ANASTASIAAiden e eu viramos ao mesmo tempo. Através da minha visão turva, consegui ver Dennis e Amie.Pisquei e perguntei:— Amie?Meu olhar foi de Dennis para Amie.— Mamãe...Enquanto ela fazia um gesto para Dennis a deixar no chão, eu corri até eles.— Minha querida... — Me ajoelhei e a abracei. — Eu estava indo até aí. Você pode sair agora?— Não se preocupe, mamãe. Eu sou forte agora. Estou ficando mais forte a cada dia. Eu sinto sua falta, mamãe.— Eu também sinto sua falta, querida. Como estão as enfermeiras e seus amigos?— Eles estão bem...Enquanto falava, lancei um olhar irritado para Dennis.— Por que você trouxe ela fora? — Formei a pergunta com os lábios.Ele apertou os lábios e respondeu da mesma forma:— Relaxa.Relaxar! Eu deveria relaxar! Então, falei audivelmente:— Por que trouxe ela fora? Ela deveria estar descansando.— Eu recebi permissão para trazer ela por uma hora. Então, não tem motivo para se preocupar. As enfermeiras até confirmaram que ela está bem forte
ANASTASIAEu observei enquanto Aiden se agachava para ficar na altura de Amie e estendia a mão para ela.Amie olhou para a mão dele com desconfiança.Aiden sorriu e disse:— Vamos lá, Amie, você quer ir?Amie olhou para Dennis, depois para o meu rosto e voltou a olhar para Aiden.Meu olhar se fixou no rosto de Dennis. Eu podia ver que ele não gostava da presença de Aiden. Estava prestes a falar algo quando Aiden pegou a mão de Amie.— Você se lembra de que somos amigos, né?Amie apenas o olhou sem dizer nada.— Lembra daquela vez que você esbarrou em mim? — A boca dele se curvou em um sorriso de canto.Amie franziu a testa.— Você é que esbarrou em mim. — Ela disse sem pensar. — Espero que não tenha feito isso com outra pessoa. — Ela o olhou fixo. — Naquela vez, eu fui bem tolerante com você, mas isso não significa que os outros também serão.Aiden riu baixinho e, enquanto eu os observava, meus lábios se curvaram em um sorriso. Ele sabia como lidar com crianças. Eu sempre soube daquilo
AIDEN— Você tem que sempre olha para frente!— Assim? — Perguntei, virando para a minha esquerda.— O quê? Não. — Ela colocou as mãos em ambos os lados do meu rosto e me fez olhar para frente. — Assim.Quando ela tirou as mãos, virei para a minha direita.Encontrei apenas silêncio. Quando voltei a olhar para ela, seus olhos estavam cheios de confusão. Ela me olhou como se eu fosse um idiota.— O quê? — Perguntei, mordendo os lábios para segurar o riso.— Você conseguiu se formar no ensino fundamental?E foi assim. Eu não consegui segurar e comecei a rir. E ela ficou me observando, sem dizer nada.Ela balançou a cabeça.— Tem também um garoto na minha sala que ri sempre que está sendo ensinado. Mas o meu professor continua ensinando do mesmo jeito.Então ela começou a me mostrar a diferença entre a minha direita, a esquerda e a frente.Enquanto eu a observava, fiquei pensando que o irmão dela deveria ser um garoto de sorte por ter ela como irmã mais velha.Quando ela terminou, respirou
ANASTASIAMeu peito subia e descia enquanto eu observava Dennis agarrar os cabelos, seus olhos fechados com força.Finalmente, ele se virou para me encarar. Soltou um suspiro alto.— Me desculpe. — Ele balançou a cabeça e repetiu. — Me desculpe mesmo, amor. Me desculpe por ter ido embora naquela noite.Meu coração apertou ao ver os olhos dele marejados. Eu podia perceber que ele se sentia mal, que tudo o que ele fez não foi intencional. Ou simplesmente porque estava irritado comigo ou com a situação em que estávamos.Eu queria ir até ele e envolver ele nos meus braços, mas permaneci sentada na cama, apenas o observando.— Me desculpe por não ter atendido suas ligações ou por não ter retornado quando vi as mensagens depois.Ele deu um passo mais perto e eu não o impedi como teria feito alguns minutos antes.Ele hesitou por um momento, como se estivesse tentando avaliar minha reação enquanto dizia: — Não há desculpa para eu ter sido um canalha com você, especialmente com tudo o que esta
