TABITHAEu dei um grande gole de gim e balancei a cabeça.— Cara, de onde você arrumou isso? Tá forte para caramba! — Eu ri e dei outro gole.O gim estava tão forte que o cheiro dele tomou conta do aroma agradável de bebida e cigarro que normalmente preenchia o ambiente.Meu olhar caiu sobre o pacote na porta que levava ao cômodo onde nosso equipamento de trabalho estava cuidadosamente guardado.Fiz uma anotação mental para roubar umas seis garrafas e esconder.— É o melhor. — Sid atestou. Então, ele balançou a cabeça, apontando para as cartas na mesa. — Meu dinheiro é na Tabitha, cara. — Ele balançou a cabeça para Ron. — Você é péssimo nisso. Por que continua jogando?— Por que você continua escrevendo?O resto de nós riu. Sid também deu uma risadinha, mas deu uma tapinha no braço de Ron.— Isso não foi engraçado, cara.Ron o ignorou, voltando sua atenção para as cartas espalhadas na mesa.Eu sorri, larguei a garrafa e embaralhei minhas cartas.— Qual é a sua decisão?Ron nunca aprend
SHARON— Obrigada, agradeço imenso. — Sorri para os dois.A mulher sorriu.— Essa reunião foi absolutamente necessária. Fico feliz que conseguimos passar por tudo.— Isso mesmo. — O homem interrompeu educadamente. — Agora, tudo o que precisamos fazer é começar a trabalhar.— Exatamente. — Eu disse, feliz por finalmente termos conseguido realizar a reunião.Eles eram meus novos clientes e, desde que entraram em contato com a empresa, estava sendo difícil agendar uma reunião, pois ambos estavam sempre ocupados ou fora do país.Finalmente, encontramos um horário em comum e a reunião aconteceu.Quando saímos do restaurante onde tivemos a reunião breve, mas impactante, virei para eles. — Foi realmente maravilhoso. Estou ansiosa para trabalhar com vocês dois.— Da mesma forma. — Disseram ao mesmo tempo, então nos cumprimentamos com um aperto de mão e seguimos nossos caminhos.Meu sorriso ainda estava no rosto enquanto eu destravava o carro e entrava.Coloquei minha bolsa e os arquivos no ba
ANASTASIA— Postura da vaca... — Eu inspirei profundamente e arqueei as costas para baixo. Fechei os olhos e permaneci na posição por trinta segundos. Soltei um longo suspiro ao retomar a postura normal.— Postura do gato... — Murmurei enquanto inspirava e arqueei as costas para cima. Permaneci na posição por alguns segundos e, então, encerrei o exercício. De alguma forma, era um dos exercícios que tensionava minhas incisões.Ofegante, rastejei até a cama onde havia deixado o bloco de notas em que Dennis anotara a lista de exercícios prescrita pelo médico.— Não, de jeito nenhum. — Balancei a cabeça ao ver o que vinha a seguir na lista.Inclinação pélvica.O exercício que mais temia. Às vezes, sempre que Dennis estava em casa, ele me convencia a fazer e me ajudava a assumir a posição – mesmo que ocorresse apenas de vez em quando.Eu o pulei e segui para os exercícios seguintes.Alongamentos. Meus preferidos.Sentei-me, com as costas eretas, na cadeira para realizar os alongamentos que
AIDENApoiei o cotovelo na mesa e levantei o celular com um gesto que misturava cansaço e resignação. Meus olhos percorriam repetidamente pela pergunta que havia digitado, enquanto, em determinado momento, balancei a cabeça.— Não. Mesmo que seja anônimo, ficará óbvio que sou eu. Pelo menos para quem me conhece.Sem me deixar abater, reformulei a pergunta:‘Tenho um amigo. Ele tem dois filhos com sua primeira paixão, mas ele e ela se separaram por causa de certas circunstâncias. Meu amigo e sua primeira paixão estão ambos casados, porém com pessoas diferentes. Contudo, a filha mais velha não tem ideia de quem é seu pai. Como ele pode dizer à criança que é seu pai sem causar problemas? Afinal, seria aconselhável que ele contasse a verdade?’— Sr. Aiden?Levantei o olhar e, ao encontrar os olhos dos presentes, percebi que todos estavam fixos em mim.— Sim? — Recordei com esforço o que havíamos discutido anteriormente. Ah, sim: a estratégia para vender nosso novo produto.— Todos já deixa
