CAPÍTULO 2 LIRA

Acordar depois de um pesadelo, pesadelo esse no qual o meu patrão Leopoldo faleceu, nunca mais quero sonhar uma coisa horrível dessas, me levanto para mais um dia de trabalho, economizo centavo por centavo para ajudar nas despesas dessa casa, pergunto às vezes por que tudo tem que ser difícil.

Mas a esperança é maior que tudo, quando desço para sala, encontro o meu irmão com as mãos na cabeça chorando dizendo que a minha mãe foi para o hospital sangrando, a minha preocupação começou dali, ligo para o meu pai em busca de notícias, porque ele não me chamou para ajudar estou de coração na mão.

— Irmã, você chegou tarde ontem, ele não quis te preocupar.

— Espero que não seja nada grave.

No caminho do trabalho ligo para incessantemente para o meu pai, e para afundar mais o meu dia, quando cheguei na empresa e subo para o meu andar, recebo a notícia que confirma o meu pesadelo, o senhor Leopoldo teve um infarto, me sentei na cadeira na hora que a minhas pernas ficaram bambas a receber a notícia pelo segurança do andar.

— Não pode ser, o homem estava ótimo ainda ontem.

— Você sabe que ele já estava com a idade avançada.

— O que será feito de mim, o meu emprego, quem irá assumir tudo isso aqui.

Me belisco, como pode você simplesmente acordar e o mundo desmoronar de uma vez só, liguei para a mansão, o velório foi fechado e somente os familiares participaram, que triste não poder dar um último adeus a uma pessoa que me ensinou tanto e me ajudou.

Voltei para a casa, triste, encontro o meu pai que me dá outra notícia ruim, minha mãe está com suspeita de câncer, a mulher forte que havia em mim desabou, meus dois irmãos me abraçam, fico sem saber o que fazer.

O final da tarde chegou e o telefone começa a chamar, quando atendi se trata de Will advogado do senhor Leopoldo precisa falar comigo com urgência no escritório do falecido, o patrão mal morreu e já serei demitida quanta maldade coloco o meu velho vestido florido e me dirijo até a empresa onde foi o meu lugar de trabalho passo pela minha mesa já com lágrimas nos olhos não consigo ser insensível à morte de alguém, o seu Will sai do lado de fora e me chama para comparecer à reunião.

— Venha Lira, por favor.

Quando adentrou na sala de reuniões dois homens me olharam como se eu fosse um ser de outro planeta, um deles tem um olhar intimidador que me deu medo, falo baixo com o senhor Will.

— O que está acontecendo, o porquê desses olhares para mim.

— Sente-se e ouça com atenção o que tenho a falar é do seu interesse.

Presto atenção quando ele fala em testamento, que o senhor Leopoldo deixou uma herança para mim, mas que para tomar posse terei que me casar com o seu neto, foi demais para mim ouvir aquilo, não processei muito bem tudo aquilo não esperava ficar rica muito rapidamente, mas com isso o seu neto me humilhou horrores, me acusou de ser amante do seu avô não consegui aceitar esse tipo de acusação, entre discussões e acusações não chegamos a acordo nenhum, só conseguia pensar nessa herança e na minha mãe que precisará de dinheiro para saber o que ela tem, o tal do Rangel para herdar a empresa precisa desse casamento também, mas ele não aceitou, já eu, estou sem saída.

Saio daquela empresa chorando muito, até nome de vadia levei sendo que nunca nenhum homem me tocou, resolvi passar no hospital para visitar a minha mãe e como ela está pálida.

— Filha, que bom te ver.

— Mãe, eu te amo tanto, que rezo muito por sua recuperação, aquela casa não tem graça sem você.

— Quero que cuide dos seus irmãos para mim.

— Não fale assim, farei o impossível para te tirar daqui, mãe com vida, nem que para isso.

— Isso o quê Lira? — Não vai fazer besteiras, sei que por nós você daria o mundo, não quero que vá sacrificar o seu salário por mim.

Ouço as palavras delas, se ela soubesse que estou rica, mas essa riqueza me custa um casamento sem amor com um homem arrogante e sem coração, ligo para o papai e aviso, que farei companhia a minha mãe no hospital.

Como pode sua vida está normal, tudo fluindo normalmente e assim de hora para outra virar um inferno, e o pior é que a mulher sempre que leva a culpa de tudo só em pensar que estou sendo acusada de ser amante do senhor Leopoldo, não mereço o que está acontecendo comigo.

Peço para conversar com o médico, a respeito da saúde da minha mãe, mas ele diz que amanhã a minha mãe passará por mais exames para ter certeza do melhor tratamento, mas tudo indica que a minha mãe está com câncer.

Deito na poltrona daquele leito de hospital, sem saber o que fazer, estou tão cansada, que acabei adormecendo, me acordei pela madrugada, minha mãe disse que está com frio, lhe cubro com dois agasalho, lembro das palavras do Will o cartão de crédito sem limite.

Amanheceu, e não consegui mais fechar os olhos, muitas dúvidas rondam a minha cabeça, até o que sol raiou, ajudo a minha mãe a se arrumar para realizar os exames.

Acompanhei todo o processo e em horas os resultados estão prontos, a minha mãe realmente tem um câncer, se não tratado poderá evoluir e matar ela, tentei passar toda tranquilidade para a minha mãe, mas somente eu, sabia como estava ali, desesperada.

— Filha prometa a mim, que se eu morrer cuidará dos seus irmãos.

— Você não irá morrer porque não deixarei mãe, tem que haver um jeito de conseguir dinheiro que não seja daquela herança.

O dinheiro que receberei das minhas contas trabalhistas, não dá nem para começar, os dias se passam, bato em todas as portas, em bancos para conseguir um possível empréstimo, mas não tenho nada para hipotecar.

As portas só se fecham para mim, até emprego está difícil de conseguir.

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