Sem escolha, agora que revelara, sem querer, a mentira, Zayne abriu o portão. Jay passou correndo pelo cunhado, e o choque entre os ombros derrubou o irmão de Angeline, facilmente. O Ares subiu as escadas correndo, como se entrasse em sua própria casa. Zayne ainda sentia vontade de impedi-lo, mas Lady Severe, percebendo a inquietude dele, balançou a cabeça e disse: — Deixe-o ir. Sua irmã está apaixonada e precisa ser tratada com amor. Por mais que não aprove, esse homem pode ser o antídoto para ela. — Zayne bateu os pés com raiva. — Antídoto?! Está mais para um veneno! — Lá em cima, Jay chegou no quarto de Angeline e abriu a porta, receoso. A moça estava deitada em sua cama, com seu cabelo escuro e brilhante bagunçado sobre sua linda face. No entanto, Jay a achou pálida, além de perceber que emagrecera. De olhos abertos, seus belos olhos pretos, como obsidiana, se revelavam. No entanto, suas olheiras profundas indicavam que a mulher estava extremamente abatida, complementando
Jay anunciou: — Estou levando Angeline para nossa casa. —Zayne, rapidamente, assumiu uma postura defensiva.— A casa dela é aqui! Ela já está em casa! — Jay segurou Angeline com firmeza. Embora o homem tivesse um histórico de agressividade, não pretendia arrumar uma briga com os Severe, ainda mais com Angeline naquele estado. Assim, sua voz demonstrou algum nível de compreensão e concessão, diante do que o cunhado dizia:— Zayne, não vamos brigar. Principalmente na frente de Angeline, que precisa de conforto para se recuperar. Por favor, nos dê licença. — Zayne chegou a ficar um pouco confuso com a postura de Jay. Não esperava que o homem demonstraria, tão explicitamente, alguma preocupação com os sentimentos de sua irmã, mesmo que ele a carregasse no colo, naquele momento.— Você, por acaso, recuperou as suas memórias? — Zayne indagou.Jay assentiu. — Pode-se dizer que sim. — Zayne, então, virou-se e perguntou à própria Angeline: — Meu bem, tem certeza de que quer
Jay estendeu a mão e moveu uma mecha solta para atrás da orelha dela, acariciando seu lindo rosto. O homem disse com dor no coração: — Você está tão magrinha, Angeline. Vou te alimentar melhor. — Zayne, que já tinha motivos para desgostar daquele homem, detestou testemunhar a cena. Além disso, era péssimo segurar vela como se fosse mesmo um motorista particular. Então, fitando Jay pelo espelho, berrou: — Não aja feito um bobalhão! Isso me causa vergonha alheia! — Jay franziu a testa. — Está incomodado com o quê? — O cunhado protestou: — Como não ficaria irritado por dirigir para o canalha que arruinou a vida de minha irmã? Parece que estou levando Angeline para um abatedouro! — Jay o encarou, com o semblante muito duro. — Zayne, você esquece que Angeline não é uma posse de sua família. Além disso, ela me escolheu. — O motorista temporário ficou mudo por um instante, então disparou:— Você é louco! — O homem, então, revelou a sua personalidade dominadora, completa
Jay carregou Angeline até o quarto e a colocou delicadamente na cama. Embora soubesse que a moça não se encontrava exatamente em condições de escutá-lo com perfeição, ainda tentava obter seu consentimento sobre a necessidade de lhe dar um banho. — Hora de tomar banho, querida. — Quando ele estendeu a mão para tirar sua roupa, Angeline segurou o botão da blusa e se recusou a soltar. Com receio de que a jovem entendesse mal as suas intenções, Jay se aproximou de seu ouvido e sussurrou: — Vou te dar um banho. Tudo bem? —Angeline era muito tímida, por isso corou. Jay soltou um sorriso carinhoso, exaltando sua beleza divina e exercendo sua atração magnética.— Está com vergonha, Angeline? — Disse enquanto acariciava a bochecha dela com delicadeza.As reações da moça o permitiram entender que ela, de fato, conservava certo grau de audição. Na verdade, nunca deixou de escutar uma só palavra, apenas se sentia mal e por isso se comportava de maneira pouco reativa. Pensava que acabaria
