Maria LeBlanc Saio dos meus pensamentos, tomada pela ira. Em seguida, aciono o botão "off" para finalizar o programa e fecho a tela do notebook com força. Zoe me olha com seus olhinhos brilhantes e, com sua voz doce, diz:— O que houve, mamãe? Está nervosa porque o papai ainda não chegou? — Ela segura sua boneca e se aproxima de mim.— Não houve nada, meu raio de sol. É só coisa de adultos. Mas você não deve se preocupar com isso. — Falo, sentando-a no meu colo e acariciando seus cabelos encaracolados, que brilham como raios de sol.— Ser adulto é complicado, né, mamãe? — Ela me olha nos olhos e toca meu rosto com suas mãozinhas suaves.— A vida é muito fácil de ser vivida, meu amor. Nós, adultos, é que complicamos um pouco as coisas. Mas já disse para a senhorita não pensar nessas coisas, viu? — Digo, fazendo cócegas em sua barriga. Ao parar, ela fala:— Quando crescer, quero encontrar um amor igual ao seu e do papai. Meu papai parece até um príncipe, de tão lindo, mamãe! Eu quero u
Maria LeBlanc No HospitalChegamos ao hospital algum tempo depois. Renato nos deixa na entrada enquanto vai estacionar o carro. Assim que descemos, vou direto buscar informações na recepção. Uma enfermeira muito atenciosa, chamada Clara, me atende e explica que a situação de Durval é complicada. Com a batida, ele sofreu uma forte lesão cervical e está em coma induzido para tentar reduzir o inchaço na região. Eu não entendo absolutamente nada e logo disparo:— Eu não entendo esses termos médicos! Seja clara comigo, por favor. Meu marido corre risco de vida?— Ele não corre risco de vida, senhora, mas pode perder a mobilidade das mãos, das pernas ou até mesmo do corpo inteiro — responde Clara, com um olhar preocupado. Me agarro em Zoe, buscando a força de que preciso naquele momento.— Em outras palavras, ele pode ficar paraplégico? É isso que está tentando me dizer? — pergunto, engolindo seco.— Sinto muito, mas, infelizmente, sim.— Meu Deus... Não... Não pode ser... O meu Durval não
"Cuidado com algumas escolhas: Ganância leva ao egoísmo... e egoísmo leva à solidão."(Karina Perussi)☆☆☆BrendaSaio do hospital sentindo que minha cabeça está prestes a explodir. Primeiro, por ter visto aquela menina linda e imaginar que poderia ser minha filha. Segundo, por quase cair nas garras do maldito Cristóvão. Esse desgraçado se diverte me atormentando, me cercando por todos os lados como uma fera selvagem.Mas ele não perde por esperar. Quando menos imaginar, sua hora vai chegar. Agora, porém, não tenho tempo para isso. Preciso aproveitar ao máximo esse momento a sós ao lado de Gregório, que é o único...Ele saiu do hospital antes mesmo de receber alta. Disse que se sentia bem e, por isso, não havia necessidade de permanecer ali. Achei estranho, mas vindo de um homem como ele, não é surpresa que quisesse deixar aquele lugar o mais rápido possível, antes que algum intrometido registrasse o ocorrido e estampasse seu nome na capa dos jornais da cidade.Gregório me convida par
Brenda Véspera de Ano Novo Na empresa Já faz vários dias que Gregório sequer olha direito para mim. Continuo indo todos os dias para a empresa, mas ele contratou um motorista de aplicativo particular para ficar à minha disposição. Falamos apenas o essencial durante o expediente, e ele até mudou seu escritório temporariamente para a sala de reuniões, deixando todo o espaço apenas para o meu uso até que a obra da minha sala seja concluída. Resumindo: ele está me dando um gelo. Ou melhor, um iceberg depois de tudo o que aconteceu naquela madrugada. Isso me causa uma grande dor. Tenho chorado todas as noites por conta de seu desprezo e, por essa razão, comecei a usar óculos, inventando uma falsa conjuntivite apenas para esconder meus olhos inchados, que nem mesmo a maquiagem consegue disfarçar. Agora já passa das onze da manhã e, como é véspera de Ano-Novo, teremos meio expediente. No restante do dia, haverá uma confraternização entre os funcionários, uma espécie de amigo oculto trad