SHARONEu quis acreditar que o médico à minha frente era apenas um homem em uma tela de televisão, um ator, talvez. Imaginava que ele trabalhava como médico só meio período ou que sua verdadeira paixão era a atuação, estando ali para ensaiar falas para uma audição. Mas eram apenas suposições, devaneios que me faziam oscilar entre a dúvida e o desespero.Seu rosto exalava seriedade e não havia vestígio de brincadeira em sua expressão. Ele me revelava uma verdade que eu jamais pensei ser capaz de engolir.— Então você deve cuidar de si mesma e ficar atenta a tudo isso. Espero que você engravide novamente e que não haja aborto espontâneo.As lágrimas começaram a escorrer pelas minhas bochechas, e logo os soluços se fizeram presentes enquanto eu ouvia suas palavras.— Isso não pode estar acontecendo, pensei repetidamente. Como isso pode estar acontecendo?— Está tudo bem, senhora. Está...— Não me diga que está tudo bem. — Sussurrei, com a voz trêmula, pois nada estava bem!— Isso não pode
DENNISMinhas mãos deslizavam distraidamente pelos seus cabelos e pelo braço nu, enquanto um sorriso preguiçoso surgia ao contemplar sua figura adormecida, aconchegada em mim. Vestida com a minha camiseta sem mangas, aquela mesma que eu ajudara a pôr há poucos minutos, ela parecia a mulher mais sexy do mundo.A sensação de paz, tranquilidade, satisfação e felicidade que me envolvia naquele instante era algo que eu desejava eternizar. Eu faria de tudo para que aquilo permanecesse, e até mesmo me empenharia para reconstruir minha estabilidade financeira; perder tamanha quantia para vigaristas jamais seria o fim. Meus bares, sempre lotados, tinham potencial, e eu recuperaria não só aquele dinheiro, mas ainda mais. Somente assim, poderíamos nos mudar para outro país e viver em paz, longe do incômodo de um ex ou de qualquer outra interferência.Enquanto me perdia em pensamentos sobre qual país Ana preferiria, senti meu celular vibrar, independentemente de onde o tivesse deixado. Procurei-o
ANASTASIAApós as sessões de exercícios de hoje, senti-me extremamente rejuvenescida. Depois de fazer uma limpeza leve na casa, deparei-me com um lar praticamente desprovido dos itens essenciais, e a situação era ainda mais preocupante na cozinha. Como Dennis preparava a maior parte das refeições, não me surpreendi ao notar que o recipiente destinado ao armazenamento dos grãos estava vazio – restava apenas uma colher de aveia. Na cozinha, havia apenas os móveis, queijo, leite, água e café.Aproveitei o momento, pois fazia tempo que não saía para fazer compras. Arrumei-me, peguei um táxi e fui direto ao mercado.Enquanto examinava os ingredientes para os biscoitos, ouvi um grito repentino vindo do nada. Eu e os demais clientes nos viramos para observar Nora, minha ex-colega, que me encarava boquiaberta.— Meu Deus! Ana, é você? — Ela gritou do outro lado da sala, e os olhares dos presentes se fixaram em mim.Lhes ofereci um sorriso de desculpas, a deixei no carrinho e o empurrei enquant
ANASTASIATerminei de fazer as compras bem tarde. Havia inúmeras coisas que eu precisava adquirir e o tempo que eu deveria ter dedicado a isso foi desperdiçado pelos meus ex-colegas, que fizeram com que cada minuto se esvaísse. Empurrei meu carrinho até o caixa e entrei na fila. Poucos minutos depois, chegou a minha vez; observei o atendente escanear com eficiência o código de barras de cada item e, em seguida, ele anunciou o valor total das minhas compras com um sorriso discreto. Entreguei-lhe meu cartão, que ele prontamente passou na máquina, devolvendo-o logo em seguida, arrumando as compras e entregando-as a mim.— Obrigada. — Disse enquanto me virava e saía.Meia hora depois, destranquei a porta da frente de casa e entrei. Carreguei tudo para a cozinha e comecei a organizar os itens. De vez em quando, me lembrava do incidente no supermercado e me perguntava, pela enésima vez, como aqueles ex-colegas sabiam de tudo aquilo, já que, mesmo estando em contato o tempo inteiro, detalhes