Angeline caiu na gargalhada. Tudo era apenas uma brincadeira para deixar Jay aflito. Instantaneamente, o homem soltou um sorriso aliviado. Ele a pegou e disse: — Vamos tomar banho! —Angeline enterrou a cabeça em seu peito, sentindo toda timidez do mundo, e Jay não resistiu à vontade de provocá-la. — A propósito, eu fui ao shopping outro dia e comprei uma roupa de dormir linda, para você. Vou te vestir mais tarde, ok? — Angeline era tão tímida que seu rosto ficou vermelho como um tomate. Jay trouxe a roupa de dormir, que na verdade era uma lingerie muito reveladora e erótica.— Não! — Ela protestou.Em pouco tempo, as vozes dos dois vinham do banheiro, revelando como se sentiam bem por estarem juntos novamente e compartilhando bons e simples momentos. Naquela noite, Angeline se aninhou nos braços de Jay e dormiu profundamente.No dia seguinte, Zayne apareceu no Garden of a Diary bem cedo, pela manhã. Pelas batidas agressivas na porta, Jay pensou que uma desgraça acontecera, m
Fora da casa havia dois carros de luxo. Josephine saiu de um deles, mascando chiclete, usando um par de óculos escuros e um vestido sexy. Então, pisando elegantemente com seus saltos, a mulher caminhou até o luxuoso Rolls-Royce preto estacionado atrás e deu pancadinhas no vidro. e gritou: — Ei! —O vidro baixou e Jenson a encarou, zombeteiro, mas sem dizer nada. Josephine supusera que encontraria Jay, já que o carro era dele. Já não via Jenson há mais de três anos, e agora ele era um rapaz elegante e bonito. Seus traços faciais já portavam o charme de um homem, principalmente por conta do desinteresse natural que demonstrava por tudo. Jenson era, simplesmente, uma cópia mais jovem de Jay. Josephine exclamou, surpresa: — Jenson! — O rapaz franziu a testa e respondeu: — Você ainda grita muito, não é? — Ele saiu do carro graciosamente e caminhou em direção ao portão da mansão. Josephine ficou desgostosa com o comentário, mas aturou.‘O garoto me repreendeu? Já fui mais respe
— Uma lunática. — Depois de ouvir o que o jovem disse, Zayne não pretendia mais abrir a porta. A feição de Jay demonstrou alguma tensão, enquanto ele suspirava. — Você está falando da tia Josephine? — Jenson, relutante, assentiu. Zayne achou um absurdo e rapidamente correu para abrir a porta. Josephine segurava os sapatos nas mãos e berrava enquanto apertava a campainha. Quando a porta se abriu, a mulher entrou correndo, desviando de Zayne, pronta para acertar os calçados no jovem.— Jens, seu malcriado! Faz tantos anos desde a última vez que te vi, mas você não me cumprimentou e ainda me fez tropeçar. O tombo doeu, viu!? Seu peste! — A mulher caçou Jenson, fula da vida, mas o jovem correu escada acima e pulou direto da metade dos degraus para o segundo andar. Josephine não conseguiu acompanhar. — Que pulo absurdo foi esse?! Você é algum animal?! — Jenson apenas respondeu: — Não gosto que as pessoas me toquem! —A mulher rebateu: — Mas eu sou sua tia! Você não vai per
Angeline começou, com dor no coração: — Seus instintos estavam certos, Josephine. Você foi gravemente ferida naquela época. Aquela pessoa, além de tudo, te extraiu um rim. — Os olhos de Josephine se arregalaram de horror quando ela murmurou: — Se for esse o caso, de quem é o rim no meu corpo agora? — Os olhos de Angeline ficaram úmidos e sua voz saiu embargada, mas finalmente disse: — Zayne. — Os lindos olhos de Josie não podiam piscar, enquanto lágrimas brotavam, antes de finalmente escorrerem por seu rosto. Ela se ajoelhou e deitou a cabeça no colo de Angeline, chorando com cada vez mais intensidade. Em seguida, colocou um dos punhos em frente a boca, tentando se conter. Angeline, muito compreensiva, estendeu a mão, gradualmente, até o ombro trêmulo de Josephine. — Chore o quanto precisar, Josie. Pode chorar, meu bem. — A moça, então, abraçou Josephine e chorou copiosamente, como se as lágrimas viessem da alma.— Por que ele não me contou antes? Por tantos anos eu o