Brenda Desvio o olhar e me despeço de Isabel, que sai radiante, atendendo um telefonema. Com certeza, é do tal Mozzy. "Ah, Isabel sempre se apaixona rapidamente. Ao contrário de mim, ela acredita que cada romance é com o homem da sua vida. E, como consequência de sua ingenuidade, sempre acaba se decepcionando com esses oportunistas. Mas cada um com seus problemas e sofrimentos. Já tenho muitos para me preocupar com uma riquinha mimada como ela." Saio dos meus pensamentos ao ouvir Olga anunciando o início da troca de presentes. Todo o escritório está decorado em branco e vermelho. Detalhes natalinos estão espalhados por todo o ambiente, desde a entrada até os corredores. Na recepção, uma árvore de Natal branca de quase dois metros de altura está adornada com luzes de LED, bolas vermelhas e uma estrela dourada no topo. Algumas bolas personalizadas trazem fotos dos funcionários. Do lado de fora do prédio, uma grande estrela brilha no topo, e redes de lâmpadas azuis descem até a meta
Gregório Montreal Horas antes da confraternização Esta semana minha vida é um verdadeiro inferno. Primeiro, sofro um acidente que por pouco não me tira a vida. Além disso, tenho Brenda tão perto e, ao mesmo tempo, tão distante. Fico arrasado depois que ela se recusa a ficar comigo. Demoro a entender os motivos que a levam a me rejeitar daquele jeito, até que a ficha cai: é medo. Com certeza, ela teme que eu esteja mentindo sobre meus sentimentos, tentando usá-la, e, por isso, não me aceita. Mas agora nada nos impedirá de ficarmos juntos, pois ontem mesmo dei entrada nos papéis do meu divórcio com Carmen. Definitivamente, nada mais nos separará. Esta semana é essencial para mim, porque finalmente vejo tudo o que estou deixando de viver para agradar aos outros. Nunca fui um sujeito paralisado; sempre corri atrás dos meus objetivos e, ao contrário de Cristóvão, nunca esperei nada de mãos beijadas. Meu pensamento sempre foi: "Quer algo? Então lute, batalhe e não desista até conquistá
Gregório Vou até outra loja e compro mais uma surpresa para minha futura esposa, certo de que logo estaremos unidos. Termino a compra e sigo em direção ao estacionamento. Chego ao carro, destravo as portas traseiras, abro e coloco todas as compras no banco com cuidado. Fecho a porta, entro no lado do motorista, coloco a chave na ignição e viro. Em seguida, prendo o cinto de segurança e ligo o rádio na nossa música antes de dar partida no carro. As horas voam, e preciso chegar o quanto antes à empresa. Mas antes, ainda preciso passar em um local para garantir que tudo esteja perfeito, como ela merece. Dirijo rápido, mas com cautela, evitando qualquer desastre. Afinal, dizem que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Não posso arriscar um novo acidente, porque talvez não tenha a mesma sorte. Em pouco tempo, chego ao local e paro rente à calçada. Desço e sigo para onde deixarei os presentes do meu anjo. Resolvo tudo rapidamente e sigo para a empresa. Hoje temos meio expediente e
Gregório Seguro sua mão sem me importar com os olhares curiosos e caminho diretamente para a última sala do corredor, completamente à prova de som. Abro a porta, entro e a puxo pelo braço logo em seguida. Antes que ela consiga fechá-la, seguro seus pulsos com força, prendendo-os acima da cabeça, e a beijo ferozmente, sem dizer uma palavra sequer. Ela retribui o beijo com a mesma intensidade, entrelaça uma perna sobre minha cintura e puxa meu corpo com força, pressionando minha ereção, ainda coberta pela calça, contra sua intimidade. Paro o beijo, encaro-a com puro desejo e, ainda segurando suas mãos, deslizo minha língua sedenta pelo seu pescoço, chegando rapidamente aos seios que abocanho em seguida, afastando o decote e revelando aqueles seios fartos e deliciosos que tanto desejo. Um gemido alto escapa de sua boca, misturando surpresa e prazer. — Hmm... Solto seus braços e seguro suas pernas ao redor da minha cintura. Levanto seu vestido e, com um movimento brusco, derrubo tudo