiro por você. — Rápido como uma flecha, me empurrou e eu gritei com o susto, mas por sorte o colchão macio me recebeu. — Fellipo! — gritei tentando levantar, mas fui imobilizada com seu peso corporal. Ele segurou minhas duas mãos com uma só e desceu minha calça com a outra. Esperneei tentando me soltar. — Calma amor. — Pediu rindo, vindo me beijar. Foi só sentir a boca dele ardente e gostosa, que me rendi, devolvendo o beijo. Deixei ele tirar o resto da calça junto com a calcinha. — Isso… Me deixa te dar prazer… — sussurrou com a respiração quente no meu ouvido, deixando todos os pelos eriçados. Um calor abrasador irradiava de nossos corpos juntos. Ele ainda pressionou sua ereção coberta pela bermuda em mim, que estava nua e molhada. Com ele distraído, consegui mudar de posição, ficando sobr
KESIA MESSINA —Oi maninho. Ele fechou a porta atrás de si. Ergui uma sobrancelha. —O que é Hugo? —Seu marido matou uma pessoa hoje. — Proferiu. Por isso ele chegou tarde em casa. Fiquei muda sem saber o que dizer. —Kesia. Larga esse cara. — Implorou. Ignorando seu pedido, dei a volta, passando por ele, abri a porta e chamei Frances para entrar, o mesmo preferiu ficar do lado de fora. Entrei, e ouvi os passos pesados do meu irmão me seguindo. Na sala, todo mundo encontravam-se sentados e conversando. — Boa noite família. Todo mundo respondeu “boa noite” com um sorriso largo. Me acomodei entre eles. — E aí? Cadê o Angelo? E seu boy? — Fran perguntou interessada.— Ficaram em casa. — Quer comer alguma coisa? — meu pai quis saber. — Não. Estou de saída. Só vim me despedir de vocês. — Falei de um vez, sem rodeios. A reação foi a esperada, todos na sala me olharam, Hugo que ia passando parou. — Mas já? Não foram nem dois dias. — Tati reclamou cruzando os