Gregório — Porta qui quel bastardo di Christopher. ADESSO!(Tragam aquele maldito do Cristóvão até aqui. AGORA!) — ordeno, sentindo meu corpo inteiro estremecer enquanto olho para Brenda desacordada sobre a cama.— Si, signore!(Sim, senhor!) — Pittore responde, saindo imediatamente em direção aos túneis onde o desgraçado do Cristóvão está preso.Afasto-me e encosto meu corpo na coluna entre a cama, observando em silêncio todos os procedimentos que o médico realiza para tentar salvá-la. Carlo tenta se aproximar para falar algo, mas o afasto de imediato, sem sequer olhar em sua direção. Tudo está difícil demais para mim, e agora, ter que pedir ajuda justamente para aquele bastardo... é o pior que poderia acontecer.O médico termina de aplicar um medicamento no soro quando ouço um barulho. A porta do quarto se abre bruscamente. O desgraçado do Cristóvão entra com as mãos algemadas, mas permanece firme, mesmo após os ferimentos que sofreu. O doutor já o havia atendido e retirado os proj
GregórioAlgumas horas depois...Saio daquele quarto me sentindo perdido, um merda, de mãos atadas diante dessa situação. Estou completamente nas mãos daquele bastardo do Cristóvão. Mas isso será por pouco tempo. Preciso concordar com todas as suas loucuras para impedir que algo pior aconteça à Brenda e ele faça logo a transfusão de sangue. Sei que muitos pensam que sou fraco, imbecil, um otário por ter aceitado tão rapidamente as imposições daquele merda. Mas, em primeiro lugar, vem a saúde da mulher que, apesar de tudo o que foi capaz de fazer, continua sendo o grande amor da minha vida. Jamais me perdoaria se, por uma loucura ou crise de possessividade, ela viesse a sofrer. Por isso não o mato naquele momento... Mas, como disse, isso será por pouco tempo.Agora estou na parte de baixo da muralha, bebendo para tentar esquecer tudo o que tem acontecido. Sei que essa não é a melhor escolha, mas, neste momento, é isso ou matar Cristóvão agora mesmo. Então, como preciso ter paciência e
Gregório — Vá, meu filho! Tente superar tudo isso e viva esse amor. Ouça o que este pai tem a dizer: o verdadeiro amor só surge uma vez na vida. Por isso, devemos agarrá-lo com todas as nossas forças e não permitir que nada nos impeça de ser felizes. Você e Brenda erraram muito, mas nunca é tarde para se redimir e recomeçar.Olho para Carlo e apenas o abraço novamente, por um longo tempo, sem dizer uma única palavra. Quando nos afastamos, com lágrimas nos olhos, seguro seu ombro e consigo apenas dizer:— Eu te amo, papai! Obrigada por tudo o que sempre fez por mim, mesmo estando distante.Carlo desaba em lágrimas, tomado pela emoção. O abraço sobre o ombro se transforma em um convite silencioso para que ele me acompanhe até o quarto onde Brenda está. Queremos conversar todos juntos e encontrar uma forma de manter tudo em sigilo, afastando as autoridades de nós. Subimos os degraus quando, de repente, ouvimos gritos e o médico surge desesperado, pedindo socorro.— Corram... RÁPIDO! O m
"Eu erro, eu falho, mas tenho certeza de que podemos consertar tudo juntos. Perdão, amor!"---Brenda OrtizNão consigo entender como ainda estou viva depois de tudo o que me acontece desde que chego a esta ilha. Talvez esta seja a oportunidade que tanto imploro durante todo esse tempo para tentar consertar o mal que cometo ao longo dos anos. Além, é claro, de reconquistar o amor do homem da minha vida.Ver Cristóvão tão transtornado e agindo como um louco me faz pensar que nada nesta vida é mais importante do que a nossa sanidade. Uma sanidade que, por causa da minha ganância, por muito pouco não perco. Preciso me recuperar o quanto antes para procurar minha filha — e tentar conseguir o perdão de todos aqueles que tanto faço sofrer.Meus pais, minhas irmãs, minha filha, Gregorio... e a mim mesma. Hoje, deitada nesta cama, percebo que a maior prejudicada por toda a minha loucura sou eu. Por minha culpa, afasto da minha vida todos aqueles que, mesmo com seus defeitos, me amam e se impo
Brenda Ortiz — Meu amor, eu... ai... ai... ai... me ajuda... — grito, segurando a cabeça que dói intensamente, embora essa dor não se compare à de perder um grande amor.— Brenda? O que houve? O que está sentindo? Se acalme, vou chamar o médico agora mesmo para te examinar — diz Gregório, aproximando-se da cama e segurando minha mão, visivelmente preocupado. Ele ainda me ama. Tenho certeza disso. Se não amasse, não estaria tão abalado.— Será que ainda não percebeu o que eu realmente preciso, Gregório? — digo, olhando-o. Ele engole seco e tenta se afastar.— Pare com essas loucuras, Brenda! Como pode dizer que não precisa de um médico se ainda sente dores na cabeça? Eu tenho que... — ele começa a falar, mas interrompo ao segurar sua mão com força, colocando-a sobre o meu peito esquerdo.— A minha dor está aqui, Gregório... dentro do meu coração. Essa dor me mata, me consome pouco a pouco... O seu desprezo, sua renúncia... estão me destruindo e eu não consigo controlar. Olhe para mim.
