Brenda Ortiz Depois daquele momento maravilhoso, ficamos abraçados, trocando carícias por um tempo, até que algo surge na minha mente. Todas as vezes que fizemos amor, nunca nos prevenimos. Eu jamais havia feito isso, nem mesmo com o maldito pai da Zoe. Apenas engravidei dela porque a camisinha estourou. Mas agora tudo é diferente. Com Gregório, sinto que devo apenas viver intensamente, me entregando sem barreiras, porque ele sim é o amor da minha vida. Continuo deitada em seu peitoral quando, de repente, ouvimos batidas bruscas na porta e o celular do Greg toca desesperadamente. Olho para ele, angustiada. Ele me ajuda a descer da mesa onde nos amamos, me dá um beijo e corre para atender o celular, dizendo: — Vista-se, meu amor. Pegue apenas sua bolsa, pois vamos viajar dentro de uma hora. — Para onde vamos? — pergunto, assustada. — Tenho negócios para resolver na Itália, e você vem comigo. Agora vá e vista-se. Ele me beija, e eu o encaro, sem entender nada. Mas obedeç
GregórioNa DelegaciaEstou sentado diante do detetive, algemado como um criminoso qualquer. Meu sangue ferve de indignação.— Por que estou sendo preso, detetive? E ainda por cima algemado como se fosse um marginal? — rosno, cerrando os punhos sobre a mesa.Garcia me encara com aquela calma irritante e começa a caminhar ao redor da mesa antes de se sentar na sua poltrona de couro negro.— É melhor o senhor se acalmar, baixar o tom de voz e chamar seus advogados, porque sua situação não é nada boa — diz, com a tranquilidade de quem já tem um veredito pronto.Solto uma risada sarcástica.— Isso tudo é patético, detetive. Essa prisão é ilegal. O senhor cismou comigo e está forjando provas para me incriminar, mesmo sabendo que sou inocente. — Minha voz carrega ódio e desprezo.— Patética é sua tentativa de enganar a polícia, tentando fugir do país. Pensou mesmo que poderia nos driblar, senhor Montreal? E que não descobriríamos quem realmente é? — Ele apoia os cotovelos na mesa, cruza as
"Sejamos gratos, porque o que Deus faz por nós está além do que podemos ver."******Maria Leblanc - No Hospital Central— Meu amor! Graças a Deus você acordou! Que saudades! Como eu te amo, meu Durval! — grito, eufórica, abraçando-o. O aparelho que monitora seus batimentos cardíacos começa a apitar.— Senhora Leblanc, permiti sua entrada sob a condição de que ficaria tranquila. Se continuar assim, terei que pedir que se retire do CTI imediatamente. Os batimentos do paciente estão alterados, e isso não é nada bom depois de tudo o que ele sofreu. — O doutor fala seriamente enquanto checa os sinais vitais de Durval.— Perdoe-me, doutor! Vou me controlar. Mas, por favor, deixe-me ficar mais alguns minutos com meu Durval. Eu o amo, e o senhor não imagina como estou feliz por ele estar se recuperando dessa tragédia. — Suplico com os olhos marejados e sinto a ponta dos dedos do meu amor tocando meu braço, causando um arrepio imediato.— Compreendo, mas apenas cinco minutos, nada mais. Se tu
Maria LeBlanc Continuo com os braços cruzados na outra ponta da cama, apenas observando. Quando penso em me aproximar novamente, a porta se abre. Dois enfermeiros entram e informam que Durval precisará fazer alguns exames para verificar se está apto a ser transferido para um quarto.Aproximo-me dele, acaricio seu rosto e logo saio da sala. No vestiário dos enfermeiros, tiro toda a roupa hospitalar, máscara e luvas, deixando tudo no local apropriado. Já no corredor do hospital, caminho até Zoe, que está sentada em um banco ao lado de Celso, brincando com sua boneca Juju. Ao me ver, ela corre para me abraçar e logo pergunta sobre Durval.— Onde está o papai? Quero vê-lo, mamãe. Estou com muitas saudades dele. — Zoe fala com os olhos brilhantes, mas também com um certo medo diante de toda aquela situação.— O papai está muito bem, meu amor. Agora ele precisa fazer alguns exames, mas logo estará no quarto. Aí você poderá vê-lo, abraçá-lo e ficar ao lado dele o tempo que quiser. — Falo, a