DENNISQuando cheguei à porta, uma pergunta que eu queria fazer de repente me ocorreu. Me virei para trás e a encontrei com seu olhar ainda fixo em mim.— O que foi? — Ela sorriu.Foi tão bom ver seu sorriso, sem aquele olhar de desprezo que ela vinha me lançando nos últimos dias.— Tenho uma pergunta. — Disse eu, caminhando lentamente de volta até ela.— Então, o que você quer perguntar?— Da última vez, quando eu estava te falando sobre as propriedades que vendi, você disse que viu os documentos das vendas na minha gaveta?— Sim, eu disse isso.— Como assim? — Franzi a testa.— Ah, sim. Eu estava no seu bar. — Ela deu de ombros. — Esperei um bom tempo, mas você não voltou, então eu simplesmente fui embora.— Ah. — Lembrei do momento em que o gerente tentou me contar algo quando voltei naquele dia. Provavelmente era aquilo que ele estava tentando me dizer.— Eu não sabia. — Eu queria acrescentar que ela poderia ter me ligado, mas então me lembrei de que não estava atendendo as ligaçõe
DENNISUma girafa? Por que diabos uma criança de quatro anos pediria uma girafa? Como um animal de estimação? Um brinquedo? Era tão incomum.E cara!Uma girafa de verdade custaria uma fortuna!Naquele momento, duvidava que eu conseguia tirar qualquer quantia da minha conta para cobrir as necessidades básicas, quanto mais para manter uma girafa viva.— Papai?Eu me virei e a encontrei me olhando, cheia de expectativa.Sorri e respondi:— Claro, vou pegar uma para você. Uma girafa de verdade, não é?Os olhos dela brilharam e ela acenou com a cabeça, tão animada que mal conseguia falar.— Papai vai te dar uma girafa. — Disse eu, já arrependido de ter perguntado o que ela queria.Ela levantou as mãos para o ar.— Que bom! Hoje é o melhor dia de todos!Quando parei no estacionamento do hospital, ela parecia ter gasto toda a energia do dia e suas pálpebras lutavam para se manter abertas.Saí do carro, fui até o outro lado e desabotoei o cinto de segurança dela. Depois, a carreguei e juntos f
ANASTASIADennis segurou minha mão enquanto o médico falava conosco, pronunciando cuidadosamente cada palavra.— Todos esses cuidados são para garantir sua recuperação e para que, quando seu bebê finalmente for liberado, você possa apoiar o bem-estar dele. Mais uma vez, recomendo que descanse o máximo possível. Evite levantar pesos ou qualquer atividade física intensa até estar totalmente recuperada. Também será impresso um folheto com orientações sobre como usar os medicamentos prescritos e os sinais que você deve observar que podem indicar complicações, como febre, dor incomum ou inchaço. Você vai receber o folheto na farmácia do hospital quando for pegar seus remédios.— Tudo bem. — Eu assenti.— Além disso, sua alimentação e hidratação são cruciais. Coma uma dieta equilibrada e beba bastante água para apoiar sua recuperação e a produção de leite. Você também deve comparecer às consultas de acompanhamento para si mesma e às visitas diárias para sempre estar atualizada sobre o progre
DENNISEu olhei para o movimento do peito dela, um sorriso suave se formando no canto da minha boca.Ela havia se recusado a deitar até que eu fosse com ela. Eu sabia que ela estava cansada, mas esperou até que eu terminasse de lavar a louça, e juntos subimos para o andar de cima.Eu tinha acabado de me desvencilhar com sucesso do seu aperto frouxo sem a acordar.Suspirei ao me sentar na beirada da cama. Agora que ela estava dormindo e sua energia animada e presença estavam distantes, senti aquele sentimento de afundamento voltar a me invadir.Tentei pensar em todos os momentos divertidos que tivemos no passado e nos que tivemos naquela tarde, enquanto eu cozinhava e enquanto comíamos, os momentos com Amie, mas aquela sensação não ia embora.Sem pensar racionalmente, peguei as chaves do carro e desci as escadas.Eu só iria dar uma volta... Algo para me acalmar.Enquanto eu me dirigia para o carro, tropecei algumas vezes. Franzi a testa ao olhar para o chão das duas vezes, mas não havia