DurvalAlgum tempo depois – Rio de Janeiro, Hospital Central— Está tudo bem com você, amor? — pergunto, notando Maria um pouco distante.— Estou bem, meu amor. Melhor, impossível, vendo você totalmente recuperado e, enfim, podendo sair desse hospital — responde ela, colocando as mãos sobre o meu rosto e me dando um beijo. Mas sinto que algo grave está acontecendo, e por alguma razão Maria tenta esconder de mim. Só que não sou ingênuo, e logo vou descobrir.— Amor, precisamos conversar sobre dois assuntos muito sérios do meu passado — digo enquanto termino de tomar meu café, que, por sinal, tem gosto de nada — como tudo neste hospital.— Assunto sério? Está sentindo alguma dor? Se for isso, fale agora mesmo para eu chamar o doutor — ela pergunta, nervosa.— Calma, meu amor. Já disse que é sobre a minha vida antes de te conhecer. Não tem nada a ver com minha saúde, que, não é por nada, mas estou me sentindo muito bem fisicamente. Posso dizer que até melhor do que antes — falo, mordendo
DurvalAinda abraçados, continuo perguntando, tentando entender melhor toda a situação.— Então você conhecia bem a mãe da Zoe para se afeiçoar assim a ela antes mesmo de ela nascer. É isso, Maria? — pergunto, encarando-a. Ela arregala os olhos, surpresa, e se afasta, como se escondesse algo ainda mais grave.— Conhecia não... Eu ainda conheço, meu amor... Usamos durante anos o mesmo sobrenome... Ortiz — diz ela, e me espanto.— Espera aí... Ortiz? Já ouvi esse sobrenome antes e não é nada comum aqui no Brasil — tento puxar pela memória onde ouvi esse nome e, de imediato, me lembro da mulher que me atendeu quando liguei para a casa da Carmen... Tereza Ortiz. — Tereza Ortiz... essa mulher é a mãe da Zoe? — pergunto, surpreso com a resposta dela.— Tereza era minha cocunhada e avó da Zoe, meu amor. A mãe da Zoe se chama Brenda... Brenda Ortiz Dark — diz Maria, e eu caio sentado na cama.— Brenda Ortiz? A secretária do Gregório? — pergunto, assustado.— Sim. Ela mesma. Mas... como você a
Durval— Isso é jeito de chegar, Celso? Sabe bater na porta, não, cara? Quase me pega com o pau na mão ou dentro da gruta — digo, segurando o riso, enquanto olho para Maria, que está na mesma situação.— Cara, você é um pervertido mesmo. Estamos num hospital, e se não percebeu, essa porta nem maçaneta tem. E qualquer pessoa normal imaginaria que um sujeito que quase morreu estaria sem forças pra essas coisas — diz Celso, sério, sentando-se na poltrona, o que só aumenta minha vontade de rir.— Um homem normal, Celso. Mas esse definitivamente não é o caso do seu irmão — comenta Maria, fingindo timidez, mas rindo por dentro mais do que eu.— Sem palavras pra isso, viu? Mas deixa pra lá, Maria. E aí, já estão prontos? — pergunta Celso.— Prontíssimos! A médica até trouxe a papelada da minha alta. E você precisava ver, Celso… uma gata! — digo, e Maria me dá um tapa na cabeça.— Durval... me respeite, homem! Ou não aceito mais seu pedido de casamento — diz Maria, e Celso arregala os olhos,