BrendaAlgum tempo depois Abro os olhos com dificuldade, sentindo minhas pálpebras pesadas. A escuridão ao meu redor é absoluta. Logo percebo que estou usando um capuz que me impede de enxergar um palmo à frente. Minhas mãos e pernas estão amarradas, e meu corpo está deitado sobre algo macio. Uma cama, provavelmente. Mas não consigo me mover.Tento me erguer e, com grande esforço, arrasto meu corpo para o lado oposto. Consigo colocar os pés na borda, virando-me com a pouca força que me resta, até ficar sentada. Minha respiração está ofegante, minha cabeça lateja, e meu corpo queima como se houvesse carregado o peso do mundo. Tudo dói, mas nada é pior do que o medo que me consome. Não lembro de nada, muito menos de como cheguei aqui.A única coisa que recordo é ter me separado de Gregório no hotel. Entrei no carro com Carlo, que recebeu uma ligação e saiu apressado sem dizer nada. Logo depois, ouvi a voz do maldito Estêvão e apaguei. Depois disso, o vazio. Agora estou aqui, sem saber
BrendaHoras depoisDesperto, aparentemente no mesmo lugar, ouvindo vozes alteradas e uma forte discussão. E para variar, era em italiano— Uscire! D'ora in poi tocca a me.(Saia! Agora fica por minha conta!) — Estêvão diz.— Si signore! Ma cosa succede se si presenta? Cosa devo fare?(Sim senhor! Mas, e se ele aparecer? O que faço?) — Cristóvão pergunta.— Stupido! Quello che facciamo sempre... mentire!(Estúpido! O que sempre fazemos... mentir!) — Estêvão grita.— Ma è un padrino intelligente e non accetterà alcuna risposta. E abbiamo ancora Carlo che è già sospettoso.(Mas, ele é esperto padrinho e não vai aceitar qualquer resposta. E ainda temos o Carlo que já está desconfiado.) — Cristóvão fala arqueando a sobrancelha.— Merda! Lascia che Carlo si prenda cura di me. Tuo fratello non è così intelligente come pensi, altrimenti non sarebbe caduto nelle grinfie di quel demone in forma di donna e avrebbe già scoperto che eri tu l'assassino di Nancy. Quindi basta stupidità e fai come
Brenda Em frações de segundo, vejo toda a minha vida passar diante dos meus olhos. Saio das lembranças e devaneios com a voz firme e respondo ao maldito Estêvão: — Gregório não pensa como você. Ele me ama de verdade e vamos nos casar em breve, goste você ou não! — Casar? — o maldito gargalha. — Não me faça rir, belíssima. Meu afilhado é casado, e assim vai continuar até o dia em que eu permitir — diz ele, sorrindo. Respondo de imediato, tremendo por dentro, mas sem demonstrar: — Você está atrasado com as notícias. Ele já pediu o divórcio e, em breve, será um homem livre. Vamos nos casar, e ninguém vai nos impedir. Nem mesmo você, Dom Estêvão! Ele aperta meu maxilar com força, empurrando minha cabeça para trás. O encaro fixamente, tomada por uma repulsa que se espalha pelo meu corpo. Ele aproxima o rosto do meu, me empurra contra a parede e deixa sua boca a milímetros da minha. Tento virar o rosto, mas ele segura com mais força, machucando minha boca por dentro, e diz, olhando fu
Gregório Saio daquela maldita delegacia mil vezes pior do que entrei. Ainda não consigo acreditar em tudo o que ouço sobre a Brenda. Como ela consegue mentir dessa maneira? E o pior de tudo: como eu me deixo levar por ela? Entro no carro, e Rubens vem logo em seguida, falando sem parar no meu ouvido. Já estou sem paciência, e ouvir sua voz torna tudo ainda pior.— Caralho! Será que dá pra calar a porra da boca, Rubens? — grito, tentando localizar o Carlo pelo celular.— Gregorio, antes de ser seu advogado, também sou seu amigo. Só desejo o seu bem. Essa mulher te roubou, tentou matar o Jorge, e você quer jogar a tua ira em cima de mim, como se eu fosse o culpado por toda essa imundície? — diz Rubens, e fico ainda pior.— Mas que caralho! Não percebe que estou nervoso nessa merda? Ainda não acredito que ela foi capaz de fazer tudo isso bem debaixo do meu nariz, sem que eu percebesse porra nenhuma! — grito, olhando para a estrada e lembrando de tudo o que passamos horas atrás. Como ela