CAPÍTULO 6

(Sara)

Eu já havia falado que o Cristian era um babaca, mas tive a certeza que ele não havia mudado nada com a passagem dos anos.

Eu fui até o hospital novamente no dia seguinte pra visitar o meu padrinho, e já na recepção eu fui informada que já tinha uma pessoa no quarto visitando ele, logo eu pensei ser o Cristian.

Eu deveria ter ficado na recepção, esperando ele se retirar, pra assim evitar um encontro, afinal eu não estava pronta pra encarar o meu futuro marido, mas a minha curiosidade em saber o que os dois estavam conversando, foi maior.

— Eu vou entrar de qualquer forma, o meu padrinho já está me esperando.

A moça da recepção pegou meu documento e permitiu que eu entrasse.

Já chegando na porta, eu pude ouvir a voz grave de um homem, não era possível ver o rosto dele, mas a voz já foi o suficiente pra me fazer ter calafrios, mas o pior não foi isso, e sim o que eu ouvi logo em seguida.

Ele claramente afirmou que eu não era desejável, nem fina e que eu precisava saber usar o que tinha no meio das pernas, pra então aceitar casar comigo.

Eu abri a boca sentindo ela seca, e uma vontade extravagante de adentrar no quarto e mostrar pra ele a minha buceta, coisa que ele provavelmente iria implorar pra comer novamente depois da noite de núpcias.

As coisas ficaram ainda mais chocantes, quando o meu padrinho afirmou que eu sabia usar a língua, dando a entender que já tiveram aquela conversa antes, e isso me deu a certeza de que a minha habilidade com a língua também estava em questão.

— Que filho da puta!

Falei baixinho e me retirei assim que percebi que a conversa havia chegado ao fim, eu literalmente não tinha muito tempo pra organizar a minha vida e nem os meus clientes, pois em breve estaria casada com o pior tipo de homem existente na terra, mas aparentemente o mais gostoso.

— Que mistura de céu e trevas é essa? Resmunguei.

Eu voltei pra recepção, peguei uma revista e sentei de trás da coluna, e tentei não ser vista, vi um homem saindo do corredor onde meu padrinho ficava.

O homem era alto, usava um palitó azul marinho, tinha um cavanhaque e uma barba bem definida, o corpo do cara era de tirar o fôlego de qualquer mulher, os cabelos eram claros, e quando ele sorriu pra recepcionista, eu quase tive um mine infarto, se aquele homem fosse mesmo o Cristian, eu estaria bem servida na cama, mas logo esse pensamento deu lugar a raiva por tudo o que eu ouvi ele falar.

Assim que ele saiu do hospital, eu me aproximei da recepcionista que não tinha visto que eu estava na recepção.

— Com licença, aquele homem era o que estava com o meu padrinho?

Ela estranhou a pergunta, e o olhar dela foi quase um ponto de interrogação.

Recepcionista: Você não o conhece? Pensei que o conhecia.

Ela respondeu de forma desconfiada.

Só então eu me dei conta que a minha pergunta tinha sido mesmo estranha.

— Eu não vejo o filho do meu padrinho a muitos anos moça, por isso estou perguntando pra tirar a dúvida.

Recepcionista: Ah sim, agora tá explicado, sim ele é o filho dele, pensei que você tivesse entrado lá.

— Não, eu não quis interromper, poderia ser uma reunião de negócios, mas já que ele saiu, vou lá agora.

Falei e fui logo me retirando pra evitar novas perguntas.

O meu coração estava estranhamente mais acelerado, era como se o meu corpo inteiro estivesse reagindo ao que eu havia acabado de descobrir.

— Vou casar com um babaca gostoso, não sei se isso é bom ou ruim.

Falei enquanto estava indo ver meu padrinho.

Assim que abri a porta, ele abriu um grande sorriso.

— Oi padrinho, como o senhor está?

Falei antes de beijá-lo na testa.

Padrinho: Agora estou me sentindo renovado, vendo você aqui, eu estava mesmo querendo conversar com você.

Eu me sentei e o ouvi, mesmo já tendo noção do assunto daquela conversa.

Padrinho: Você irá receber uma ligação do meu advogado, informando o horário de uma reunião que faremos aqui mesmo, e quero alertá-la que o Cristian também estará presente, inclusive ele saiu daqui a pouco tempo, vocês não se encontraram?

— Não, eu não o vi.

Eu menti, pois certamente o meu padrinho iria perguntar o que eu achei dele.

Padrinho: Eu sei que esse casamento e a pressa com que quero resolver as coisas não seja o ideal pra você minha filha, mas eu gostaria muito de levá-la ao altar, e não tenho muito tempo, por isso peço que entenda a minha pressa em agilizar essa união, só assim poderei morrer em paz.

Apesar de já ter ouvido a conversa dos dois, eu não consegui esconder a minha cara de medo, pois tudo estava realmente indo em uma velocidade absurda, e em poucos dias eu poderia dar adeus a minha vida de puta, e eu adorava dar a buceta e receber bem por aquilo.

— Me explique seus planos então padrinho.

Ele respirou fundo e começou a falar tudo o que eu já sabia, mas ouvi atentamente na intenção de me preparar pra tudo.

Depois que saí do hospital, eu tomei a decisão de passar por várias lojas de vestidos de noiva, e acabei sentindo falta da minha amiga, a mesma que me apresentou esse mundo sexual financeiro, e ela certamente iria me ajudar a dar uma boa lição no meu futuro marido se estivesse presente.

O fato da minha casa ficar em outra cidade, não tornava a presença dela impossível, então eu liguei pra ela ir me encontrar, afinal eu só tinha dez dias pra fazer o babaca do Cristian engolir as palavras dele, e eu tinha certeza que iria conseguir fazer isso com maestria.

Eu voltei pro hotel, me servi de uma boa taça de vinho, e comecei a arquitetar a minha vingança.

— Cristian, Cristian, você vai ver o que a minha língua sabe fazer, e vai ver o que significa desejar uma mulher, você não perde por esperar.

Falei sentindo o gosto amargo do meu próprio veneno na boca.

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